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ALARMANTE: O que ‘sinal de OK’ retratado como racista nas redes sociais revela sobre a ‘cultura de cancelamento’

Emmanuel Cafferty comemorou com as filhas e os netos o emprego ? que perdeu depois de cancelamento no Twitter. Foto: Arquivo Pessoal

No último dia 3 de junho, o americano Emmanuel Cafferty, de 47 anos, voltava para casa depois de mais um dia de trabalho. Sua rotina era passar entre 8 e 12 horas diárias em inspeções na rede subterrânea de gás e eletricidade da cidade de San Diego, na Califórnia. Era fim de tarde e fazia calor. No volante da caminhonete da empresa, ele mantinha a janela aberta, o braço esquerdo pendendo sobre a porta do veículo. Segundo Cafferty, ele estalava as juntas dos dedos da mão esquerda com displicência, o polegar alongando os demais dedos em direção à palma da mão, um tique que repetiu algumas vezes durante a entrevista com a BBC News Brasil.

“Foi nesse momento que um homem desconhecido, com um celular e uma conta de Twitter, virou minha vida de cabeça pra baixo”, contou Cafferty.

Fazia apenas uma semana que George Floyd, um homem negro e desarmado, havia sido morto por um policial branco em Minneapolis. As imagens do assassinato de Floyd causaram o que tem sido considerada a maior onda de protestos populares contra o racismo nos Estados Unidos. Nesse contexto, o estalar de dedos de Cafferty acabou interpretado por um motorista de outro veículo como um gesto específico, um símbolo usado por movimentos supremacistas brancos.

“Esse homem começou a buzinar e me xingar. Ele gritava: “Você vai continuar fazendo isso?” E sacou o celular para fotografar. Achei que eu talvez tivesse fechado ele no trânsito, por acidente. Mas estávamos os dois parados no semáforo, eu não estava entendendo nada”, relata Cafferty.

Duas horas após o incidente, seu supervisor telefonou para dizer que ele havia sido denunciado como racista nas redes sociais e estava sendo suspenso do trabalho, sem vencimentos. Uma hora mais tarde, seus colegas chegaram à sua casa para levar a caminhonete e o computador da empresa embora. Cinco dias depois, ele estava demitido.

“Foi assim que eu perdi o melhor emprego que já tive na vida”, diz Cafferty. Sem faculdade, filho de migrantes mexicanos, ele vivia sua versão do sonho americano. Ganhava US$ 41 por hora, o dobro do salário de seu emprego anterior, e tinha plano de saúde e de aposentadoria pela primeira vez na vida. Quando conseguiu a vaga, há seis meses, ele, as três filhas e os netos saíram para jantar em comemoração.

OK ou supremacia branca?

De acordo com Cafferty, ele não tinha ideia que o gesto a ele atribuído, comumente associado a “OK” nos Estados Unidos, pudesse ter conotação racista.

De acordo com a Anti-Defamation League, uma organização centenária que combate discursos de ódio, o símbolo de “OK” foi adotado em 2017 por usuários racistas em fóruns online como o 4chan. A própria organização recomenda cuidado na interpretação do sinal.

“Na esmagadora maioria das vezes, o gesto significa consentimento ou aprovação. Por isso, não se pode presumir que alguém que faça o gesto o esteja usando em um contexto de racismo, a menos que exista outra evidência contextual para apoiar esse entendimento. Desde 2017, muitas pessoas foram falsamente acusadas de ser racistas ou supremacistas brancas por usarem o gesto no seu sentido tradicional e inócuo”, alerta a organização.

É exatamente o que teria acontecido a Cafferty. Ou pior. “No meu caso, nem era um símbolo, só estava estalando os dedos. Mas um homem branco interpretou como um gesto parecido com OK, que seria racista e disse isso a meus chefes, também brancos, que decidiram acreditar nele, não em mim, que não sou branco”, afirmou exasperado, enquanto esfregava os braços para mostrar a cor de sua pele.

