As polícias Civil e Militar seguem na busca pela quadrilha que aterrorizou o município de Lajes, situado a 125 km de Natal, na madrugada desse domingo (5). Informações dão conta que os bandidos planejavam explodir um caixa eletrônico no Centro, mas se encontraram com policiais da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor),onde houve troca de tiros e os criminosos conseguiram escapar por um lixão da cidade.
Crédito: Polícia Civil
Na ocasião, os bandidos ainda incendiaram o carro usado na perseguição e explosivos foram encontrados abandonados. Desde então a polícia segue vasculhando as fazendas da região e ainda conta com apoio aéreo.
A decisão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de reservar 80 vagas para o curso de medicina do Centro Acadêmico do Agreste, em Caruaru, exclusivamente para participantes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) despertou críticas de entidades médicas e gerou debate político no Estado.
O edital, divulgado para o início das aulas em outubro de 2025, limita a participação a beneficiários do Pronera, incluindo assentados da reforma agrária ligados ao Movimento Sem Terra (MST), quilombolas e educadores do programa.
Segundo a coordenadora-geral de Educação, Arte e Cultura do Campo do Incra, Clarice dos Santos, o Pronera articulou a parceria que resultou no curso, que envolve o Incra, movimentos e organizações populares do campo, a UFPE e ministérios, especialmente o da Saúde.
Em comunicado conjunto, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, o Sindicato dos Médicos, a Associação Médica e a Academia Pernambucana de Medicina manifestaram oposição ao formato da seleção.
As entidades afirmam que o modelo “afronta os princípios da isonomia e do acesso universal”, pois não adota Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nem o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como critérios, o que criaria um “processo paralelo” e pode afetar a credibilidade acadêmica.
O tema foi discutido na Assembleia Legislativa de Pernambuco na terça-feira 23. O deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) criticou os critérios ao dizer que são “arbitrários e de difícil fiscalização” e acusou a medida de beneficiar o MST.
Em defesa do Pronera, a deputada Dani Portela (Psol) afirmou: “Quando mexe com direito, veterinária e medicina, parece incomodar bastante uma parte da elite brasileira que não admite ver pobre na universidade”.
No último fim de semana, o vereador do Recife Thiago Medina (PL) anunciou que vai entrar com uma denúncia contra UFPE. Para Medina, a iniciativa da universidade fere o princípio da isonomia e cria um privilégio injustificado com dinheiro público.
Na terça-feira 23, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a UFPE.
Ao TCU, Nogueira alega desvio de finalidade no edital. Além disso, ele denuncia uso político de recursos públicos na ação realizada pela UFPE em parceria com o Incra.
No edital, a UFPE não prevê a aplicação de prova com questões objetivas para classificação dos candidatos.
Na primeira etapa, os candidatos precisaram apenas que preencher um formulário on-line e enviar os documentos obrigatórios. Essa fase se encerrou no dia 20 de setembro.
Leia também: “Deputado denuncia universidade por reservar vagas ao MST”
Na segunda etapa, os candidatos deverão fazer uma redação “cujo tema será correlato ao contexto do Pronera.
De acordo com o edital, “a segunda avaliação corresponderá à análise do histórico escolar do ensino médio”.
Lideranças do Congresso querem aprovar um aumento do “fundão” eleitoral para 2026 mesmo após o desgaste sofrido com a tentativa de emplacar a PEC da Blindagem.
A ampliação dos recursos para as campanhas eleitorais no ano que vem tem sido discutida no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), relatada pelo deputado Gervásio Maia (PSB-PB). O projeto tramita na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e pode ser votado nos próximos dias.
Nas eleições municipais de 2024, o fundo eleitoral foi de R$ 4,9 bilhões, mesmo valor de 2022. O Legislativo tinha a intenção de turbinar a verba do ano passado pelo menos com a correção da inflação, mas teve de recuar após pressão popular. Mesmo com esse revés, o Centrão vai fazer agora uma nova tentativa
A articulação pelo “fundão” maior tem irritado deputados do baixo clero que não querem colocar a digital em mais um tema impopular. Esses parlamentares resistem a embarcar na jogada porque se sentiram enganados pelas cúpulas partidárias ao votarem a favor da PEC da Blindagem para depois a proposta ser enterrada no Senado.
Deputados preveem novas manifestações de rua contra o “fundão”, como as realizadas no fim de semana passado contra a PEC da Blindagem nas principais cidades do País. O temor é que essa mobilização social acabe impactando votos nas eleições de 2026.
O boxeador Acelino Freitas, o ‘Popó’, se manifestou em um vídeo publicado nas redes sociais sobre a confusão generalizada envolvendo as equipes dele e de Wanderlei Silva, que aconteceu após o fim da luta vencida por Popó em razão da desclassificação de Wanderlei por aplicar golpes ilegais, na madrugada de sábado para domingo (28), no evento Spaten Fight Night 2.
“Preciso fazer o pronunciamento. Pedir desculpas para vocês. Procurei dar o meu melhor possível, praticar o boxe que sempre pratiquei. Tomei três cabeçadas. Quando encerrou a luta, o treinador dele (Wanderlei) foi para cima de mim, me deu um soco, machucou muito“, disse Popó.
