Religião

Coronavírus mata dezenas de padres no norte da Itália

Foto: AFP

Eles morrem como seus fiéis, sem missa ou ritual fúnebre. O coronavírus está vitimando muitos padres na região norte da Itália: uma dezena em Bérgamo, cinco em Parma, outros em Milão e em Cremona.

A diocese de Bérgamo, entre as cidades mais afetada pela pandemia, confirmou que pelo menos 10 padres morreram depois de contrair a doença, informou o jornal católico Avvenire.

As mortes são tão numerosas que “o censo é difícil de estabelecer”, indicou a publicação.

O jornal L’Eco di Bergamo publicou ao menos 160 anúncios de morte em sua edição de 15 de março, cinco vezes a mais na comparação com um dia normal.

A publicação registrou cinco mortes de padres da diocese de Parma, duas em Milão e Cremona, uma em Brescia, sem contar os muitos sacerdotes infectados, alguns internados em unidades de terapia intensiva.

Ao lado de médicos e enfermeiras, os padres prestam auxílio espiritual aos enfermos, uma missão necessária nesta região da Itália particularmente religiosa.

“Equipados com máscara, gorro, luvas, blusa e óculos, os padres caminham pelos corredores como zumbis”, conta Claudio del Monte, padre de uma paróquia de Bérgamo, à agência italiana Adnkronos.

A cidade da Lombardia, de 120.000 habitantes, no coração da província, é uma das mais afetadas pela pandemia da doença infectou mais de 41.000 pessoas na Itália.

Os necrotérios não têm espaço para acomodar os caixões e os enviam para o cemitério.

“Não sabemos mais onde colocar os mortos. Utilizamos algumas igrejas. Tudo isso diz respeito aos sentimentos mais profundos” afirmou o arcebispo de Bérgamo, monsenhor Francesco Beschi, entrevistado pelo Vatican News.

A rádio da Conferência Episcopal Italiana (Cei), InBlu, explicou que devido às medidas para evitar a propagação do coronavírus, os padres devem evitar a extrema-unção, o óleo sagrado usado para untar os enfermos próximos da morte.

“Um padre que perdeu o pai me ligou. Ele está em quarentena, a mãe está em quarentena sozinha em outra casa, seus irmãos estão em quarentena e os funerais estão proibidos. Será enterrado no cemitério sem que ninguém possa participar de um momento de piedade humana e cristã”, contou o arcebispo Beschi.

– Dever pastoral –

O religioso considera que o número de padres mortos em sua diocese é “realmente alto”, assim como o daqueles que estão em “condição particularmente grave”.

Como todas as outras vítimas do novo coronavírus, os padres falecidos foram sepultados sem o rito fúnebre.

“É uma dor ver os padres ficando doentes doentes, às vezes por dever pastoral, e passando pela porta da triagem (dos pacientes) onde, naturalmente, ninguém pode entrar. Depois, alternando esperanças e recaídas, nos deixam para sempre”, afirmou o bispo de Parma, Enrico Solmi, ao jornal Avvenire.

Comovido com a situação difícil de Bérgamo, o papa Francisco ligou na quarta-feira para o arcebispo Beschi para expressar “apoio aos padres, aos enfermos, aos que cuidam dos pacientes e a toda nossa comunidade”, disse.

“Estava muito impressionado com o sofrimento que padecem, pela morte solitária, sem a companhia das famílias, tão dolorosa”, acrescentou Beschi em um comunicado.

Francisco considera que “as medidas draconianas nem sempre são boas” e pediu aos bispos e padres que não deixem os fiéis sozinhos ante o coronavírus.

A declaração foi percebida como uma crítica indireta às restrições drásticas impostas pela Itália para conter a propagação do vírus e que incluem a proibição de viagens e de visitas, como a dos padres que diariamente se encontravam com idosos isolados.

O governo também proibiu a celebração de missas, casamentos e funerais.

