Judiciário

Anderson Miguel sofreu atentado seis meses antes de ser Assassinado e deixou carta com atual companheira

NOVO Jornal:

O ADVOGADO ANDERSON Miguel da Silva, o homem-bomba da Operação Hígia, estava mesmo com os dias contados. Ele, que foi assassinado a tiros no início do mês de junho, havia escapado da morte após sofrer um atentado na RN- 160, estrada que dá acesso à praia de Barra de Maxaranguape, no litoral Norte potiguar.

As informações foram repassadas com exclusividade ao NOVO JORNAL por sua ex-mulher, a empresária Jane Alves, que também revelou o conteúdo de uma carta, escrita pelo próprio Anderson, onde ele afirmava estar preocupado com “coisas referentes ao passado” e que estava “pagando um preço alto” por ter decido morar junto com Sebastiana Dantas, com quem manteve um relacionamento conjugal de quase dois anos antes de ser executado.

Segundo Jane Alves, o atentado sofrido por Anderson Miguel aconteceu na manhã do dia 27 de novembro do ano passado, quando um veículo desconhecido emparelhou ao lado do carro do advogado, na época um Pólo de cor prata, e de dentro dele um homem abriu fogo. Foram vários tiros. Três deles, a propósito, atingiram a lataria. Sebastiana Dantas, a atual mulher do advogado, também estaria no automóvel. As balas, no entanto, não atingiram ninguém.

Depois do ocorrido, o atirador desapareceu. Também não há pistas, até hoje, do veículo usado no atentado. Naquele mesmo dia, apesar do susto, Anderson Miguel não registrou boletim numa delegacia comum. Temendo que a notícia se espalhasse, uma vez que ele havia acabado de revelar à Justiça como funcionava todo o esquema de corrupção envolvendo o Governo do Estado e a sua própria empresa, a A&G, o advogado foi direto à Polícia Federal, onde comunicou o ocorrido.

A PF confirma que Anderson Miguel esteve lá, no ano passado, em duas oportunidades. Porém, não revela por quais motivos. Sobre as investigações que apuram seu assassinato, também não há informações a serem repassadas.

Mesmo assim, Jane Alves afirma, contundentemente, que foi indagada pelos delegados e que relatou a mesma história quando foi intimada a depor, logo após a morte do ex-marido.

Antes de chegar à PF e registrar que havia acabado de sofrer um atentado, Anderson Miguel, embora já separado, ligou para sua ex-mulher. E foi a própria Jane Alves quem contou à reportagem alguns detalhes do atentado sofrido pelo ex-marido.

“Ele ligou pra mim no finalzinho da manhã, dizendo que estava na beira da estrada e que havia acabado de sofrer um acidente. Sua voz tava muito tensa, nervosa. Então eu fi quei desesperada”, contou ela, lembrando que, naquela hora, Anderson não quis lhe contar detalhes do que tinha acontecido.

Pouco tempo depois, porém, o ex-marido voltou a fazer contato com Jane. Dessa vez ele não ligou, mas enviou uma mensagem pelo celular. Esta mesma mensagem, inclusive, continua armazenada até hoje no telefone dela. Embora o texto esteja repleto de erros ortográficos e gramaticais, vale aqui registrar, na íntegra, o que Anderson escreveu: “So tava brincando para aperiar vc. Mais ta tdo bem. Mandei limpar a piscina amanha ela ta limpa ok.kkk so para te zoar. Vai fi car tdo bem deus ta do nosso lado”.

Mesmo com a mensagem tentando tranquilizá-la, Jane Alves não acreditou na versão de que tudo tinha sido apenas uma brincadeirinha de mau gosto. Ainda angustiada, ela saiu de sua casa, em Capim Macio, e foi bater em Maxaranguape. Tudo para tirar aquela história a limpo. Dito e feito. “Assim que cheguei lá, fui direto ver o carro. Tinham três buracos de bala na porta. Aí ele teve que falar a verdade”, confirmou Jane Alves.