O autor da fotografia e do primeiro post contra Cafferty admitiu à equipe local da emissora americana NBC que pode ter exagerado na interpretação que fez do suposto gesto e que, apesar de ter marcado a empresa em que Cafferty trabalhava em seu post, não queria que ele fosse demitido. O usuário apagou a mensagem original e a própria conta de Twitter. Mas já era tarde, o post havia viralizado, o emprego estava perdido. A BBC News Brasil não conseguiu localizar o autor do primeiro post.

“Uma multidão de Twitter me cancelou. Já liguei para todos os meus ex-empregadores nessas seis semanas desde que aconteceu o episódio e ninguém me retorna. A primeira coisa que um empregador faz na hora de contratar é jogar seu nome no Google. O meu ficou ligado a esse episódio, não importa se estou certo ou não. Não sei como vou seguir a vida daqui pra frente”, desabafa. Ele tem tido que fazer terapia semanalmente para lidar com a dor e o medo que tem sentido.

Multidão online, efeitos offline

O caso de Cafferty é emblemático do que tem sido considerado um efeito colateral perigoso da cultura do cancelamento. O movimento começou, há alguns anos, como uma forma de chamar a atenção para causas como justiça social e preservação ambiental, uma maneira de amplificar a voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras públicas.

Funciona assim: um usuário de mídias sociais, como Twitter e Facebook, presencia um ato que considera errado, registra em vídeo ou foto e posta em sua conta, com o cuidado de marcar a empresa empregadora do denunciado e autoridades públicas ou outros influenciadores digitais que possam amplificar o alcance da mensagem. É comum que, em questão de horas, o post tenha sido replicado milhares de vezes.

A cascata de menções a uma empresa costuma precipitar atitudes sumárias para estancar o desgaste de imagem, sem que a pessoa sob ataque possa necessariamente se defender amplamente.

“No meu caso, eles me ouviram uma vez e logo já me demitiram. Fica parecendo que concluíram que eu era racista mesmo”, afirma Cafferty. A BBC News Brasil procurou a empresa SDG&E, onde ele trabalhava, mas não obteve retorno até a conclusão desta reportagem. Em resposta às denúncias de usuários contra Cafferty no Twitter, a empresa afirmou que “acredita firmemente que não há espaço na sociedade para discriminação de qualquer tipo” e que havia iniciado uma investigação sobre a conduta do funcionário”.

O cancelamento é mais do que a trollagem típica de internet, eventualmente com insultos coordenados, frequente em disputas de opinião entre usuários das redes. É um ataque à reputação que ameaça o emprego e os meios de subsistência atuais e futuros do cancelado. Extremamente frequente nos Estados Unidos, ela hoje abate anônimos, gente comum como Cafferty.

“Você pode ser cancelado por algo que você disse em meio a uma multidão de completos estranhos se um deles tiver feito um vídeo, ou por uma piada que soou mal nas mídias sociais ou por algo que você disse ou fez há muito tempo atrás e sobre o qual há algum registro na internet. E você não precisa ser proeminente, famoso ou político para ser publicamente envergonhado e permanentemente marcado: tudo o que você precisa fazer é ter um dia particularmente ruim e as consequências podem durar enquanto o Google existir”, definiu o colunista do The New York Times Ross Douthat em uma coluna sobre cancelamento há alguns dias.

O fenômeno acontece também no Brasil, mas frequentemente tem como alvo famosos. Um exemplo recente de cancelamento foi o da blogueira Gabriela Pugliesi. Depois de postar imagens de uma festa que deu em sua casa, em abril, em meio a uma quarentena por conta da epidemia de coronavírus, uma multidão online passou a cobrar as marcas que a patrocinavam para que rescindissem os contratos de publicidade com ela. Pugliesi perdeu pelo menos cinco contratos e seu prejuízo teria superado os R$ 2 milhões.

Injustiças no movimento por justiça social?

O alcance da cultura do cancelamento nos Estados Unidos tem gerado questionamentos sobre a possibilidade de que injustiças sejam cometidas.

Cafferty não é um caso único. No fim de maio, um pesquisador contratado por uma consultoria política progressista compartilhou no Twitter o resultado de um estudo que indicava que, nos anos 1960, protestos raciais violentos aumentavam o percentual de votos em candidatos republicanos, enquanto atos pacíficos favoreciam políticos democratas nas urnas. Ativistas consideraram que seu comentário era uma reprimenda aos atos pela morte de George Floyd e passaram a exigir sua demissão. O pesquisador foi demitido dias mais tarde.

