Polícia

REPORTAGEM DE LEITURA OBRIGATÓRIA: Drogas de fundo de quintal se espalham e geram roleta russa para usuários

Imagem: Estevan Silveira/UOL

TopCat, N-Bomb, Smile, K2 e Quad. Ecstasy e ácido genérico, maconha sintética, heroína artificial e mais uma miríade de estimulantes e alucinógenos que a maioria das pessoas nunca ouviu falar. Nos últimos anos, a vida do usuário de drogas sintéticas no Brasil (e no mundo) virou uma roleta-russa mais perigosa que a habitual.

Com a proliferação de laboratórios de fundo de quintal pelo país afora e a descoberta de substâncias psicotrópicas em uma velocidade maior do que a capacidade das autoridades de identifica-las e proibi-las, hoje é difícil saber o que vai na droga contida naquela pílula colorida de formato engraçado. Dia sim, outro também, aparece uma novidade nesse mercado.

De 2014 até o final de 2018, Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar identificaram e apreenderam 209 novas drogas psicoativas em tentativas de traficantes de as trazerem ao Brasil ou já circulando nas ruas das principais cidades.

De acordo com o Relatório de Atividades 2017/2018 do Grupo de Trabalho para Classificação de Substâncias Controladas, concluído pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no início deste ano, a lista inclui também alguns medicamentos prescritos ou que entraram para a lista de substâncias controladas.

São consideradas novas drogas psicoativas as substâncias e compostos químicos que nunca antes tinham sido identificados e apreendidos sendo usados como drogas recreativas.

Também entram nessa lista substâncias que eram conhecidas anteriormente — como remédios de prescrição ou moléculas obscuras sintetizadas pela primeira vez nos anos 1950, 1960 e 1970 e nunca antes produzidas em larga escala, por exemplo –, mas que antes não eram usadas para “ficar doidão”.

Trata-se tanto de substitutos genéricos ou sintéticos para drogas conhecidas, como compostos que imitam os efeitos do ecstasy, da metanfetamina, da maconha e do LSD, por exemplo, até novas drogas de fato, vendidas nas ruas com nomes complicados como 25E-NBOH ou nomes comerciais como Spice, Smiles, N-Bomb e outros.

“São drogas que podem ser produzidas com estruturas simples, em praticamente um laboratório de fundo de quintal, um quartinho com poucos equipamentos e por pessoas com conhecimento técnico rudimentar”, afirma o delegado Rogério Henrique Rezende, chefe da Cord (Coordenação de Repressão às Drogas) da Polícia Civil do Distrito Federal.

“A maior parte destas novas drogas que temos visto e apreendido são substâncias caseiras, produzidas nestes moldes e de qualidade baixíssima. É uma verdadeira roleta-russa para os usuários”. Rogério Henrique Rezende, delegado da Polícia Civil do DF.

De acordo com o delegado, com um investimento baixo, algo entre R$ 30 mil e R$ 100 mil, é possível montar um laboratório caseiro de drogas. “Outra vantagem da produção de sintéticas para os criminosos é que a estrutura é fácil de montar e desmontar. Eles trocam de local constantemente e dificultam o trabalho da polícia.”

Ele usa de exemplo um caso em andamento na Cord, no qual um traficante preso pela polícia estava conseguindo sintetizar uma droga com efeitos parecidos com os do MDMA [principal composto do ecstasy tradicional] a partir de um dos ingredientes presente em qualquer xampu a venda nos mercados. “É uma situação muito difícil, neste caso estamos só encerrando o inquérito e já vamos notificar a Anvisa para incluir este componente na lista de substâncias controladas. Hoje é vendida pela indústria química sem restrições.”

Neste ano, a Cord já apreendeu o dobro de drogas sintéticas do que no mesmo período do ano passado. Até julho, foram seis laboratórios de fundo de quintal fechados só no DF.

Mais baratas, difíceis de rastrear e imprevisíveis

No caso das drogas “genéricas”, o objetivo de vendê-las no tráfico nacional e internacional geralmente atende a dois propósitos: possuem ingredientes mais baratos de produzir e obter do que seus similares tradicionais ou são novidades no mundo da química e não integram nenhuma lista de substâncias visadas ao redor do mundo.

