A Fifa anunciou neste sábado que o seu Comitê Disciplinar vai investigar os gestos de Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri nas comemorações dos gols da Suíça na vitória sobre a Sérvia por 2 a 1, na sexta-feira, pelo Grupo E da Copa do Mundo. Ambos os jogadores, que tem origem em Kosovo, fizeram referência à bandeira da Albânia após marcarem os gols suíços.
As comemorações geraram rápida polêmica, ao fim da partida. A imprensa da Suíça, da Albânia e de Kosovo repercutiram os gestos neste sábado. E sérvios se mostraram indignados com os gestos. Xhaka e Shaqiri festejaram seus gols com as duas mãos formando uma águia sobre o peito. A ave aparece na bandeira albanesa.
A Fifa não informou quando o procedimento disciplinar será finalizado. E nem estabeleceu previsão de punição. A entidade condena qualquer manifestação política em campo. A seleção da Suíça não foi denunciada no caso.
Xhaka nasceu na Basileia, mas seus pais são de Kosovo. Seu pai foi preso político da ex-Iugoslávia por três anos e meio. Em 1986, ele participou de manifestações contra o governo comunista de Belgrado, hoje capital da Sérvia. O irmão de Xhaka também é jogador de futebol e defende a seleção da Albânia.
Shaqiri é de Kosovo. A Suíça ainda conta com um terceiro kosovar, o volante Behrami, que anulou Neymar no empate por 1 a 1 com a seleção brasileira. O meio-campista Blerim Dzemaili completa o quarteto “estrangeiro”, pois é da Macedônia.
A maioria do povo kosovar é de origem albanesa. A região de Kosovo fica dentro do território da Sérvia e declarou independência em 17 de fevereiro de 2008. Os sérvios não reconhecem a independência e consideram Kosovo como parte do país.
Estadão Conteúdo
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