Questionada sobre a existência de alguma suspeita, sobre quem teria tentado matar Anderson Miguel, ou até mesmo se ela mesma desconfiava de alguém que quisesse vê-lo morto, Jane foi direta. Disse não ter a mínima ideia. “Sei tanto quanto você”, respondeu.

Ainda durante a conversa com a empresária, Jane Alves fez mais uma revelação. Trata-se de uma carta, escrita a punho pelo próprio Anderson Miguel.

Não há data, mas a ex-mulher garante que foi entregue a Sebastiana Dantas, a atual companheira, justamente no intervalo entre o atentado e a morte consumada do advogado.

Opinião dos leitores

  1. eu não entendo como uma pessoa consegue mentir tanto pois não houve atentado nenhum, e se houvesse realmente como so ex mulher sabia disso mim expliquem o cara era advogado como pode ter erros gramáticais essa mulher devia se juntar a Monteiro Lobato pois ele e cheia de historinhas

    1. Todos que vivenciamos e compartilhamos da vida de anderson nos últimos 2 anos sabiamos que ele estava muito feliz com seu novo relacionamento isso era notorio…ao não ser quando a ex começava com seus circos para prejudicar o casal,agora como pode ela ir pra frente do caixão do homem qui a menos de um mês antes da morte ela tinha pedido prisão e declarado uma guera contra ele?respondam que souber!!!

  2. O caso de Macaiba é completamente diferente do atual, de Anderson. Não foi por motivos politicos. Foi por motivos financeiros. Ele intermediava compra de gado em Goias/Mato Grosso… segundo a voz do povo, ele não pagou uma divida muito alta e o pessoal veio acertar a conta. Sou de Macaiba.

  3. Lembra daquele caso do advogado morto em Macaíba há uns 15 anos mais ou menos… Que até hoje não se descobriu o paradeiro dos assassinos… Tô achando esse caso muito enrolado e muito parecido com o caso de Macaíba.

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Saúde

Juliana Soares recebe alta após cirurgia de reconstrução facial

Foto: Reprodução

O Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN/Ebserh), divulgou nota na noite de segunda-feira (4) informando que a paciente vítima de tentativa de feminicídio, Juliana Garcia Soares, recebeu alta hospitalar após ser submetida com sucesso a uma cirurgia de reconstrução facial na sexta-feira (1).

De acordo com o hospital, a paciente deve seguir as recomendações repassadas pela equipe multidisciplinar em casa. Seu retorno para a próxima avaliação pós-cirúrgica está prevista ainda para este mês.

Na sexta-feira (1), quando concluíram os procedimentos, os médicos que participaram da cirurgia explicaram que essa primeira cirurgia foi considerada um sucesso, mas não descartam novas intervenções.

De acordo com o cirurgião-dentista Kerlison Paulino, que é especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, a cirurgia foi mais longa que o previsto por conta das inúmeras fraturas que Juliana Soares sofreu. A paciente foi espancada e levou 61 socos no rosto sem a mínima chance de defesa. “Teremos um longo acompanhamento a partir desse momento porque a gente considera que ela precisa dar uma sequência nesse tratamento. Vamos reavaliando, não descartamos também uma segunda possibilidade de intervenção”, disse.

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Geral

Povo do atraso reaparece em nova obra, mas com velho enredo, para tentar travar o Parque Linear

Foto: Divulgação 

A reestreia da Procuradora Marjorie Madruga no debate público sobre a orla de Natal e seus ativos naturais acontece com um novo alvo, mas com o mesmo roteiro. Desta vez, é o Parque Linear que entra na mira. O discurso se repete: insinuações de falta de diálogo, ausência de projeto, ausência de transparência. Mas, como já se viu no passado recente, a realidade é bem mais concreta do que a retórica sugere.