“Mas Wand, foi entre você e eu, não tem nada a ver com equipe, a nossa briga foi no ringue. Você me deu cabeçada, mas de boa. Não estou nem aí. Mas o Werdun e o seu filho covardemente invadiram o ringue, foram para cima de todo mundo. Vi que alguém te deu um soco. As pessoas estão falando que foi o Iago, mas nada a ver com o Iago, que estava de verde, ninguém agrediu ninguém. Quero que tudo se acalme e pedir desculpas. Tentamos fazer uma entrega perfeita. Eu acabo apanhando do treinador dele, um outro cara tenta me dar um mata-leão, quase me apaga. Depois de ter tomado cabeçada, um monte de coisa. Tudo bem. Deus sabe o que faz. Pedir desculpas. Não tivemos culpa de nada”, explicou Popó, antes de finalizar.
“(Fui) Covardemente (agredido), não sei que m… botaram o Werdum, só faz m…. Werdum, tenha vergonha, você veio para cima de mim. Tem vídeo gravado você querendo me bater”, finalizou.
O presidente do Senado Davi Alcolumbre e o relator da PEC da Dosimetria na Câmara, deputado Paulinho da Força | Foto: Carlos Moura/Agência Senado
A votação do projeto de lei alternativo à anistia aos envolvidos nos atos extremistas do 8 de Janeiro dependerá de acordo com o Senado. Inicialmente, o relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), indicava que a apreciação ocorreria nesta terça-feira (30). No entanto, a busca por consenso com o Senado deve adiar a votação.
Segundo interlocutores ouvidos pela reportagem, a relação com o Senado “azedou” após a Casa arquivar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que ampliava a proteção de parlamentares contra a Justiça. Publicamente, porém, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nega mal-estar.
Líderes da Câmara ponderam que a votação do PL da Dosimetria, alternativo à anistia, só poderá ocorrer se o Senado garantir que o texto não será barrado pelos senadores, como ocorreu com a PEC.
Algumas lideranças apontam quebra de acordo por parte do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).
Na noite de quarta-feira (24), Paulinho iria se reunir com Motta e Alcolumbre na Residência Oficial da Câmara, em Brasília, para tratar do projeto.
A reunião, marcada para as 23h, foi desmarcada, o que indica possível atraso nas negociações.
Projeto da dosimetria
Até o momento, a maioria dos partidos de centro manifestou apoio ao projeto relatado por Paulinho. Eles consideram algumas penas aos envolvidos no 8 de Janeiro “excessivas”.
A modificação nas dosimetrias das penas por meio do Código Penal é a linha seguida pelo relator no parecer final.
A proposta visa alterar a duração das penas de alguns dos cinco crimes pelos quais os participantes dos atos antidemocráticos foram condenados.
O relator defende que a redução das penas “soltaria” os envolvidos nos atos extremistas. Paulinho, contudo, afirma que não “vai salvar todo mundo” e que o objetivo é apresentar um texto “equilibrado”.
Bolsonaro
Alguns deputados do União e do PP manifestaram preocupação com a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar tentativa de golpe de Estado.
Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar no âmbito de inquérito sobre obstrução de Justiça. Parlamentares pedem que a mudança na dosimetria beneficie Bolsonaro em virtude da idade do ex-presidente, 70 anos, e das condições de saúde dele.
Uma eventual anistia ou revisão de penas beneficiaria Bolsonaro, pois ele foi condenado pelos mesmos crimes de participantes efetivos dos ataques do 8 de Janeiro em Brasília.
Apesar disso, PT e PL se manifestaram contrários à mudança na dosimetria. O PT é contra anistia e qualquer redução de penas, enquanto o PL pleiteia exclusivamente a anistia.
O PL deve apresentar destaque prevendo a anistia caso o relator não inclua a medida no texto.
Documentos da Controladoria-Geral da União (CGU) enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) mostram que o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) pagou cerca de R$ 15 milhões a uma das entidades investigadas pela “farra do INSS” mesmo sem comprovação de autorização por parte dos aposentados.
A entidade que recebeu o valor milionário é a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das entidades que mais arrecadaram em descontos associativos no período analisado nas investigações da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Sem Desconto.
Segundo dados da investigação da PF, foram arrecadados cerca de R$ 484 milhões, a título de mensalidades associativas, entre janeiro de 2019 e março de 2024.
A entidade também tem ligação com Cícero Marcelino, um dos supostos operadores do esquema. Ele é assessor de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer.
A informação consta em nota técnica da CGU acerca do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre a entidade e o INSS para possibilitar os descontos, o qual, diz o órgão de controle, passou por “uma série de controvérsias e entraves administrativos que comprometeram sua execução”.
A controladoria aponta que, de início, o número de associados com descontos ativos vinculados à Conafer cresceu de forma “exponencial”, mesmo sem justificativa aparente, levando à instauração de procedimento administrativo para apuração da situação, inclusive com suspensão de repasses por indícios de descontos não autorizados.