No último mês, uma professora de teatro em Nova York foi acusada de ter cochilado durante uma reunião online para tratar de ações por justiça racial no curso. Uma petição assinada por quase duas mil pessoas pede sua demissão, acusando-a de racista. A professora nega e alega que apenas descansava as vistas olhando momentaneamente para baixo quando a foto foi feita.

No começo de junho, um migrante palestino, dono de uma rede de padarias que emprega 200 pessoas em Minnesota, se tornou alvo depois de serem encontrados — e divulgados — na internet posts racistas e antissemitas de sua filha, adolescente quando os escreveu. Apesar de ter demitido a filha, hoje adulta, da empresa, seus compradores cancelaram os contratos e ele perdeu linhas de crédito. O negócio pode não sobreviver.

Diante do que qualificaram como “atmosfera sufocante”, um grupo de 150 jornalistas, intelectuais, cientistas e artistas, considerados progressistas, resolveu publicar, na Harper’s Magazine, há duas semanas, um texto intitulado “Uma carta sobre Justiça e Debate Aberto”. Assinada por nomes de peso, como o linguista Noam Chomsky, os escritores J.K. Rowling e Andrew Solomon, a ativista feminista Gloria Steinem, a economista trans Deirdre McCloskey, e o cientista político Yascha Mounk, a carta afirma que “a livre troca de informações e ideias, força vital de uma sociedade liberal, tem diariamente se tornado mais restrita. Enquanto esperávamos ver a censura partir da direita radical, ela está se espalhando também em nossa cultura: uma intolerância a visões opostas, um apelo à vergonha pública e ao ostracismo e a tendência de dissolver questões políticas complexas com uma certeza moral ofuscante”.

Na mesma toada, uma das editoras de opinião do jornal The New York Times, Bari Weiss, se demitiu essa semana por meio de uma carta aberta, na qual acusa a publicação de promover um “novo macartismo”, em referência à patrulha ideológica anticomunista dos anos 1950 nos Estados Unidos. “Artigos publicados com facilidade há apenas dois anos, agora colocariam um editor ou autor em apuros. Isso se ele não for demitido. Se um texto é percebido como provável fonte de reação interna ou nas mídias sociais, o editor sequer o publica”, escreveu Weiss, contratada pelo New York Times pouco depois da eleição de Trump em 2016, em um esforço para amplificar a diversidade de vozes no diário..

A demissão de Weiss acontece semanas após a de seu chefe, James Bennet, que optou por publicar um artigo do senador republicano Tom Cotton que defendia o uso do Exército americano para reprimir as manifestações pelos direitos dos negros. O artigo foi considerado “fora dos padrões” pelo New York Times.

Em um artigo para a revista The Atlantic, em que cita o caso de Cafferty, o cientista político Yascha Mounk explica porque assinou o manifesto. Mounk aplaude o que chama de “nova determinação americana” para desenraizar preconceitos da sociedade. “No entanto, seria um erro enorme, especialmente para aqueles que se importam com justiça social, considerar o que aconteceu com Cafferty como um detalhe menor ou o preço a ser pago pelo progresso”, escreveu Mounk.

A resposta à carta dentro do movimento progressista não tardou. Um grupo de jornalistas, artistas e intelectuais acusou os autores da primeira carta de, do alto de seu sucesso profissional e posição confortável no mercado, ignorar as dificuldades de minorias, como negros e população LGBT, no debate público no mundo acadêmico, nas artes, no jornalismo, no mercado editorial.

“Os signatários, muitos deles brancos, ricos e dotados de plataformas enormes, argumentam que têm medo de ser silenciados, que a chamada cultura do cancelamento está fora de controle e que eles temem por seus empregos e pelo livre intercâmbio de ideias, ao mesmo tempo em que se manifestam em uma das revistas de maior prestígio do país”, afirmam os signatários do novo documento, intitulado “Uma carta mais específica sobre Justiça e debate aberto”. Alguns dos apoiadores do texto preferiram ficar anônimos, citando apenas a instituição em que trabalham, por medo de represálias.