O histórico da procuradora é emblemático. Durante o processo de licenciamento da obra de engorda de Ponta Negra, ela alegou que não houve consulta pública — mesmo tendo comparecido pessoalmente a uma audiência promovida pelo Idema. À época, seu posicionamento causou ruído institucional e, na prática, tentou atribuir ao órgão estadual a obrigação de realizar etapas já devidamente cumpridas. A intenção parecia ser desacreditar o processo, mesmo diante de evidências e registros documentais que mostravam o contrário.

Agora, o Parque Linear é alvo do mesmo tipo de movimento. Mas há uma diferença fundamental: o terreno onde se pretende implantar o parque pertence à União. O Idema — foco de questionamentos anteriores — não é parte central do processo neste momento. A instância estadual participa apenas no âmbito do Conselho Gestor do Parque.

Até agora, não havia projeto formal do parque porque a área sequer estava juridicamente delimitada. Com a definição da área, é que se tornou possível abrir caminho para o desenvolvimento do projeto. E é exatamente neste ponto que reaparece a tentativa de gerar desgaste institucional com base em etapas que ainda estão por vir.

A narrativa é reciclada, mas os fatos são outros. Reaproveitar estratégias de desgaste institucional, como se nada tivesse sido aprendido com a experiência anterior, apenas esvazia o debate público e mina a confiança social nas instituições que seguem atuando conforme a lei.

BG

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Judiciário

Denúncia aponta que Moraes teria violado LGPD em apuração sobre 8/1

Foto:  Reprodução 

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), teria violado aLGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) ao investigar envolvidos nos atos criminosos do dia 8 de janeiro de 2023. É o que aponta uma denúncia publicada pela Civilization Works — organização americana que defende ideais liberais.

A Civilization Works é uma organização de pesquisa e causas públicas, com posicionamento em defesa da civilização liberal-democrática e crítica ao que considera autoritarismo progressista.

A publicação exibe a troca de mensagens que seriam do ex-assessor de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Eduardo Tagliaferro, com outros juízes e auxiliares do ministro, entre eles a chefe de gabinete no STF Cristina Kusuhara.

As conversas vazadas indicam que o Moraes teria contado com funcionários do TSE para realizar uma investigação extraoficial sobre os detidos.

Por lei, qualquer pedido de dados pessoais deve ser feito pelo Ministério Público ou via autoridades policiais, devidamente justificado e autorizado por um juiz competente.

As unidades internas do TSE não têm autoridade para conduzir investigações criminais ou substituir funções da polícia judiciária.

Segundo o texto da Civilization Works, a AEED (Assessoria Especial para o Combate à Desinformação) teria começado a operar como uma estrutura paralela de triagem criminal sem qualquer base legal. Equipes sob a direção do TSE, ainda segundo o texto, teriam acessado bancos de dados biométricos do tribunal e vasculhado perfis nas redes sociais, gerarando relatórios internos.

Certidões produzidas com essas informações nunca foram compartilhadas e submetidas às defesas, nem fizeram parte dos autos, diz a organização na publicação.

O texto afirma também que a equipe da AEED teria recebido acesso ao GestBio e começado a usá-lo para identificar manifestantes com base em imagens — GestBio é o sistema do TSE que armazena os dados biométricos dos eleitores, como impressões digitais, fotos do rosto e assinaturas coletadas durante o cadastro eleitoral, informações usadas para evitar fraudes e duplicidade de registros.

CNN

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Geral

Índice de obesidade infantil no RN é superior às médias nacional e do Nordeste

Foto: Reprodução

A obesidade infantil afeta cerca de 6 mil crianças no Rio Grande do Norte em 2025, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde. A doença atinge 17,2% das crianças com idade entre 5 e 9 anos no estado, um índice que está acima das médias do Nordeste (12,7%) e do país (13,3%).

