Economia

Ataques fazem disparar preço do petróleo: entenda possíveis impactos no cenário global e no Brasil

Os ataques feitos supostamente por drones a instalações da petroleira estatal Aramco na Arábia Saudita no último sábado (14) provocaram uma disparada nos preços do petróleo, com o barril de Brent registrando a maior alta durante uma sessão desde a Guerra do Golfo, em 1991, em meio às preocupações com a redução da oferta global da principal fonte de combustível do planeta e da elevação da tensão geopolítica entre Estados Unidos e Irã.

Os danos provocados pelos ataques cortaram pela metade a produção do maior exportador mundial de petróleo, provocando uma redução de cerca de 5,7 milhões de barris por dia, o que representa mais de 5% do suprimento global atual.

As autoridades sauditas ainda não informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações destruídas. Analistas acreditam que podem ser necessárias várias semanas ou até meses para o país voltar à normalidade.

As incertezas geopolíticas e o risco de queda na oferta tende a manter os preços do barril de petróleo e dos combustíveis com viés de alta nos próximos meses, com impactos também nas bolsas e no comércio global.

No Brasil, as ações da Petrobras tendem a ter uma valorização, mas os analistas lembram também que o preço da gasolina e do diesel podem ser elevados pela estatal, que mantém um política de preços alinhados aos do mercado internacional. Por outro lado, a alta do preço do barril também pode aumentar a arrecadação do governo federal e estados produtores com royalties e participações especiais, além de contribuir para aumentar o interesse das grandes petroleiras internacionais nos próximos leilões bilionários de áreas de exploração de óleo e gás no Brasil.

Como foi o ataque e quem assumiu

No sábado (14), ataques por supostos drones provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais. Não houve relatos de feridos, mas a fumaça foi vista do espaço.

Após o ataque, rebeldes iemenitas houthis, que são apoiados pelo Irã no conflito que acontece no Iêmen, disseram ter enviado dez drones para atacar as instalações da Aramco.

Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coalização internacional que apoia o governo local e ataca os houthis no Iêmen. Em retaliação, os rebeldes têm feito vários bombardeios fronteiriços com mísseis e drones contra bases aéreas sauditas e outras instalações no país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e países ocidentais acusam Teerã de fornecer armas ao grupo, algo que o governo iraniano nega.

Disparada de preços do petróleo

Na abertura dos mercados nesta segunda (16), a cotação do barril do tipo Brent disparou 19,5% em Londres, para US$ 71,95, a maior alta intradia desde 14 de janeiro de 1991, durante a guerra do Golfo.

Segundo informou a petroleira Aramco, os ataques provocaram uma redução de cerca de 5,7 milhões de barris por dia na produção, o que representa mais de 5% do suprimento global atual. A Arábia Saudita é o maior exportador global de petróleo, além de ter uma grande capacidade ociosa.

“Retirar mais de 5% da oferta global de uma única tacada – um volume que é maior que o crescimento da oferta acumulado em países de fora da Opep entre 2014 e 2018 – é altamente preocupante”, escreveram, em nota, analistas do UBS.

Os preços do petróleo reduziram o ritmo de alta nesta segunda, depois que o presidente norte-americano Donald Trump autorizou o uso de estoques de emergência de seu país para assegurar a estabilidade do suprimento.

Os preços médios estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a demanda. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção para tentar manter a faixa de preço e evitar uma viés de baixa.

Estados Unidos acusam Irã; Teerã rebate

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse que não havia “evidências de que os ataques tenham partido do Iêmen” e acusou o Irã de estar por trás da ação.

Em princípio, o presidente Donald Trump não citou diretamente o Irã, mas deixou claro que os Estados Unidos estão prontos para atacar, “dependendo da verificação”, pois esperam conhecer a versão saudita para determinar como proceder. Mais tarde, ele deu entender que o Irã pode estar envolvido.

Para o governo iraniano, os Estados Unidos buscam um pretexto para retaliar o país.

A Rússia considerou “inaceitável e contraproducente” discutir uma possível resposta aos ataques e que usar o incidente para aumentar as tensões é contraproducente. “Propostas de ações retaliatórias difíceis, que parecem ter sido discutidas em Washington, são ainda mais inaceitáveis”, afirmou o ministério de Relações Exteriores russo em um comunicado.