Isto É, com AFP

Opinião dos leitores

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Brasil

“Converso com todos os lados”, diz Gilmar sobre Bolsonaro vetar críticas

Foto: divulgação

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira, 25, que tenha conversado recentemente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas admitiu já ter dialogado “no passado” e afirmou ter recebido “muitos interlocutores”.

A declaração foi feita após a Polícia Federal (PF) divulgar, em um relatório tornado público na última semana, uma orientação de Bolsonaro ao deputado federal licenciado (PL-RJ) Eduardo Bolsonaro para ele “esquecer qualquer crítica” ao ministro do STF. Em 27 de junho, o parlamentar enviou três arquivos a Bolsonaro, posteriormente apagados, em que perguntava se poderia compartilhá-los.

“Nesses tempos, não (falei com Jair Bolsonaro). Mas tive muitas conversas com ele no passado e recebi muitos interlocutores. Todos sabem que eu converso com todos os lados da política há muito tempo. De modo que não há nenhuma conversa minha com o presidente. Agora, porque ele determinou ou sugeriu que não fizesse crítica a mim?“, disse Gilmar, após participar de um evento do Grupo Esfera, em São Paulo.

Gilmar reconheceu ser um “interlocutor” no Supremo.

“Talvez, porque eu seja um interlocutor (…) Quando uma colega de vocês (vê muitas pessoas no meu gabinete) diz que lá parece o Pátio dos Milagres, porque junta gente de diversas origens”, continuou.

Relatório da PF

“Em resposta, JAIR BOLSONARO informa que o conteúdo não deveria ser compartilhado, e diz para EDUARDO que “esqueça qualquer crítica ao Gilmar”, possivelmente se referindo ao ministro GILMAR MENDES, do Supremo Tribunal Federal. O ex-Presidente então afirma que tem “conversado com alguns do STF” e que “todos ou quase todos, demonstram preocupação com sanções”, referindo-se às medidas que viriam a ser adotadas pelos Estados Unidos contra o Estado brasileiro. Por fim, JAIR BOLSONARO pede que a conversa continue por meio de ligação telefônica.”

Os diálogos foram recuperador do celular do ex-presidente no âmbito da Petição 14.129/DF, conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O relatório final da PF concluiu que Jair e Eduardo Bolsonaro atuaram para obstruir investigações no Brasil e pressionar autoridades, inclusive por meio de articulações internacionais.

O Antagonista 

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RN

Projeto que proíbe cobrança de taxa de ar-condicionado em apps de transporte é aprovado em Natal

Foto: Elpidio Junior/CMN

A Comissão de Transportes, Legislação Participativa e Assuntos Metropolitanos da Câmara Municipal de Natal aprovou nesta segunda-feira 25 o Projeto de Lei 464/2024, de autoria do vereador Herberth Sena (PV), que proíbe a cobrança de “taxa de ar-condicionado” em veículos de transporte por aplicativo na capital potiguar.

O projeto busca garantir conforto aos passageiros sem custos extras e proteger o consumidor, considerando a cobrança abusiva e lesiva aos direitos do usuário. A proposta estabelece que as empresas informem de forma clara a inexistência da taxa e prevê sanções com base no Código de Defesa do Consumidor.

Comissão de Transportes da Câmara de Natal aprova PL que proíbe cobrança de taxa de ar-condicionado em apps de transporte – Foto: Elpidio Junior/CMN

Durante a reunião, a comissão também aprovou parecer favorável ao PL 190/2023, que institui o Cordão de Girassol como símbolo de identificação de pessoas com deficiências ocultas, ou seja, condições que não são fisicamente aparentes. O objetivo é sinalizar discretamente a necessidade de apoio e atenção a essas pessoas.

Ao final do encontro, o presidente da comissão, vereador Léo Souza (Republicanos), comentou sobre o transporte coletivo.