Dados da Atenção Primária à Saúde apontam que o índice de sobrepeso (IMC) entre crianças atendidas é de 12,2%, enquanto os casos de obesidade grave afetam 8,39% desse público.

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) reconheceu recentemente a obesidade como um problema de saúde pública. Um levantamento do órgão, em parceria com o SUS, aponta que mais de 398 mil crianças brasileiras entre 5 e 10 anos possuem obesidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o Brasil terá 11,3 milhões de crianças obesas até o final de 2025.

A OMS já reconhece a obesidade como uma doença crônica e aponta que 650 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a condição.

Para a professora de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Jackeline Pires de Souza, os altos índices são um reflexo de maus hábitos alimentares. “É importante que os pais mantenham os filhos em consultas regulares com o médico-pediatra para, assim que o problema for diagnosticado, ele indique o melhor caminho, com o auxílio de um nutricionista”, alerta a especialista.

Ela explica que uma criança é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) está acima do percentual 95 para seu sexo e idade. Segundo a professora, os dados refletem a má alimentação das crianças, alinhada ao sedentarismo, com um crescente consumo de doces, fast foods, congelados e outros industrializados.

A OMS apontou também que 47% dos brasileiros estão sedentários. A organização alerta que esse problema pode levar cerca de 500 milhões de pessoas a desenvolverem doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis até meados de 2030.

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Geral

Prisão domiciliar de Bolsonaro era prevista em plano do governo americano

Foto: Marc Guitard

A decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro já era algo esperado pelo governo americano. O Departamento de Estado tem um plano pronto há pelo menos duas semanas, com respostas predefinidas para cada ação da Justiça ou do governo brasileiro.

O plano prevê ampliar as sanções da Lei Magnitsky, já adotadas contra o ministro Alexandre de Moraes, para os demais juízes do STF (Supremo Tribunal Federal) que têm votado a favor das medidas contra Bolsonaro e as redes sociais.

Essas sanções congelam os eventuais bens deles nos Estados Unidos e podem se estender também a organizações vinculadas a eles, como bancos nos quais tenham contas, por exemplo.

O leque de sanções políticas inclui também retirar os vistos de entrada aos Estados Unidos de autoridades do primeiro escalão do Palácio do Planalto, poupando o presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Diante de eventuais reações do STF ou do governo, o próximo passo pode ser a retirada das credenciais da embaixadora do Brasil em Washington e a suspensão dos vistos concedidos a cidadãos brasileiros em geral – com possível taxa de US$ 500 para serem renovados ou até mesmo o banimento.

A visão em Washington é a de que o Supremo Tribunal Federal, em coordenação com o governo Lula, está determinado a não permitir que Bolsonaro influencie nas eleições do ano que vem.

O presidente dos EUA, Donald Trump, vê um paralelo com os problemas que ele enfrentou com a Justiça no ano passado, e pretende enfatizar essa identificação, para demonstrar que a esquerda é autoritária e ele é o verdadeiro líder da causa da liberdade e da democracia.

Após a decisão de Moraes, o Departamento de Estado dos EUA condenou a ordem de prisão domiciliar. Em uma publicação nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental chamou a ação de “ameaça a democracia”.

“Deixem Bolsonaro falar! Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem e forem cúmplices da conduta”, finaliza o comunicado”.

CNN – Lourival Sant’Anna

Opinião dos leitores

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Geral

Governo autoriza ação na OMC contra tarifas de Trump

Foto: Pilar Olivares/Reuters

Uma resolução publicada na edição do DOU (Diário Oficial da União) desta terça-feira (5) autoriza o MRE (Ministério das Relações Exteriores) a acionar o mecanismo de solução de controvérsias da OMC (Organização Mundial do Comércio).

O ministério pode recorrer ao órgão internacional “acerca de medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos da América a produtos brasileiros”, segundo o documento. A medida foi assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin (PSB).