Já a China e a União Europeia (UE) pediram “moderação”.

Aumento da tensão entre EUA e Irã

A relação entre os Estados Unidos e o Irã vem se deteriorando desde a eleição de Donald Trump. Em 2018, Trump cumpriu sua promessa de campanha e retirou seu país do acordo nuclear assinado em 2015.

Na época, os Estados Unidos alegraram que o Irã financiava grupos terroristas e não cumpria os termos do tratado – o que não foi confirmado por organizações independentes. Desde então, os americanos adotaram sanções que prejudicam a economia iraniana.

Em julho de 2019, o Irã ultrapassou o limite de 300 kg de urânio de baixo enriquecimento que foi previsto no acordo nuclear em retaliação contra as sanções americanas.

O urânio de baixo enriquecimento é usado para produzir combustível para reatores nucleares, mas, potencialmente, pode servir para a produção de armas nucleares. A violação dos termos abre espaço para a volta de sanções multilaterais que foram suspensas em troca de o Irã limitar suas atividades nucleares.

Perspectivas para o petróleo e mercados

Por enquanto, os investidores estão no aguardo de mais detalhes sobre o ataque e danos às instalações da Aramco e a atentos a qualquer reação política aos acontecimentos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informou que está avaliando o impacto dos ataques a instalações da Arábia Saudita, e considera ainda muito cedo para os membros da entidade tomarem medidas para aumentar a produção ou convocarem uma reunião para discutir outras medidas.

Embora países como Arábia Saudita, Estados Unidos e China possuam centenas de milhões de barris de petróleo em armazenamento estratégico, o ataque aumentou também a preocupação em relação à vulnerabilidade das infraestruturas das petroleiras a ataques com drones e a uma piora ainda maior nas relações entre EUA e Irã, que voltaram a trocar acusações.

Analistas avaliam que a tendência é de muita volatilidade nos preços nas próximas semanas, em meio à maior aversão ao risco e dúvidas sobre o real impacto dos ataques na oferta global.

“Se a tecnologia de drones alterar o jogo de força no Oriente, isto [tendência de alta] pode se tornar mais grave”, afirmou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Aneeka Gupta, estrategista de commodities da Wisdom Tree, avaliou que os preços poderão atingir chegar a até US$ 75 por barril se se a interrupção na produção da Arábia Saudita durar mais de seis semanas, segundo a BBC.

Para o sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o preço do barril tende a se manter com viés de alta ao longo dos próximos 3 meses pelo menos. “Ainda não sabemos se o preço do barril pode ir a US$ 70, US$ 80 ou para US$ 100. Ainda é muito cedo. O que ficou claro é que lá no Oriente Médio essas estruturas gigantes de petróleo são mais frágeis do que se imaginava, e isso influencia o preço”, afirma.

Para a agência de classificação de risco Moody’s, os preços tendem a se manter pressionados mesmo após a retomada da produção saudita. “Preços mais elevados ajudarão os produtores e prejudicarão as refinarias no curto prazo, mas efeitos de mais mais longo prazo sobre as companhia de energia dependerão do tempo e da magnitude da menor produção da Aramco”, disse o diretor-gerente Steve Wood.

Analistas também avaliam que, caso a situação não se normalize rapidamente, o episódio deverá impor maior cautela nas próximas decisões sobre taxas de juros nos Estados Unidos e no mundo, uma vez que aumentam as chances de um cenário de maior desaceleração de crescimento global.

Reajuste dos preços do diesel e da gasolina no Brasil

Se os preços do petróleo se mantiverem em alta, em algum momento o aumento também chegará nas bombas dos postos de combustíveis, avaliam os especialistas da área.

“Mantida a política de alinhamento de preços dos combustíveis à flutuação do petróleo e dos derivados lá fora, a tendência é que haja aqui internamente um aumento do preço da gasolina e do diesel, e isso pode gerar algum tipo de tensão interma como a gente já viu no passado, além de um impacto inflacionário”, afirma Helder Queiroz, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Para analistas, a disparada dos preços do petróleo será um “teste” para a política de preços da Petrobras para o diesel e a gasolina. A estatal leva em conta os preços internacionais do petróleo e a variação cambial para definir os preços nas refinarias, embora a companhia não trabalhe mais com uma periodicidade definida para os reajustes.

