O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (19) não acreditar que uma eventual apresentação de denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afete as relações do governo com o Congresso Nacional.
No mês passado, o peemedebista anunciou o rompimento político com o governo, após a divulgação do conteúdo da delação premiada do empresário Júlio Camargo, que acusou Cunha de ter recebido US$ 5 milhões em propina.
O presidente da Câmara é um dos políticos sobre os quais Janot, em março, pediu ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito por suspeitas de envolvimento na Operação Lava Jato.
Para Cardozo, é preciso separar o interesse público da apuração que vem sendo feita pelo Ministério Público Federal. “Uma coisa é a necessidade que o país tem de estar junto, defendendo questões de interesse público para que superemos a crise. Outra coisa é a questão de investigações e eventuais punições, que podem ser decididas sempre respeitando-se o direito de as pessoas se defenderem”, argumentou o ministro.
Em depoimento de delação premiada, o empresário Júlio Camargo, condenado a 14 anos de prisão em uma das ações penais decorrentes da Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro, disse que Cunha recebeu US$ 5 milhões em propina.
Cunha nega a acusação. “É mais um fato falso, até porque esse delator [Camargo], se ele está mentindo, desmentindo o que ele delatou, ele por si só perde o direito à delação”, disse após a divulgação do conteúdo da delação de Júlio Camargo.
O governo brasileiro ainda aguarda a concessão de vistos para membros da delegação que vai acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem a Nova York, nos Estados Unidos, para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. A abertura do evento ocorre na próxima terça-feira (23/9).
De acordo com o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, ministro Marcelo Marotta Viegas, o governo americano sinalizou que os vistos pendentes estão em fase de processamento. Segundo ele, a expectativa é de que os documentos sejam aprovados.
“Não temos porque achar que os EUA não seguirão e não observarão suas obrigações legais em relação à concessão de vistos”, pontuou Viegas.
Os Estados Unidos mantêm um acordo com a ONU que obriga o país a conceder vistos aos membros de delegações que vão participar de atividades da organização. No entanto, recentemente, o governo norte-americano, sob administração de Donald Trump, passou a negar e revogar vistos de integrantes de organizações que compõem a comitiva palestina.
Na sexta-feira (12/9), o governo brasileiro participou de uma reunião do comitê da ONU que trata de questões com o Estado anfitrião. O encontro foi convocado para discutir especificamente o caso palestino. De acordo com o ministro, na ocasião, o Brasil expressou preocupação quanto ao não cumprimento das obrigações por parte dos EUA.
“Vários países, entre os quais o Brasil, expressaram rejeição à adoção de qualquer medida que não esteja em conformidade com o Acordo de Sede”, ressaltou.
Uma eventual violação das obrigações dos EUA como país sede pode resultar na abertura de um procedimento arbitral, que será analisado junto às Nações Unidas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorização para receber a visita do senador Rogério Marinho (PL-RN); do líder da oposição na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Os requerimentos foram apresentados na tarde desta segunda-feira (15/8). Bolsonaro também pediu a autorização para receber o deputado Rodrigo Valadares (União-SE); o senador Wilder Moraes (PL-GO); e o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida.
O ex-presidente destacou que as visitas têm como “objetivo permitir encontro específico, a realizar-se em data a ser oportunamente ajustada, em razão da necessidade de diálogo pessoal com o Peticionante”.
O Navio-Veleiro “Cisne Branco”, da Marinha do Brasil, atracará no Porto de Natal no dia 17 de setembro, permanecendo na capital potiguar até o dia 22.
A visita faz parte das comemorações dos 25 anos do “navio mais bonito da Marinha”, que celebra seu jubileu de prata, em 2025, em viagens pelo litoral brasileiro.
Visita gratuita aberta ao público
O Navio estará aberto à visitação pública gratuita no domingo, 21 de setembro, das 10h às 17h, no Porto de Natal.
Durante a visita, o público poderá conhecer os conveses externos, os mastros e a história de uma das
embarcações mais icônicas da Marinha do Brasil.
Militares da tripulação estarão presentes para recepcionar os visitantes, apresentar curiosidades sobre a vida a bordo e relatar as experiências adquiridas.
O “Cisne Branco”
Conhecido como a “Embaixada Brasileira no Mar”, tem por missão representar o País em grandes eventos, além de contribuir para a formação de jovens marinheiros, preservar as tradições navais e divulgar a mentalidade marítima junto à sociedade brasileira.
Sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Eduardo Rabha Tozzini, o “Cisne Branco” segue com 84 tripulantes embarcados e participará, no fim da próxima semana, da 36ª Regata Internacional Recife – Fernando de Noronha (REFENO).