“O segundo semestre deste ano será um momento crucial para a mobilidade de Natal, pois o processo de licitação do transporte coletivo, esperado há 30 anos, está prestes a acontecer. A minuta do edital deve ser publicada em duas semanas e esta comissão aguarda a incorporação das demandas da população, apresentadas em audiências e requerimentos. Esperamos que este processo, na eminência de acontecer, seja enfrentado de forma exitosa”, afirmou.

Agora RN

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Brasil

No cenário de segundo turno, senador Rogério Marinho aparece apenas 5% atrás de Lula

Foto: Paraná Pesquisa

Levantamento nacional da Paraná Pesquisas mostra que, caso a eleição presidencial fosse agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentaria um cenário acirrado para conquistar um 4º mandato.

Para se ter uma ideia, Lula registra 42,9% das intenções de voto contra contra o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) com 37,8%, uma diferença de apenas 5 pontos percentuais.

Fica acima da margem de erro de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

LULA X ROGÉRIO MARINHO

A escolha de Marinho seria uma forma de Bolsonaro manter sua influência sem esbarrar em entraves como diferenças partidárias –no caso de Tarcísio– ou questões familiares –no caso de Michelle. Perguntado em abril de 2025 sobre a forma que analisa a candidatura do ex-presidente, o senador disse: “Defendo o nome dele até que ele decida o que quer fazer, até serem esgotadas as possibilidades”.

Marinho foi eleito senador em 2022. Tem mais 5 anos e meio de mandato. Pode concorrer a presidente sem medo de ficar sem mandato em caso de derrota. Como é filiado ao PL, poderia disputar com o apoio explícito de Bolsonaro e assim ajudar a legenda a fazer uma bancada grande deputados e de senadores –é sempre importante ter um candidato a presidente pontuando de forma robusta para ajudar nas disputas estaduais para o Congresso.

Eis os percentuais:

Lula (PT) – 42,9%;
Rogério Marinho (PL) – 37,8%;
brancos/nulos – 13,0%;
não sabem – 6,3%.

Com Poder360

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Geral

Moraes abre prazo para alegações finais de núcleo 3 da ação penal do golpe

Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), abriu prazo para que acusação e defesas apresentem as alegações finais na ação penal contra o chamado núcleo 3 da chamada ação penal do golpe.

Esse grupo é formado por um policial federal e nove militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos” em referência à farda com boina preta. Segundo a acusação, eles participaram do planejamento de operações para eliminar o ministro do STF Alexandre de Moraes, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o presidente Lula.

Todos respondem por cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

De acordo com a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), o núcleo era responsável por executar planos golpistas, entre eles a operação chamada Punhal Verde e Amarelo. Ela seria supostamente executada em novembro de 2022.

Quem faz parte do núcleo 3?

Fazem parte do chamado núcleo 3, os seguintes réus: Bernardo Romão Correa Netto (coronel); Estevam  Theophilo (general); Fabrício Moreira de Bastos (coronel); Hélio Ferreira (tenente-coronel); Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel); Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel); Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel); Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel); Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (policial federal).

O prazo para as alegações finais é de 15 dias para a acusação, seguido por mais 15 dias para as defesas. Essa é uma das últimas etapas do processo, que já teve a fase de instrução encerrada, com a coleta de depoimentos e a produção de provas.

Dessa forma, a expectativa é que esse núcleo seja julgado em meados de outubro. O núcleo 1, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como principal personagem, irá a julgamento a partir da terça-feira da semana que vem, 2 de setembro.

Encerrada essa etapa, Moraes, relator da ação, deverá elaborar seu voto e liberar o processo para julgamento na Primeira Turma do STF. O colegiado é formado por cinco ministros: Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Não há prazo definido para que o julgamento seja marcado.

O Antagonista 

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Brasil

Pauta inicial da CPMI mira convocação de ex-ministros e dirigentes do INSS

Foto: reprodução

A pauta inicial da CPMI do INSS que será apreciada a partir da manhã desta terça-feira (25) prevê a análise de requerimentos apresentados pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que miram a convocação de todos os ex-ministros e secretários da Previdência e ex-presidentes do INSS desde o governo Dilma Rousseff (2011-2016).

