Saúde

Sesap vacina indígenas da etnia Warao refugiados venezuelanos em Natal

FOTO: SESAP/ASSECOM

A vacinação dos indígenas da etnia Warao refugiados em Natal iniciou na manhã da quinta-feira (01/04), às 9h.

Foi montado um espaço especial no Centro de Acolhida e Referência para Refugiados, Apátridas e Migrantes (CARE/RN) para a coleta de dados dos Warao e para a vacinação, que ocorreu sem filas.

Ao todo, foram vacinados 50 refugiados indígenas venezuelanos Warao, que receberam a dose do imunizante de Oxford.

A vacinação é parte da etapa atual do Plano Estadual de Imunização, voltada às populações em situação de vulnerabilidade. A ação atende à Recomendação nº 04/2021, de 2 de março de 2021, do Comitê Estadual Intersetorial de Atenção aos Refugiados, Apátridas e Migrantes do Rio Grande do Norte (CERAM/RN), que recomendou aos órgãos estadual e municipais de saúde de Natal e Mossoró a inclusão da população refugiada venezuelana como grupo prioritário, assim como os indígenas nacionais, por se encontrarem em situação de maior vulnerabilidade em relação à transmissão do vírus e ao desenvolvimento de complicações graves da COVID-19.

A ação contou com a participação e apoio da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através do Distrito Sanitário Sul e Consultório na Rua, do CERAM/RN, da Secretaria Municipal de Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEMIDH), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Mandato da Vereadora Divaneide Basílio.

Além de Natal, o município de Mossoró recebeu 50 (cinquenta) doses para vacinar a população refugiada venezuelana indígena Warao.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Ministério da Saúde apura mortes de crianças Yanomami em Roraima com sintomas de Covid, segundo ‘Conselho indígena’

Foto: Júnior Hekurari Yanomami/Condisi-YY/Divulgação

Um ofício do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuanna (Condisi-YY) aponta que nove crianças morreram com sintomas de Covid-19 em duas comunidades na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima. O documento, assinado pelo presidente do órgão, Júnior Hekurari Yanomami, pede ajuda para o envio de profissionais de saúde à região.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que recebeu do Condisi-YY a comunicação das mortes e que “está verificando junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami a veracidade das informações. O Dsei encaminhou uma equipe aos locais para averiguar a situação, mas ressalta que, até o momento, os óbitos não foram confirmados para Covid-19.” (Leia a nota na íntegra abaixo)

O relato, segundo o presidente do Condisi-YY, é de que foram registradas quatro mortes na comunidade Waphuta, duas delas no último dia 25, e outras cinco em Kataroa, região do Surucucu, em Alto Alegre, Norte de Roraima.

Os postos de saúde da região estão fechados há cerca de dois meses, ainda de acordo com o presidente. No mesmo ofício em que ele solicitou providências à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e ao Dsei-Y sobre as mortes, Hekurari também cobrou, com urgência, o envio de profissionais de saúde para a região.

A Terra Indígena Yanomami é a maior do Brasil e também a mais vulnerável à Covid-19 na Amazônia. Em três meses, o vírus avançou 250% nas comunidades, segundo relatório produzido por uma rede de pesquisadores e líderes Yanomami e Ye’kwana. As crianças, segundo Herkurari, tinham entre um e cinco anos e não há como precisar a data exata de todas as mortes. Ele diz, contudo, que todas ocorreram no mês de janeiro.

A informação sobre a morte chegou até o presidente do Conselho na terça-feira (26) via radiofonia, por meio de relato de um agente de saúde da comunidade Waphuta e de um professor de comunidade Kataroa.

“Ontem, dia 26, fui chamado pelo rádio onde o agente de saúde [de Waphuta] me informou que tinham morrido quatro crianças, duas crianças anteontem, dia 25. Perguntei o motivo, ele me informou que na comunidade está tendo surto de coronavírus, que essas crianças estavam com 39 graus de febre e com dificuldade de respirar. ‘Então, tenho certeza que morreram de coronavírus, essa ‘xawara’ [doença] que está aí na cidade’, foi isso que ele me disse”, contou Hekurari.