“Ao longo dos últimos anos, nós temos visto diversos exemplos em que a companhia não foi capaz de seguir os preços internacionais, levando a perdas significativas no negócio de refino. A atual gestão tem conseguido implementar uma estratégia de sucesso até o momento, e esse evento pode ser um importante teste sobre quão sólida é a política (de preços)”, escreveram os analistas do banco UBS em nota citada pela agência Reuters.

“Se o preço realmente subir e permanecer alto, e se a Petrobras demorar muito a repassar esse preço para a bomba, vai ficar claro outra vez uma intervenção entre aspas na Petrobras”, afirmou ao G1 Adriano Pires, citando ainda os possíveis reflexos no programa de venda de ativos da estatal.

A Petrobras iniciou na semana passada processo para venda de quatro refinarias, enquanto outras quatro unidades de refino já haviam sido colocadas no mercado anteriormente.

“Desde a greve dos caminhoneiros temos falado da necessidade do Brasil criar um fundo de estabilização de preços para absorver essas grandes variações de preços sem que a Petrobras seja afetada. Quem conhece o mercado de petróleo sabe que o petróleo tem uma variável geopolítica muito forte”, destacou o diretor do CBIE.

Impacto em royalties e nos megaleilões do pré-sal

Para o Brasil, preços internacionais de petróleo mais altos tendem a favorecer não só a balança comercial, como também a arrecadação da União e governos estaduais e municipais com royalties e participações especiais pagas pelas petroleiras que atuam no país. “Aumenta a arrecadação como um um todo mundo. Um dinheirinho a mais é sempre bem-vindo”, destaca Pires.

Os analistas avaliam que a crise aberta pelos ataques na Arábia Saudita pode também aumentar a atratividade dos megaleilões de áreas do pré-sal que o governo brasileiro pretende realizar até o final do ano.

“Apesar de ter um custo de produção relativamente mais caro, o pré-sal está situado em uma região que não enfrenta nenhum tipo de problema geopolítico, de tensão, que tem no Oriente médio. De certa maneira, algumas empresas podem reorientar suas decisões de investimento para tentar concentrar e disputar aqui as novas áreas que vão ser ofertadas”, avalia Helder, ex-diretor da ANP.

G1

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Política

Governo Trump faz pedido a Eduardo Bolsonaro sobre Alexandre de Moraes

Foto: Joyce N. Boghosian/Casa Branca

Integrantes do governo de Donald Trump fizeram um pedido ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante reunião nos Estados Unidos.

A Casa Branca solicitou ao parlamentar que não fale com terceiros sobre sanções estudadas por Washington contra o ministro Alexandre de Moraes (STF).

Segundo interlocutores de Trump, o vazamento poderia atrapalhar a implementação das diferentes medidas em análise.

Após tomar conhecimento de que os Estados Unidos estudam punir Moraes com a severa Lei Magnitsky, o presidente Lula acionou o Itamaraty para tentar demover a Casa Branca de prosseguir com a iniciativa.

Os esforços diplomáticos, contudo, não alcançaram, ao menos por ora, o resultado esperado pelo Palácio do Planalto.

Lula critica Donald Trump

Nesta segunda-feira (7/70, Lula acusou Donald Trump de interferir na soberania do Brasil por dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de perseguição.

Metrópoles

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Mundo

Empresas chinesas aumentam compras de minas no exterior em 2024


Empresas chinesas compraram 10 minas no exterior em 2024. Os negócios somam R$ 541 milhões, maior volume da história do país, segundo dados da S&P (Standard & Poor’s) e Mergermarket levantados pelo jornal Financial Times. 

Segundo a consultoria, o movimento faz parte da estratégia da China para garantir matérias-primas essenciais em um cenário de tensão geopolítica. O país busca finalizar investimentos antes que encontre mais resistência em mercados como Canadá e Estados Unidos.

Um estudo do centro de pesquisa GAI (Griffith Asia Institute) confirma que 2024 foi o período com maior atividade para investimentos chineses em mineração e construção no exterior desde 2013.