“Ecstasy, por exemplo, é mais uma categoria de drogas sintéticas estimulantes e alucinógenas do que um composto específico”, afirma um traficante que concordou em conversar com a reportagem sem ser identificado. “Existem vários tipos de ecstasy hoje em dia, até com nomes e efeitos diferentes”, explica.

“A quantidade de substâncias diferentes tem crescido ano a ano, conforme as drogas sintéticas têm sido cada vez mais produzidas no Brasil. Até uns cinco ou dez anos atrás, todas as drogas sintéticas que rolavam no país eram importadas. Hoje, a maioria é nacional, feita em laboratórios caseiros sem controle de qualidade”, alerta o traficante.

“A droga nacional é horrorosa no geral e tem efeitos colaterais bizarros e imprevisíveis. Eu sempre aviso meus clientes e procuro ter droga importada, que custa mais que o dobro do preço. Ácido de verdade, por exemplo, é difícil de achar. Só rola os N-Bombs, que são parecidos mas não são iguais”. Traficante que pediu para não ser identificado.

Dados do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal, por exemplo, constataram que, de 2009 a 2012, 100% das apreensões de LSD [ácido lisérgico, uma droga alucinógena] eram, de fato, LSD mesmo. Depois do primeiro semestre de 2013, o número caiu para 50%. A outra metade das apreensões foi de genéricos, outras substâncias vendidas pelos traficantes ao usuário como se fosse LSD, mas não era.

Por exemplo o 25E-NBOH, que possui efeitos alucinógenos no organismo do usuário similares aos do “ácido” tradicional. A droga tem ganhado personalidade própria entre os usuários, é tanto vendida como se fosse LSD como com seu nome real.

Comprando no escuro

“Nas festas hoje em dia é complicado, a verdade é que você nunca sabe o que está tomando se comprar assim no escuro”, diz um advogado de 41 anos frequentador de festas de música eletrônica, onde as drogas sintéticas são muito comuns. “É por isso que eu e meus amigos sempre buscamos comprar com antecedência nossas coisinhas, de fontes de confiança. O mercado de ecstasy, ácido e afins virou uma terra de ninguém.”

A quantidade de novas drogas no Brasil nos últimos anos é tão grande que a lista de substâncias proibidas e controladas da Anvisa, que inclui todas as drogas ilegais, foi atualizada dez vezes com 37 novas substâncias no total, apenas entre os anos de 2017 e 2018.

Até o início dos anos 2010, as atualizações aconteciam esporadicamente. Ao ingressar na lista, a importação ou comércio destas substâncias passa a ser tratado com o rigor legal dispensado à cocaína e à maconha, por exemplo.

No final de julho, a Lista de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras Sob Controle Especial da Anvisa possuía 657 substâncias.

Limbo jurídico

Antes da inclusão na lista, estas apreensões, sejam feitas em laboratórios, pontos de venda de drogas, casas noturnas ou na entrada no Brasil, caem em um limbo jurídico.

Em outubro do ano passado, a Polícia Civil do DF aprendeu 250 microselos de 25E-NBOH com um traficante de 18 anos que os vendia como se fossem LSD. Como na época o 25E-NBOH não constava na lista de substâncias prescritas da Anvisa, ele não podia ser acusado de tráfico de drogas.

O jeito para a polícia foi apelar para outro artigo do Código Penal, com uma acusação de crime contra a saúde pública e outras menores. A saída é cada vez mais usada nestas situações.

Em dezembro, o 25E-NBOH foi incluído na lista da Anvisa e agora qualquer atividade de produção, importação ou comércio da substância química pode ser considerado tráfico de drogas.

É um trabalho de enxugar gelo. Estima-se que uma nova droga surja no mundo por semana, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Muitas vezes, antes de serem proibidas, são vendidas até no comércio regular como sais de banho ou para outros fins.

Em 2017, o governo de SP chegou a editar uma portaria que eximia o Instituo de Criminalística de identificar drogas que não estejam na lista da Anvisa.

Desde pelo menos 2015, o prazo para a Anvisa incluir uma nova droga na lista de proibições varia de 45 a 60 dias, a partir da comunicação feita pelos órgãos policiais.

“Todos tomaram e só ela morreu”

Menos conhecidas e estudadas que as drogas tradicionais, as novas drogas ou drogas “genéricas” possuem efeitos adversos desconhecidos no organismo, o que aumenta o risco à saúde dos usuários. Não há parâmetros ou referências de controle.

