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Ex-diretor da Siemens confirma propina no cartel do Metrô

logo-fachada-siemens-20121009-41-size-598Um ex-executivo da Siemens afirmou em depoimento ao Ministério Público que houve pagamento de propina para beneficiar a empresa alemã e outras suspeitas de formação de cartel em licitações do sistema metroferroviário paulista. Até então, havia só a admissão de um esquema de cartel para obter contratos durante os anos de 1998 e 2008, sem a participação de agentes públicos dos governos tucanos que se sucederam no comando do estado.

O depoimento foi prestado na quinta-feira por um dos seis executivos que subscrevem o acordo de leniência firmado em maio com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no qual a Siemens delatou o cartel em troca de imunidade administrativa e criminal. A testemunha citou dados que podem mudar o cenário da apuração, inicialmente restrita aos acertos prévios entre as multinacionais. Segundo um dos integrantes da força-tarefa montada pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, o depoimento “indicou coisas importantes”.

O conteúdo das declarações está em análise pelas autoridades. As informações obtidas começaram a ser cruzadas com um inquérito policial que contém dados de quebra de sigilo bancário de suspeitos.

Os promotores têm ressaltado que não pretendem conduzir a investigação exclusivamente direcionada para a composição de empresas e preços ajustados à margem da Lei de Licitações. Eles suspeitam que o cartel não teria obtido contratos vantajosos sem pagamento de propinas. Por isso, insistem junto a testemunhas para que revelem pistas sobre a corrupção. O depoimento da semana passada animou os investigadores.

O acordo de leniência, firmado em 22 de maio, prevê a revelação de detalhes do cartel. Seis ex-diretores da Siemens se dispuseram a contar o que sabem: Daniel Mischa Leibold, Everton Rheinheimer, Jan-Malte Hans Jochen Orthmann, Nelson Branco Marchetti, Newton José Leme Duarte e Peter Andreas Gölitz. A própria Siemens no Brasil e a matriz na Alemanha subscrevem o acordo de leniência com o Cade.

No âmbito do Ministério Público foram instaurados 45 inquéritos, relativos a contratos da Siemens e outras dezoito empresas que integrariam o cartel.

A Polícia Federal também abriu inquérito criminal, mas estava encontrando dificuldades para obter informações porque os lenientes queriam restringir a colaboração à ação do cartel – nos termos do acordo firmado com o Cade. A pedido da PF, a Justiça Federal autorizou o questionamento dos lenientes sobre corrupção. A Justiça decidiu pela inexistência de sigilo para fins de apuração de crimes. Na prática, os lenientes são obrigados a falar o que sabem, não podem alegar sigilo.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. O Propinoduto Tucano (PSDB) vai deixar os desvios do mensalão parecendo esmola e envolve a cúpula do PSDB, o falecido Mario Covas, Serra, Alckim e diversos secretários e figurinhas carimbadas no ninho tucano, inclusive pessoas bem próximas do FHC .

    Agora quem sabe a Folha de São Paulo consiga explicar como registrou em cartório SEIS MESES ANTES OS NOMES DOS VENCEDORES da licitação para trechos do metrô de SP.

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/820054-resultado-de-licitacao-do-metro-de-sao-paulo-ja-era-conhecido-seis-meses-antes.shtml

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