Jornalismo

Tapeceiro que assumiu ter matado irmão tetraplégico no interior paulista recebe o apoio da família

da Folha de São Paulo

“Foi por amor. Foi uma imensa prova de amor fraterno”. Assim o jovem D. explica o ato de seu irmão, o tapeceiro Roberto Rodrigues de Oliveira, 22, que no último dia 22, matou com dois tiros à queima-roupa o irmão mais velho da família, o ajudante- geral Geraldo Rodrigues de Oliveira, 28, tornado tetraplégico há dois anos e meio.

A polícia de Rio Claro (a 173 km de São Paulo) não tem dúvida: Roberto matou Geraldo atendendo a pedido da própria vítima. “Geraldo não suportava viver como um vegetal. Era sofrimento demais para um jovem independente, inconformado de que sua vida teria, para sempre, de ser sustentada por outros. Geraldo quis morrer”, afirmou o investigador Adilson Bento, 50.

A tragédia começou a ser escrita na saída de um churrasco, em 2009. Depois de comer e beber, Roberto pôs-se a elogiar a moto de 125 cilindradas, segunda mão, que tinha acabado de comprar. Geraldo, de seu lado, enaltecia a força do Gol que ainda estava pagando. A dúvida sobre qual era melhor, os irmãos resolveram, seria sanada em um racha.

Em uma estrada vizinha, a moto largou na frente. O Gol foi atrás. Bem adiante, pronto para comemorar a vitória, Roberto esperou pelo irmão. Mas ele não apareceu.

O caçula voltou e encontrou o Gol capotado e o irmão jogado na estrada, a coluna vertebral fraturada. Dois meses de UTI, e Geraldo teve alta -não mexia um músculo abaixo do pescoço. Tornou-se consumidor voraz de filmes sobre acidentes que causam tetraplegias, como “Menina de Ouro” (2004) e “Mar Adentro” (2004) -que falam de eutanásia.

“A medicina não pode fazer mais nada por mim. Agora, a responsabilidade é do Roberto”, dizia Geraldo, conforme V., outro dos nove irmãos. “Ele mandou a mulher e seu filho, hoje com oito anos, viverem com a mãe dela. Dizia que o acidente havia colado para sempre a sua vida à do irmão caçula.”

FARDO PESADO

O filho de Geraldo nasceu com uma malformação que deixou como sequela a paraplegia. Na delegacia, a mulher declarou que o marido sempre culpava a genética dela pelo problema.

Lembra D.: “Ele afirmava que não havia esse tipo de problema na nossa família. Agora, imagina o que ele sentiu ao perceber que não andaria ou se mexeria mais, que precisava da comida na boca e de sonda para retirar a urina. E ainda havia a vergonha de ter de usar fraldas.”

“Geraldo afundou na depressão, enquanto seu corpo definhava pela falta de atividade muscular. E passou a exigir que o irmão Roberto o ajudasse a se libertar dessa dor”, afirma o investigador Jorge Luiz Bizarro Teixeira, 31, a partir de depoimentos dos familiares. Para piorar tudo, no dia 22 de janeiro deste ano, João, outro irmão, morreu aos 24 anos, em um acidente de motocicleta. “Geraldo dizia que não era justo, que era ele quem deveria ter morrido.”

Roberto, um rapaz tranquilo, trabalhador, emprego fixo, “o cara na família que conseguia fazer brotar o sorriso das pessoas”, segundo D., ouvia todos os dias o irmão pedir para morrer.

Os dois começaram a elaborar o plano. Tinha de ser no dia 22, como foram no dia 22 os acidentes com Geraldo (22/03/2009) e com João (22/01/2011). Tinha de ser em uma simulação de latrocínio, para livrar Roberto da acusação de homicídio. Mascarado e com um revólver calibre 38 na mão (ele disse à polícia que comprou a arma de um caminhoneiro), o caçula pulou o muro da sua própria casa, chutou a porta da cozinha, anunciou o assalto, perguntou onde estava o dinheiro da casa, pegou R$ 200, atirou no irmão e fugiu.