Na noite de segunda-feira (4), Alckmin já havia afirmado que o Camex (Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior) aprovou que o governo iniciasse uma consulta sobre o tarifaço dos EUA na OMC.

O Camex é um grupo do governo que decide as regras do comércio exterior do Brasil. É formado por ministros de áreas como Fazenda, Orçamento, Agricultura, Indústria e Relações Exteriores.

A OMC é um órgão internacional que regula regras do comércio global e resolve disputas entre países. O Brasil pode recorrer ao tarifaço de Trump acionando o mecanismo ao dizer que houve violação das regras comerciais multilaterais.

Levar o tarifaço à OMC seria o 1º passo formal do Brasil para contestar as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A OMC analisaria o caso em painéis técnicos. Pode recomendar a retirada das tarifas ou autorizar o Brasil a retaliar.

Porém, o processo é longo e tende a ser em vão. Além disso, o órgão de apelação da OMC está paralisado desde 2019. A instância trava decisões finais em caso de recurso.

O decorrer simplificado do processo a partir da abertura da consulta é o seguinte:

  • consultas – país afetado pede negociação com o outro;
  • painel – se não houver acordo em até 60 dias, cria-se um painel na OMC;
  • relatório – painel decide se houve violação das regras;
  • apelação – parte perdedora pode recorrer (mas órgão está travado);
  • cumprimento – país deve corrigir a medida ou negociar solução.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Lula tá jogando prá galera, essa é uma medida inócua, a OMC tá há dez anos sem juízes prá julgar esses casos e sem juiz não tem julgamento, é só lero-lero desse Governo corrupto e incompetente.

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Geral

Gleisi rebate presidentes de siglas aliadas após crítica a Lula: ‘Espantoso é que não se manifestem sobre conspiração contra soberania’

Foto: Cristiano Mariz/ Agência O Globo

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que é “espantoso” que o presidente do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, não se “manifestaram sobre essa conspiração contra nossa soberania” e nem sobre “parlamentares que a apoiam, principalmente o deputado filho de Jair Bolsonaro que está nos EUA agindo contra o Brasil.” Para Gleisi, os caciques partidários precisam “dizer de que lado estão: dos interesses do Brasil ou dos interesses de Bolsonaro.”

“Ao contrário do que dizem os presidentes do UB e do PP, não foi o presidente Lula que buscou o confronto com o governo dos EUA. Não foi ele que impôs tarifas nem interferiu na Justiça de outro país. Quem provocou as sanções de Trump foi a família Bolsonaro, num ato de traição ao Brasil e ao nosso povo. Espantoso é que esses presidentes de partidos políticos brasileiros não se manifestem sobre essa conspiração contra nossa soberania nem sobre os parlamentares que a apoiam, principalmente o deputado filho de Jair Bolsonaro que está nos EUA agindo contra o Brasil. Precisam dizer de que lado estão: dos interesses do Brasil ou dos interesses de Bolsonaro”, afirmou Gleisi nas redes sociais.

A fala da ministra foi uma resposta a uma nota divulgada na tarde desta segunda-feira da União Progressista, federação formada pelo União Brasil e o Progressista. O texto rebate uma fala da véspera feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro do PT em Brasília. A federação afirmou que vê com “profunda preocupação” declarações de Lula nas quais o presidente “acusa os Estados Unidos de envolvimento em golpes no Brasil e reitera a intenção de substituir o dólar em transações comerciais”. Na visão da União Progressista, esse posicionamento “está longe de contribuir” para a resolução da crise tarifária.

“Nesse contexto, adotar uma retórica confrontacional, que remete a eventos históricos sem foco em soluções práticas, compromete a capacidade do Brasil de negocia com pragmatismo e buscar acordos que minimizem o impacto dessas tarifas”, diz a nota. Na visão da federação “declarações inflamadas e a evocação de conflitos passados arriscam isolar o Brasil em um momento que a cooperação internacional é essencial”.