Visitação Pública:
• Local: Porto de Natal, Esplanada Silva Jardim – Ribeira, Natal – RN;
• Data: 21 de setembro de 2025 (domingo);
• Horário: 10h às 17h (fechamento do portão); e
• Entrada: Gratuita.
Importante: Por razões de segurança e conforto, recomenda-se o uso de calçados fechados e sem salto.
Entre janeiro e agosto de 2025, o Rio Grande do Norte registrou 1.301 roubos e 1.451 furtos de veículos, totalizando 2.752 ocorrências. Os números equivalem a uma média de mais de 11 veículos furtados ou roubados por dia no estado.
Apesar da expressiva quantidade, os dados apontam para uma queda em relação ao mesmo período de 2024. No ano passado, foram 1.928 roubos e 1.504 furtos, o que significa uma redução de 32,5% nos roubos e de 3,5% nos furtos em 2025.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), com base em dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (COINE).
A redução também é verificada em outros tipos de ocorrências:
Ônibus: 100 assaltos em 2024 → 73 em 2025 (queda de 27%).
Via pública: 5.674 crimes em 2024 → 3.759 em 2025 (queda de 33,8%).
Residências: 596 roubos em 2024 → 383 em 2025 (queda de 35,7%).
Comércios: 527 registros em 2024 → 355 em 2025 (queda de 32,6%).
Segundo a SESED, após consolidação, as estatísticas criminais são repassadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).
A Justiça do Rio Grande do Norte condenou o Estado a indenizar em mais de R$ 46 mil um homem que sofreu acidente na RN-013, rodovia que liga os municípios de Mossoró e Tibau, na região Oeste do RN. A decisão é do juiz Pedro Cordeiro Júnior, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Mossoró.
De acordo com o processo, o motorista teve o carro danificado após cair em um buraco na pista. Ele receberá R$ 30 mil por danos morais e R$ 16.771,32 por danos materiais.
O Estado alegou que não havia nexo de causalidade entre a suposta omissão e o acidente, além de negar a existência de danos morais e materiais. O juiz, no entanto, entendeu que a responsabilidade ficou comprovada por meio de boletim de ocorrência, imagens do local, laudos médicos e documentos da seguradora.
“Após detida análise dos autos, entendo que o conjunto probatório é suficiente para comprovar todos os requisitos para a configuração da responsabilidade civil do Estado, uma vez que restou demonstrado que o acidente foi ocasionado pela omissão do ente público na conservação da via pública”, destacou o magistrado.
O magistrado também ressaltou que não houve elementos que indicassem culpa da vítima. Para ele, o acidente decorreu exclusivamente da falta de manutenção e sinalização da rodovia, de responsabilidade do Estado.
“Tal ônus, nos termos do inciso II do artigo 373 do Código de Processo Civil, cabia ao Estado, do qual, contudo, não se desincumbiu. Desta feita, reconhecida a responsabilidade civil do Estado do Rio Grande do Norte, é necessário analisar os danos suportados pela parte autora em virtude da omissão do ente público”, reforçou o juiz.
Até o final do ano, dois ministros do STM completarão 75 anos, idade da aposentadoria compulsória, até o fim do ano: Marco Antônio de Farias, em outubro, e Odilson Sampaio Benzi, em novembro. Com isso, serão quatro os ministros indicados pelo presidente Lula. que já indicou dois neste terceiro mandato: o general Guido Amin Naves e a advogada Verônica Sterman.
O STM é composto por 15 integrantes cuja indicação é prerrogativa do presidente da República, dos quais quatro devem ser do Exército, três da Marinha e outros três da Aeronáutica, necessariamente membros da ativa e do posto mais alto da carreira.
Completam o plenário cinco civis, entre os quais três representantes da advocacia com notório saber jurídico, conduta ilibada e mais de dez anos de profissão, e dois egressos do Ministério Público da Justiça Militar. Todos precisam passar pelo crivo do Senado Federal.
Nos bastidores da cúpula do Exército, a expectativa é que os processos só sejam votados na Corte após a posse dos futuros magistrados a serem escolhidos pelo presidente, uma vez que a perda da patente só poderá ser discutida após as condenações transitarem em julgado, o que ainda não tem data para ocorrer.
Além de Bolsonaro, Nogueira e Garnier, responderão aos processos no STM o ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice Walter Braga Netto e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, ambos generais quatro estrelas.
O julgamento no STM terá um caráter sensível e inédito: além da repercussão política do caso, poderá levar à perda da patente dois ex-comandantes das Forças Armadas – cuja condenação pela Justiça Civil é inédita, como contamos no blog.