“Esse talvez seja o aspecto mais preocupante deste fenômeno, que é mundial”, afirma o delegado Rezende. “Ano passado teve uma rave aqui em Brasília onde uma jovem de 20 e poucos anos morreu depois de tomar um comprimido, supostamente de ecstasy. Fomos investigar e descobrimos que ela chegou na festa e, com um grupo de amigos, comprou a droga de uma pessoa desconhecida. Todos os comprimidos pareciam iguais, todo mundo tomou. Só ela passou mal e morreu”, diz o delegado.

“Quando chegou o resultado da análise no Instituto de Criminalística, vimos que a droga dela estava mal manipulada, com uma concentração fatal de MDMA e outras substâncias químicas. Ela deu azar na roleta-russa”, conta o delegado. Segundo ele, a investigação levou a dois laboratórios de drogas sintéticas de fundo de quintal, fechados este ano pela polícia em Santa Catarina.

“É uma situação difícil até para o atendimento médico de emergência: quando é cocaína por exemplo ou outra droga conhecida, o médico sabe como proceder no caso de uma emergência. Quando é uma substância sintética desconhecida, não há como tratar uma overdose com eficiência”. Rogério Henrique Rezende, delegado da Polícia Civil do DF.

A psiquiatra Luciana Siqueira, chefe do ambulatório do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, especializada no tratamento de viciados em drogas, concorda. “É um problema, não só do médico administrar uma intoxicação, mas também de abstinência”, diz. “Existem protocolos estabelecidos para vários casos diferentes, mas quando não sabemos o que o paciente consumiu, o médico fica no escuro. Acaba atuando por semelhança, usando protocolos para sintomas semelhantes. Geralmente funciona, pode não funcionar”, alerta a especialista.

“Esse problema para os médicos é antigo e mais comum do que se pensa. Na pediatria, por exemplo, é normal pacientes que ingeriram substâncias de limpeza ou remédios dos pais por exemplo, e o profissional tem que lidar com isso”, afirma Luciana.

Nos Estados Unidos e na Inglaterra, estudos clínicos associam o uso de Spice e K2, por exemplo, variedades de maconha sintética, com o aumento no índice de esquizofrenia entre os usuários, principalmente os adolescentes.

O fentanil, poderoso analgésico hospitalar dezenas de vezes mais forte que a heroína e assim muito mais perigoso, começou a ser traficado nas ruas de diversas cidades dos EUA nos últimos anos em substituição à heroína. No início, começou a ser usado pelos traficantes para “batizar” a heroína: a droga era diluída em um pó semelhante sem valor comercial (geralmente fermento ou leite em pó) e depois recebia o fentanil em pequenas doses, para balancear a potência. Com o tempo, a substância ganhou status próprio e hoje é vendida como uma droga rival da heroína no país norte-americano.

Problema mundial

Os números revelam um problema mundial. Pelo menos 111 países, inclusive o Brasil, já reportaram ao UNODC (Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes) o aparecimento de pelo menos uma nova substância psicoativa em seus territórios. A União Europeia identificou 560 novas drogas de 2010 a 2017.

As novas drogas, conforme definição do UNODC, são “substâncias de abuso, seja na forma pura ou como parte de uma mistura, que não são controladas internacionalmente pela Convenção Única de Entorpecentes (1961) e nem pela Convenção de Substâncias Psicotrópicas (1971), mas que podem representar uma ameaça à saúde pública”.

Das novas substâncias identificadas no Brasil em 2017, as mais comuns são as catinonas sintéticas (46%), que simulam efeitos de drogas conhecidas como cocaína, anfetamina, metanfetamina e MDMA. Em segundo lugar vêm as feniletilaminas (26%), que também reproduzem os efeitos das drogas acima, mas que podem também provocar alucinações, com efeitos semelhantes aos do LSD, por exemplo.

O dado mostra uma inversão da tendência vista em 2016, quando a maior parte das substâncias identificadas eram feniletilaminas (42%), enquanto os canabinoides sintéticos (20%), que simulam efeitos da maconha, vinham em segundo lugar.

Tanto Anvisa quanto Polícia Federal negaram o pedido do UOL de entrevistar alguém de seus quadros sobre este assunto.