Grupos mineradores chineses como CMOC (China Molybdenum Co), MMG (Minerals and Metals Group) e Zijin Mining lideram essas aquisições, competindo por ativos estratégicos globalmente. Empresas ocidentais e fundos de investimento como a Appian Capital Advisory frequentemente aparecem como vendedores nas transações.

O diretor do GAI, Christoph Nedopil, afirma que os investimentos chineses em mineração permanecem elevados, alinhados com a transição do país para manufatura de alta tecnologia, como baterias e tecnologias de energia renovável. 

A Zijin Mining divulgou planos para comprar uma mina de ouro no Cazaquistão por US$ 1,2 bilhão (R$ 6,49 bilhões) em 2025.  Em abril, a Baiyin Nonferrous Group comprou a mina brasileira Mineração Vale Verde por US$ 420 milhões (R$ 2,27 bilhões) da Appian Capital Advisory.

As operações ocorrem em diversos países ricos em recursos minerais, com foco especial em nações em desenvolvimento da África e da América Latina. Canadá e Austrália mostram crescente cautela em relação aos investimentos chineses em seus territórios, segundo a pesquisa. 

O fundador da Appian Capital Advisory, Michael Scherb, diz que houve “mais atividade nos últimos 12 meses porque os grupos chineses acreditam que têm essa janela de curto prazo. Eles estão tentando fazer muitas fusões e aquisições antes que a geopolítica fique difícil”.

Scherb afirma que há uma mudança na abordagem do governo chinês. “Houve uma sofisticação nas estratégias de fusões e aquisições de saída dos compradores chineses”, afirmou ao Financial Times. 

“O governo chinês costumava selecionar um comprador por processo de venda de ativos e apoiar esse grupo. O que evoluiu nos últimos 3 a 4 anos é que o governo está permitindo que grupos chineses concorram entre si. Isso significa que eles não temem mais perder para o Ocidente”, diz.

Poder360

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Política

PODIA TER FICADO SEM ESSA: Moro critica Lula por encontro com Cristina Kirchner e aponta incoerência em fala sobre Trump

Foto: reprodução

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), utilizou suas redes sociais para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em publicação feita nesta segunda-feira (07), Moro apontou o que considera uma incoerência na postura do chefe do Executivo brasileiro em relação à política internacional.

Na postagem, o ex-juiz federal disse:

“Lula critica Trump por defender Bolsonaro, alegando indevida intromissão nos assuntos internos do Brasil, mas, há uma semana, ele, Lula, abraçou a corrupta Cristina Kirchner e mentiu que ela seria vítima de injustiça na Argentina. Ainda teve tempo de posar para uma foto ridícula.”

A fala de Moro faz referência à visita recente de Lula à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, condenada por corrupção e atualmente em prisão domiciliar. O encontro aconteceu em Buenos Aires, durante a passagem de Lula pela Argentina para participar da cúpula do Mercosul. Nas redes sociais, o presidente brasileiro compartilhou uma foto ao lado de Kirchner e afirmou que ela era vítima de “perseguição política”.

Moro criticou o gesto e comparou com a recente fala de Lula contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que saiu em defesa de Jair Bolsonaro. Para Lula, a declaração de Trump representou uma “intromissão nos assuntos internos do Brasil”. A crítica ocorreu após Trump dizer que Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política no país.

A publicação de Moro repercutiu rapidamente nas redes sociais, com apoiadores do senador reforçando as críticas à aproximação de Lula com Kirchner.

Blog do BG 

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Geral

VÍDEO: “Dê palpite na sua vida e não na nossa”, diz Lula a Trump após presidente dos EUA prestar apoio a Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou à imprensa, nesta segunda-feira (7/7), horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestar nas redes sociais em apoio a Jair Bolsonaro (PL).

O presidente brasileiro, que já havia soltado uma postagem nas redes reafirmando a soberania brasileira, tentou minimizar a fala de Trump, mas não deixou de critica-la. “Eu não vou comentar essa coisa do Trump e do Bolsonaro. Eu tenho coisa mais importante para comentar do que isso. Esse país tem lei, tem regra, esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida e não na nossa”, disse o presidente. O petista discursou ao final da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, e também fez um balanço sobre a reunião de líderes.

