Judiciário

Em entrevista a Veja, Moro diz que ‘Brasília é cheia de intrigas’, fala de ‘tentativas de se indispor com o presidente´, e garante que Bolsonaro ‘é seu candidato em 2022´

Foto: (Cristiano Mariz/.)

O restaurante requintado no centro de Brasília ainda estava vazio quando Sergio Moro chegou para almoçar na última quarta-feira. Para o ministro da Justiça, nem isso é ato corriqueiro. Dois dias antes, sua assessoria fizera uma precursora no local, verificou as entradas e as saídas, observou a configuração das mesas e concluiu que era preciso reservar quatro — uma para o ministro e seus convidados, uma para a equipe de segurança e outras duas que deveriam permanecer vazias formando um raio de isolamento em torno da mesa principal. Os agentes são os primeiros a entrar no estabelecimento. Moro aparece em seguida. Duas senhoras logo o reconhecem e o cumprimentam efusivamente. O maître indica a mesa, localizada estrategicamente num dos cantos. O ministro se senta, mas parece incomodado com o fato de ficar de costas para dois homens que ocupam uma das mesas que deveriam estar vazias. Falha. A menos de 2 metros de distância, os seguranças, atentos, não tiram os olhos dos intrusos. Isso já é parte da rotina do ministro mais popular de Jair Bolsonaro, embora muita coisa tenha mudado nestes primeiros nove meses de governo.

As ameaças contra ele, por exemplo, se intensificaram. O ministro não gosta de falar sobre o assunto, porém admite que os cuidados com a segurança precisaram ser redobrados. Os desafetos que colecionou ao longo de cinco anos de Operação Lava-­Jato ganharam o reforço de facções criminosas como o PCC. “Sempre recebi ameaças, mas agora toda cautela é necessária, porque estamos enfraquecendo essas organizações”, ressalta. Ele teme principalmente pela família. “Vocês viram o absurdo que fizeram com a minha filha?” O ministro se refere ao curta-­metragem que circulou pela internet que conta a história do sequestro da filha de um certo ministro “Célio Mauro”, tramado para exigir a liberdade do ex-presidente “Luiz Jararaca da Silva”. No filme, dentro do cativeiro há mensagens em favor da liberdade do verdadeiro Lula. Por ordem de Moro, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso. “Está cheio de louco por aí. É bom ter cautela”, diz.

O ex-juiz também tem sido alvo de múltiplas especulações. No início do governo, ele era o talismã, a âncora que deixava claro o compromisso do presidente Bolsonaro com o combate à corrupção. Em Brasília, o ministro conheceu a outra face do poder. No Congresso, enfrenta a resistência dos parlamentares, muitos deles envolvidos até o pescoço com a Lava-Jato. No Supremo Tribunal Federal (STF), assiste ao que pode vir a ser o desmantelamento dos principais pilares que sustentaram o sucesso da operação. Mas é de dentro do próprio governo que surgem os maiores fantasmas. Moro é alvo da desconfiança de alguns aliados, muitos deles despachando em gabinetes importantes no 3º andar do Palácio do Planalto, bem pertinho do presidente, de onde pipocaram informações de que o ministro já foi demitido, já levou descomposturas humilhantes do chefe e, a mais recorrente, de que estaria pavimentando o caminho para disputar a Presidência da República em 2022 — no que seria um ato imperdoável de traição a Bolsonaro, que se anunciou candidato à reeleição.

Essa hipótese, combinada com uma série de acontecimentos políticos, tem provocado fissuras na relação entre dois grupos que caminharam juntos desde a eleição — os bolsonaristas e os lavajatistas. O primeiro vê no segundo a ameaça a um projeto de poder. O segundo vê no primeiro sinais de afastamento do compromisso de priorizar o combate à corrupção. “É tudo intriga”, diz o ministro. Moro garantiu que não vai disputar a Presidência da República, que Bolsonaro é seu candidato em 2022 e que as relações entre os dois são “ótimas”. A maior preocupação do ministro, no momento, é com o futuro da Operação Lava-Jato, especialmente com o STF, que está julgando ações que podem pôr a perder boa parte do trabalho já realizado pela força-tarefa e beneficiar corruptos notórios, como o ex-presidente Lula e o ex-deputado Eduardo Cunha. Sobre a declaração do ex-­procurador-geral da República Rodrigo Janot de que iria matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar, revelada por VEJA na semana passada, foi lacônico: “É difícil acreditar nessa história”.

