Em dia de liquidez baixa, o dólar começou a sessão volátil e firmou alta na parte da tarde desta sexta-feira, 23. A moeda americana chegou a bater em 3,83 reais. O novo tombo do petróleo no mercado internacional, em meio a preocupações com o aumento da oferta da commodity e o temor de desaceleração da economia mundial, contribuiu para trazer nervosismo para os investidores pelo mundo.
As bolsas tiveram queda em Nova York e o dólar valorizou-se ante moedas fortes, como o euro, e pares do real entre os emergentes, como os pesos mexicano, argentino e colombiano. O dólar à vista engatou a terceira alta seguida, de 0,40%, e encerrou a sexta em 3,8241 reais. No acumulado da semana, subiu 2,2%, a maior valorização desde a semana de 19 de agosto.
O Índice Bovespa oscilou em queda durante todo o pregão e terminou aos 86.230,22 pontos, em baixa de 1,43%. Os negócios somaram 12,6 bilhões de reais, ainda reduzidos por conta da ocorrência do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos e da Black Friday naquele país.
Na transição de governo, os nomes que estão sendo anunciados por Jair Bolsonaro (PSL) para sua equipe econômica, que agora inclui o comando de bancos, além da secretaria de desestatização – que teve o executivo Salim Mattar, da Localiza, anunciado nesta sexta – estão agradando às mesas de operação, mas operadores ressaltam que o tom de cautela lá fora impede um movimento de vendas maior do dólar aqui. Um dos indícios é a alta do risco Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, que era negociado a 216 pontos-base no final da tarde de hoje, ante 212 no fechamento de quinta.
O mercado fraco nos EUA e o cenário externo mais cauteloso, ressalta o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan, levaram bancos e outros grandes investidores a migrarem para posições mais defensivas no câmbio. Além disso, os investidores estão esperando os eventos da próxima semana, que inclui a reunião do G-20, o grupo formado pelos países mais ricos do mundo, que ocorre na Argentina e terá a presença de Donald Trump. Para Baldan, a tendência é que o dólar oscile nas próximas semanas na casa dos 3,75 reais a 3,80 reais.
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