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Projeto da UFRN propõe intervenções no bairro do Alecrim

120117099d3549042cae2f3e730e1Foto: Anastácia Vaz

Mais do que um popular bairro comercial da cidade do Natal, o Alecrim é um dos mais ricos patrimônios históricos do Rio Grande do Norte. Fortalecer relações culturais e reacender discussões sócio-históricas sobre áreas com valor patrimonial é um dos objetivos de uma recorrente ação de extensão que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza com alunos do 7° período do curso de Arquitetura e Urbanismo.

A cada seis meses, um novo alvo. Dessa forma, as turmas de Arquitetura se debruçam sobre os estudos técnicos e históricos acerca de uma área específica que merece atenção. Neste semestre, sete professores e sete disciplinas do curso estão envolvidos em estudar e realizar projetos de intervenção físico-territorial para problemáticas encontradas no centenário bairro do Alecrim, em Natal.

Denominado O Alecrim Revisitado, o projeto dos alunos da UFRN, que tem coordenação de Maísa Veloso, professora de Arquitetura e do Programa de Pós-graduação da UFRN, contou recentemente com diversas palestras, mesas-redondas e oficinas com participação de agentes atuantes do bairro natalense. O objetivo é discutir os temas que assolam o cotidiano de quem frequenta, trabalha ou vive no Alecrim.

Há 17 anos trabalhando na área de projetos, Maísa Veloso explica qual foi o processo de debate escolhido para o projeto. “Fizemos várias discussões com atores sociais do bairro do Alecrim, como os representantes dos comerciantes, dos camelôs, da prefeitura, historiadores, moradores e outros. Realizamos mesas-redondas e palestras para dar subsídios aos alunos, que irão elaborar projetos de intervenção para o bairro”, conta a professora.

Além disso, Maísa Veloso explica a importância de conscientizar a população quanto ao valor do bairro. “Buscamos conscientização. Trabalhamos de forma intensiva para discutir e ir a campo propor projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo. Eles serão o produto da ação”, afirma. Quanto ao objetivo, a professora fala sobre atenção e reconhecimento. “Queremos chamar atenção da comunidade para a importância histórica do bairro, que é popular, mas pouco reconhecido como patrimônio de Natal”, destaca.

Centenário, o bairro conta com edificações e projetos arquitetônicos da metade do século XIX, como o Cemitério do Alecrim, tombado como Patrimônio Cultural do Estado no ano de 2011. Além dele, as casas que cobrem o entorno da igreja do bairro também carregam consigo histórias do presente e do passado. Outro ponto de relevância histórica do Alecrim é a Feira, que acontece nos finais de semana – atualmente aos sábados – desde meados de 1920.

Embora muitos potiguares associem o Alecrim apenas ao viés comercial, o bairro carrega diversas cargas culturais, assim como outros pontos da cidade do Natal, como a Cidade Alta e a Ribeira, por exemplo. Muitas das edificações presentes no Alecrim estão descaracterizadas e acabam passando quase despercebidas pelos habitantes da capital do estado. No entanto, projetos como O Alecrim Revisitado atuam de forma a resgatar a identidade adormecida.

As atividades de preparação do projeto O Alecrim Revisitado foram realizadas de 8 a 16 de setembro. Além dos alunos e dos agentes sociais atuantes no Alecrim, professores com identificação com o bairro e especialistas como o arquiteto e urbanista Zeca Brandão, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), contribuíram por meio de palestras.

Como resultado, os alunos preparam projetos de intervenção para minimizar ou resolver problemas atuais no Alecrim, tais como os camelódromos – que hoje ocupam um espaço de área pública – e a feira, tão tradicional quanto o bairro, mas que na visão dos alunos poderia ser reordenada. A ideia é propor intervenções respeitosas, que não venham a ferir as tradições culturais do bairro e de seus habitantes e frequentadores.

Com informações da UFRN

Opinião dos leitores

  1. É facílimo resolver o grave problema do camelódromo do Alecrim. Existe um prédio grande pertencente ao estado onde funcionou por muito tempo o Detran. Sugestão: lá se construiria um mini-shopping com dois pisos e retiraria os ambulantes do canteiro centro da AV 2. só faltando vontade política para resolver o grave problema enfrentado pelo bairro. Fica a sugestão. Obrigado.

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