Dos 35 requerimentos previstos na pauta, quatro convocam ex-ministros. São eles:

  • Carlos Lupi, (governo Lula 3)
  • José Carlos Oliveira (governo Bolsonaro)
  • Marcelo Caetano (governo Michel Temer)
  • Carlos Gabas (governo Dilma Rousseff)

Por sua vez, são nove requerimentos de convocação de ex-presidentes do INSS:

  • Lindolfo Neto de Oliveira Sales (governo Dilma Rousseff)
  • Elisete Berchiol da Silva Iwai (governo Dilma Rousseff)
  • Edison Antônio Costa Britto Garcia (governo Michel Temer)
  • Leonardo de Melo Gadelha (governo Michel Temer)
  • Renato Rodrigues Vieira (governo Jair Bolsonaro)
  • Leonardo José Rolim Guimarães (governo Jair Bolsonaro)
  • Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano (governo Jair Bolsonaro)
  • Glauco André Fonseca Wamburg (governo Lula 3)
  • Alessandro Antonio Stefanutto (governo Lula 3)

Na prática, a lista da primeira reunião mostra que convocação polêmicas como a do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolada pelo PT ou do irmão de Lula, Frei Chico, dirigente de uma das entidades desviadas, devem ficar de fora neste primeiro momento.

Em entrevista ao programa WW na sexta-feira, o relator já havia sinalizado que esses dois nomes não seriam a prioridade neste momento.

A pauta desta terça-feira também prevê a convocação de autoridades com intimidade com a investigação, como Eliane Viegas Mota, Diretora de Auditoria de Previdência e Benefícios da Controladoria-Geral da União (CGU) e Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, Delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Sem Desconto.

Os deputados e senadores também vão analisar requerimentos para convocar uma série de servidores para auxiliar nos trabalhos do colegiado, como funcionários da Controladoria-Geral da União, do Tribunal de Contas da União (TCU),do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), do Banco Central, da Receita Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal.

CNN

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Geral

Bolsonaro diz querer ir a julgamento no STF, mas decisão envolve cálculo político, defesa e saúde

Foto: André Borges/EPA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discute com aliados para definir se vai participar presencialmente do julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele disse a pessoas próximas que gostaria de estar na corte em algumas das sessões, quando ficaria frente a frente com os ministros que ele considera algozes, mas aliados têm citado a possibilidade de seu quadro de saúde ser um empecilho para esse plano.

A ideia de comparecer à corte no último capítulo do processo, que pode condená-lo a mais de 40 anos de prisão sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, é descrita pelo entorno do ex-presidente como uma forma de demonstrar força e evitar a impressão de que estaria acuado por seus julgadores.

O STF marcou o começo do julgamento sobre a trama golpista para o dia 2 de setembro, com conclusão esperada até o dia 12. A proposta daqueles que defendem que ele vá ao tribunal não é acompanhar as duas semanas de sessões, mas ao menos comparecer ao primeiro e ao último dia.

Assim como os demais réus, Bolsonaro pode comparecer à corte para assistir ao julgamento. Como está em prisão domiciliar, terá de pedir autorização ao ministro relator Alexandre de Moraes, como determina o Código de Processo Penal.

Nas semanas que antecedem o início do julgamento, essa definição se tornou tema de conversas entre aliados de Bolsonaro e também em discussões com o próprio ex-presidente.

A decisão deve ser tomada a partir de cálculos políticos, da avaliação de sua equipe de defesa e também por critérios médicos.

Bolsonaro tem enfrentado crises de soluço, que, por vezes, levam a vômitos, segundo relatos feitos por aliados. Ainda que não ocorra todos os dias, eles citam uma preocupação com esse quadro, uma vez que as sessões no Supremo tendem a durar muitas horas.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta segunda (25) que a saúde de Bolsonaro preocupa, mas que, caso não estivesse em prisão domiciliar, ele melhoraria imediatamente. “Se estivesse livre, ele sarava na hora. O estado moral dele é por causa disso.”

