A casa que pertencia a Anderson Miguel, leiloada na semana passada e arrematada por R$ 350 mil, pode ir à leilão novamente. A empresa que deu o maior lance – R.S.M Construções LTDA – não efetuou o pagamento obrigatório de R$ 105 mil (30% do valor) no prazo de 48 horas após o leilão. De acordo com a juíza Maria Rita Manzarra, da Central de Apoio às Execuções (CAEx), a casa poderá voltar à leilão para pagar dívidas trabalhistas da A & G Locação de Mão de Obra. “Como não houve depósito dos 30% do valor, o arremate ficou sem efeito. Vamos rever os processos contra a empresa e analisar qual a melhor solução”, diz.
A juíza informa ainda que, após uma solicitação de Gilberto Clementino da Silva, sócio de Anderson Miguel na A & G, todas as reclamações trabalhistas contra a empresa, distribuídas nas oito varas do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), serão reunidas na CAEx. De acordo com a magistrada, essa união dos processos facilitará o pagamentos aos credores. “Vou solicitar as juízes que remetam os processos para a CAEx. Assim, será possível saber de quanto é o débito da empresa e, com o leilão de alguns bens, ficará mais fácil fazer o pagamento a quem tem direito a receber algo”, avisa.
A juíza não sabe por qual motivo a empresa R.S.M Construções, de propriedade de Iuri Roriz, não efetuou o pagamento dos 30%. O imóvel, localizado em Capim Macio, zona Sul de Natal, foi avaliado em R$ 600 mil e foi vendido por R$ 350 mil. O valor seria pago em 30 parcelas mensais, além da entrada de R$ 105 mil.
Anderson Miguel, assassinado no dia 1º de junho, era um dos réus e principal delator da Operação Hígia, que investiga um esquema de licitações fraudulentas na secretaria estadual de Saúde, quando Vilma de Faria era governadora.
Dinheiro do Itorn
O Governo do Estado depositou, quarta-feira passada, R$ 1 milhão na conta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O dinheiro será usado para efetuar o pagamento de dívidas trabalhistas a mais de 100 pessoas que processaram o Itorn. A quantia é proveniente do bloqueio no pagamento de cinco meses de aluguel ao proprietário do prédio onde hoje funciona o Hospital Ruy Pereira.
O imóvel seria leiloado na semana passada, mas em virtude de um acordo firmado pelo Governo do Estado com a juíza Maria Rita Manzarra, foi retirado de pauta. Agora, a quantia de R$ 1 milhão será dividida entre os credores do Itorn. Segundo a juíza, o pagamento começará a ser efetuado próximo mês. “O pagamento seguirá o critério de valores – do menor para o maior – bem como analisaremos a questão da idade das pessoas e se têm alguma necessidade”, afirmou.
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