“A gente só queria saber quem era o culpado, quem tinha sido covarde a ponto de matar uma pessoa que não podia oferecer resistência alguma”, explica D.

Para a polícia, a história pareceu muito estranha. Por que alguém roubaria uma casa humilde, quarto, cozinha e banheiro, sem reboco, como aquela? Por que atiraria em um tetraplégico com a clara intenção de matar (um tiro foi na cabeça, o outro, no pescoço)? Roberto confessou.

PENA DESNECESSÁRIA

As advogadas Simone Gomes Widmer e Roberta Weygand, que defendem Roberto, pretendem obter a redução da pena ou o perdão judicial, alegando que o crime já causou um tal sofrimento ao irmão homicida, que a pena se tornaria desnecessária. Um sobrinho de 15 anos (ele cuidava de Geraldo enquanto Roberto trabalhava) será apresentado ao juiz da infância de Rio Claro, para falar sobre o crime.

No fundo da cela de nove metros quadrados onde foi recolhido depois de decretada a sua prisão provisória, encolhido, os olhos postos sempre no chão, Roberto quase não fala, parece ausente. Aos policiais ele disse que temia a reação da família.

Ficou toda a carceragem de sobreaviso, por isso, quando a mãe foi visitá-lo na cadeia. A mulher, agricultora de 51 anos, não conseguiu emitir uma só palavra. Apenas abraçou o filho e chorou. “Foi o seu jeito de dizer que o perdoava”, interpretou o investigador Adilson Bento.

Opinião dos leitores

  1. acho q ele ñ deve ser condenado pq com certeza isso foi um ato de amor eu acho q nunca mais esse rapaz fara alguem sorrir pq ele ñ sabe mais o q e isso

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Lupi muda versão sobre conselheira que alertou fraude no INSS, e CPI vê contradições de ex-ministro

Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi, exonerado após a operação da Polícia Federal contra fraudes em descontos a aposentados, mudou a versão apresentada ao Congresso sobre o vínculo que possuía com a conselheira que o alertou sobre denúncias de esquema no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Em depoimento à Câmara, em abril, Lupi afirmou que Tônia Galetti, que integrava o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), era “uma amiga pessoal”. Ao ser perguntado sobre sobre sua “relação pessoal” com ela, durante testemunho à CPI do INSS, na segunda-feira, 8, disse não ter “nenhuma”.

O advogado de Lupi, Wálber Agra, afirmou que “o uso da expressão ‘amiga pessoal’ representou uma manifestação coloquial, arvorada em um tratamento genérico e informal proferido, costumeiramente, no dia a dia como pessoa pública”.

O ex-ministro também não convenceu integrantes do colegiado ao negar ter conhecimento sobre uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) que detectou beneficiários que sofreram descontos associativos sobre pagamentos mensais sem que tenham autorizado.

Segundo Lupi, todos os contatos da CGU sobre irregularidades nos descontos associativos foram feitos diretos ao INSS ou a órgãos técnicos. Nunca com ele.

Entretanto, a diretora de benefícios da CGU afirmou em depoimento à CPI que deu ciência sobre resultados da fiscalização à assessoria especial de controle interno do ministério. No organograma da pasta, essa assessoria é diretamente ligada ao ministro.

O advogado de Lupi afirmou que “o ministro não foi comunicado do recebimento do relatório da CGU pela assessoria especial de controle interno” da pasta.

Para integrantes do colegiado, a versão sobre a conselheira do CNPS e a informação sobre não ter tido acesso à auditoria da CGU são duas das “incongruências” de Lupi durante depoimento de mais de dez horas que terminou na madrugada desta terça.

Com isso, estudam chamá-lo novamente para esclarecimentos ou mesmo para uma acareação com técnicos da CGU. A expectativa é de mais um capítulo de desgastes ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujos aliados afirmam que irregularidades começaram na gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas trabalharam contra a instalação da CPI.