O Estatuto dos Militares, fixado por lei, determina que está sujeito à perda de patente todo integrante das Forças Armadas condenado em julgamento em tribunal civil ou militar com sentença transitada em julgado com pena superior a dois anos.
Além deles, oficiais de alta patente também estarão no banco dos réus no STM. Heleno, benquisto no Alto Comando do Exército, comandou a missão de paz da ONU no Haiti. Braga Netto, embora tenha caído em desgraça na Força após as investigações da trama golpista contra Lula demonstrarem que ele orquestrou ataques contra colegas generais, foi interventor federal no Rio de Janeiro e chegou a chefiar o Estado-Maior do Exército.
Como foi condenado a dois anos em regime aberto, prazo limite da lei, o tenente-coronel e delator Mauro Cid escapará do processo.
Cid, porém, pediu baixa do Exército em agosto para migrar para a reserva. Como mostramos no blog, o caso do tenente-coronel só será analisado pela cúpula em janeiro do ano que vem, mas tende a ser aceito por atender aos requisitos obrigatórios. O advogado do ex-ajudante de ordens Jair Alves Ferreira disse à equipe do blog que, ainda que não perca a patente, Cid não vai desistir de deixar a Força, porque “não tem mais condições psicológicas de seguir como militar”.
Caso concedida, a aposentadoria representará um encerramento melancólico de carreira de Cid, que antes do governo Jair Bolsonaro era considerado um prodígio no Exército, cotado para chegar à patente de general como seu pai, Mauro Cesar Lourena Cid.
Nada, porém, comparável ao duro desgaste de perder a patente após julgamento no STM, risco ao qual seus delatados estão submetidos.
Embora a Corte seja criticada fora do âmbito da Justiça Militar por uma atuação tida como corporativista, o julgamento ocorrerá sob forte escrutínio público pela repercussão do caso e dos envolvidos.
É um ambiente bem diferente da primeira ocasião em que Bolsonaro esteve no banco dos réus no STM, no fim da década de 1980. O então capitão da ativa entrou na mira do Exército em 1987 depois de publicar um artigo na revista Veja defendendo o reajuste do soldo militar.
A mesma publicação divulgou um plano do futuro presidente da República que consistiria na explosão de bombas na Vila Militar, no Rio, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em quarteis e até em uma adutora do Rio Guandu, parte do sistema que forma a principal fonte de abastecimento de água no Rio de Janeiro, para pressionar a cúpula da instituição.
O caso foi parar no STM, que após um longo debate sobre a autoria dos documentos que comprovariam seu envolvimento na conspiração e a veracidade da reportagem, absolveu o então desconhecido capitão do Exército por nove votos a quatro. No ano seguinte, Bolsonaro se elegeu vereador do Rio pelo PDC e migrou para a reserva. Trinta anos depois, chegou ao Palácio do Planalto.
Otimizar o fluxo de caixa de hospitais, clínicas e laboratórios para, em última instância, aprimorar o serviço ao paciente. Esta é a proposta do “Antecipa Saúde”, um projeto piloto lançado pela Orenda Consulting, fintech especializada na securitização de direitos creditórios que acaba de atrair um aporte de R$ 30 milhões de um fundo de investimento nacional para viabilizar sua operação.
A Orenda Consulting, que nasceu da experiência do grupo Opay em gestão de recebíveis e pagamentos, identificou no setor de saúde um gargalo financeiro crítico: o longo prazo que os prestadores de serviço levam para receber das operadoras de saúde, um ciclo que pode se estender por meses e comprometer a saúde financeira das instituições.
A solução proposta é uma plataforma digital que estrutura a antecipação de recebíveis de uma forma inovadora no segmento. Diferentemente de um empréstimo bancário tradicional, e também de operacionalização muito mais ágil, o “Antecipa Saúde” opera por meio da cessão de créditos já consolidados – ou seja, por serviços que já foram prestados e faturados. Através de sua ferramenta tecnológica, a fintech permite que esses créditos futuros sejam transformados em liquidez imediata para o prestador.
O modelo de negócio envolve uma estrutura robusta de securitização. As clínicas e hospitais interessados originam os créditos, que são analisados e cedidos à securitizadora parceira do projeto.
Essa entidade é responsável por validar a exigibilidade dos créditos, monitorar o fluxo de pagamentos futuro junto às operadoras e garantir a segurança de toda a operação, fornecendo relatórios periódicos e assegurando a conformidade com normativas como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
“Este projeto deverá impactar positivamente na própria prestação de serviço aos usuários do sistema de saúde”, afirma Isabella Balbastro, diretora-executiva da Orenda Consulting. “A agilidade do processo de antecipação por meio de tecnologia poderá propiciar mais investimento das prestadoras de serviço”, complementa, ressaltando que o acesso simplificado ao capital de giro é um vetor para a modernização de equipamentos e a melhoria da infraestrutura de atendimento.