UOL

 

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Polícia

VÍDEO: Ataque a ônibus na BR-101 deixa passageiros em pânico em Natal

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram

Passageiros de um ônibus da empresa Trampolim da Vitória viveram momentos de pânico após o veículo ser alvo de um ataque na BR-101, em Natal, na noite desta segunda-feira (data pode ser ajustada pelo portal). O coletivo seguia em circulação quando foi cercado por um grupo de pessoas, que passou a arremessar pedras contra o ônibus.

De acordo com as primeiras informações, o ataque pode estar relacionado a uma briga entre torcidas organizadas. A suspeita é de que integrantes de uma torcida rival estivessem dentro do ônibus no momento da ação, o que teria motivado a agressão.

Durante o ataque, pedras atingiram o veículo, causando desespero entre os passageiros. Apesar do susto, até o momento não há confirmação oficial de feridos. A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência, mas o grupo responsável pelo ataque conseguiu fugir antes da chegada das viaturas.

O caso será investigado para identificar os envolvidos e apurar as circunstâncias do ataque. A empresa Trampolim da Vitória ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.

A Polícia reforça a importância de denúncias anônimas, que podem ser feitas pelo telefone 190 ou pelo Disque-Denúncia 181, para auxiliar nas investigações.

Novo Notícias 

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Brasil

Lula sanciona porte de arma para policiais legislativos dos estados e do DF

Foto: Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta terça-feira (23) a concessão de porte de arma de fogo aos policiais legislativos das Assembleias Legislativas dos Estados e da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O chefe do Executivo vetou trechos do texto que dispensavam a comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica para a concessão do porte de armas de fogo para o grupo.

Na avaliação do Poder Executivo, os vetos foram necessários por representarem uma flexibilização significativa do sistema normativo e a retirada de garantias essenciais para o manuseio seguro de armas de fogo, com risco à política nacional de controle de armas e à segurança pública.

Segundo o presidente, as medidas configurariam, ainda, violação da Constituição, que consagra a segurança como direito social.

O projeto de lei foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara em caráter conclusivo em outubro. O texto altera o estatuto do desarmamento de 2003.

CNN

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Geral

Líder do PT ironiza boicote à Havaianas e diz que direita “não regula bem da cabeça”

Foto: Gustavo Bezerra/PT

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), saiu em defesa da Havaianas após a marca virar alvo de boicote por políticos e influenciadores de direita. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (22), o deputado ironizou a reação ao comercial estrelado por Fernanda Torres e afirmou que o protesto não teve efeito prático, já que encontrou a loja “lotada” ao fazer compras em um shopping.

A campanha da Havaianas provocou reação após a atriz afirmar que não queria que as pessoas começassem o ano “com o pé direito”, frase interpretada por bolsonaristas como mensagem política. No domingo (21), o ex-deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo jogando um par de chinelos da marca no lixo e acusou a empresa de adotar posicionamento ideológico.

Lindbergh respondeu mostrando a fila na loja e ironizou o gesto da direita, dizendo que comprou chinelos para si, para a ministra Gleisi Hoffmann e para os filhos. Ele ainda destacou, em tom de deboche, que a sacola da Havaianas é vermelha. “Esse boicote da extrema-direita, pelo jeito, não está funcionando”, afirmou.

Ao final do vídeo, o petista citou a própria campanha publicitária da marca para provocar os adversários políticos. “Nós vamos entrar com tudo, com os dois pés na porta em 2026”, disse, em referência direta à fala de Fernanda Torres no comercial que motivou a polêmica.

Com informações do Poder360

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Geral

Atuação da esposa de Moraes no STF cresceu após ministro assumir cadeira

Foto: Reprodução

A advogada Viviane Barci de Moraes ampliou significativamente sua atuação no Supremo Tribunal Federal após o marido, Alexandre de Moraes, tomar posse como ministro da Corte, em 2017. Antes da nomeação, ela havia atuado em apenas oito processos no STF; desde então, passou a participar de outros 22 casos, segundo levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo.

A atuação ganhou ainda mais repercussão após vir à tona um contrato do escritório de Viviane com o Banco Master, instituição que entrou em processo de liquidação extrajudicial. O acordo previa honorários de R$ 129 milhões e incluía a coordenação de estratégias jurídicas junto ao Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e diversos órgãos do Executivo e do Legislativo.

A polêmica aumentou nesta semana após O Globo revelar que Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar da situação do Banco Master, que negociava a venda de ativos ao BRB. A operação acabou sendo bloqueada pelo Banco Central, o que ampliou questionamentos sobre possível conflito de interesses.