Presidente do PDT, Carlos Lupi chefiava a pasta quando a Polícia Federal e a CGU deflagraram a Operação Sem Desconto, que estimou em R$ 6,3 bilhões o total de cobranças irregulares de associações de aposentados, entre 2019 e 2024.

O presidente da CPI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que as versões de Carlos Lupi ao colegiado poderão motivar um novo convite.

“Podemos convidá-lo novamente se ele concordar em retornar. Ele será bem-vindo como convidado. Se não, nós podemos fazer a convocação e até mesmo uma acareação com as pessoas que foram citadas eh durante os depoimentos”, afirmou.

Durante a sessão da CPI, o ex-ministro Carlos Lupi ainda se negou a responder o motivo de não ter pautado no CNPS uma discussão sobre denúncias de fraudes no INSS, como o próprio registrou que faria.

Como ministro da Previdência, Carlos Lupi presidia o CNPS. Na reunião de 12 de junho, a conselheira Tônia Galetti fez um alerta sobre denúncias de fraudes em descontos a aposentados e pediu para que o tema fosse discutido.

Lupi negou a solicitação alegando que o tema não estava na pauta. Conforme a ata da reunião, ele “registrou que a solicitação era relevante, porém não havia condições de fazê-la de imediato, visto que seria necessário realizar um levantamento mais preciso.”

O então ministro então solicitou que o assunto ficasse para a reunião do mês seguinte, realizada em 27 de julho de 2023. Entretanto, o tema também não foi tratado. O assunto só entrou em discussão no CNPS em abril de 2024.

No depoimento à CPI do INSS, o ex-ministro negou responsabilidade sobre as fraudes e disse que agiu nos limites de suas atribuições. Segundo ele, o INSS é órgão autônomo e não estava sob seu controle direto. Por isso, são os ex-gestores que devem apresentar explicações.

Veja as contradições e divergências:

Em abril, à Comissão de Previdência e Assistência Social Câmara, Carlos Lupi afirmou que Tônia Galleti era ‘amiga pessoal’; na CPI do INSS, disse que não tinha nenhuma relação pessoal com ela.

O que Lupi disse em abril de 2025:

“Quando tivemos a primeira fala, e não uma denúncia, dentro do Conselho Nacional de Previdência Social — como eu disse, temos três conselhos —, que trata de todas as diretrizes da Previdência Social, com discussões e debates, uma conselheira, que inclusive é minha amiga pessoal, a Dra. Tonia, falou: ‘Olha, está crescendo muito em umas instituições o número de filiados. Nós temos que olhar isso. Não pode ser possível. Isso é fraude’. Ela falou isso no meio de uma reunião do conselho.”

O que Lupi disse à CPI?

“O senhor tem alguma relação com ela (Galleti)?“, perguntou o deputado Delegado Fábio Costa (PP-AL). ”Nenhuma”, respondeu Lupi.

“É uma maneira que o carioca tem de se aproximar das pessoas, não é porque tem uma amizade com a pessoa, nem porque seja irmão de sangue da pessoa, é uma maneira como o carioca tem, leve… Quem vai ao Rio de Janeiro, quem é do Rio de Janeiro sabe disso. ‘Ó amigo’ ou ‘ó irmão’: a gente fala isso como um tratamento cotidiano.

A diretora de auditoria de previdência e benefícios da CGU, Eliane Viegas Mota, disse à CPI que o Ministério da Previdência foi comunicado sobre descontos não autorizados, por meio da assessoria especial de controle interno, setor diretamente ligado ao ministro.

O que disse Lupi?

“A CGU em algum momento procurou o senhor?”, perguntou o relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). “Todos os contatos da CGU foram feitos direto ao INSS ou para os órgãos técnicos, nunca comigo”, respondeu Lupi.

O que disse a diretora da CGU?

“E foi enviado isso também (o relatório) ao Ministério da Previdência?”, questionou Gaspar. “Foi encaminhado ao ministério da Previdência”, respondeu Mota. “À Assessoria Especial de Controle Interno”, completou.