As duas legendas possuem cargos no primeiro escalão da gestão petistas e mantém uma relação hostil com o governo. O União Brasil tem três ministérios no governo Lula — Turismo, Integração Nacional e Comunicações — enquanto o PP tem o comando do Ministério do Esporte. O comando das legendas vem acumulando uma série de críticas públicas a Lula, o que tem irritado o petista.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Segundo informações obtidas na lista de corruptos da Odebrecht, essa “senhora” tem a alcunha de AMANTE.

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Lulistas tentam aproximar Tebet de empresários para convencê-la a disputar Senado

Foto: Adriano Machado/Reuters

O grupo de advogados Prerrogativas, próximo ao presidente Lula (PT), planeja uma espécie de tour para aproximar a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), de setores do empresariado e outros segmentos influentes de São Paulo.

Petistas querem que ela dispute uma vaga no Senado pelo estado, o que poderia fortalecer o palanque de Lula na campanha pela reeleição.

Integrantes do partido afirmam, reservadamente, que a ministra tem se mostrado aberta à possibilidade. No entorno de Simone Tebet, contudo, há ceticismo sobre as chances de ela topar a empreitada. Procurada, a ministra não se manifestou.

O xadrez poderia envolver, inclusive, uma mudança de partido. Tebet é hoje do MDB, legenda que apoia o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos principais adversários de Lula.

Além disso, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aliado do bolsonarismo no estado, busca se viabilizar para disputar o Palácio dos Bandeirantes caso Tarcísio seja o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto.

De acordo com interlocutores da ministra, ela resiste à ofensiva petista: hoje tem conexão muito forte com Mato Grosso do Sul, estado pelo qual já foi senadora, assim como seu pai, Ramez Tebet. Ela também tem relação de confiança com a cúpula do MDB.

No entorno de Tebet, uma eventual mudança de domicílio eleitoral é vista com muitas ressalvas. A avaliação é que isso beneficiaria o governo e o PT, mas não necessariamente a ela. Por essa avaliação, o movimento seria uma aventura.

O cenário em que ela poderia topar seria se Lula pedisse que ela disputasse a vaga por São Paulo, segundo aliados. Reservadamente, ela diz que só tratará do tema em outubro, a um ano da eleição.

O Prerrogativas planeja começar as atividades com a emedebista em agosto. A ideia é apresentar a ministra a advogados, empresários e outros grupos influentes na política do estado.

Coordenador do grupo, o advogado Marco Aurélio de Carvalho confirmou à reportagem os planos de promover encontros de Simone Tebet com setores da sociedade paulista.

“Ela é uma candidata supercompetitiva e tem todas as qualidades para exercer um belo mandato como senadora, embora a gente creia que ela vá continuar apoiando o presidente Lula em algum ministério caso ele se reeleja”, afirmou o advogado, ressalvando que uma decisão sobre candidatura depende da ministra e de instâncias partidárias.

Simone Tebet foi candidata a presidente em 2022. Seu melhor resultado foi junto ao eleitorado paulista. Ela teve 6,3% dos votos no estado, ante os 4,16% obtidos no total do país.

A análise do grupo político de Lula é que ela, por seu perfil de centro, tem potencial para atrair apoio no empresariado paulista e na classe média local. Nomes mais à esquerda costumam ter dificuldades nas eleições em São Paulo.

Duas das prioridades de Lula para as eleições do ano que vem são lançar candidatos fortes ao Senado e ter políticos populares fazendo campanha em seu nome em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.

Além de Tebet, seriam possíveis candidatos para os principais cargos da política paulista o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Márcio França (Empreendedorismo). A articulação foi exposta pela colunista Mônica Bergamo, da Folha.

De acordo com petistas a par das conversas no estado, todos estão no radar, mas isso só será discutido mais adiante. O partido passa por uma troca em sua diretoria. O presidente eleito da legenda, Edinho Silva, assumiu oficialmente o cargo no domingo (2).