Em maio, o STF decidiu que magistrados podem julgar processos que envolvam escritórios de advocacia com parentes de até terceiro grau. Para a Transparência Internacional – Brasil, a decisão representa um “dano profundo e duradouro” à integridade da Justiça, ao abrir espaço para o que a entidade classificou como uma nova era de lobby judicial em larga escala.

Com informações de O Antagonista

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Geral

Governo pede criação de 200 cargos para inflar nova agência

Foto: EBC

No último dia de funcionamento do Congresso antes do recesso, o governo Lula enviou ao Legislativo um pedido para criar mais de 200 cargos na Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD). A proposta, assinada pelos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Esther Dweck (Gestão e Inovação), prevê a ampliação da estrutura da autarquia com cargos comissionados e funções de confiança.

Somente 26 desses cargos devem gerar impacto imediato de R$ 2,13 milhões ainda neste ano, além de mais R$ 5,11 milhões previstos para os dois anos seguintes. A conta ficará integralmente a cargo do contribuinte, segundo estimativas incluídas no próprio pedido encaminhado ao Congresso.

A ANPD, que antes funcionava como uma autoridade vinculada ao Ministério da Justiça, passou recentemente à condição de agência reguladora. Agora, o governo quer criar uma nova carreira específica, batizada de “Especialista em Regulação de Proteção de Dados”, com 200 vagas efetivas.

A proposta reacende críticas sobre o inchaço da máquina pública e a criação de novos espaços para indicações políticas, em um momento de discurso oficial voltado ao controle de gastos e responsabilidade fiscal.

Com informações do Diário do Poder

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Geral

PESQUISA CONSULT: Rogério abre quase 6 pontos sobre Allyson em Natal

Foto: Consult

Novos números divulgados pelo Instituto Consult sobre a disputa eleitoral para o Governo do Estado, apenas com eleitores de Natal, mostram a liderança do senador Rogério Marinho (PL), com quase 6 pontos percentuais de vantagem sobre o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União). O desempenho representa uma maioria de aproximadamente 30 mil votos na capital potiguar. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (23) pela Tribuna do Norte.

De acordo com o levantamento, Rogério Marinho tem a preferência de 31,2% do eleitorado natalense, enquanto Allyson tem 25,3%. O secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier (PT), surge com 7,3%. Nenhuma das opções ficou com 13,9% das citações, enquanto outros 22,3% não souberam dizer.

A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de dezembro, a margem de erro é de 3% com confiabilidade de 95%. Ao todo foram entrevistadas mil pessoas nas quatro regiões de Natal.

A Consult ainda pesquisou um segundo cenário da disputa. Neste, a liderança também é do senador Rogério Marinho, com 23,8%, seguido por Allyson com 21,2%, o ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos) com 15,9% e Cadu Xavier com 6,3%. Nenhuma das opções teve 12,6% e não soube responder 20,2%.

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Política

Bolsonaro completa um mês preso e aguarda definição de cirurgia

Foto: Diego Herculano/Reuters

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completou um mês preso em regime fechado e aguarda autorização do Supremo Tribunal Federal para realizar uma cirurgia abdominal. Detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, ele pode deixar a cela pela primeira vez desde a prisão para passar pelo procedimento de retirada de uma hérnia.

Na última semana, a defesa solicitou permissão para a cirurgia, e o ministro Alexandre de Moraes determinou a realização de perícia médica pela Polícia Federal. O laudo confirmou a necessidade de intervenção cirúrgica. Agora, os advogados precisam indicar a data do procedimento para que o STF avalie a liberação temporária.

Dependendo do pós-operatório e dos cuidados médicos exigidos, Moraes poderá reanalisar o pedido de transferência de Bolsonaro para prisão domiciliar. A defesa sustenta que o ex-presidente enfrenta problemas de saúde que não podem ser plenamente tratados no ambiente prisional.

Bolsonaro foi preso preventivamente em 22 de novembro, por ordem de Moraes, sob suspeita de tentativa de violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga. Relatórios oficiais confirmaram que ele tentou abrir o equipamento com um ferro de solda, fato posteriormente admitido pelo próprio ex-presidente.

Dias depois, a prisão foi convertida em execução de pena após a defesa não apresentar recursos dentro do prazo. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e segue custodiado em uma ala especial da PF, com visitas restritas a familiares, médicos e advogados, mediante autorização judicial.

