A banda limpa da Polícia Civil do Rio de Janeiro comemorou ontem a prisão de Nem, apontado como chefe do tráfico na Rocinha.
Ele foi preso no início da madrugada após o carro no qual saía da favela ser barrado por um blitz formada por policiais honestos.
Ninguém desce uma favela em um Honda Civic e fica por isso mesmo. Os policiais suspeitaram e pediram que parassem o carro. Quandos os três homens se apresentaram, pediram que abrissem o porta-malas, algo negado pelo grupo.
A condição era que o porta-malas só seria aberto se fosse na sede da Polícia Federal, e para lá todos rumaram. Mas no meio do caminho, o grupo voltou a parar o carro e ofereceu suborno aos policiais.
Primeiro ofereceram R$ 20 mil. A polícia não quis. Depois ofertaram R$ 1 milhão. Tamanha cifra foi suficiente e a polícia não hesitou: acionou a PF.
Polícia civil? Ate quando vai durar essa perseguição aos militares? A tropa que abordou o veiculo e prendeu o tranficante Nem era de policiais militares lotados no batalhão de policiamento de choque.
Jornalistas não poderão fazer registros em áudio ou vídeo dos depoimentos de testemunhas na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes do governo. As oitivas no STF (Supremo Tribunal Federal) ocorrerão entre os dias 19 de maio e 2 de junho, por videoconferência.
Segundo o STF, os profissionais de imprensa assistirão aos depoimentos em um telão instalado na sede da Corte, em Brasília. No entanto, estará expressamente proibida a gravação ou reprodução de qualquer conteúdo audiovisual durante as oitivas.
A justificativa para a medida é o cumprimento do artigo 210 do Código de Processo Penal, que estabelece que as testemunhas devem ser ouvidas individualmente e sem o conhecimento dos depoimentos anteriores, como forma de garantir a imparcialidade e a independência dos relatos.
“O objetivo é assegurar a incomunicabilidade entre as testemunhas e evitar que o depoimento de uma influencie o de outra”, informou a Corte em nota. Após a conclusão das oitivas, as gravações ficarão disponíveis às partes por meio do processo eletrônico.
O Papa Leão XIV iniciou formalmente seu pontificado neste domingo (18), estendendo a mão aos conservadores que se sentiam órfãos sob o comando de seu antecessor, clamando por unidade e prometendo preservar a herança da Igreja Católica e não governar como “um autocrata”.
Após um primeiro passeio no papamóvel diante de dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro, Leão XIV foi formalmente empossado como o 267º pontífice da Igreja Católica Romana e monarca soberano da Cidade do Vaticano em uma missa ao ar livre.
Simpatizantes na multidão agitavam bandeiras dos EUA e do Peru, com pessoas de ambos os países o reivindicando como o primeiro papa de suas nações.
Nascido em Chicago, o pontífice de 69 anos passou muitos anos como missionário no Peru e também possui cidadania peruana.
A multidão gritava “Viva il papa” (Vida Longa ao papa) e “papa Leone”, seu nome em italiano, enquanto seu distinto papamóvel conversível serpenteava pela Praça de São Pedro.
Robert Prevost, um homem relativamente desconhecido no cenário mundial que se tornou cardeal há apenas dois anos, foi eleito papa em 8 de maio, após um breve conclave que durou apenas 24 horas.
Ele sucedeu Francisco, um argentino, que faleceu em 21 de abril, após liderar a Igreja por 12 anos, muitas vezes turbulentos, durante os quais lutou contra os tradicionalistas e defendeu os pobres e marginalizados.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, um católico convertido que entrou em conflito com Francisco devido às políticas de imigração linha-dura da Casa Branca, liderou uma delegação americana ao lado do secretário de Estado Marco Rubio, que também é católico.
Vance apertou brevemente a mão do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no início da cerimônia. Os dois se encontraram pela última vez em fevereiro, na Casa Branca, quando se desentenderam ferozmente diante da mídia mundial.