Os autores citam ainda nominalmente alguns de seus antagonistas: mencionam que J.K. Rowling esteve recentemente envolvida em um debate sobre a palavra “mulher”. Ao comentar um texto que mencionava “pessoas que menstruam”, ela afirmou: “Se sexo biológico não é real, a realidade vivida por mulheres globalmente é apagada. Eu conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo (biológico) remove a capacidade de muitas pessoas discutirem o significado de suas vidas. Falar a verdade não é discurso de ódio”. Sua afirmação foi considerada transfóbica e duramente criticada. Os autores da segunda carta dizem ainda que negros e trans que assinaram a primeira carta serviram como álibi para os brancos signatários não serem considerados racistas.

A disputa política em torno da questão deve ser longa e aguerrida. Alheio à ela, Cafferty tenta recuperar seu emprego. Ele está processando a empresa onde trabalhava e o homem que o fotografou, mas não há expectativa de que haja uma veredicto para a questão em menos de um ano. Cafferty se diz simpático aos movimentos por justiça racial, mas afirma nunca ter tido qualquer atuação política ao longo da sua vida. “Nem conta de Twitter eu tinha até ser cancelado”, diz.

UOL, com BBC

Opinião dos leitores

  1. Essa história de racismo já chegou em nível de radicalismo tal que vai aumentar somente a violência urbana e respingar sob todos nós , lamentavelmente. Temos que formar essa cultura de respeito racial mútuo nas escolas com nossas crianças e adolescentes. É um trabalho de médio e longo prazo.O resto por enquanto a justiça resolve , somos todos iguais !

  2. Esse povo usa qualquer coisa pra relacionar o racismo e a politica. Esse tipo de conduta vai provocar novos preconceitos, atrasos e violencia. Por isso nunca fui a favor de cotas que recriam os tribunais raciais. Estao plantando algo pessimo para o futuro, talvez pior que o passado. Moralismo com cara de politica oportunista e destrutiva.

    1. Com Ctza não é negro pois se fosse já estaria chato pra nao dizer imoral.

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Saúde

Brasil bate recorde histórico de casos de dengue com 1,8 milhão em menos de três meses

Imagem: NIAID

O Brasil registrou 1.889.206 casos prováveis de dengue somente nas primeiras onze semanas de 2024, de acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde divulgados nesta segunda-feira (18). É o maior número de casos registrados em um ano desde 2000, quando o número começou a ser contado.

São 561 óbitos pela doença, com outras 1.020 mortes sendo investigadas para saber se há ou não relação com a dengue.

Para cada 100 mil habitantes, o número do coeficiente de incidência de arboviroses está em 930,4. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera epidemia quando esse parâmetro é superior a 300.

No país, desde o começo do ano, Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal já decretaram emergência pela dengue.

Entre homens e mulheres, a porcentagem de pessoas possivelmente infectadas corresponde a 44,5% e 55,5%, respectivamente. Ainda, a faixa etária com mais registros de casos prováveis do vírus é a de 20 a 29 anos.

Em números absolutos, Minas Gerais segue como o estado com o maior número de casos, com 627.307 diagnósticos prováveis. Na sequência, estão São Paulo (361.209), Paraná (179.174), Distrito Federal (157.250), Rio de Janeiro (140.593), Goiás (103.057) e Espírito Santo (70.129).

O número de infecções por dengue neste ano já ultrapassou o total de casos de 2023, que registrou 1.658.816. Vale destacar que o recorde anterior de casos prováveis do vírus, em relação ao número de infectados atual, ocorreu em 2015, com 1.688.688, conforme a série histórica do Ministério da Saúde.

CNN Brasil

 

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Turismo

VÍDEO: Natal apresenta projeto de revitalização da orla urbana ao segmento turístico

O projeto de revitalização da orla urbana de Natal, que inclui melhorias nas praias dos Artistas, do Meio e do Forte, foi apresentado na sexta-feira (15), no salão nobre do Palácio Felipe Camarão, a diversas entidades que compõem o trade turístico do município.