O almoço terminou por volta das 14 horas. Um pouco antes disso, um garçom pediu para tirar uma foto ao lado do ministro. “Lá em casa o senhor tem seis votos”, disse o rapaz. Moro, que havia acabado de garantir que não será candidato a nada, sorriu meio sem graça, mas não retrucou. Paciente, posou ao lado de outros dois funcionários do estabelecimento que lhe pediram a mesma coisa. Àquela altura, o restaurante já estava lotado — e o ministro ainda passou pelo constrangimento de cruzar todo o salão sob aplausos dos clientes, aos quais ele retribuiu com acenos de agradecimento. A seguir, os principais trechos da entrevista a VEJA.

“MEU CANDIDATO EM 2022 É O PRESIDENTE BOLSONARO”

Bolsonaristas mais radicais acreditam que Moro está usando o governo como trampolim para uma futura candidatura à Presidência da República. O ministro diz que não tem perfil de político e que essa hipótese nunca lhe passou pela cabeça.

“Eu digo ao presidente que essas notícias sobre uma eventual candidatura minha são intrigas. Ele sabe que eu não vou ser candidato. Primeiro por uma questão de dever de lealdade. Como é que você vai entrar no governo e vai concorrer com o político que o convidou para participar do governo? Também não vou me filiar ao Podemos nem vou ser candidato a vice. Não tenho perfil político-partidário. Meu candidato em 2022 é o presidente Bolsonaro e pretendo fazer um bom trabalho como ministro até o fim.”

“NUNCA CHEGUEI PERTO DE PEDIR DEMISSÃO”

O ministro diz que demorou um pouco a entender o funcionamento de algumas engrenagens em Brasília mas se surpreendeu com a máquina de intrigas. Diz que é vítima de muitas teorias conspiratórias e que não consegue identificar com precisão a origem delas.

“Brasília é uma cidade onde as intrigas ganham uma dimensão irreal. As mais recentes afirmavam todo dia que eu estava saindo do governo. Há dentro do governo, no Congresso e no Supremo interesses múltiplos que nem sempre são convergentes, mas não entendo muito a lógica dessas intrigas. Toda relação de trabalho tem seus altos e baixos. Minha relação com o presidente é muito boa, ótima. Nunca cheguei perto de pedir demissão. As pessoas inventam histórias. Sei que é mentira, o presidente sabe que é mentira. Não sei direito de onde essas intrigas vêm.”

“TENTATIVA DE ME INDISPOR COM O PRESIDENTE”

Moro, no entanto, admite que parte dessas intrigas tem origem dentro do próprio governo, inclusive da Polícia Federal, que está sob a jurisdição do Ministério da Justiça.

“Esse caso envolvendo o deputado Hélio Negão (aliado e amigo do presidente Bolsonaro) é curioso. Um delegado do Rio de Janeiro recebeu a informação de que um tal Hélio Negão estaria envolvido numa fraude previdenciária. A descrição da testemunha dava conta de que o suspeito tinha características físicas completamente diferentes das do deputado. Espalhou-se que a Polícia Federal estava investigando ilegalmente o deputado com o aval da cúpula. Foi mais uma tentativa de me indispor com o presidente.”

“A INTIMIDAÇÃO ACABARÁ EXISTINDO”

O Congresso derrubou uma sequência de vetos do presidente Bolsonaro e reativou parte da Lei de Abuso de Autoridade, que prevê punições até de prisão para juízes e membros do Ministério Público que exorbitarem de suas funções.

“Até entendo os motivos que levaram à edição da lei pelos parlamentares: um receio quanto a abusos. O risco, porém, é o efeito inibidor, principalmente juízes, promotores e policiais deixarem de cumprir o seu dever por receio de ser indevidamente responsabilizados. Esse temor pode impactar a segurança pública. A intimidação acabará existindo, e isso não é excesso de drama. Mas não acho que houve uma vingança do Congresso em resposta à Operação Lava-Jato, como alguns defendem.”

“QUEM ME CONSIDERA VILÃO ESTAVA DO OUTRO LADO DA LEI”

Muitas das propostas que o Ministério da Justiça apresentou no chamado pacote anticrime acabaram sofrendo alterações no Congresso. Moro descarta a possibilidade de estar sendo vítima de boicote ou retaliação por parte dos parlamentares.