Estadão Conteúdo

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Defesa diz que Cid já cumpriu toda a pena imposta pelo STF e pede liberdade

Foto: Ton Molina/STF

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de extinção de punibilidade, alegando que o militar já cumpriu a pena de dois anos de prisão que foi imposta pela Primeira Turma da Corte em decisão na última quinta-feira.

“Considerando a pena imposta foi de dois anos, e que, Mauro Cid está com restrição de liberdade havidos mais de dois anos e quatro meses, entre prisão preventiva e as cautelares diversas da prisão – desde maio de 2023, extinto está, fora de toda dúvida, o cumprimento da pena fruto da condenação que lhe foi imposta por essa Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal”, afirmaram os advogados.

O Globo

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NOVO RECORDE: Brasil tem 8 milhões de empresas inadimplentes, diz Serasa

Foto: Boonchai Wedmakawand/Getty Images

O Brasil bateu, em julho deste ano, o recorde histórico de empresas inadimplentes, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (12/9) pela Serasa Experian.

Ainda de acordo com a pesquisa, o valor médio das dívidas das empresas foi de R$ 3.302,30 em julho, a máxima histórica da série.

Em média, segundo a Serasa Experian, foram 7,3 dívidas por empresa. O valor total deste passivo chegou a R$ 193,4 bilhões, dos quais R$ 174 bilhões de pequenas e médias empresas.

Segundo a Serasa Experian, o setor de serviços é o que mais acumulou empresas inadimplentes em julho, com 54,1% do total. Na sequência, aparecem comércio (33,7%) e indústria (8%).

Outras empresas, que incluem companhias do setor financeiro e do terceiro setor, corresponderam a 3,2%, enquanto o setor primário respondeu por 1% das companhias inadimplentes.

“As empresas têm contraído dívidas cada vez mais altas, muito por conta do ambiente de juros elevados e a concessão de crédito mais criteriosa, o que deixa o ambiente mais restritivo para renegociações de dívidas e prazos”, explica a economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian.

Metrópoles

 

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Primeira noite do 3º Mar de Fé tem recorde de público e segurança reforçada em Extremoz

A atração da noite, a cantora gospel Valeska Mayssa, trouxe milhares de fiéis ao largo de eventos na entrada da cidade.

A cidade de Extremoz viveu uma noite de grande fé e celebração com o início da terceira edição do Mar de Fé, um dos maiores eventos gospel da região metropolitana de Natal e do Rio Grande do Norte. A primeira noite, realizada nesta quinta-feira (11), atraiu uma multidão de mais de 50 mil fiéis, consolidando o evento como um marco no calendário da cidade.

Estrutura e Segurança

Para garantir o conforto e a segurança dos participantes, a Prefeitura de Extremoz preparou uma estrutura robusta. A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou ambulâncias equipadas, prontas para qualquer tipo de ocorrência. A segurança pública também teve um papel fundamental, com um efetivo de quase 50 policiais militares e rodoviários estaduais, além de mais de 20 bombeiros civis, que patrulharam a área do evento, prevenindo acidentes e garantindo a tranquilidade de todos.

A Prefeita de Extremoz, Jussara, expressou sua emoção com a participação massiva do público. “É muito lindo e gratificante ver essa multidão clamando por Jesus. Nosso objetivo é consagrar a nossa cidade e, a partir desse momento, Extremoz sai ainda mais abençoada”, declarou. A prefeita também reforçou o convite para que mais pessoas participem dos próximos dias do evento.

A emoção e a fé marcaram a apresentação da cantora gospel Valeska Mayssa, que se disse “contagiada pela unção do povo dessa cidade linda e desse evento grandioso”. A Missionária Aline também ressaltou a importância do evento, destacando o crescimento de Extremoz e o apoio da gestão municipal à comunidade evangélica.

Programação e Transmissão Ao Vivo

O 3º Mar de Fé continua até o próximo sábado, dia 13. A programação gospel conta com uma diversidade de artistas renomados.