De acordo com a Prefeitura de Natal, o projeto prevê intervenções a partir da avenida Nilo Peçanha, passando pela avenida Getúlio Vargas e culminando na avenida Café Filho, onde serão feitas as obras de revitalização e requalificação da orla urbana da zona Leste.

Pelo projeto exposto, de acordo com a Prefeitura de Natal, a nova orla urbana manterá o atual sentido em relação ao fluxo de veículos. Os atuais quiosques cederão lugar a novos quiosques padronizados em uma área com todas as condições de funcionamento, inclusive com novos banheiros. Guarda-sóis fixos padronizados também serão instalados ao longo da Café Filho, que ainda terá lixeiras subterrâneas, uma inovação em Natal.

De acordo com a Prefeitura de Natal, haverá, ainda, um skate parque para competições nacionais e internacionais, passarelas acessíveis, estacionamento para buggys, a construção do Largo do Sol Nascente para eventos, campo de futebol, quadra de areia e uma quadra poliesportiva, além de um projeto paisagístico e nova iluminação pública.

A nova orla de Natal terá também um Centro de Apoio ao Turista e uma base da Guarda Municipal. Nas imediações do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), será instalada uma rotatória para ordenar o tráfego, pensando no embarque e desembarque no Huol, afora um novo estacionamento.

De acordo com a Prefeitura de Natal, o projeto total da obra está orçado em R$ 39 milhões. Na próxima segunda-feira (18), o prefeito Álvaro Dias dará a ordem de serviço para o início das obras que não demorarão mais do que 15 dias para serem iniciadas.

98 FM Natal

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Geral

Entidades cobram cumprimento da decisão judicial para desocupação de prédio em Petrópolis

Foto: José Aldenir/Agora RN

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal) se soma às entidades produtivas do Rio Grande do Norte em defesa do cumprimento da decisão judicial sobre a desocupação do terreno invadido pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), na Avenida Deodoro da Fonseca, no bairro Petrópolis. A decisão judicial de desocupação do prédio foi proferida pela justiça no dia 5 de fevereiro, com 15 dias de prazo para acontecer de forma voluntária. O período ultrapassou dos 30 dias e até o momento decisão não foi executada.

O terreno na Zona Leste foi tomado por integrantes do MLB/RN, na madrugada do dia 29 de janeiro. Segundo o movimento, a ação é um protesto contra a demora do Governo do Estado em entregar as casas prometidas do programa Pró-Moradia, que, conforme acordo, deveriam ter sido construídas em 2021.

“O descumprimento da decisão judicial é uma desobediência civil, gera insegurança jurídica e repercute negativamente tanto para a sociedade quanto para o ambiente de negócios e investimentos. O Judiciário exerceu seu papel, agora se faz necessário e urgente o cumprimento da lei”, informou a CDL Natal em nota.

Na decisão, para o juíz ficou provado pela Poti Incorporações, proprietária do imóvel, os requisitos legais para a concessão de liminar. A empresa demonstrou a posse através da certidão de registro imobiliário expedida pela 1ª. CRI (3º Ofício) de Natal, que comprova a propriedade e justo título, além da certidão de regularidade fiscal referente ao IPTU do imóvel.

“O Governo do Rio grande do Norte e a Prefeitura de Natal são partes neste litígio e precisam se posicionar.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal reforça que, para a promoção do bem comum social, esta demanda seja resolvida com celeridade”, reforça a CDL.

Em janeiro, em entrevista à Rádio Jovem Pan News, do Sistema Tribuna, a secretária Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe), Shirley Cavalcanti, reforçou que a Prefeitura chegou a propor a concessão de aluguel social aos membros do MLB antes da invasão, ainda no ano passado, mas a proposta foi recusada por lideranças do grupo.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

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Política

Lula veta ministros de anunciarem novos programas até “limparem” agenda

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Durante a primeira reunião ministerial do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu ordem para que nenhum novo programa seja anunciado pelo governo até que os ministros “limpem” de suas agendas ações pendentes.

Opinião dos leitores

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Política

Deputado federal do PT Lindbergh Farias comemora Dino ter sido sorteado como relator de recurso de Bolsonaro no STF: “Sem anistia!”