O ex-presidente está em prisão domiciliar desde 4 de agosto e só deixou o local no último dia 16 para realizar exames médicos. O boletim divulgado na ocasião informou que ele segue com tratamento para hipertensão arterial e refluxo e medidas preventivas de broncoaspiração.

Aliados de Bolsonaro no campo político defendem sua ida ao julgamento para exibir o que descrevem como resiliência diante do cerco do Supremo ao ex-presidente.

Eles consideram que, com esse gesto, Bolsonaro marcaria uma posição e poderia transmitir a seus apoiadores uma mensagem política de que não capitulou diante do tribunal, mesmo que sua condenação seja dada como garantida.

Esses aliados apontam, no entanto, que há um cenário de incerteza, que vai desde as múltiplas interpelações feitas por Moraes a Bolsonaro sobre o cumprimento das medidas cautelares impostas pelo Supremo até o estado físico e emocional do ex-presidente.

Se for ao Supremo, Bolsonaro repetiria uma decisão que tomou no recebimento da denúncia, em março. Na ocasião, o ex-presidente foi de surpresa ao tribunal, onde se sentou na primeira fileira. Dias depois, ele se tornou réu no processo.

Bolsonaro fez o mesmo movimento que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no ano passado, quando se sentou à mesa da defesa em julgamento em Nova York. Em casos penais, a presença do acusado é obrigatória nos EUA. No Brasil, não.

Caso decida não ir ao tribunal, Bolsonaro assistiria às sessões em casa, pela televisão, segundo a avaliação de pessoas próximas. Em prisão domiciliar, ele tem a companhia da mulher, Michelle, da filha, Laura, e da enteada Letícia. Seus filhos também têm livre acesso à residência e devem acompanhar o pai.

Diante da proximidade do julgamento, o ex-presidente e pessoas próximas estão em um estado crescente de tensão. Segundo relatos, ele está irritado e se sente injustiçado.

As visitas estão restritas a uma por dia. Elas dependem de solicitação ao STF e autorização por Moraes, mas nem sempre os solicitantes podem ir nos dias apontados pelo ministro. Alguns chegam a cancelar.

Desde o último dia 15, o magistrado não responde à defesa a respeito de novas solicitações para visitas ao ex-presidente. Eles pedem prioridade a autoridades do PL, porque Bolsonaro gostaria de conversar com lideranças como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Valdemar Costa Neto, presidente do partido, antes do julgamento.

Apenas irmãos, filhos e cunhados podem ir sempre à casa de Bolsonaro, no Jardim Botânico, em Brasília, sem pedir autorização prévia a Moraes. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) costuma passar por lá cedo para tomar café da manhã com o pai. Como a Folha mostrou, ele se tornou o principal porta-voz do pai no mundo político.

Folhapress

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Geral

Ancelotti convoca Seleção Brasileira para últimos jogos das Eliminatórias; lista tem nove mudanças em relação à anterior

Imagem: reprodução/YouTube

O técnico Carlo Ancelotti convocou nesta segunda-feira (25) os 25 jogadores para os dois últimos jogos da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa de 2026.

O Brasil recebe o Chile no dia 4 de setembro, uma quinta-feira, às 21h30 no Maracanã. Cinco dias depois, a equipe de Ancelotti fecha a participação nas Eliminatórias contra Bolívia em El Alto, às 20h30.

A lista de Ancelotti conta com algumas surpresas, como o retorno de Lucas Paquetá, após absolvição em caso de apostas esportivas, e a primeira convocação de Kaio Jorge, do Cruzeiro, atual artilheiro do Brasileirão.

Já classificado para a Copa, o Brasil ocupa a terceira posição na tabela com 25 pontos, ao lado do Equador. A Argentina lidera as Eliminatórias com 35 pontos.