Minutos antes, o chefe do Planalto divulgou uma nota, sem mencionar a declaração do republicano, em que ressalta a soberania do país e afirma que o Brasil “não aceita interferência”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou uma mensagem em sua rede social, acusando o Brasil de fazer “caça às bruxas” com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em referência ao processo a qual ele responde por tentativa de golpe de Estado.

Metrópoles

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Política

Ala do PT denuncia compra de votos em eleição interna do partido no Rio de Janeiro

Foto: Anderson Barbosa/PE

Realizado com cédulas de papel, o Processo de Eleição Direta (PED) do PT, ocorrido neste domingo (6), foi marcado por denúncias de compra de votos feitas por integrantes da corrente interna ‘Articulação de Esquerda’.

“Tenho certeza que houve compra de votos e uso do poder econômico no PED do Rio de Janeiro”, afirmou à CNN o secretário de formação do PT fluminense, Olavo Brandão Carneiro.

Ligado ao grupo mais à esquerda do partido, Brandão declarou que encaminhará as denúncias ao diretório nacional. Ele apontou o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, como responsável por uma mobilização “atípica” na cidade.

Vídeos e prints de conversas entre militantes, enviados à CNN, são citados como supostas provas do uso da máquina pública em Maricá para levar eleitores às urnas.

Diego Zeidan, secretário de Habitação da capital e filho de Quaquá, é o favorito para assumir a presidência do diretório estadual do PT no Rio de Janeiro.

Procurado pela CNN, Quaquá rebateu as acusações: “Isso é choro de quem não tem trabalho político”.

O PED também foi alvo de controvérsia em Minas Gerais. A deputada federal Dandara foi retirada da disputa por estar inadimplente com as contribuições partidárias obrigatórias. A judicialização da eleição mineira atrasou a contagem nacional dos votos e pode adiar o anúncio do novo presidente do PT.

CNN Brasil

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Geral

Arraiá de Cumpade Anchieta acontece nesta sexta-feira (11) em Natal

A Paróquia de Anchieta realiza, no dia 11 de julho (sexta-feira), a tradicional festa “São João do Cumpade Anchieta”, a partir das 20h, no restaurante Tábua de Carne da Via Costeira, em Natal.

O evento contará com grandes atrações da música nordestina: Socorro Lima (ex-Cavalo de Pau), a banda Ferro na Boneca e a dupla Pedro & Erick, prometendo uma noite de muita alegria, forró e confraternização.

Toda a renda obtida com a festa será destinada à segunda etapa da reforma da Igreja de Anchieta, fortalecendo o compromisso da comunidade com a preservação e cuidado do seu espaço de fé.

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Geral

Servidores do IPERN fazem paralisação de 48 horas em Natal

Foto: José Aldenir / Agora RN

Os servidores do Instituto de Previdência do Rio Grande do Norte (IPERN) realizam uma paralisação de 48 horas nos dias 7 e 8 de julho. A decisão pela paralisação foi aprovada em assembleia realizada no dia 1º de julho, coordenada pelo Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (SINAI-RN).

De acordo com o SINAI-RN, nos dias de paralisação também acontecerão ato público e piquete em frente à sede do órgão, em Natal, a partir das 8h nos dois dias. Segundo o sindicato, a medida ocorre diante da ausência de respostas concretas por parte do Governo do Estado às principais reivindicações dos trabalhadores do IPERN.

Entre os pontos de pauta está a reformulação da tabela salarial da categoria. A paralisação também tem como objetivo dialogar com a sociedade sobre o papel estratégico do IPERN para o funcionalismo público estadual, já que a Autarquia é responsável pela gestão previdenciária dos servidores e servidoras do Estado.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

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Geral

Bolsonaro diz que processo contra ele é ‘aberração jurídica’ e ‘perseguição política’ e agradece apoio de Trump: ‘Obrigado por existir’

Imagem: reprodução/X

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que recebeu “com muita alegria” a mensagem de apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (7). O brasileiro comparou a situação jurídica dos dois e escreveu para o líder americano, em uma mensagem no X: “Sua luta por paz, justiça e liberdade ecoa por todo o planeta. Obrigado por existir e nos dar exemplo de fé e resiliência”.