Imagem: reprodução/X

O deputado federal Lindbergh Farias (PT) comemorou o fato do ministro Flávio Dino ter sido sorteado como relator do recurso de Jair Bolsonaro no STF contra uma multa imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o condenou a pagar R$ 70 mil por impulsionamento irregular na Internet.

“Adivinha quem pegou o recurso de Bolsonaro no STF? FLÁVIO DINO! Não tem pra onde Bolsonaro correr! SEM ANISTIA!”, escreveu o parlamentar petista no X, antigo Twitter.

Opinião dos leitores

  1. Delação da Odebrecht: Lindbergh é suspeito de receber R$ 4,5 milhões de caixa 2. Preciso comentar?

  2. Tem nada não é só mandar a conta do pix que pagamos !!! Com a popularidade de Bolsonaro se alguns doar 10 centavos vai sobrar ☺️🇧🇷

  3. Deputado fim de carreira, comemorando quem foi sortiado para jugar Recurso de Bolsonaro. Cuidem vcs só tem lula na ponta, depois dele ja era a Esquerda Brasileira.

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Geral

MP junto ao TCU pede que tribunal apure interferência do governo Lula na Petrobras em decisão sobre dividendos

Foto: Ricardo Stukert

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou uma representação para que o órgão apure uma possível interferência indevida do governo Lula na Petrobras. No pedido, apresentado nesta segunda-feira, o MP indicou que decisões tomadas pela empresa podem ter sido afetadas por interesses da administração federal, como a opção por não pagar dividendos extraordinários aos acionistas.

“A decisão por não repassar dividendos aos acionistas, contrária às avaliações realizadas pela própria empresa e seu Conselho de Administração, aparentemente não observou as bases econômicas necessárias e visou atender opções do governo federal”, afirmou o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.

De acordo com o subprocurador, embora seja acionista majoritária, a União não pode interferir de modo excessivo nas decisões corporativas da Petrobras. Furtado destacou a vigência da Lei das Estatais, aprovada durante o governo Michel Temer com o objetivo de minimizar a interferência do governo efderal nas tomadas de decisão das empresas de economia mista.

“Considerando as competências constitucionais e legais atribuídas a este Tribunal, vejo que se mostra necessária a realização de fiscalização para que sejam apurados os indícios de descumprimento normativo aqui trazidos. Sabendo-se que a Petrobras pode ter tido prejuízos com as ingerências indevidas relatadas, cabe a este Tribunal exercer seu poder-dever de zelar pelo montante dos recursos da União envolvido”, afirmou.

Após a divulgação do seu balanço referente a 2023, a Petrobras comunicou a decisão de não realizar o pagamento de dividendos extraordinários. A decisão levou a uma quedade 10% no dia seguinte à publicação do documento, levando a uma considerável diminuição do valor de mercado da empresa.

No pedido feito ao TCU, o subprocurador-geral do MPTCU pediu que o Tribunal apure o descumprimento da Lie das Estatais e, em se confirmando os indícios de interferência, instaure uma tomada de contas especial para responsabilizar os eventuais envolvidos.

O Globo

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Golpe

Criminoso usa nome e foto do advogado Sebastião Leite para aplicar golpes pelo WhatsApp; Duas pessoas já foram vítimas

Criminoso vem usando foto e o nome do advogado Sebastião Leite para aplicar golpes pelo WhatsApp.

O golpista tem usado o número (84) 98634-7274 e solicitado valores em dinheiro para os contatos do advogado. Duas pessoas já foram vítimas.

Sebastião Leite pede que desconsiderem qualquer mensagem pedindo o que quer que seja.

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Judiciário

Flávio Dino será o relator no STF de recurso de Bolsonaro contra multa imposta pelo TSE

Foto: Sergio Lima/Poder 360

O ministro Flávio Dino vai relatar, no Supremo Tribunal Federal (STF), um recurso apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela coligação Pelo Bem do Brasil contra uma condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que impôs multa de R$ 70 mil a ambos.

A ação diz respeito ao impulsionamento de publicações na internet com críticas ao então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a campanha de 2022. Pela norma do TSE, o impulsionamento só é permitido para promoção própria, e o uso para ataque a adversários é proibido.