“O combate à corrupção é uma conquista da sociedade nos últimos anos. O Brasil foi elogiado no mundo inteiro pelos avanços. Algumas pessoas me dizem que recuperaram o sentimento de dignidade de ser brasileiro. É um erro pensar que o combate à corrupção é uma batalha da Lava-Jato. Essa é uma tarefa que cabe ao governo, ao Congresso, ao Judiciário, à sociedade civil e à imprensa. Sou apenas um agente da lei, mas cumprir a lei pode ser às vezes um desafio contra interesses poderosos. Os avanços contra a corrupção foram produto de ação institucional. Quem me considera vilão estava do outro lado da lei.”

“QUAL É O RISCO À DEMOCRACIA?”

O ministro diz que as políticas implementadas pelo ministério já tiveram impacto no dia a dia da população e critica quem vê nas ações e propostas do governo ameaças à democracia.

“O balanço desses primeiros meses de governo é positivo. A taxa de homicídios tem caído. Sete mil pessoas deixaram de perder a vida. A queda da taxa de homicídios também é trabalho do governo federal. As organizações criminosas estão na defensiva e enfraquecidas. As celas onde estão presos integrantes de organizações criminosas não respondem mais a um comando central. Falam em risco à democracia. É um exagero. O governo não tem o controle do Congresso, não tem o controle do Judiciário. A imprensa fala o que ela quer. Qual é o risco à democracia?”

Veja

 

Opinião dos leitores

  1. BG
    E os CALHORDAS chorando pelo ladrão de 09-dedos. Tem jeito não da prisão para o cemiterio e fim de papo.

  2. Oportunista….medíocre….energúmeno……mala falsa……mentiroso…..mal feitor…..vigarista……cheleleu , oh cheleleu

  3. Ainda bem que a população brasileira esta vendo e é testemunhas, só os ladrões, corruptos, bandidos, reclamam das ações do Ministro da Justiça Sérgio Moro.
    Por quê será heim!!!!!!!!!!!!!

  4. Pra mim é o brasileiro número 1. Primeiro juiz brasileiro a impor medo nos nos peixes graúdos. Os corruptos faziam de tudo pra que seus processos não caíssem nas mãos dele. Precisa dizer mais alguma coisa?

  5. Bolsonaro irá ser candidato em 2022? Ele não iria acabar com a reeleição? Ah lembrei, não se escreve o que ele fala.

    1. É triste ver um lulista reclamando pela evolução do Brasil .

    2. Ele tem o interesse de acabar com à reeleição, contando que o legislativo endureça as leis contra a corrupção, que votasse a previdência de forma rápida ( que não aconteceu e foi desidratada). Ele não é ditador, só o congresso pode fazer a reforma política e finalmente acabar com a reeleição. Seria ótimo, dessa forma ex político e bandido tb não poderiam tentar concorrer a um cargo que outrora fora ocupado pelo mesmo.

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Geral

PAPO DE FOGÃO – Sabor & Tradição: Receitas caseiras de terrine de camarão e manteigas saborizadas

O sabor da nossa terra tá garantido no Papo de Fogão – Sabor e Tradição: Feito Potiguar!

Tem o Cajumar da Chef Sanylle Faraj, da Petisqueria, vai fazer uma terrine com camarões e geleia de caju, e as manteigas de garrafa saborizadas da Chef Adriana Lucena, com gostinho de melado e umbu-cajá.

É de dar orgulho, é Feito Potiguar!

SÁBADO
BAND MARANHÃO e PIAUÍ – 8h
PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

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Política

Motta provoca PT: escolha de Derrite para relatar PL de Lula provoca revolta em Lindbergh Farias

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Hugo Motta irritou aliados do presidente Lula ao escolher o deputado Guilherme Derrite, secretário de Segurança no governo de Tarcísio de Freitas, para relatar o Projeto de Lei Antifacção. A iniciativa do governo visa combater facções criminosas, mas a escolha de Derrite foi vista como provocação.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, criticou duramente a decisão: “É um desrespeito com o presidente Lula. Parece um interesse deliberado de atrasar ou inviabilizar a pauta prioritária do governo na área de segurança pública.”

Derrite afirmou que apresentará um substitutivo ao projeto, acatando pontos do governo federal, mas introduzindo mudanças que considera essenciais para criar um “novo Marco Legal de Combate ao Crime Organizado no Brasil”. O parlamentar voltou à Câmara recentemente para relatar outro projeto da oposição que equipara facções a organizações terroristas.

A movimentação acende o alerta sobre a tensão entre governo federal e aliados do Republicanos e PP na Câmara. A escolha do relator indica que a tramitação do projeto antifacção pode sofrer alterações significativas, mesmo sendo prioridade do governo Lula.