Diante da situação, Hekurari enviou ofício, ainda na noite de terça-feira, ao secretario da Sesai, Robson Santos da Silva, e ao coordenador Dsei-Y, Rômulo Pinheiro, relatando as informações que recebeu. O documento também cita que há “ao menos vinte e cinco (25) crianças com os mesmos sintomas e em estado grave.”

“No mesmo tempo, o professor [de Kataroa] me informou que lá morreram cinco crianças e disse que a situação era a mesma, sem equipe, que estava tendo surto de coronavírus na comunidade, pessoas com muita tosse, febre. Então, ele disse que as cinco também morreram de coronavírus. Disse que o povo está doente, pedindo socorro, pois o posto está fechado”, afirmou o presidente.

No ofício à Sesai, o presidente relatou que as unidades básicas de saúde das duas comunidades estão fechadas por falta de helicóptero para enviar profissionais de saúde aos locais. “Pedi que envie profissionais urgente para essas comunidades, que estão sem atendimento há cerca de dois meses”, reforçou Hekurari.

Hekurari espera apuração do que ele classificou como “falta de assistência ao povo Yanomami.” Em Boa Vista, o coordenador do Dsei-Y, confirmou o recebimento do relatos e disse que enviaria equipes “para verificar a situação in loco”.

“O que aconteceu na Terra Indígena Yanonami tem que ser apurado, investigado. As comunidades ficaram sem assistência por mais de dois meses. Então, a responsabilidade do Dsei-Yanomami, da Sesai, governo federal, é dar assistência. Não deixar isso acontecer. Nove vidas morreram e não têm como voltar, mas mãe estão morrendo, não há justificativa”, disse Hekurari.

O presidente do Condisi-YY também disse ter informado a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF) sobre as mortes das crianças. As duas instituições também foram contatadas, mas ainda não enviaram resposta.

Região de difícil acesso

As duas comunidades, de acordo com Hekurari, ficam no meio da floresta amazônica, em região de difícil acesso. Para chegar até as duas é necessário viajar de avião de Boa Vista a Surucucu, e de lá pegar um helicóptero. “Do contrário, leva de três a quatro dias andando na mata”, disse.

Vivem em Kataroa cerca de 412 indígenas Yanomami e em Waputha são 816. O Dsei-Yanomami atende 28.141 indígenas distribuídos em 371 aldeias.

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami fica entre os estados de Roraima e Amazonas, e em boa parte da fronteira com a Venezuela. Desde o ano passado, indígenas denunciam o avanço da Covid-19 entre as comunidades, causado, principalmente, pelo garimpo ilegal em algumas regiões.

Contaminação por coronavírus entre indígenas

De acordo com boletim epidemiológico da Sesai, desde o começo da pandemia, o país registrou 41.251 casos e 541 óbitos por Covid-19 entre indígenas até a última quarta-feira (27). Entre yanomami atendidos pela Sesai na área do Dsei-Y, foram computados 1.256 diagnósticos e 10 mortes causadas pela doença no mesmo período. Já segundo a Articulação de Povos Indígenas do Brasil (Apib), até quarta-feira foram computados 47.148 casos e 940 mortes causadas por Covid-19 entre indígenas em todo o país.

O boletim da Sesai contabiliza apenas os casos de Covid-19 verificados em indígenas assistidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, não considerando aqueles que buscam atendimento em outros sistemas de saúde. Os dados da Apib, por sua vez, incluem tanto casos ocorridos entre indígenas que vivem nos territórios tradicionais quanto aqueles diagnosticados entre pessoas que vivem em contexto urbano e se autodeclaram indígenas.

Nota do Ministério da Saúde sobre o relato do Conselho

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), informa que recebeu a comunicação do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI) Yanomami e está verificando junto ao Distrito Sanitário Especial indígena (DSEI) Yanomami a veracidade das informações. O DSEI encaminhou uma equipe aos locais para averiguar a situação, mas ressalta que, até o momento, os óbitos não foram confirmados para covid-19.