Em seu sermão, lido em italiano fluente, Leo disse que, como líder dos 1,4 bilhão de católicos romanos do mundo, não se encolheria diante dos desafios modernos e que, pelo menos em questões sociais como o combate à pobreza e a proteção do meio ambiente, daria continuidade ao legado do papa Francisco.
Leão XIV afirmou que os cardeais que o elegeram escolheram alguém “capaz de preservar a rica herança da fé cristã e, ao mesmo tempo, olhar para o futuro, a fim de enfrentar as questões, preocupações e desafios do mundo de hoje”.
Apelo à unidade
O papado de Francisco deixou uma Igreja dividida, com os conservadores acusando-o de semear confusão, particularmente com seus comentários improvisados sobre questões de moralidade sexual, como uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Afirmando que estava assumindo sua missão “com temor e tremor”, Leão XIV usou as palavras “unidade” ou “unido” sete vezes e a palavra “harmonia” quatro vezes.
“Nunca se trata de capturar os outros pela força, pela propaganda religiosa ou por meio do poder. Em vez disso, é sempre e somente uma questão de amar, como Jesus amou”, disse ele, em aparente referência a uma guerra de palavras entre católicos que se definem como conservadores ou progressistas.
“Irmãos e irmãs, gostaria que o nosso primeiro grande desejo fosse por uma Igreja unida, um sinal de unidade e comunhão, que se tornasse fermento para um mundo reconciliado”, disse ele.
Os conservadores também acusaram Francisco de governar de forma opressiva e lamentaram que ele menosprezasse suas preocupações e não consultasse amplamente antes de tomar decisões.
Referindo-se a São Pedro, o apóstolo cristão do século I de quem os papas derivam sua autoridade, Leão XIV disse: “Pedro deve pastorear o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um autocrata, dominando aqueles que lhe foram confiados. Pelo contrário, ele é chamado a servir a fé de seus irmãos e irmãs e a caminhar ao lado deles.”
Ressaltando a linhagem ininterrupta de papas desde São Pedro, o coral entoou o hino tradicional “Tu es Petrus”, que em latim significa “Tu és Pedro”.
Muitos líderes mundiais compareceram à cerimônia, incluindo os presidentes do Peru, Israel e Nigéria, os primeiros-ministros da Itália, Canadá e Austrália, o chanceler alemão Friedrich Merz e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A realeza europeia também ocupou seus lugares nos assentos VIP próximos ao altar principal, incluindo o rei espanhol Felipe e a rainha Letícia.
Como parte da cerimônia, Leão XIV recebeu dois itens simbólicos: uma vestimenta litúrgica conhecida como pálio, uma faixa de lã de cordeiro representando seu papel como pastor e o “anel do pescador”, em homenagem ao primeiro papa, São Pedro, que era pescador.
O anel de sinete cerimonial de ouro é fundido especialmente para cada novo papa e pode ser usado por Leão para selar documentos, embora esse propósito tenha caído em desuso nos tempos modernos.
O acessório mostra São Pedro segurando as chaves do Céu e será quebrado após a morte ou renúncia de Leão XIV.
O escândalo do INSS e a perspectiva de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso alteraram os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antes apostava em 2025 como “o ano da colheita”. A crise fez com que o Palácio do Planalto sofresse um revés na busca por melhores índices de popularidade do governo, forçando um reposicionamento na estratégia de comunicação e levando o petista a uma dependência cada vez maior de novas medidas para se conectar com a população e chegar bem na próxima eleição, quando pretende tentar o quarto mandato.
Sondagens feitas pelo Palácio do Planalto já indicavam que a crise envolvendo os desvios nas aposentadorias interrompera a tentativa de recuperação da aprovação de Lula. Agora, a CPI deslocará parte da atenção da articulação política e do núcleo duro do governo em um momento em que o Planalto precisa acelerar o passo na aprovação de projetos — o semestre legislativo até agora mostrou pouco avanço para a agenda de Lula. Na sexta-feira, a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) afirmou que a comissão poderia “atrasar o ressarcimento das vítimas”.