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Política

Hugo Motta costura projeto e cria Marco Legal da Segurança: unindo Antifacção e Antiterrorismo

Foto: Agência Câmara

O presidente da Câmara, Hugo Motta, pegou o cabo de guerra entre o projeto Antifacção, do governo, e o Antiterrorismo, da oposição, e resolveu costurar uma solução. O resultado é o novo Marco Legal da Segurança Pública contra o Crime Organizado, que deve unificar pontos fortes das duas propostas.

O relator escolhido foi o deputado federal Guilherme Derrite, de acordo com a Agência Brasil. O texto, já rascunhado, aproveita trechos importantes do PL Antifacção e passou por uma rodada de consultas com o STF para garantir que o projeto não esbarre na Constituição.

O projeto também recebeu contribuições do secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, que vai incorporar pontos do texto elaborado pelo governo. A intenção é criar um marco jurídico sólido, capaz de enfrentar facções e organizações criminosas de forma coordenada, sem brechas legais.

Se aprovado, o Marco Legal da Segurança será uma ferramenta inédita para dar resposta rápida ao crime organizado, trazendo clareza sobre punições, investigação e cooperação entre estados. A medida promete movimentar o Congresso e reforçar a política de segurança no país.

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Geral

Lixo da Ásia aparece nas praias de Natal e expõe o caos global da poluição dos oceanos

Foto: Divulgação/Urbana

Durante o trabalho diário de limpeza das praias de Natal, garis da Urbana se depararam com garrafas de água, pacotes de macarrão instantâneo e até embalagens de chá verde com inscrições em chinês e tailandês. O achado inusitado chamou atenção e reforçou o alerta sobre o tamanho do problema ambiental que vem de fora: o lixo que viaja milhares de quilômetros e vai parar no litoral potiguar.

Segundo o presidente da Urbana, Alvamar Vale, o material não tem origem local. “Esses resíduos chegam aqui trazidos pelas correntes marítimas. É reflexo do mau gerenciamento dos plásticos em escala mundial, um problema que ultrapassa fronteiras e exige cooperação entre países”.

Dados internacionais mostram que países asiáticos como Filipinas, Índia, Malásia, China e Indonésia estão entre os maiores poluidores dos oceanos, despejando milhões de toneladas de plástico por ano. Parte desse lixo cruza o planeta e aparece em praias do Brasil — inclusive em Natal.

A Prefeitura de Natal afirmou que a Urbana mantém a limpeza diária das praias e ações de conscientização sobre o descarte correto de resíduos. O prefeito Paulinho Freire elogiou o trabalho da equipe e mandou o recado: “Cuidar das nossas praias é cuidar de Natal e das pessoas. Esse achado mostra que estamos atentos e reforça a necessidade de políticas mais responsáveis no mundo todo”.

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Geral

Mais saúde em São Gonçalo: nova UBS promete atendimento digno à população

Foto: Divulgação

O clima era de alegria e comemoração no conjunto Parque dos Ipês, em Novo Santo Antônio. Em cada olhar da população era nítida a gratidão pela nova Unidade Básica de Saúde (UBS), inaugurada na noite desta quinta-feira (6) pelo prefeito Jaime Calado, ao lado da senadora e primeira-dama Zenaide Maia.

A UBS leva o nome de Antônio Soares de Oliveira, conhecido por criar o Galo Branco Dona Neném como conhecemos hoje, teve indicação apresentada pelo vereador Nonato Queiroz. O espaço conta com uma área de 302,63 m² e recebeu um investimento de R$ 763 mil, proveniente de emenda da senadora Zenaide Maia.

Todos os ambientes internos estão equipados com aparelhos novos, salas climatizadas, farmácia abastecida e consultórios completos, incluindo ginecológico com banheiro anexo, sala de vacinação, curativos e consultório odontológico, além de espaço externo para atividades e estacionamento.

A secretária de Saúde comentou sobre a entrega do novo equipamento público: “Sem dúvidas esse é um sonho que se tornou realidade. Nasce do coração de Dra. Zenaide, que sempre deseja servir com excelência o nosso povo.”

Foto: Divulgação

A senadora, responsável por destinar a emenda parlamentar, destacou a importância de manter a esperança na gestão pública: “Tenho orgulho de destinar uma emenda que foi executada pela equipe de Jaime. É a concretização da eficiência do serviço público”, afirmou.