Folha de S.Paulo

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STF mantém previsão de julgamento de Bolsonaro em setembro mesmo após prisão domiciliar

Foto: Antonio Augusto/STF

A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro não deve mexer com a previsão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de iniciar o julgamento da ação que trata da suposta trama golpista em setembro. O processo está na fase das alegações finais, última etapa antes de ser levado ao plenário da Primeira Turma da Corte, responsável pela análise do caso.

A meta na Corte é que até o final do ano seja concluída pelo menos a maior parte das análises envolvendo os cinco núcleos que englobam os 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso porque, além do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista estar praticamente na fase final de instrução, os demais núcleos também avançaram e estão prestes a entrar em alegações finais.

Ministros do STF e integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) consultados reservadamente pelo GLOBO avaliam que o julgamento da ação penal do “núcleo crucial” da suposta tentativa de golpe deve ocorrer entre no início de setembro, caso não haja intercorrências. Os magistrados ressaltam que o agravamento da crise após as determinações do presidente dos EUA, Donald Trump, não terá interferência no julgamento. Há a possibilidade de o tema ser pincelado nos votos, destacando a defesa da soberania. A atuação de Bolsonaro e do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto aos EUA para pressionar o Judiciário está sendo investigada em outro caso em andamento na Corte.

A temática da soberania já foi abordada em votos dos ministros da Primeira Turma no julgamento das cautelares de Bolsonaro. Foi o caso do ministro Flávio Dino, para quem o ex-presidente teria articulado com autoridades dos Estados Unidos para impor sanções econômicas ao Brasil, com o objetivo de interferir nas investigações conduzidas pelo STF.

“A coação assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial”, escreveu o ministro. Dino ainda classificou o episódio como um caso “absolutamente esdrúxulo”, que deve ser objeto de estudos acadêmicos, inclusive em universidades norte-americanas.

Ainda de acordo com Dino, “é explícito que se cuida de intolerável estratégia de retaliação política, que afronta a soberania nacional ao constranger as instituições públicas brasileiras – incluindo este Supremo Tribunal –, a fim de que suas decisões sejam subalternas à vontade pessoal de líder político de Estado estrangeiro”.

Na introdução do voto de cinco páginas depositado no plenário virtual, Fux frisou a “importância da soberania nacional” e ressaltou que o Supremo tem “demonstrado de forma inequívoca a sua independência e a sua impermeabilidade às pressões dos setores que manifestam desagrado com as suas decisões.

“Os juízes devem obediência unicamente à Constituição e às leis de seu país. No exercício de seu mister, devem arbitrar conflitos tanto quanto possível em prol de sua pacificação, calcados nos consensos morais mínimos de uma sociedade plural e complexa. Na seara política, contextos e pessoas são transitórios. Na seara jurídica, os fundamentos da República Federativa do Brasil e suas normas constitucionais devem ser permanentes”, escreveu o ministro.

A análise do mérito da ação penal que tem Bolsonaro entre os réus ocorrerá na Primeira Turma da Corte, e somente será marcada quando Moraes, que é o relator do caso, pedir a inclusão na pauta de julgamentos ao presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin. Caberá a ele a definição da data, assim como a opção por sessões extraordinárias, levando em consideração os demais processos que tramitam na Turma.

O julgamento é apontado como um dos mais relevantes do segundo semestre e pode não ser concluído em uma única sessão, dada a complexidade das questões jurídicas envolvidas.

As etapas anteriores do processo já anteciparam nuances do debate que podem ocorrer durante a análise de mérito. Desde o julgamento do recebimento da denúncia da suposta trama golpista, o ministro Luiz Fux vem fazendo observações em relação à acusação apresentada pela PGR. Na ocasião, Fux chegou a divergir com relação à competência da Primeira Turma para a análise do caso, firmando o seu posicionamento pessoal de que o foro adequado seria o plenário da Corte.