Foto: Editoria de Arte
Há o risco efetivo de os trabalhos da comissão contratarem meses de desgaste, com ministros convocados a depor e novas revelações sobre o esquema, que segue em investigação pela Polícia Federal.
Tudo isso direcionou o Planalto a, de um lado, sair da posição de evitar a CPI para tentar emplacar governistas em postos estratégicos no colegiado. E, de outro, revirar os escaninhos da Esplanada dos Ministérios para colocar na rua o quanto antes ações que ajudem o petista a se reconectar com o eleitorado.
Série de desgastes
A nova leva de “boas notícias” tornou-se necessária diante da constatação de que a mudança de rumo na comunicação, uma das frentes abertas pelo petista no início do ano, não foi suficiente até agora para contornar os desgastes acumulados ao longo de seu terceiro mandato. A polêmica em torno da “taxação das blusinhas”, a pecha de que o governo taxa muito, e o ataque da oposição na crise do Pix ainda ressoam em parte da população.
“É um ajuste de rota necessário. Mas uma coisa não exclui a outra. Temos as entregas e teremos as novidades”, diz Rubens Pereira Júnior (PT-MA), vice-líder do governo na Câmara.
A grande aposta do ano é a aprovação da isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula vista com potencial para mudar a relação com fatia importante da classe média. O problema é que a reforma depende do ritmo do Congresso para se tornar realidade. Diante disso, uma série de outras ações estão em gestação.
Está prevista para a semana que vem uma cerimônia no Palácio do Planalto para lançar duas ações com apelo popular: a gratuidade nas tarifas de energia elétrica para inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), uma inovação na forma do auxílio para contas de luz, e o novo formato do vale-gás, que será rebatizado como “Gás para Todos”.
As duas medidas provisórias instituindo os programas do Ministério de Minas e Energia estão prontas. A ideia é que a isenção na tarifa elétrica para quem consome até 80 Kwh por mês já passe a valer enquanto o novo vale-gás comece a ser operacionalizado em setembro. O formato final do auxílio para a compra de botijões foi definido em reunião com o Ministério da Fazenda na quarta-feira e consumirá R$ 5 bilhões do Orçamento por ano a partir de 2026.
Em outra frente, Lula tem pedido celeridade para que novas linhas de crédito sejam lançadas à população de baixa renda. Há grande expectativa entre aliados de que um novo programa voltado à reforma de moradias precárias possa se tornar forte bandeira do governo. No Ministério das Cidades, o tema está em discussões avançadas e há avaliação de que, em cerca de três semanas, seja possível definir o modelo, como taxa de juros e critérios para acesso.
Outro pedido de Lula, o crédito para entregadores de aplicativo, está em gestação pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A ideia é que ele permita, por exemplo, a compra de motocicletas.
No Ministério da Saúde, o ministro Alexandre Padilha prometeu convênios com a iniciativa privada para resolver a fila no Sistema Único de Saúde (SUS) para cinco áreas com mais demanda: oncologia, oftalmologia, cardiologia, ortopedia e otorrinolaringologia. O programa, que deve ser lançado este mês, está na lista de ações que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) conta para trabalhar no marketing do governo.
Além disso, programas recentes, como o crédito consignado privado, lançado pelo Ministério da Fazenda, se tornaram vitrines no lugar de outras medidas que não engrenaram.
Um grande navio-escola da Marinha do México, identificado como ARM Cuauhtémoc (BE01) colidiu há pouco contra a famosa ponte do Brooklyn (Brooklyn Bridge), em Nova York, deixando dois mortos e ao menos 20 feridos, dois deles “em estado crítico”.
Ainda não existem dados públicos sobre quem são os mortos e feridos, que provavelmente são marinheiros mexicanos.
Imagens registradas por moradores e turistas mostram a elegante embarcação de 90,5 metros, um veleiro usado na formação de cadetes navais, tendo seus mastros quebrados ao colidir com a estrutura da ponte, que naquele momento tinha intenso fluxo de veículos e pedestres.
