É impressionante a virulência verbal do advogado, ex-deputado e atual secretário-chefe do Gabinete Civil do Governo do Estado, Paulo de Tarso Fernandes. Em entrevista ao jornal O POTI, Fernandes volta à cena para disparar, em todas as direções, acusações bastante graves.
A mais delas diz respeito à atuação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), a quem acusa de ser “caudatária” dos interesses da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e representante dos interesses das indústrias de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Em poucas palavras, o secretário-chefe do Gabinete Civil da governadora desqualifica todo um trabalho realizado pela FIERN ao longo de sua história. É, como se, para Paulo de Tarso Fernandes, a FIERN jamais tivesse contribuído para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.
Toda esta virulência e desatino se devem ao fato de que a FIERN, segundo o atual ocupante do Gabinete Civil, se opôs ao projeto Import, proposto pelo atual Governo e derrotado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Assembleia Legislativa.
No caso do leilão das dívidas, proposto pelo Governo para pagar, com descontos, dívidas do Estado do Rio Grande do Norte, sobrou para a CCJ, que emendou a proposta feita pela atual administração estadual. Fernandes disse que a CCJ é controlada pela oposição e que a Comissão piorou a proposta do governo e que que não sabe “a que lobby” a CCJ cedeu para fazer a mudança.
Na mesma entrevista, o secretário e porta-voz do governo diz que as greves dos servidores são políticas. Diz que o governo tem desafiado elites empresarias e setores políticos derrotados nas eleições passadas e assegura: “O governo legítimo é o que está no poder”.
Fernandes é o mesmo que já chamou convênios firmados pelo governo anterior de “farra eleitoral”, que chamou os deputados de “irresponsáveis” por terem aprovados os planos de cargos e salários dos servidores e que classificou greves de “inócuas e inúteis porque não produzem dinheiro”.
Com um porta-voz desses, não é de se admirar que o governo tenha perdido, em apenas seis meses, a capacidade de interlocução e a aprovação da maioria da população.
Comente aqui