Bolsonaro declarou que conviveu por dois anos com Trump e que, nesse período, os dois “sempre” defenderam os interesses da população e liberdade. Em seguida, chamou a ação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, em que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), de “aberração jurídica”.

“Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica (Lawfare), clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso”, disse. “Agradeço ao ilustre Presidente e amigo. V. Exa. passou por algo semelhante. Foi implacavelmente perseguido, mas venceu para o bem dos Estados Unidos e dezenas de outros países verdadeiramente democráticos”, destacou.

LEIA TAMBÉM:

Trump faz post em defesa de Bolsonaro e pede para deixarem ex-presidente ‘em paz’

Lula reage a post de Trump sobre Bolsonaro: ‘Somos um país soberano. Não aceitamos interferência’

Com informações de O Tempo

Opinião dos leitores

  1. chora não Broxonaro… teus amigos estão te esperando na penitenciária…. e teus inimigos também….

  2. com o julgamento próximo e o medo de ir pra cela, ele já apelou pro maluco americano e quer mudar o Brasil na força, só pra não ir pra cela…

  3. esse minto continua mentindo …. e faz para se autobeneficiar às custas dos trouxas… político é tudo farinha do mesmo saco….

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Geral

Lula reage a post de Trump sobre Bolsonaro: ‘Somos um país soberano. Não aceitamos interferência’

Fotos: Casa Branca/Abe McNatt | Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu nesta segunda-feira (7) à postagem feita por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que criticou o julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Entretanto, ele não citou o republicano.

Pela rede social X (antigo Twitter), Lula declarou:

“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito.”

Mais cedo, Trump havia publicado na Truth Social uma mensagem em que dizia estar acompanhando uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Ele classificou a decisão do STF como um ataque político e defendeu o ex-presidente brasileiro como um líder que “lutou pelo povo”.

Na publicação, Trump escreveu: “Tenho acompanhado, como o mundo inteiro, enquanto atacam Bolsonaro dia após dia, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo.”

O ex-presidente dos EUA também afirmou que “o único julgamento que deveria acontecer é o julgamento dos eleitores do Brasil — isso se chama eleição” e finalizou com um apelo: “Deixem Bolsonaro em paz!”

A resposta de Lula veio poucas horas depois da mensagem de Trump e reafirma o papel das instituições brasileiras diante do processo judicial que levou Bolsonaro a se tornar réu por tentativa de golpe de Estado e outros crimes ligados aos atos de 8 de janeiro.

R7

Opinião dos leitores

  1. Brasil só topa ser humilhado por várzea pior do que a nossa. Se por algo ligeiramente menos atrasado, vem aquela síndrome de vira-latas reativo.

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Geral

Saques superam depósitos em R$ 49,6 bilhões, e poupança tem 3º pior saldo para o 1º semestre

Foto: Edu Garcia/R7

A caderneta de poupança registrou uma retirada líquida de R$ 49,65 bilhões no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (7). O resultado representa o terceiro pior desempenho da série histórica, iniciada em 1995, reforçando a tendência de esvaziamento do investimento mais tradicional do país.

Ao longo dos seis primeiros meses do ano, os depósitos somaram R$ 2,079 trilhões, enquanto os saques chegaram a R$ 2,128 trilhões.

Com isso, o saldo ficou negativo em quase R$ 50 bilhões, atrás apenas dos resultados de 2023 (R$ 66,6 bilhões negativos) e de 2022, ano em que a saída líquida ultrapassou R$ 50 bilhões.

O cenário atual mantém um ciclo de perdas que já dura nove semestres consecutivos — ou seja, desde o início de 2021 a poupança não fecha um semestre com saldo positivo.

Apesar das saídas, o estoque total da poupança se manteve acima de R$ 1 trilhão, encerrando junho com R$ 1,019 trilhão. Esse volume, no entanto, inclui a remuneração acumulada dos valores ainda aplicados, e não significa que os brasileiros estejam investindo mais no produto.

Em junho, a poupança teve captação líquida de R$ 2,124 bilhões — o segundo mês seguido com resultado positivo após um ciclo de saques.

R7

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