O prefeito Jaime Calado agradeceu pela oportunidade de servir à população: “Eu estou muito feliz, eu sou médico, e reconheço todo o esforço das nossas equipes de saúde. É um equipamento da população, e peço que zelem por esse espaço que agora abre as portas para atender e reduzir o sofrimento das pessoas”, disse.

A moradora do Parque dos Ipês, Jose Lima, recordou como era difícil conseguir atendimento antes da unidade: “Antigamente tinha que pegar ônibus para conseguir atendimento, mas agora não. A UBS fica bem próxima à minha casa, eu só tenho a agradecer.”

A inauguração contou com a presença de vereadores, servidores, secretários municipais, do vice-prefeito Flávio Henrique e da deputada estadual Terezinha Maia, além da população que também pôde aproveitar a animação do grupo musical Samba do Galo.

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Economia

Riachuelo vende Midway Mall por R$ 1,6 bilhão — o maior negócio imobiliário da história do RN

Foto: Reprodução

O maior shopping do RN tem novo dono. A Guararapes, controladora das Lojas Riachuelo, fechou a venda do Midway Mall, em Natal, por impressionantes R$ 1,6 bilhão. O negócio atende a uma antiga cobrança dos investidores, que pediam há anos uma melhor alocação de capital do grupo potiguar, segundo informações do Metro Quadrado.

O valor é gigante: equivale a quase 30% do valor total da Guararapes na Bolsa, que encerrou a sexta-feira (7) valendo R$ 5,5 bilhões na B3. A notícia empolgou o mercado — as ações da empresa subiram quase 3% no pregão de hoje.

A companhia assinou um memorando de entendimento com um grupo de investidores liderado pela Capitânia, gestora de fundos imobiliários. O consórcio também reúne outros fundos do setor, um player que já atua na região e uma família tradicional do Nordeste.

Com o acordo, a Riachuelo reforça o caixa e dá um passo estratégico num momento de forte disputa do varejo nacional. O Midway Mall, ícone de Natal e um dos maiores shoppings do Nordeste, muda de mãos, mas continua sendo símbolo do poder econômico do RN no cenário nacional.

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Arte

Cesar Revorêdo une arte e cinema em “Todas as Mulheres do Mundo”, em São Miguel do Gostoso

Foto: Divulgação

São Miguel do Gostoso será palco do novo mergulho artístico de Cesar Revorêdo. O artista plástico potiguar apresenta a exposição “Todas as Mulheres do Mundo”, com curadoria de Manoel Onofre Neto, na Galeria Sol da Meia Noite, a partir do dia 15.

A exibição propõe um encontro entre arte e cinema, dialogando com a 12ª Mostra de Cinema de Gostoso e prestando uma homenagem sensível ao cineasta Domingos de Oliveira e à atriz Leila Diniz, ícones que transformaram a representação do feminino nas telas brasileiras.

“Todas as Mulheres do Mundo” é uma profunda reflexão sobre o universo feminino, apresentada pelas lentes sensíveis de Revorêdo. A exposição se alinha perfeitamente à Mostra de Cinema, funcionando como um enquadramento fixo e poético para a diversidade de narrativas em movimento do cinema.

O título da exposição é uma referência ao filme “Todas as Mulheres do Mundo”, de 1966, dirigido por Oliveira, tendo Diniz como atriz principal”, explica o curador Manoel Onofre Neto.

Fotos: Divulgação

Com pinturas e esculturas inéditas, Revorêdo celebra a força, liberdade e reinvenção da mulher contemporânea. “As obras são um tributo à mulher que se despede de velhos moldes para construir seus próprios presentes e futuros”, afirma o curador Manoel Onofre Neto.

A mostra representa um desdobramento natural da exposição Alma Mater, apresentada pelo artista há um ano em Natal, e agora ganha novos contornos em diálogo com o cinema e a paisagem de São Miguel do Gostoso.

Nas composições de Revorêdo, figuras femininas se entrelaçam a elementos simbólicos — gatos, cadeiras, escritas e cores intensas —, criando um território poético de intuição, coragem e delicadeza. “Todas as Mulheres do Mundo” é, sobretudo, um convite à contemplação da beleza que habita as pequenas grandezas da vida.