Veja a lista de convocados

  • Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr) e Hugo Souza (Corinthians)
  • Defensores: Alexsandro Ribeiro (Lille), Alex Sandro (Flamengo), Caio Henrique (Monaco), Douglas Santos (Zenit), Fabricio Bruno (Cruzeiro), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG), Vanderson (Monaco) e Wesley (Roma)
  • Meias: Andrey Santos (Chelsea), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Joellinton (Newcastle) e Lucas Paquetá (West Ham)
  • Atacantes: Estevão (Chelsea), Gabriel Martinelli (Arsenal), João Pedro (Chelsea), Kaio Jorge (Cruzeiro), Luiz Henrique (Zenit), Matheus Cunha (Manchester United), Raphinha (Barcelona) e Richarlison (Tottenham)

Nove jogadores que estiveram na primeira convocação de Ancelotti não estão presentes na segunda lista do treinador:

Defensores:

  • Beraldo (PSG)

  • Carlos Augusto (Inter de Milão)

  • Danilo (Flamengo)

  • Léo Ortiz (Flamengo)

Meio-campistas:

  • Andreas Pereira (Fulham)

  • Ederson (Atalanta)

  • Gerson (Na época do Flamengo, hoje no Zenit-RÚS)

Atacantes:

  • Antony (Na época do Betis, hoje no Manchester United)

  • Vini Júnior (Real Madrid)

CNN Brasil

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Geral

VÍDEO: “Se eu me levantei daquele elevador, outras mulheres também são capazes”, diz Juliana Soares em homenagem na Câmara de Natal

Após receber a comenda Maria da Penha em solenidade na Câmara Municipal de Natal nesta segunda-feira (25), Juliana Soares fez um discurso emocionado em que agradeceu a rede de apoio que a ajudou a enfrentar as consequências da violência sofrida e afirmou que pretende usar a visibilidade para encorajar outras mulheres a romper o ciclo de abusos.

A homenagem aconteceu um mês após Juliana ter sido brutalmente agredida com 61 socos dentro de um elevador, em um condomínio em Natal. O agressor, Igor Eduardo Pereira Cabral, está preso e foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de feminicídio. A denúncia já foi aceita pela Justiça, e o processo segue em segredo.

“É uma honra ter sido homenageada e, maior ainda, de ter sobrevivido para contar a minha história. (…) Se eu me levantei daquele elevador, depois de tudo que aconteceu comigo, outras mulheres também são capazes. Tenho certeza que Deus me usou como instrumento para dar voz a outras mulheres, para dar visibilidade”, declarou Juliana.

A vítima ressaltou a importância da solidariedade da sociedade diante da violência contra a mulher. Para ela, além da denúncia, é fundamental que exista acolhimento, sem julgamento, às vítimas que procuram ajuda.

“Gostaria de firmar um compromisso com vocês para que olhem com mais cuidado, quando aquela amiga chegar e comentar sobre alguma coisa que ocorreu, sem julgamento, sem apontamento. Gostaria muito que todas as mulheres tivessem acesso a esse acolhimento, porque ele é de total importância”, disse.

Juliana também agradeceu o apoio recebido desde o episódio de violência, destacando familiares, amigos e instituições que se mobilizaram em sua defesa. “Muito obrigada por todo mundo que me ajudou, que me acolheu, principalmente a minha rede de apoio, que é uma rede fantástica”, afirmou.

Tribuna do Norte

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Geral

PM acusado de efetuar tiro que matou torcedor do ABC é inocentado

Imagem: reprodução

O sargento da Polícia Militar acusado de ser o autor do disparo de fuzil que atingiu e matou um torcedor do ABC em dezembro de 2023, em meio a uma briga nas proximidades da Praça dos Gringos, no bairro de Ponta Negra, na zona sul de Natal, foi inocentado.

Segundo a defesa de Breitner Cândido da Silva, ele admitiu ter efetuado um disparo durante a confusão, mas sempre negou ter partido dele o tiro que atingiu a cabeça de Leonardo Lucas de Carvalho, de 26 anos.

Convencida da falta de materialidade ou de provas técnicas que comprovassem a real autoria do ato, a juíza Ana Cláudia Secundo da Luz e Lemos decidiu por livrar o policial da acusação.

