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Você pode mudar sua dívida de banco; saiba como funciona

Foto: Getty Images/iStockphoto/Ae11615

Quem financiou a casa própria ou o carro ou pegou dinheiro emprestado não precisa ficar “amarrado” ao mesmo banco até pagar tudo o que deve. Se conseguir condições e taxas melhores em outra instituição, pode pedir para transferir a dívida. É a chamada portabilidade de crédito.

Apesar de ser regulamentado pelo Banco Central, o consumidor nem sempre consegue garantir esse direito na prática. Dificuldades para transferir a dívida de um banco para outro foram o principal motivo de reclamações junto ao BC de janeiro a agosto deste ano. De cada dez queixas contra os bancos, três foram sobre esse assunto.

Segundo especialistas, uma das principais barreiras é conseguir as informações necessárias com o banco no qual o cliente tem a dívida atualmente para poder pedir a transferência.

“Na portabilidade do crédito para outro banco, a instituição onde o cliente tem o empréstimo precisa fornecer um documento informando o saldo devedor atualizado, o Custo Efetivo Total [inclui juros, encargos e outras taxas], o valor das parcelas, assim como a quantidade das prestações que faltam para quitar a dívida”, afirma Renata Pedro, pesquisadora da Proteste Associação de Consumidores.

O banco novo não é obrigado a aceitar a portabilidade, diz Renata. Porém, o banco “antigo” (onde está a dívida originalmente) não pode se negar a fazer a transferência. No máximo, pode propor uma renegociação, para tentar manter o cliente. Se em cinco dias úteis não chegar a um acordo, deve enviar as informações à nova instituição financeira.

Veja dicas e cuidados antes de transferir uma dívida

1. Tente negociar com o banco antes

Antes de decidir pela transferência da dívida, os especialistas recomendam procurar o banco onde tem o empréstimo e tentar chegar a um acordo. Barganhar costuma ser uma alternativa interessante.

“Muitas vezes, a pessoa consegue melhorar a condição da dívida sem precisar trocar de banco. Vale até dizer: ‘outros bancos estão me assediando e pretendo aceitar a oferta'”, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

2. Cuidado com taxas e oferta de produtos

A transferência da dívida de um banco para outro não pode ter cobrança de taxa. Ou seja, você não pode arcar com nenhum custo relacionado à transferência em si dos valores entre as instituições financeiras.

Caso isso ocorra, faça uma reclamação pelo site do Banco Central ou pelo número 145 (de segunda a sexta, das 8h às 20h). Também vale a pena entrar em contato com órgãos de defesa do consumidor.

Se o banco para onde você vai levar o empréstimo exigir a contratação de qualquer produto ou serviço em troca da portabilidade, atenção: essa prática é abusiva e chama-se venda casada. Não aceite.

A instituição pode cobrar tarifa para fazer o cadastro, mas você não é obrigado a aceitar a abertura de uma conta corrente, por exemplo. “Normalmente o banco abre uma conta para debitar as parcelas, mas o pagamento do empréstimo também pode ser feito por meio de boleto”, diz Renata, da Proteste.

3. Portabilidade é operação automática entre os bancos

Renata diz que o consumidor não precisa ir ao banco onde tinha a dívida ou naquele para onde vai migrar o crédito. Basta entregar o documento com as informações sobre o empréstimo. São as instituições financeiras que vão fazer a transferência dos valores.

4. Compare as condições oferecidas pelo novo banco

É preciso checar todas as condições do novo contrato de empréstimo, como saldo devedor e quantidade de parcelas (que devem continuar iguais), além do CET (Custo Efetivo Total) do crédito, que precisa ser menor para compensar a mudança. “Afinal, o objetivo é trocar uma dívida mais cara por uma mais barata”, diz.

Caso resolva abrir uma conta corrente no novo banco, lembre-se de observar quanto pagará de tarifa de manutenção. “De repente, a instituição cobra juros mais baixos em relação ao outro banco, mas a pessoa pode acabar pagando tarifas maiores”, afirma Oliveira. Faça as contas para ver se realmente compensa a troca.

UOL

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É DE GRAÇA: Saiba como funciona a “carona” em aviões da FAB, inclusive, embarcando de Natal

C-130_hercules_FAB_01-960x640O transporte de civis pode ser realizado até pelos cargueiros C-130 Hércules (FAB)

Poucos sabem, mas qualquer um pode embarcar em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e voar para diversas localidades do país. Não só isso, o serviço é gratuito e pode ser solicitado pela pessoa por quantas vezes desejar. No entanto, o esquema é bem diferente dos voos comerciais operados por companhias aéreas e exige do passageiro paciência e uma dose de sorte.

As viagens com a FAB devem ser solicitadas com antecedência por meio de inscrição no Correio Aéreo Nacional (CAN) da localidade onde se deseja embarcar. O interessado deve comparecer pessoalmente a um posto CAN, instalados em bases aéreas da Aeronáutica, para preencher a ficha (veja aqui os locais). O passageiro, porém, não escolhe o dia exato em que vai viajar, mas sim uma janela de 10 dias. Se nesse período surgir uma vaga na aeronave que vai para o destino pretendido, a pessoa é chamada.

Os voos da FAB não são regulares como os de empresas aéreas. Portanto não têm datas, horário e destinos previamente definidos. Além disso, a disponibilidade de vagas nos aviões segue uma hierarquia. A prioridade de embarque, em ordem, é para oficiais da aeronáutica, oficiais da marinha, oficiais do exército, familiares de oficiais e, no fim da fila, você.

Existem trechos com viagens mais frequentes, especialmente entre capitais, mas, segundo a FAB, a região com mais pedidos é a Amazônia, onde cidadãos buscam formas mais rápidas de chegar a cidades localizadas em áreas remotas e de difícil acesso por terra. Já o Rio de Janeiro é o local que tem mais ofertas de voo, pois lá fica baseada a maior parte dos aviões de transporte da aeronáutica, como os cargueiros C-130 Hércules (sim, você pode voar nele!).

Outras aeronaves que prestam esse serviço são o jato C99, o turbo-hélice Bandeirante e o monomotor Cessna C98 Caravan. Porém, não espere por serviço de bordo: o máximo que você pode receber no avião é um copo d’água ou café e muitas dessas aeronaves não têm banheiro.

C99_FAB_01-960x640O jato C99 é uma das principais aeronaves utilizadas pelo CAN (FAB)

Não há limite de peso para bagagens, mas esse fator pode ser determinante na hora do embarque: se não houver espaço no avião para o passageiro com muita bagagem, viaja quem traz menos volumes.

Como explica a FAB, o transporte de civis acontece em aproveitamento de alguma missão previamente planejada e não aumenta os custos da operação.

Transporte de enfermos

Civis também podem solicitar a FAB o transporte aéreo de enfermos. O serviço, conhecido como “Missões de Misericórdia” também deve ser solicitado com antecedência em contato com o SALVAERO-Brasília. Este órgão envia ao solicitante um formulário o qual deve ser preenchido e encaminhado de volta. Dependendo da situação do passageiro doente, a força aérea pode disponibilizar uma aeronave com leito médico e tripulação especializada.

C98_caravan_FAB_01O robusto Cessna C98 Caravan é um dos aviões que voam para regiões remotas do Brasil (FAB)

UOL, via AirWay

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