*Mercado da Saúde*
Após um projeto-piloto bem-sucedido no setor de franquias, a empresa agora volta sua expertise para o mercado de saúde, que movimenta centenas de bilhões de reais anualmente.
A automação do processo, desde a análise do histórico de faturamento até a liquidação diária dos valores, é o grande diferencial tecnológico, prometendo reduzir a burocracia e os custos associados às operações financeiras tradicionais.
No momento, o projeto “Antecipa Saúde” está na fase de cadastramento, em contato com clínicas, laboratórios e hospitais que desejam participar desta nova modalidade de gestão financeira. A iniciativa representa um passo importante na modernização das relações financeiras dentro da cadeia de saúde, aplicando a inovação do mercado de capitais para resolver um problema crônico de um dos setores mais vitais da economia.
A farmacêutica Eli Lilly anunciou nesta segunda-feira (15) a chegada de dosagens mais altas de Mounjaro no mercado brasileiro. De acordo com a empresa, canetas com concentrações de 7,5 mg e 10 mg de tirzepatida, o princípio ativo do medicamento, serão disponibilizadas nas farmácias já na segunda quinzena de setembro e na segunda metade de outubro, respectivamente.
Com isso, os pacientes brasileiros passam a contar com quatro dosagens de Mounjaro: 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg e 10 mg. Todas foram estudadas e aprovadas em eficácia e segurança.
A tirzepatida é uma molécula agonista duplo de GLP-1 e GIP, hormônios gerados no intestino e liberados depois das refeições. Isso significa que o medicamento tem a capacidade de estimular a ação tanto do GLP-1 quanto do GIP, aumentando a produção de insulina pelo pâncreas para manter o controle do açúcar no sangue, além de atuar na redução do apetite.
“Estamos entusiasmados de poder trazer as novas dosagens para o mercado local. A Lilly é uma empresa com mais de 100 anos de história e experiência em cardiometabolismo e por isso sabemos o impacto do tratamento para os pacientes com diabetes tipo 2, e obesidade, que agora devem contar com doses ainda mais potentes para atender suas necessidades médicas individualizadas”, explica Felipe Berigo, Diretor Executivo de Cardiometabolismo da Lilly no Brasil, em comunicado divulgado à imprensa.
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores das fraudes nos descontos dos benefícios de aposentados e pensionistas, não vai comparecer para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nesta segunda-feira, 15. O colegiado cancelou a sessão.
Em decisão na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça desobrigou o “Careca do INSS” de prestar depoimento à CPI.
“Perdemos a oportunidade de ouvir hoje um dos principais investigados no escândalo que desviou recursos dos aposentados. É lamentável, mas a comissão seguirá trabalhando para que a verdade venha à tona e os culpados sejam responsabilizados”, disse o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Neste domingo, 14, Viana havia divulgado um vídeo confirmando a ida do “Careca do INSS” à CPI. “Apesar da decisão do ministro do STF André Mendonça de tornar facultativa, ou seja, voluntária, a ida dos dois principais envolvidos no escândalo do INSS à CPMI nesta segunda-feira, dia 15, está mantida a oitiva do senhor Antônio Carlos Camilo Antunes, o ‘Careca’”, afirmou Viana, no vídeo, em referência também ao empresário Maurício Camisotti.
A investigação da Polícia Federal aponta o “Careca do INSS” como um dos principais operadores do esquema fraudulento de descontos associativos em aposentadorias.
Estadão
Pode ter certeza que é conluio entre o legislativo e stf , pois as investigações preliminares mostram que este lobista corrupto repassava grana a parlamentares e se revelada for ,o colapso institucional será devastador pra todos os podres poderes. O país assumiu seu viés de bataclã da América latrina !
Sinceramente, não sei o porquê de existir outros poderes, além do STF. Uma CPMI mista não tem poder de convocar um dos principais acusados do roubo do INSS, qual é a função do congresso nacional? Deixa o país inteiro nas mãos do STF, não já está?
A pouco mais de um ano das eleições de 2026, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve buscar um quarto mandato, o Brasil aparece enredado nos chamados “déficits gêmeos”, com contas fiscais e externas em deterioração.
Com atenuantes, o momento guarda semelhança com a situação pré crise no segundo mandato de Dilma Rousseff, e o Brasil caminha para ter os dois maiores rombos do tipo na comparação com a maioria dos países.