SEXTA-FEIRA (12)

17h00 – Banda Monte de Deus
19h00 – Kaline Araújo & Banda
21h50 – Cassiane
23h20 – Banda COMIPE
00h20 – Pastora Fabíola & Banda
01h20 – Congregação Shekinah

SÁBADO (13)

17h00 – Banda Lagoinha
18h50 – Banda Izolda Pontes
20h30 – Rafaella Marçal
22h30 – Samuel Mariano
00h10 – Vigília – Banda Igreja Redenção

Para quem não puder comparecer presencialmente, o evento tem transmissão ao vivo pelo canal oficial da Prefeitura de Extremoz no YouTube. Acesse e acompanhe: https://www.youtube.com/@PrefeituradeExtremozRN

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Assembleia Geral da ONU apoia futuro Estado palestino, mas sem o Hamas; ‘Vergonhoso’, diz Israel

Foto: NYT

A Assembleia Geral da ONU adotou, nesta sexta-feira, a “Declaração de Nova York”, que visa dar um novo impulso à solução de dois Estados para Israel e Palestina, mas exclui a participação do Hamas. O texto, apresentado por França e Arábia Saudita, foi adotado por 142 votos a favor, 10 contra (incluindo Israel e seu principal aliado, Estados Unidos) e 12 abstenções. Israel, por sua vez, disse que declaração é “vergonhosa”.

Embora Israel critique há quase dois anos os organismos das Nações Unidas por sua incapacidade de condenar o ataque do movimento islamista palestino ao território israelense em 7 de outubro de 2023, a declaração é clara.

“Condenamos os ataques perpetrados em 7 de outubro pelo Hamas contra civis” e o “Hamas deve libertar todos os reféns” ainda sob seu poder em Gaza, afirma. Mas a declaração, respaldada pela Liga Árabe e assinada em julho por 17 países durante a primeira parte de uma das conferências da ONU sobre a solução de dois Estados, vai além.

“No contexto da finalização da guerra em Gaza, o Hamas deve deixar de exercer sua autoridade sobre a Faixa de Gaza e entregar suas armas à Autoridade Nacional Palestina, com o apoio e a colaboração da comunidade internacional, em conformidade com o objetivo de um Estados palestino soberano e independente”, sinaliza o texto.

Dos países europeus, a Hungria foi o único que se opôs à declaração, e a República Tcheca se absteve. Todos os outros países europeus votaram a favor.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel escreveu nas redes sociais que “rejeita totalmente a decisão”, e chamou a Assembleia Geral de “um circo político desligado da realidade”. “Não há referência ao simples fato de que o Hamas é o único responsável pela continuação da guerra, por sua recusa em devolver os reféns e se desarmar”, acrescentou a declaração, dizendo que a resolução “encoraja o Hamas a continuar a guerra”.

A votação antecede uma próxima cúpula da ONU copresidida por Riade e Paris em 22 de setembro em Nova York, na qual o presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu reconhecer formalmente o Estado palestino.

— O fato de que a Assembleia Geral finalmente apoie um texto que condena diretamente o Hamas é significativo, embora os israelenses digam que é pouco demais e tarde demais — afirmou Richard Gowan, do International Crisis Group, à AFP. — Agora, pelo menos, os Estados que apoiam os palestinos podem refutar as acusações israelenses segundo as quais apoiam implicitamente ao Hamas. Isto oferece um escudo contra as críticas de Israel.

Além da França, outros países anunciaram sua intenção de reconhecer formalmente o Estado palestino durante a semana da Assembleia Geral da ONU, que começa em 22 de setembro. O gesto é visto, além disso, como uma forma de aumentar a pressão sobre Israel para que encerre a guerra em Gaza.

O Globo

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Estudante do ES é preso em flagrante pela PF por ameaçar matar deputado federal Nikolas Ferreira

Imagem: reprodução

Um estudante foi preso em flagrante nesta quinta-feira (11) pela Polícia Federal por ameaçar de morte nas redes sociais o deputado federal mineiro Nikolas Ferreira (PL). A ação aconteceu no interior do Espírito Santo.