Flávio Dino fez parte do governo Lula durante o primeiro ano de gestão, quando chefiou o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele deixou o posto em janeiro deste ano e, em fevereiro, assumiu a vaga no STF.

Recurso de Bolsonaro

Ao condenar Bolsonaro e a coligação pela qual ele concorreu em 2022, o TSE entendeu que, além de impulsionar publicação com conteúdo proibido pela regra, o grupo também não identificou de forma clara os responsáveis pelas postagens, o que é obrigatório.

A multa foi fixada em R$ 70 mil porque corresponde ao dobro do valor gasto para o impulsionamento do conteúdo, que foi de R$ 35 mil.

A defesa de Bolsonaro e da coligação recorreu da decisão ao TSE, mas o pedido foi negado. Por isso, apresentou um novo recurso, que será analisado pelo STF.

Segundo os advogados, a multa fixada pela Corte Eleitoral é desproporcional ao dano causado e, por isso, defendem que o valor seja revisto.

g1

Opinião dos leitores

  1. Será que um dos principais requisitos da Magistratura, a imparcialidade, será observada???
    Alguém tem dúvida que ele, se receber o processo, irá negar provimento ao recurso???

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Política

Lewandowski trata de buscas por fugitivos de Mossoró em reunião ministerial com Lula

Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Um dos únicos ministros a falar na reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o primeiro escalão do governo nesta segunda-feira, 18, o chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, dedicou seu pronunciamento às buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró.

As buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, completaram um mês na semana passada. Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça foram os primeiros a escaparem de uma cadeia federal, sistema que existe desde 2006. Cerca de 500 agentes tentam recapturar os fugitivos, ligados ao Comando Vermelho (CV), mas fracassaram até agora diante das táticas usadas pelos detentos e pela geografia da caatinga potiguar.

Internamente, a percepção é de que o maior dano à imagem do governo não foi a fuga em si, mas a demora na recaptura incomoda. O caso expôs ainda problemas da unidade federal, que tinha câmeras desativadas e iluminação precária. Os homens escaparam pela estrutura da luminária, que foi quebrada, e cortaram grades externas com alicates.

A fuga no Rio Grande do Norte aconteceu poucos dias depois de Lewandowski assumir a Justiça após a saída de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF). Há policiais de diversos Estados, além de forças federais, procurando os fugitivos, mas nenhum deles foi recapturado até o momento. O caso se tornou um flanco para o governo na área de segurança pública.

Com informações do Estadão Conteúdo

Opinião dos leitores

  1. Governo de canalhas , a imundice a fedentina e o chiqueiro de porcos, nada dar certo nesse desgoverno do ex presidiário

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Economia

Pesquisa revela que maioria dos trabalhadores deseja liberdade para usar recursos do FGTS

Foto: Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo

Uma pesquisa conduzida pela ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e pela Zetta, associação de empresas de tecnologia financeira, revelou que a maioria esmagadora dos trabalhadores elegíveis ao saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deseja ter a liberdade de escolher quando utilizar os recursos do fundo.

A modalidade tem se mostrado relevante à população. Os dados, obtidos a partir de entrevistas com mais de 6,5 mil pessoas durante a primeira quinzena de março, indicam que 70% dos entrevistados ficariam insatisfeitos com o fim desse tipo de antecipação.

Os resultados também mostram que mais de 80% dos entrevistados querem ter a liberdade de usar o dinheiro do FGTS da maneira que considerarem mais conveniente.

Além disso, 90% deles consideram importante ou muito importante a possibilidade de acessar crédito emergencial por meio da antecipação do saque-aniversário do FGTS, sem comprometer sua renda mensal.

Recentemente, o FGTS corre o risco de ser extinto. Em fevereiro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que iria enviar ao Congresso Nacional uma proposta para acabar com a modalidade.

Opinião dos leitores

  1. O governo deveria baixar uma norma pro fgts ser pago diretamente ao empregado.
    Já imaginou?
    Um aumento salarial geral na iniciativa privada, sem um centavo de custo a mais para as empresas… o impacto que isso geraria na economia!

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