Em nota, a Marinha mexicana informou que o veleiro Cuauhtémoc sofreu danos ao colidir com a ponte do Brooklyn durante a manobra de saída em Nova York, e que a situação do pessoal e do material “está sendo avaliada por autoridades navais e locais”. A corporação afirmou ainda que dará transparência às informações sobre o acidente.
“Durante a manobra de saída do veleiro Cuauhtémoc em Nova York, foi registrado um incidente com a ponte do Brooklyn que provocou danos ao Navio-Escola, impedindo, por enquanto, a continuidade do cruzeiro de instrução.
A situação do pessoal e do material está sendo avaliada por autoridades navais e locais, que estão prestando apoio.
A Secretaria da Marinha reafirma seu compromisso com a segurança do pessoal, a transparência em suas operações e a formação de excelência dos futuros oficiais da Armada do México”, diz nota oficial da Marinha.
O regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro tem ignorado as cobranças do Brasil pelo acerto de dívida bilionária referente aos financiamentos de obras e serviços prestados por empresas brasileiras na Venezuela.
As informações constam em um documento assinado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, em resposta a um requerimento de informação solicitado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
“A negociação se encontra suspensa em razão da ausência de respostas do governo venezuelano”, diz trecho do documento. “A resolução da questão depende do engajamento da contraparte, não sendo possível assim estimar um prazo para conclusão.”
Segundo o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cifra atualizada do calote correspondia a US$ 1,74 bilhão (cerca de R$ 10 bilhões) em fevereiro, incluindo os valores indenizados pela União aos bancos financiadores e os juros cobrados pelo atraso da dívida.
“Diante da ausência de resposta das contrapartes venezuelanas, o processo de cobrança foi retomado (…) tanto por meio diplomático quanto por comunicações diretas ao Ministério da Economia venezuelano”, diz o governo no texto.
A equipe econômica informou também que os atrasos têm sido reportados a instituições multilaterais, em especial ao Clube de Paris —organização informal que reúne grandes fornecedores de crédito, como França, Alemanha e Estados Unidos.
Segundo a Fazenda, outras quatro parcelas (se confirmado o não pagamento) serão indenizadas até junho, no valor de cerca de US$ 16 milhões (em torno de R$ 90 milhões). Além disso, haverá cobrança de juros conforme os termos dos contratos de financiamento cedidos à União até a data de quitação dos atrasos.
No passado, o BNDES concedeu financiamento para empreiteiras brasileiras realizarem obras no exterior. Essa modalidade de crédito serviu para bancar projetos de infraestrutura em diversos países, como o metrô de Caracas.
Nesse tipo de operação, o pagamento era feito pelo país onde a empresa brasileira prestava o serviço. Em caso de calote, o banco contava com o FGE (Fundo de Garantia à Exportação), instrumento criado em 1997 e vinculado ao Ministério da Fazenda.
O financiamento de obras e serviços exportados ao exterior nos governos do PT é alvo constante de questionamentos da oposição, principalmente as operações que envolveram Venezuela e Cuba.
O atual governo Lula chegou a reabrir a mesa de negociação da dívida no início de 2023, logo após a visita de Maduro a Brasília. O Ministério da Fazenda fez reuniões preparatórias em busca de uma conciliação, mas o documento enviado ao deputado do PL mostra que os venezuelanos não têm respondido às tentativas de contato.
Apesar de historicamente próximas, as relações entre Lula e o chavismo estão em crise desde que o governo brasileiro vetou a entrada da Venezuela como parceira do Brics (grupo atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã).
Caracas contava com o apoio da Rússia e da China para entrar na aliança como parceira, um status inferior, mas que lhe permitiria acompanhar algumas reuniões do Brics.
Com o esfriamento das relações diplomáticas, não há perspectiva para a resolução do impasse. A renegociação da dívida bilateral foi tema de conversas telefônicas entre Lula e Maduro em mais de uma ocasião ao longo do terceiro mandato do petista.
