Política

FHC: 'Impeachment é pouco provável, mas não impossível'

alx_brasil-politica-fhc-lide-sp-20140922-001_original(Foto: Rodrigo Dionisio/Frame/Folhapress)

“É um momento bastante sombrio”. Assim o ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, uma das principais lideranças do PSDB, descreve sua percepção do atual cenário do país. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o tucano falou sobre os movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e da crise política que a petista atravessa. Para FHC, o mais provável é que a situação não se encaminhe para um processo de afastamento de Dilma – mas sim que o governo”fique cozinhando o galo em fogo brando” ao longo dos próximos quatro anos. Ele afirma, porém, que não pode dizer que o impeachment seja impossível.

“Impeachment não é uma coisa desejável e ninguém se propõe a liderar isso”, afirmou o ex-presidente. “O PT usa o impeachment para dizer que o PSDB quer, mas não é verdade. Impeachment é como bomba atômica: é para dissuadir, não para usar”, avalia.

Ao comparar o atual momento político no Brasil àquele em que se deu a saída de Fernando Collor, FHC afirmou: “Na época, a sociedade sancionou o impeachment, Collor não reagiu e os partidos tinham condição de operar a transição. Não vejo a mesma coisa hoje”. O tucano ressalta, porém, que não pode dizer que um processo de impeachment contra Dilma seja impossível. Segundo FHC, a única conexão entre Collor e Dilma é que ele também não sabia como manejar o Congresso.

O tucano avalia que a atual crise política colocou o PMDB na oposição e “com razão”. “O governo criou caso com a própria base, então fica difícil”, afirma. “É muito ruim que o governo não reconheça erro nenhum”, disse. Sobre a viabilidade de conversas entre ele e o ex-presidente Lula, foi enfático: “Qual seria o significado de um encontro meu com o presidente Lula? Ele tem, primeiro, que pacificar a situação dentro do partido dele. Nunca me neguei a discutir uma pauta. Agora, essa pauta não pode ser um conchavo […]. Dá pra convergir? Não dá? Mas a visão de Lula não é essa, ele quer o contrário, quer acusar. Ele é o bom, nós somos os maus. Então, é quase impossível”. Sobre a menção de Lula ao exército de Stédile (líder do MST), FHC afirmou que quem foi presidente da República não tem direito de brincar com questões sérias.

O ex-presidente também tratou da tentativa do PT de jogar para seu governo a culpa pelos desmandos na Petrobras – e classificou o movimento como “patético”. Afirma também que o nome do senador mineiro Antonio Anastasia foi incluído na lista do petrolão para enfraquecer o PSDB e que a acusação contra ele “parece história da carochinha”.

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Opinião dos leitores

  1. Não foi apenas 1 do PSDB, foram 3, só que um já morreu e o outro foi vergonhosamente protegido da investigação.
    Só uma mídia muito cara de pau pra dar ouvidos a este senhor que vendeu as empresas nacionais a preço de banana alegando que era para colocar as finanças em dia, e mesmo assim só fez aumentar a divida do país, além de quebrar a economia por três vezes e promover recessão e desemprego.
    E pra piorar as coisas ele diz que não sabia de nada na Petrobrás, mas acusa Dilma de saber. Más como é"O Príncipe da Privataria" deve ter uma boa margem para falar besteiras à vontade com o apoio da mídia corrupta.

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