Política

Oposição venezuelana denuncia repressão brutal a indígenas, com feridos, e duas mortes perto da fronteira com o Brasil

Soldados venezuelanos levam mulher que tentava cruzar fronteira em Paracaima Foto: RICARDO MORAES / REUTERS

Um grupo de 22 deputados de partidos opositores da Venezuela que está na cidade de Santa Elena, a 15 quilômetros da fronteira com o Brasil, denunciou nesta sexta-feira “uma brutal repressão militar a comunidades indígenas que estão colaborando para conseguir a abertura do canal humanitário”. Segundo disse ao GLOBO a deputada Olivia Lozano, 12 indígenas foram feridos e uma mulher identificada como Zoraida Rodriguez morreu em um violento incidente perto de Santa Elena. A agência France Presse e o site venezuelano Efecto Cucuyo informaram posteriomente que o marido de Zoraima, Rolando García, também morreu, de acordo com a organização de direitos humanos Kapé Kapé.

Os feridos foram levados em duas ambulâncias para a cidade de Paracaima. A passagem dos veículos foi autorizada pelos guarda venezuelana, apesar do bloqueio. De lá, seguiram para Boa Vista.

As ambulâncias seguiram primeiro para o Hospital Délio Tupinambá, o único de Pacaraima, mas depois saíram com destino ao Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, a 215 km da fronteira.

— Estamos denunciado o governo Maduro por este ataque. Os indígenas estavam tentando impedir a passagem de blindados militares e foram brutalmente reprimidos — assegurou a deputada da Assembleia Nacional (AN) presidida por Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino.

Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela com apoio do Parlamento, denunciou a repressão no Twitter. “Nossa solidariedade com eles. Não ficará impune”.

Os indígenas envolvidos no choque com militares, informaram os deputados, pertencem à comunidade de San Francisco Kumaracapay. Os confrontos foram registrados na comunidade localizada em San Francisco de Yuruaní, no município de Gran Sabana (Bolívar), a cerca de 70 km da fronteira brasileira.

— Estamos reunidos com autoridades políticas da região, prefeitos e chefes de comunidades indígenas. Estão todos decididos a lutar para que a ajuda humanitária que está no Brasil entre em nosso território — afirmou Olivia.

O vereador indígena do município da Grande Sabana, na Venezuela, Jorge Pérez, confirmou a morte de Zoraida ao jornal local “El Correo del Caroní”.

Os feridos foram primeiramente atendidos no hospital de Santa Elena, mas tiveram que ser transferidos por falta de insumos médicos. Nas redes sociais, principalmente WhatsApp, circulam fotos e vídeos sobre o violento incidente. De acordo com a deputada opositora, na madrugada deste sábado congressistas, indígenas e autoridades locais irão até a fronteira para pressionar as forças militares e tentar conseguir o ingresso a da ajuda ao país.

Fronteira permanece fechada

Os responsáveis pelo ataque a indígenas, segundo dirigentes da oposição, são agentes da Guarda Nacional Bolivariana e da Força Armada Nacional Bolivariana. Com a ordem de bloqueio por tempo indeterminado, a fronteira da Venezuela com o Brasil não foi reaberta na manhã desta sexta-feira, como acontece diariamente por volta das 7h, informou o G1. O fechamento ocorre na cidade brasileira de Pacaraima, onde seria um dos pontos de coleta dos carregamentos de comida, remédio e itens de higiene básica enviados à população venezuelana, e foi ordenado na noite de quinta-feira pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Durante a manhã desta sexta-feira, venezuelanos não puderam atravessar a fronteira a pé e nem de carro. No entanto, segundo o G1, grupos conseguiram passar usando uma rota alternativa, as chamadas trincheiras. São pelo menos duas alternativas para quem quer entrar no Brasil, uma delas muito próxima ao posto oficial de controle dos dois países.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. É muito fácil atirar contra seu próprio povo desarmado, vamos ver quando tiverem que enfrentar soldados agindo em uma intervenção legal. Quero ver a debandada, estes petistas deviam se alistar para defender o regime de Maduro.

  2. Quero saber quem vai defender essa bos…… de país. ! Imagino que serão os nordestinos e analfabetos, porque os políticos e agregados vão para os EUA e só voltam quando os babac…… patriotas morrerem.

  3. Coloquem os deputados, senadores e judiciário para defenderem o País, eles ganham muito bem e nada mais justo de se sacrificarem primeiro.

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