Serviço

Exposição: Todas as Mulheres do Mundo
Artista: Cesar Revorêdo
Curadoria: Manoel Onofre Neto
Vernissage: 15 de novembro, às 19h
Período da exposição: de 15/11 a 01/02/2026
Horário: Terça a domingo, das 19h às 21h
Durante a 12ª Mostra de Cinema de Gostoso (20 a 24/11): das 17h às 21h
Local: Galeria Sol da Meia Noite — Av. dos Arrecifes, 2452, São Miguel do Gostoso (RN)

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Política

Eduardo expõe Nikolas: “Quer se livrar do Bolsonaro sem perder votos bolsonaristas”

Foto: Reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro lançou mais uma farpa contra o colega Nikolas Ferreira. Em post compartilhado na rede social X, Eduardo acusa Nikolas de tentar se desvincular do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas mantendo o eleitorado bolsonarista. “Eles querem continuar sendo eleitos pelos bolsonaristas, mas não querem mais prestar contas ao Bolsonaro”, afirma a publicação.

Essa não é a primeira vez que Eduardo critica Nikolas publicamente. Em julho, chamou atenção ao dizer que era “triste ver a que ponto o Nikolas chegou”, mostrando que o racha na direita vem de longa data. O clima entre os jovens políticos bolsonaristas esquenta à medida que surgem dissidências internas, com Nikolas liderando parte desse movimento.

O episódio ganhou reforço nos registros da Polícia Federal. No relatório que embasou o indiciamento de Bolsonaro e do filho Eduardo por coação, consta que Eduardo compartilhou críticas a Nikolas com o pai via WhatsApp, em 17 de julho. As mensagens incluíam links de postagens que cobravam o deputado mineiro por não divulgar manifestações em apoio a Bolsonaro e por tentar se “descolar” do ex-presidente.

Uma das publicações compartilhadas diz: “Divulgar a manifestação na Av. Paulista, zero. Divulgar palestra em Curitiba, vale até repostar o Silvio Grimaldo. Jair Bolsonaro está em BH, já já veremos na prática a arte de ‘colar no Bozo’ pra depois ‘descolar do Bozo’”. O confronto evidencia o conflito interno que agita a base bolsonarista, enquanto jovens políticos tentam equilibrar popularidade e lealdade dentro do PL.

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Política

Lula quer taxar super-ricos e multinacionais para bancar clima: “Conta não fecha sem o capital privado”

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula voltou a defender impostos sobre multinacionais e sobre os super-ricos como forma de financiar o combate às mudanças climáticas. Segundo ele, sem mexer no bolso de quem concentra riqueza, a conta “não fecha”.

Em discurso na abertura da sessão sobre os 10 anos do Acordo de Paris, na Cúpula de Líderes antes da COP30 em Belém, Lula afirmou que os mais ricos poluem muito mais e, portanto, devem contribuir mais. “Um indivíduo do 0,1% mais rico emite, em um único dia, mais carbono que metade mais pobre do planeta em um ano”, disse.

O presidente também criticou o modelo atual de financiamento climático. Para ele, a maior parte dos recursos oferecidos a países em desenvolvimento vem na forma de empréstimos, obrigando o Sul a pagar o Norte. “Isso é um financiamento reverso, do Sul para o Norte Global. Não faz sentido ético ou prático”,.

Lula aposta que impostos sobre grandes corporações e patrimônio de super-ricos podem gerar recursos “valiosos” para ações climáticas, enquanto os orçamentos nacionais encolhem. A ideia reforça a pressão do Brasil por mais recursos internacionais para enfrentar os efeitos do aquecimento global.

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Política

PT e Planalto mandam silêncio sobre condenação de Bolsonaro

Foto: Reprodução

O PT e o Palácio do Planalto deram a ordem: ninguém deve comentar a decisão do STF que manteve a condenação de Jair Bolsonaro no inquérito do golpe. A orientação vale para ministros, parlamentares e aliados do governo. A justificativa oficial? A decisão “já era esperada” e não merece debate público.

Segundo informações do Metrópoles, a estratégia é clara: minimizar Bolsonaro e evitar qualquer repercussão negativa que tire o foco do governo. No momento, a prioridade do Planalto é a COP30, conferência da ONU sobre clima em Belém, e não brigar com o ex-presidente condenado.

Integrantes do PT reforçam que Bolsonaro “já está no passado” e que não será o adversário de Lula em 2026, tentando desarmar politicamente a narrativa da oposição. A mensagem interna é: não alimentar polêmica com o ex-presidente e manter a atenção em políticas e eventos positivos para o governo.

Enquanto isso, no STF, a Primeira Turma manteve a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, com votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Mas no Planalto, o recado é simples: foco na gestão, silêncio sobre o ex-presidente.

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