A cidade onde ocorreu a prisão e a identidade do preso não foram divulgadas pela PF.

Segundo a PF, um inquérito foi instaurado para apurar outros fatos relacionados ao investigado, bem como a eventual participação de terceiros no crime.

Ainda de acordo com o órgão, a prisão ocorreu após representação do parlamentar pela continuidade das investigações e pela persecução penal do crime de ameaça.

Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo delito de ameaça (art. 147 do CP) foi lavrado e o preso, que contava com assistência de advogado, foi liberado após o procedimento, mediante compromisso de comparecer ao Poder Judiciário.

Ameaças nas redes

A postagem feita pelo estudante foi publicada na véspera de uma viagem programada do deputado ao estado.

O próprio deputado disse que era perseguido pelo jovem desde 2023 e compartilhou algumas ameaças recebidas e como: “Nikolas eu vou te matar a tiros”.

Em outras postagens feitas por Nikolas, o deputado apontou que o preso era estudante de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), informação confirmada pela universidade.

A conta do estudante mencionado pelo deputado foi encerrada no X, antigo Twitter.

A Universidade Federal do Espírito Santo publicou nas redes sociais uma nota após a prisão do estudante.

“A Administração Central da Ufes afirma que repudia qualquer tipo de manifestação que incite à violência, ao ódio ou à discriminação expressa por qualquer meio ou veículo, incluindo as plataformas digitais. Denúncias, para serem formalizadas, devem ser encaminhadas à Ouvidoria da Universidade pelo endereço http://falabr.cgu.gov.br, que adotará as providências legais cabíveis.”, publicou no X, antigo Twitter.

A Universidade disse ainda que a prisão não foi feita dentro do campus. Declarou que ao tomar conhecimento dos fatos, autuou um processo e encaminhou para a Diretoria de Prevenção, Mediação de Conflitos e Correição, unidade competente para apuração dos fatos e adoção das providências cabíveis. Somente após essa investigação será possível definir os encaminhamentos.

O preso foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em São Mateus, no Norte do estado, para a lavratura dos procedimentos de polícia judiciária. O g1 não conseguiu localizar a defesa do estudante, espaço segue aberto para posicionamento.

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Corte militar vai se manifestar sobre perda de patente de Bolsonaro e STF ainda pode julgá-lo por coação

Foto: Marcos Corrêa/PR

Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela trama golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda será alvo de um procedimento no Superior Tribunal Militar (STM) que pode perder a patente no Exército, instituição da qual é capitão da reserva.

Após a condenação pela trama golpista se tornar definitiva, o STF vai comunicar o resultado ao Superior Tribunal Militar (STM) para decidir sobre declaração de indignidade do oficialato de Bolsonaro.

A declaração, se aprovada, significa exclusão das Forças Armadas, com perda de posto e patente.

A declaração vale para penas de prisão superiores a dois anos.

O STM não vai decidir sobre o crime em si ou as circunstâncias do ocorrido, mas sim avaliar se a indignidade para o oficialato pode ser aplicada à situação.

Assim como outros efeitos civis da condenação, esta declaração depende do esgotamento de recursos.

Indiciamento por coação

Além disso, Bolsonaro foi alvo de outras investigações que podem levá-lo novamente ao banco dos réus no Supremo Tribunal Federal.

No mês passado, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente e o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe de Estado.

Os investigadores viram elementos de que Bolsonaro e o deputado buscaram atrapalhar o processo do golpe, no qual o ex-presidente e outros sete aliados foram condenados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (11).

A PF teve acesso a trocas de mensagens em um celular apreendido com Jair Bolsonaro. Segundo o relatório, o material demonstra que o ex-presidente fez “intensa produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em afronta à medida cautelar anteriormente imposta”.