A pasta esclarece ainda que, todos os óbitos em área indígena com suspeita de covid-19 são investigados. Esses processos seguem as diretrizes de vigilância epidemiológica estabelecidas pelo Ministério da Saúde:

● LABORATORIAL: caso suspeito com resultado positivo em teste RT-PCR e/ou teste rápido para covid-19.

● CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: caso suspeito com histórico de contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente para covid-19, que apresente febre ou pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios, nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica.

Os dados são lançados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do Sistema Único de Saúde (SASI/SUS) e passam por processos criteriosos de qualificação dos Distritos e da SESAI, garantindo a consistência da informação sobre a infecção por covid-19 em povos indígenas. Já os indígenas que residem nas cidades são atendidos pelas Secretarias Municipais de Saúde, desta forma os números referenciados entram nos cálculos gerais da população brasileira do Sistema Único de Saúde (SUS).

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Pesquisem "médica do programa mais médico foi agredida e teve os braços quebrados pela tribo Yanomami". Isso nenhuma grande imprensa noticiou. Agora dizer que estão sem médico noticiam rapidinho…

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

UERN convoca candidatos pretos, pardos e indígenas com ingresso no semestre 2020.2 para Procedimento de Heteroidentificação

Foto: Divulgação

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Uern, por meio da Pró-reitoria de Ensino de Graduação – Proeg, convoca os candidatos aprovados nas chamadas regular, segunda, terceira e quarta convocações do SiSU/UERN 2020, em cursos com início no semestre letivo 2020.2, da categoria Cota Social (pretos, pardos e indígenas), para realização de procedimentos que comprovem, de forma provisória, a respectiva condição alegada.

O processo de comprovação da condição alegada pelo candidato (como preto, pardo ou indígena) será realizado, exclusivamente, de forma virtual e terá caráter provisório.

Conforme as orientações do Edital, o candidato deve digitalizar todos os documentos exigidos, constantes no Anexo II, e enviá-los, identificados com o campus, curso e nome do candidato, para o endereço eletrônico [email protected], no período de 23 a 27 de novembro.

A comprovação dos candidatos da categoria Cota Social (preto, pardo ou indígena) será realizada em duas etapas: Análise pela Comissão de Heteroidentificação da documentação enviada de forma virtual pelo candidato; e Confirmação presencial, por meio do Procedimento de Heteroidentificação, da condição alegada e apresentação dos documentos físicos exigidos para a Categoria. Após a análise documental (1ª etapa/provisória) será publicado edital contendo o resultado proferido pela Comissão de Heteroidentificação. Esse edital está previsto para o dia 11 de dezembro.

Após a comprovação provisória da condição de preto, pardo ou indígena será efetivado o Cadastro Institucional do candidato.

Veja:

➡ EDITAL
➡ ANEXO I – DOS CONVOCADOS PARA O PROCEDIMENTO DE HETEROIDENTIFICAÇÃO;
➡ ANEXO II – DO PERÍODO E DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE HETEROIDENTIFICAÇÃO;
➡ ANEXO III – DECLARAÇÃO PARA HETEROIDENTIFICAÇÃO VIRTUAL;
➡ ANEXO IV – DECLARAÇÃO DE ETNIA E DE VÍNCULO COM COMUNIDADE INDÍGENA.

Opinião dos leitores

  1. Que idiotice isso de cota por cor de pele ou etnia.

    Se for para ter cota, que seja por condição social.

  2. Tribunais raciais. Deram um nome bonito pra essa que foi uma prática nazista. Que mundo é esse, Senhor?!

  3. Concordo, sr. Chico. Isso, sim, é discriminação. É, também um equívoco. Entrada em qualquer instituição de ensino particularmente universidades, deve ser efetuada através de mérito intelectual. Jamais por origem étnica ou socialal. seja qual for.