Com informações da CNN

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Política

Governo Tarcísio aponta plágio e vê cópia de slogan em discurso de Lula sobre o “impossível”

Foto: Reprodução/ CanalGov

O Governo de São Paulo avaliou como plágio uma mensagem divulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais no último domingo (21). A fala do petista, com referência ao “impossível”, foi comparada por aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a uma campanha publicitária recente da gestão paulista, usada no balanço de ações de 2025.

Durante um evento no Palácio do Planalto, Lula afirmou que “não existe nada impossível de ser feito no mundo, quando alguém tem coragem de fazer”, frase dita na inauguração de uma maquete da transposição do Rio São Francisco. No mesmo dia, mais cedo, o governo paulista havia promovido uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes com o slogan “coragem para fazer o impossível”, lema adotado para destacar obras retomadas e projetos destravados no estado.

Fontes do Palácio dos Bandeirantes afirmaram que a semelhança entre as mensagens não foi coincidência e classificaram a ação do governo federal como uma apropriação indevida do conceito usado pela gestão Tarcísio. A leitura interna é de que o episódio reforça o clima de disputa política antecipada entre Lula e o governador paulista, cotados como possíveis adversários em 2026.

A rivalidade também se reflete na disputa pela autoria de grandes projetos tocados em parceria entre os governos estadual e federal, como o túnel Santos–Guarujá, ações na Favela do Moinho e a retomada do Rodoanel. Nesta segunda-feira (22), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cobrou publicamente o reconhecimento do financiamento federal no trecho norte do Rodoanel, em evento com a presença de Tarcísio, reacendendo o embate político entre as gestões.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Em crise, Correios tem pior índice de entregas e atrasam ao menos 30% das encomendas às vésperas do Natal

Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Às vésperas do Natal, os Correios registram o pior índice de entregas no prazo em 2025, com pelo menos 30% das encomendas atrasadas em todo o país. A situação é resultado da grave crise financeira da estatal, agravada por greves em centros estratégicos como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de dívidas com fornecedores que vêm se acumulando ao longo do ano.

Dados internos indicam que o índice médio nacional de entregas dentro do prazo caiu para menos de 70%, bem abaixo da meta oficial de 96%. Em janeiro, o percentual era de 97,7%, mas despencou em dezembro: até o dia 6, apenas 76,6% das encomendas chegaram no prazo, com registros diários apontando atrasos em mais de 32% dos envios. O problema tem afetado diretamente consumidores e comerciantes, especialmente no período mais sensível do varejo.

Com a instabilidade dos Correios, empresas privadas de logística relatam uma corrida por novos contratos. Transportadoras como Jadlog e Loggi registraram aumento expressivo na demanda, puxada principalmente por pequenos e médios varejistas que dependiam da estatal para entregas em todo o país. Em alguns casos, o crescimento superou 50% apenas neste mês, evidenciando a migração acelerada para soluções privadas.

Especialistas avaliam que o episódio compromete ainda mais a imagem dos Correios e acelera a perda de mercado da estatal, hoje estimada entre 40% e 50% do setor de entregas. Enquanto grandes centros urbanos passam a ser dominados por empresas privadas, a estatal tende a se concentrar no interior e em regiões menos rentáveis, mantendo seu papel como serviço público essencial, porém cada vez mais pressionado.

Com informações do O Globo

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Geral

Startup potiguar Quark alcança 1.500 empresas atendidas e se consolida no mercado nacional

Foto: Divulgação

A startup potiguar Quark Tecnologia, uma empresa da ESIG Group, tem sido destaque no Brasil com as soluções de gestão de pessoas (QuarkRH) e gestão de clínicas (QuarkClinic). Já são mais de 1.500 empresas atendidas pelas soluções.

O número consolida a Quark como referência nacional em tecnologia B2B (Business to Business), reforçando a força do ecossistema inovador potiguar. A conquista é ainda mais expressiva porque a grande maioria dessas empresas está fora do Rio Grande do Norte, espalhadas por 100% dos estados brasileiros e atuando nos mais variados segmentos da economia.

Para o fundador e CEO, Gleydson Lima, a conquista comprova a força da empresa potiguar no cenário nacional: “Atender milhares de empresas pelo Brasil demonstra que nossas soluções estão de fato facilitando a vida de muita gente. Esse é só o começo de uma jornada, temos muito potencial e vamos crescer forte em 2026”

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