Mais recentemente, coube ao ministro divergir de Moraes sobre as restrições impostas a Bolsonaro — como o uso de tornozeleira eletrônica — após pedido da Polícia Federal, rompendo com a maioria de quatro votos que já havia se formado. As medidas foram confirmadas pela Primeira Turma por 4 votos a 1.

Com a conclusão da fase de interrogatórios dos réus que integram outros núcleos, como militares e ex-assessores de Bolsonaro, Moraes deve abrir em breve o prazo para que as alegações finais sejam apresentadas. Primeiro, com as considerações da PGR. Na sequência, será a vez dos acusados.

Ao longo dos interrogatórios dos demais núcleos, admissões e confissões foram feitos por parte dos militares ouvidos. É o caso do general da reserva Mário Fernandes, que admitiu, na última quinta-feira, ser o autor do documento que ficou conhecido como “Plano Punhal Verde e Amarelo” — texto que, segundo a Polícia Federal, traçava cenários para o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da suposta trama golpista.

— Esse arquivo digital, que retrata um pensamento meu que foi digitalizado, é um estudo de situação. Uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém — afirmou o general.

Ao longo do depoimento, Fernandes tentou afastar a ideia de que o plano tivesse objetivo prático. Disse que o material foi impresso apenas para leitura pessoal e que logo em seguida o rasgou.

— Imprimi por um costume pessoal de evitar ler documentos na tela. Imprimi para mim. Logo depois, rasguei — disse.

A avaliação nos bastidores é que as falas de militares admitindo a existência de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocam o processo em um grau avançado de robustez, tendo em vista que os próprios réus admitem a existência dos fatos apurados.

Na segunda-feira, quando os interrogatórios do “núcleo 3” ocorreram, mais uma fala deu conta da existência de um plano para a prisão de ministros do STF. O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, também réu, admitiu ter arquitetado a prisão de ministros do Supremo quando estava na Divisão de Inteligência do Exército.

O Globo

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Geral

[VÍDEO] Waack: Moraes abandona prudência e prende Jair Bolsonaro em casa

Vídeo: Reprodução/CNN

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro era previsível. Assim como é dada como certa a condenação dele no julgamento do STF.

A domiciliar desta segunda-feira (4), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, estava sendo esperada desde domingo (3) à noite. Seguiu-se à participação indireta do ex-presidente nas manifestações convocadas para atacar o Supremo, especialmente o próprio relator do julgamento, Moraes.

Note-se que, na decisão de Moraes pela domiciliar, não há referência ao órgão acusador, que é a Procuradoria-Geral da República. Por ofício, por força de lei antiga, o juiz pode decretar prisão.

Mas, no caso de Bolsonaro, o ministro do Supremo jogou para o alto o que se chama, em linguagem jurídica, de “prudência”. E, aparentemente, explodiu o que se consideravam conversas de bastidor em Brasília, envolvendo também figuras do Supremo, para tentar baixar a temperatura.

O que aconteceu agora foi o aumento da fervura, sem que ninguém consiga, neste momento, calcular até onde isso vai chegar.

Em Washington, há poucas dúvidas de que a domiciliar de hoje será interpretada como uma resposta pessoal de Moraes à imposição contra ele da Lei Magnitsky,
possivelmente colocando em marcha novas sanções contra o STF e, eventualmente, contra o próprio governo brasileiro.

Na política doméstica, Moraes, na prática, afasta Bolsonaro do processo eleitoral. Abre o semestre no Congresso em um ambiente de enorme tensão e hostilidade ao governo e ao Judiciário e coloca o que se possa chamar de “amplo espectro da direita” no Brasil diante de um fracionamento mais acentuado.

Bolsonaro desafiou, Moraes dobrou a aposta, Trump está com um enorme porrete na mão — e falando grosso. Difícil acreditar que isso acabe bem.

CNN – William Waack

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