    1. A argola de ferro na venta tá pesando né gado?
      Os açoites foram poucos? A moleira não tá dolorida o suficiente não?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Oposição venezuelana denuncia repressão brutal a indígenas, com feridos, e duas mortes perto da fronteira com o Brasil

Soldados venezuelanos levam mulher que tentava cruzar fronteira em Paracaima Foto: RICARDO MORAES / REUTERS

Um grupo de 22 deputados de partidos opositores da Venezuela que está na cidade de Santa Elena, a 15 quilômetros da fronteira com o Brasil, denunciou nesta sexta-feira “uma brutal repressão militar a comunidades indígenas que estão colaborando para conseguir a abertura do canal humanitário”. Segundo disse ao GLOBO a deputada Olivia Lozano, 12 indígenas foram feridos e uma mulher identificada como Zoraida Rodriguez morreu em um violento incidente perto de Santa Elena. A agência France Presse e o site venezuelano Efecto Cucuyo informaram posteriomente que o marido de Zoraima, Rolando García, também morreu, de acordo com a organização de direitos humanos Kapé Kapé.

Os feridos foram levados em duas ambulâncias para a cidade de Paracaima. A passagem dos veículos foi autorizada pelos guarda venezuelana, apesar do bloqueio. De lá, seguiram para Boa Vista.

As ambulâncias seguiram primeiro para o Hospital Délio Tupinambá, o único de Pacaraima, mas depois saíram com destino ao Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, a 215 km da fronteira.

— Estamos denunciado o governo Maduro por este ataque. Os indígenas estavam tentando impedir a passagem de blindados militares e foram brutalmente reprimidos — assegurou a deputada da Assembleia Nacional (AN) presidida por Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino.

Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela com apoio do Parlamento, denunciou a repressão no Twitter. “Nossa solidariedade com eles. Não ficará impune”.

Os indígenas envolvidos no choque com militares, informaram os deputados, pertencem à comunidade de San Francisco Kumaracapay. Os confrontos foram registrados na comunidade localizada em San Francisco de Yuruaní, no município de Gran Sabana (Bolívar), a cerca de 70 km da fronteira brasileira.

— Estamos reunidos com autoridades políticas da região, prefeitos e chefes de comunidades indígenas. Estão todos decididos a lutar para que a ajuda humanitária que está no Brasil entre em nosso território — afirmou Olivia.

O vereador indígena do município da Grande Sabana, na Venezuela, Jorge Pérez, confirmou a morte de Zoraida ao jornal local “El Correo del Caroní”.

Os feridos foram primeiramente atendidos no hospital de Santa Elena, mas tiveram que ser transferidos por falta de insumos médicos. Nas redes sociais, principalmente WhatsApp, circulam fotos e vídeos sobre o violento incidente. De acordo com a deputada opositora, na madrugada deste sábado congressistas, indígenas e autoridades locais irão até a fronteira para pressionar as forças militares e tentar conseguir o ingresso a da ajuda ao país.

Fronteira permanece fechada

Os responsáveis pelo ataque a indígenas, segundo dirigentes da oposição, são agentes da Guarda Nacional Bolivariana e da Força Armada Nacional Bolivariana. Com a ordem de bloqueio por tempo indeterminado, a fronteira da Venezuela com o Brasil não foi reaberta na manhã desta sexta-feira, como acontece diariamente por volta das 7h, informou o G1. O fechamento ocorre na cidade brasileira de Pacaraima, onde seria um dos pontos de coleta dos carregamentos de comida, remédio e itens de higiene básica enviados à população venezuelana, e foi ordenado na noite de quinta-feira pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Durante a manhã desta sexta-feira, venezuelanos não puderam atravessar a fronteira a pé e nem de carro. No entanto, segundo o G1, grupos conseguiram passar usando uma rota alternativa, as chamadas trincheiras. São pelo menos duas alternativas para quem quer entrar no Brasil, uma delas muito próxima ao posto oficial de controle dos dois países.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. É muito fácil atirar contra seu próprio povo desarmado, vamos ver quando tiverem que enfrentar soldados agindo em uma intervenção legal. Quero ver a debandada, estes petistas deviam se alistar para defender o regime de Maduro.

  2. Quero saber quem vai defender essa bos…… de país. ! Imagino que serão os nordestinos e analfabetos, porque os políticos e agregados vão para os EUA e só voltam quando os babac…… patriotas morrerem.

  3. Coloquem os deputados, senadores e judiciário para defenderem o País, eles ganham muito bem e nada mais justo de se sacrificarem primeiro.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *