Saúde

Com registro atrasado, médica estrangeira disse que passa dia “olhando para as paredes”

19_45_39_393_file Uma semana depois do começo oficial dos trabalhos dos médicos estrangeiros do Mais Médicos, os 55 profissionais do programa em São Paulo ainda seguem sem registro provisório e, portanto, de braços cruzados. Sem o documento, eles não podem começar a atuar. A africana Katia Miranda, de 62 anos, que está em Indaiatuba (SP), contou ao R7 que ela e seus colegas estão preocupados com que irá acontecer, já que não há previsão de conseguirem o registro.

— Hoje [nesta segunda-feira] uma médica brasileira não pôde comparecer na UBS [Unidade Básica de Saúde], onde eu deveria estar trabalhando. Com a falta dela, os pacientes foram remarcados e eu fiquei no meu hotel olhando para as quatro paredes enquanto poderia estar atendendo eles.

Katia disse que o clima é de insatisfação geral entre os médicos do programa em relação Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).

— Para mim, o conselho regional está boicotando os médicos estrangeiros. Não me conformo como o Governo Federal pode dar poder a eles. Nos seis países que eu trabalhei Bélgica, Alemanha, Espanha, Holanda, Inglaterra e Portugal nunca aconteceu isso que está acontecendo aqui.

Na última semana, a médica explicou que os profissionais com diplomas estrangeiros visitaram as unidades de saúde pública e conheceram os formulários médico.

 Manifestação

Revoltada com a demora para o início de seu trabalho, a africana disse que esperará até sexta-feira (4) para receber seu registro, caso contrário irá ao prédio do Cremesp para reivindicar o seu registro. Ela afirmou que uma manifestação está sendo articulada por alguns médicos.
— Vamos lá e só saímos com o nosso registro. Já até conversei com uma colega que está na cidade de São Paulo, vamos nos mobilizar e ficar lá esperando eles nos darem um retorno.

Procurado pelo R7, o Cremesp informou que recebeu os documentos dos profissionais, mas estavam com inconsistências. Por isso, devolveu ao Ministério da Saúde, que ainda não reenviou os papéis. Na última semana, a Justiça Federal decidiu em caráter liminar (provisório) que  o conselho tem autonomia para avaliar as condições dos documentos.

Atrasos

De acordo com o Governo Federal, os atrasos concentram-se em 15 Estados. Segundo o governo, os profissionais que ainda não receberam o registro estão “conhecendo a rede; conhecendo as unidades de saúde,  ajudando na identificação do número de famílias cadastradas e verificar situação sanitária diagnóstico de saúde da comunidade (número de: gestantes, crianças até 2 anos, número de casos de hipertensão, diabetes, transtornos mentais (e outras doenças crônicas) e endêmicas”

R7

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