Em junho do ano passado, o Palácio do Planalto comunicou que os presidentes dos dois países “discutiram o início de tratativas para a celebração de Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e a renegociação da dívida bilateral”.
Propostas para a retomada do pagamento da dívida e medidas para facilitar o comércio entre Brasil e Venezuela também foram discutidas por Lula e Maduro em outubro de 2023.
Na posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, em fevereiro de 2023, Lula culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela falta de solução para o caso.
“Os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, é porque o presidente resolveu cortar relação internacional com esses países para não cobrar, para poder ficar nos acusando, deixou de cobrar”, disse.
“Eu tenho certeza que no nosso governo esses países vão pagar, porque são todos países amigos do Brasil, e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES”, declarou à época.
Na ocasião, Lula também afirmou que o BNDES “foi vítima de difamação muito grave durante o último processo eleitoral” e rebateu a acusação feita pelo bolsonarismo de que a instituição teria aberto mão de desenvolver o mercado interno para emprestar dinheiro a obras em outros países e ficado no prejuízo.
Denúncias exclusivas enviadas à coluna da Mirelle Pinheiro revelam novas facetas da teia de irregularidades envolvendo a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer), apontada como uma das principais entidades ligadas à farra do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — escândalo revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Funcionários da entidade, que protagoniza o início das fraudes, denunciam pressão psicológica, atraso nos salários e desvios de função.
O denunciante, que preferiu manter sua identidade em sigilo, contou, em entrevista, que as irregularidades relacionadas aos funcionários não começaram agora. O estopim, no entanto, teria ocorrido em 8 de janeiro deste ano, quando a associação emitiu um comunicado anunciando que, a partir daquela data, todos os colaboradores passariam a ser filiados à entidade, tendo acesso aos benefícios, projetos e ações disponibilizados.
Inicialmente, a notícia pareceu positiva aos olhos dos trabalhadores. Contudo, o mesmo documento informava que, para ter acesso às supostas regalias, os funcionários teriam de desembolsar, mensalmente, 2,8% do salário mínimo vigente — o que, naquele mês, equivalia a cerca de R$ 39,54.
Segundo a Conafer, a finalidade da contribuição seria “reforçar o financiamento de projetos, campanhas e doações que beneficiam diretamente agricultores familiares e empreendedores rurais em todo o país”.
Revoltado, o denunciante relatou que, mesmo aqueles que se posicionaram contra a inscrição no cadastro de associados, tiveram os valores descontados nos contracheques de seus salários.
No documento que anunciou a filiação coletiva, consta a assinatura do presidente da entidade, Carlos Roberto Ferreira Lopes. Inconformados com a impossibilidade de impedir os descontos, alguns trabalhadores se uniram para denunciar o caso, anonimamente, ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Após isso, os abatimentos teriam sido suspensos. “Houve a denúncia e, logo após, eles disseram que fariam de outra forma. Porém, o que foi descontado (referente ao mês de janeiro) nunca foi ressarcido. Eles também não deram comprovante de que houve desconto — apenas depositaram o salário com o valor da mensalidade já abatido.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já acumula mais de três meses fora do Brasil neste terceiro mandato. De acordo com levantamento realizado pela CNN, foram 97 dias gastos em 46 em viagens internacionais.
O levantamento considera apenas os dias em que o presidente teve compromissos oficiais durante viagens internacionais, excluindo os dedicados exclusivamente ao deslocamento. Se esses também forem incluídos, o total de dias fora do país sobe para 126.
O país mais visitado por Lula é o vizinho Uruguai, para o qual o presidente viajou quatro vezes nos últimos dois anos. Em seguida, Estados Unidos aparecem com duas viagens.
A CNN considerou uma “viagem internacional” toda vez que o presidente troca de país – o mais recente período de Lula no exterior, por exemplo, considera Rússia uma viagem e China, outra. A maioria dos deslocamentos (25) foi feito em 2023, primeiro ano do mandato.