“No presente caso, embora a materialidade do homicídio seja incontestável, a autoria delitiva não foi demonstrada por indícios suficientes. A acusação, amparada em elementos da fase inquisitorial, não foi capaz de produzir em juízo uma prova que vinculasse de forma segura o réu ao disparo fatal”, observou a magistrada.

Medida juridicamente adequada, diz advogado de defesa

“À vista do conjunto probatório dos autos, colhido sob o crivo do contraditório, verificou-se a manifesta ausência de indícios de autoria em relação ao policial Breitner Cândido da Silva. Longe de sustentar a acusação, as provas revelaram sua fragilidade, fundada em conjecturas sem respaldo técnico ou testemunhal idôneo. Assim, inexistindo elementos mínimos que vinculem o acusado ao resultado morte, a decisão judicial de impronúncia foi a medida juridicamente adequada, ratificando o argumento da defesa desde o início, quanto a fragilidade da investigação conduzida pela polícia civil”, acrescentou o advogado Paulo Pinheiro, responsável pela defesa do sargento.

Bala que matou o torcedor não foi periciada

O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil, que em pouco tempo, após perícia realizada em um cartucho de fuzil encontrado na área do confronto, identificou que aquele estojo havia sido descartado após o disparado feito pelo policial militar. Já o projetil, nome técnico para a bala que é disparada pela arma, jamais foi encontrado. Somente a partir dele, do projetil, é que seria possível atestar com exatidão qual foi a arma responsável pelo disparo. A perícia consegue fazer essa comprovação por causa de ranhuras que ficam na bala. Cada arma deixa marcas únicas em uma bala, como se fosse uma impressão digital.

“Importante esclarecer que o projétil do fuzil que vitimou Leonardo não ficou alojado na cabeça dele. Ele não foi achado. A perícia realizada pelo ITEP foi feita apenas em um estojo, que é a capsula onde fica o projétil, ou seja, a bala. E essa capsula, de fato, foi de um disparo feito pelo sargento, mas não significa que foi dela que partiu a bala que atingiu a vítima. Para provar que foi o PM o autor do disparo, seria preciso ter a munição para fazer a microcomparação balística”, explicou o advogado Paulo Pinheiro.

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Geral

Governo Lula contrata escritório nos EUA para contestar tarifaço e sanções de Trump

Foto: reprodução

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será representado por um escritório de advocacia nos Estados Unidos na tentativa de revogar sanções impostas pelo governo Donald Trump.

As ações buscam reverter não só o “tarifaço” de 50%, mas a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em julho, a AGU (Advocacia-Geral da União) já havia contratado profissionais nos EUA para atuar em nome de Moraes em processos movidos pelo grupo Trump Media e pela plataforma Rumble.

As ações pediam a responsabilização do ministro por supostas censuras que teriam sido cometidas contra companhias e cidadãos norte-americanos. A AGU tem atribuição institucional de defender autoridades brasileiras dentro e fora do Brasil.

Em relação à aplicação da Lei Magnitsky, Moraes inicialmente dispensou a oferta de Lula para que a AGU entrasse em cena. Em entrevista à Reuters, o ministro disse aguardar, por opção própria, uma solução pela via diplomática.

Fontes que acompanham as tratativas afirmam que Moraes não foi consultado sobre a nova empreitada no exterior, porque o contrato é “amplo”. Ou seja, a AGU terá uma equipe à disposição nos EUA – e o ministro poderá dispor desses serviços se eventualmente desejar.

De acordo com a AGU, o escritório norte-americano vai atuar “administrativa e judicialmente em defesa do Estado brasileiro no âmbito das sanções impostas pelo governo norte-americano”.

CNN Brasil, por Luísa Martins

Opinião dos leitores

  1. Essa galera acha que nos EUA é igual ao Brasil, onde tudo tem interferência do judiciário. Esse governo é uma piada(de mau gosto).

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