Os “déficits gêmeos” ocorrem quando um país apresenta, simultaneamente, um déficit nominal e outro na conta corrente, este em relação a outras nações. Um dos principais motivos para a sua ocorrência neste momento é o fato de a economia ter ficado desequilibrada e aquecida demais após dois anos e meio de gastos públicos insustentáveis sob Lula.
Juros pagos para rolar a dívida pública fazem parte do déficit nominal, e ele tem aumentado fortemente por conta da taxa básica (Selic) estar hoje em 15% ao ano a fim de conter a inflação, provocada pelos gastos excessivos.
Já o déficit em conta corrente se dá quando é negativo o saldo entre a entrada e saída de dólares, considerando pagamentos líquidos de transferências e importações (em alta com a economia aquecida) e exportações de bens e serviços.
Especialistas afirmam que, embora a principal causa do déficit nominal venha da conta de juros, há impacto direto no aumento da dívida pública, que tem crescido enormemente sob Lula 3.
Dados recentes mostram a velocidade desses desequilíbrios. No front fiscal, os gastos com juros do setor público se tornaram um peso esmagador.
Nos 12 meses encerrados em julho, essa despesa se aproximou de R$ 1 trilhão, levando o déficit nominal do governo central, sob responsabilidade de Lula, a 7,12% do PIB. Somados União, estados e municípios, o Brasil deve encerrar o ano com o indicador em 8,5% do PIB, sendo a maior parte juros (8%).
Os juros aumentam a dívida pública bruta, que atingiu 77,5% do PIB em julho, com uma expansão de seis pontos percentuais em pouco mais de dois anos e meio sob Lula. Poucos países se endividaram tanto nos últimos anos.
As contas externas também estão negativas. O déficit em conta corrente saltou de 1,4% do PIB para 3,5% em 12 meses. A piora tem motivos diversos, com a balança comercial apresentando saldo menor do que o esperado e o aumento nas saídas líquidas de serviços e rendas, como as remessas de lucros e dividendos.
No caso do déficit nominal, a situação é agravada pela incapacidade do Brasil de gerar superávits primários recorrentes. Ou seja, ter receitas maiores que despesas para abater parte da dívida pública. É o contrário do que ocorreu nos dois primeiros mandatos de Lula.
Para Samuel Pessôa, do Ibre-FGV e colunista da Folha, do ponto de vista macroeconômico, a situação atual “não é tão diferente” do final do governo Dilma Rousseff. Ele ressalta, porém, que o déficit atual é “mais real” porque a Selic não está artificialmente controlada, como ocorreu em 2014, quando começou a subir só após a reeleição de Dilma.
Lula também não tem controlado preços administrados (energia e combustíveis). Mas Pessôa destaca que o desequilíbrio é grande e que o Brasil, produzindo quatro milhões de barris de petróleo por dia, que geram muita receita, “não deveria ter esse déficit”.
Apesar de prever certo alívio nos próximos trimestres devido à desaceleração econômica e cortes de juros, ele enfatiza que o “problema estrutural continuará conosco e precisará ser tratado em 2027”. O risco é Lula voltar a pisar no acelerador dos gastos no período eleitoral.
O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga afirma que os “déficits gêmeos” interagem como “elementos de pressão nos juros e de ‘crowding out'”, expressão que designa como empresas privadas reduzem investimentos quando o setor público gasta demais.
Fraga destaca que o investimento público no Brasil caiu de cerca de 5% do PIB para menos de 2% nas últimas décadas, apesar de o gasto estatal ter subido, de cerca de 25% do PIB para 34%.
Para ele, a economia está “mais aquecida do que o normal”, com a inflação demorando para ceder, sendo o juro o “sintoma mais grave do paciente”.
Marcus Pestana, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, corrobora a preocupação com o investimento, classificando a taxa no Brasil como “ridícula”. “São sofríveis 17% do PIB, comparados a 35% em países asiáticos”, diz.
Pestana afirma que o “calcanhar de Aquiles” é a questão fiscal, que está levando a um rápido aumento do endividamento público. Ele não vê com muita preocupação o déficit em transações correntes, já que o fluxo de investimento direto ainda cobre o rombo, apesar de crescente.
Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG, concorda que a maior preocupação é com o déficit fiscal. “É um desequilíbrio estrutural e de longo prazo que não está sendo atacado de frente.”
Ribeiro considera o debate da questão fiscal “interditado”, com o governo buscando alternativas heterodoxas em vez de enfrentá-lo. O risco, diz, é que se volte a gastar mais em 2026 visando as eleições.
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