“Rodar o Brasil”
Sob críticas da oposição pela alta frequência com que se ausentava do país naquela época, Lula afirmou que passaria a rodar o Brasil em 2024, já que a missão de “recuperar a imagem” do país internacionalmente havia sido cumprida.
No total, Lula passou 142 dias fora de Brasília em viagens nacionais. Foram 120 viagens em 23 estados brasileiros. Os mais visitados foram São Paulo (28), Rio de Janeiro (18) e Bahia (10).
Acre, Rondônia e Tocantins foram os únicos estados não visitados por Lula neste mandato.
Nesta semana, o presidente fará novas visitas a São Paulo e Rio de Janeiro. Na terça-feira, vai ao evento de reinauguração do Palácio Capanema, no Rio, e na quinta-feira participa de lançamento do curso de Medicina do Hospital Sírio Libanês, na capital paulista.
O Ministério da Agricultura e Pecuária disse neste sábado (17.mai.2025) ter encontrado os ovos fornecidos pela granja que teve focos de gripe aviária identificados. O órgão afirma que os produtos estão em Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Os ovos serviriam para a incubação em outras granjas dos 3 Estados. Não necessariamente significa que estejam contaminados, mas os procedimentos sanitários serão tomados como uma forma de precaução –incluindo a destruição dos produtos.
“Ressaltamos que não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas”, diz uma nota do Ministério da Agricultura.
O governo confirmou na 5ª feira (15.mai) o diagnóstico de gripe aviária em uma granja de Montenegro (RS). Em nota, informou que a doença “não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos”.
O ministro Carlos Fávaro (Agricultura) decretou estado de emergência zoossanitária no município gaúcho por 60 dias. A medida delimita uma área de controle com raio de 10 km a partir da empresa afetada, que abrigava cerca de 17.000 aves.
O governo do Rio Grande do Sul disse que todas as galinhas morreram em um galpão. Em outro, foram 80%. O restante foi sacrificado.
A gripe aviária é uma infecção viral que afeta aves e pode ser transmitida a humanos em casos raros. Causa doenças respiratórias graves.
Vídeos curtos com dicas de saúde ou de emagrecimento rápido chamam a atenção nos feeds das redes sociais com promessas milagrosas. Mas por trás desses conteúdos pode haver uma estratégia para ganhar dinheiro. O Estadão Verifica identificou 69 “contas dark” que somam 42 milhões de seguidores e monetizam com desinformação de saúde e golpes financeiros no Instagram.
As “contas dark” são páginas em que nenhum criador de conteúdo aparece. A criação de perfis como esse é ensinada em tutoriais no YouTube no Tiktok, que prometem uma renda extra de até R$ 10 mil por mês. Basta fazer publicações sobre assuntos que estão em alta, seja com postagens geradas com uso de inteligência artificial ou com vídeos baixados da internet.
O Verifica identificou dezenas de contas anônimas que agem em rede, compartilhando conteúdos semelhantes ou iguais diariamente. Os perfis têm até nomes parecidos. Muitos usam nomes de mulheres, como @ana.dicas.saudaveis, @helena.dicas.saudaveis e @aurora.dicas.saudaveis. As fotos desses perfis são geradas por inteligência artificial.
O tema de saúde é usado como estratégia de viralização. Vídeos sensacionalistas e desinformativos com promessas de resultados fáceis servem como uma isca para capturar a atenção dos usuários.
Especialistas explicaram ao Verifica que há indícios de uma ação coordenada, em que o engajamento das publicações por várias contas é usado em estratégias de monetização. Os usuários são levados a comprar itens que nunca serão entregues ou caem em fraudes para vendas de dados pessoais.
Perfis ‘dark’ de saúde atuam em rede
O Verifica analisou 69 perfis que têm de 200 mil a 3,8 milhões de seguidores no Instagram cada. Juntos, somam uma comunidade de mais de 42 milhões de usuários. Todos seguem a estratégia das “contas dark” em que não há informações sobre os donos das páginas. Os perfis compartilham informações apelativas sem fontes confiáveis ou reproduzem vídeos publicados por terceiros na internet.