Para os investigadores, o ex-presidente e o filho atuaram para atrapalhar as investigações, inclusive com atuação junto ao governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

A Procuradoria-Geral da República não apresentou uma denúncia sobre esse caso. Se entender que não há elementos para isso, o órgão pode propor o arquivamento do caso.

g1

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Geral

VÍDEO: Calote do Governo do RN pode desligar tornozeleiras eletrônicas de apenados

No programa de hoje, BG voltou a criticar o Governo do RN por colocar em risco a segurança pública. O Estado descumpriu um acordo judicial e não pagou a empresa responsável pelas tornozeleiras eletrônicas. A prestadora já ameaça cortar o sinal na próxima segunda-feira. Sem o sistema, presos do semiaberto e investigados em medidas cautelares ficam, na prática, sem qualquer controle. Um verdadeiro “liberou geral” bancado pela incompetência do Governo.

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Rafael Motta recebe alta hospitalar em São Paulo

O ex-deputado federal Rafael Motta recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (11), após passar por internação e várias cirurgias em razão do acidente cidente de kitesurfe sofrido no dia 22 de agosto.

Rafael deixou o hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde estava internado, caminhando e totalmente consciente, após avaliação da equipe médica que acompanhou sua recuperação.

“A alta chegou! 🙌🏼 Estou imensamente grato por ter superado esse desafio com a ajuda incrível de todos vocês, da equipe médica, com a força da fé e da esperança. Agora, é hora de seguir em frente na recuperação e, em breve, estarei de volta ao RN”, escreveu Rafael, celebrando o momento em seu perfil no Instagram.

Rafael ainda seguirá em São Paulo, seguindo as orientações médicas para garantir uma reabilitação completa, com previsão de breve retorno ao estado.

Com informações de g1-RN

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Geral

Homem preso por matar Charlie Kirk é jovem de 22 anos e confessou o crime, diz polícia

Foto: Governo do Utah via AP

O jovem americano Tyler Robinson, 22, preso por suspeita de assassinar o ativista americano Charlie Kirk em uma universidade de Utah, era estudante e filho de um veterano da polícia.

Tyler é o mais velho de uma família com três filhos homens. Parte da rotina dele era publicada pela mãe, Amber Jones Robinson, nas redes sociais.

Ele morava no condado de Washington, a mais de 400 quilômetros do local do crime. A prisão dele aconteceu na cidade de St.George, no condado de Washington, em Utah.

O jovem estudava na Universidade Estadual de Utah e tinha um bom desempenho escolar, segundo a imprensa americana. Ele estaria na instituição com uma bolsa de estudos, segundo informações preliminares.

Tyler tinha comentado sobre ida de Charlie Kirk a Utah pouco antes do crime. Segundo o governador, familiares afirmaram que, na ocasião, Robinson disse que Kirk era “cheio de ódio e espalhava o ódio”.

Estojo de bala encontrada com a arma usada no crime tinha a frase: “Ei, fascista, pegue isso!”. Segundo o governador de Utah, Spencer Cox, outras duas frases foram encontradas em uma munição não disparada: “Se você está lendo isso, você é gay” e “Bella Ciao”, frase presente em uma canção italiana antifascista.

Pai entregou Tyler

O suspeito teria confessado o crime ao pai, que é um veterano do Departamento do Xerife do Condado de Washington. O homem o manteve em custódia com ajuda de um pastor até a chegada da polícia.

Pai também reconheceu o filho nas fotos divulgadas pelas autoridades. Segundo a polícia, o pai do possível atirador entrou em contato com um líder religioso, que ajudou na mediação até a entrega de Tyler.

Governador de Utah agradeceu aos pais do suspeito. “Eu quero agradecer aos familiares dele, que fizeram a coisa certa e o entregaram”, afirmou Spencer Cox.

Trump quer pena de morte

Presidente dos EUA afirmou que “espera pena de morte” para o caso. “Eles têm pena de morte em Utah e há um ótimo governador lá. Ele é bem favorável à pena de morte neste caso”, afirmou Donald Trump.

UOL

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