Polícia

PF prende grupo que atuava sem a autorização do Banco Central em empresa de criptomoedas

Polícia Federal cumpriu mandados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. — Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV

Agentes da Polícia Federal e da Receita Federal, com apoio de policiais civis, prenderam preventivamente 10 pessoas durante uma operação, na manhã desta terça-feira (21). O grupo captava recursos de terceiros, sem a autorização do Banco Central, e investia no mercado de criptomoedas, uma delas a bitcoin. Entenda abaixo como funciona a moeda.

O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019. De acordo com a Polícia Federal, a empresa, com sede em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, tinha 55 mil clientes em 26 estados do Brasil. Cerca de 80% deles teriam investido até R$ 20 mil. O grupo prometia retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação.

A empresa não usava o dinheiro para a compra de criptomoedas, mas, sim, para investimentos convencionais, como de renda fixa, que rendiam menos de 1%.

Conforme a Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Destes, R$ 500 milhões estavam investidos em renda fixa.

Foram cumpridos ainda 25 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Esteio, Estância Velha e Campo Bom, além de Laguna e Florianópolis, em Santa Catarina, e em São Paulo.

Foram feitos também os bloqueios de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, além de mais de 50 imóveis, um deles deles no valor de R$ 6 milhões cada.

Foram apreendidos 33 veículos de luxo, com valores entre R$ 100 e R$ 500 mil. Os carros ocupam uma quadra inteira da sede da PF, em Porto Alegre.

Os policiais descobriram ainda que os sócios da instituição financeira tinham alto ganho patrimonial, passando de menos de R$ 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.

Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.

Infográfico: Como funciona o bitcoin — Foto: Igor Estrella/G1

G1

 

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