As contas costumam replicar entre si vídeos que estão viralizando nas redes sociais com poucos dias de diferença. Elas também mantêm as mesmas rotinas de publicações, em que dicas de saúde, alimentação e emagrecimento são misturadas a indicações de itens à venda.
A imagem abaixo mostra, que em média a cada três publicações nos perfis, uma é de “promoções” de produtos. A maior parte indica itens vendidos entre R$ 10 e R$ 50.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A maioria das contas usa identificações de usuários genéricas – geralmente, são nomes de mulheres junto a palavras como “saudável”, “dicas”, “receitas”, “autoajuda”, “fitness”, “saúde”. Outra semelhança são as biografias dos perfis. Frequentemente, elas indicam um contato por WhatsApp para receber receitas de emagrecimento ou cupons e ofertas de lojas. O Verifica encontrou dezenas de perfis que indicam o mesmo número.
Apesar de compartilharem conteúdos de saúde e se descreverem como páginas sobre o tema, nenhuma delas traz informações de que pertencem a profissionais do ramo. Além disso, pelo menos 50 passaram por modificações no nome de usuário desde sua criação. As alterações são suspeitas, porque dificultam o rastreamento e a identificação de contas legítimas pelos usuários.
O pesquisador Ergon Cugler, do Laboratório de Estudos Sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DesinfoPop/FGV), analisa que as contas demonstram um padrão de ação coordenada e podem pertencer a uma mesma pessoa.
“Quando observamos que múltiplos perfis replicam exatamente os mesmos conteúdos, com a mesma periodicidade e, ainda, com o mesmo modelo de conversão para o WhatsApp, isso foge do comportamento comum dos usuários”, comentou.
Ele diz que essas operações costumam ter o objetivo de converter a visualização e o consumo em monetização.
Quase 1,5 milhão de aposentados e pensionistas doInstituto Nacional do Seguro Social (INSS)pediram o reembolso de mensalidades descontadas da folha de pagamento dos seus benefícios sem autorização.
A quantidade de beneficiários que contestaram os descontos e solicitaram o dinheiro de volta, de 1.467.933 em quatro dias, foi atualizada neste sábado, 17, pelo INSS. O governo prometeu ressarcir todas as pessoas lesadas pelas fraudes nos descontos.
Os pedidos foram feitos após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União (CGU), que investigam um esquema de fraudes em mensalidades cobradas por sindicatos e associações e descontadas diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS sem autorização.
A polícia suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e enriquecimento ilícito envolvendo funcionários do governo. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros dirigentes foram afastados dos cargos. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão e foi substituído pelo secretário executivo da pasta, Wolney Queiroz.
Segundo o INSS, foram feitas 1.494.956 consultas de quarta-feira, 14, até este sábado, 17, sendo que 1.467.933 beneficiários (98%) não autorizaram os descontos e solicitaram o reembolso — o valor descontado não foi divulgado. Outros 27.023 reconheceram que autorizaram o pagamento de mensalidades. As informações foram dadas pelo aplicativo Meu INSS e pela Central 135. No total, 41 entidades foram contestadas.
As associações têm até 15 dias úteis para responder cada contestação. Caso a entidade não comprove que o desconto foi autorizado, ela deverá realizar o ressarcimento ao INSS, que depositará o valor na conta do beneficiário.
Se a associação comprovar a autorização, o beneficiário poderá apresentar outra contestação. Se não houver uma solução pela entidade, o caso será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), que poderá entrar na Justiça para garantir o ressarcimento.
O governo afirma que os aposentados serão ressarcidos com o dinheiro bloqueado dos bens das associações e pessoas investigadas e, se o valor não for suficiente, admite gastar recursos da União para restituir os valores às pessoas prejudicadas.
Polícia civil? Ate quando vai durar essa perseguição aos militares? A tropa que abordou o veiculo e prendeu o tranficante Nem era de policiais militares lotados no batalhão de policiamento de choque.