A entidade, então, alegou passar por dificuldades operacionais para apresentar a documentação exigida, especialmente em função da pandemia de covid-19. A CGU ressalta, no entanto, que embora houvesse a alegada dificuldade técnica, a entidade ainda assim conseguiu cadastrar uma média de 600 autorizações diárias de desconto de mensalidade associativa no referido período.
Segundo a análise, a Conafer pediu três prorrogações de prazo para envio das fichas autorizativas dos associados – todas elas atendidas –,“o que demonstra uma condução pautada pela tentativa de manter o ACT vigente mesmo diante de reiterados descumprimentos por parte da entidade”.
Com relação a valores, a entidade pediu, em fevereiro de 2021, que o INSS refizesse uma análise dos valores bloqueados da competência de março de 2020, afirmando que houve retenção indevida dos repasses referentes a adesões realizadas naquele período, as quais não deveriam estar abrangidas pela suspensão.
Com base em auditoria contábil, a entidade apontou um valor total de R$ 9,4 milhões retidos de forma equivocada entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021. A solicitação foi formalizada em processo específico, resultando no repasse de recursos à entidade.
Meses depois, em abril de 2021, com os repasses anteriormente reclamados já devidamente repassados, a entidade fez outra solicitação, dessa vez fazendo menção a um despacho que liberou o repasse mensal em sua integralidade a partir de março de 2021.
A análise do pedido resultou no repasse do restante dos cerca de R$ 15 milhões para a Conafer, referentes aos valores retidos entre agosto de 2020 e março de 2021.
A CGU ressalta, no entanto, que, apesar dos repasses, a Conafer não chegou a comprovar a existência de autorizações dos associados para a efetivação de descontos, o que foi estabelecido como uma das condições impostas para uma eventual retomada dos descontos quando houve a sua suspensão.
Finalmente, em fevereiro de 2022, foi iniciado o processo de renovação do ACT entre a Conafer e o INSS. Nesse âmbito, a Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS (PFE), embora não tenha se oposto à celebração do acordo, apontou fragilidades quanto à dificuldade da Conafer em gerir a documentação necessária, e a falta de clareza com relação à qualidade de entidade sindical e relação com associados.
Parte das recomendações foi aprovada pelo procurador-geral do INSS à época, mas concluiu que a administração do órgão prosseguisse com a assinatura do ACT, desde que justificasse as orientações indicadas.
Segundo a CGU, o ACT foi assinado em junho de 2022 e, posteriormente, em maio de 2023, foi publicado o Primeiro Termo Aditivo ao ACT, eliminando a exigência de revalidação trienal da autorização de desconto de mensalidade associativa .
“A análise evidencia falhas procedimentais por parte do INSS, assim como divergência interna sobre a condução do caso […] A condução do processo foi marcada por decisões contraditórias e dificuldades técnicas na comprovação da legalidade dos descontos realizados. Ainda assim, o ACT foi renovado em junho de 2022 com vigência até 2027, o que demonstra a superação formal do impasse, embora permaneçam dúvidas quanto à eficácia dos controles e à adequação da conduta da Conafer durante todo o período”, afirma a CGU.
Defesa
Em resposta à coluna, o INSS afirmou que os apontamentos feitos pela CGU resultaram na deflagração da Operação Sem Desconto, que conta com a participação ativa do instituto.
Segundo o INSS, como medida imediata, todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que envolviam descontos de mensalidades associativas diretamente em benefícios previdenciários e assistenciais foram suspensos e, além disso, o instituto tem atuado de forma “integrada” com a CGU, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e demais órgãos de controle para assegurar a responsabilização dos envolvidos.
“O INSS também está trabalhando para ressarcir os segurados lesados e garantir a recuperação dos valores desviados aos cofres públicos. Até o momento, já foram restituídos R$ 1,53 bilhão a 2,46 milhões de aposentados e pensionistas em todo o país”, disse.
“O Instituto reitera seu compromisso com a proteção dos direitos dos segurados, a integridade da gestão pública e a adoção de medidas firmes para impedir novas ocorrências. O INSS seguirá colaborando ativamente com as investigações, assegurando que os beneficiários da Previdência Social sejam plenamente protegidos”, concluiu o INSS.
Convidados para a posse do novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Vieira de Mello Filho, ficaram constrangidos com a instalação de uma área VIP destinada a ministros e autoridades.
Para ter acesso à posse formal e ao coquetel realizados na sede do TST, em Brasília, os convidados pagaram R$ 450. No entanto, seguranças impediram a aproximação dos presentes à área reservada.
As medidas de segurança levaram alguns dos convidados a reclamar por não terem conseguido sequer cumprimentar o novo presidente do TST.
Vieira de Mello Filho é ministro do TST há 19 anos e já exerceu as funções de vice-presidente do órgão e de corregedor-geral da Justiça do Trabalho. Ele também comandará o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) no biênio 2025-2027.
A “casta” do “mecanismo” são seres superiores e iluminados não podem se misturar com simples seres mortais.
Eu tenho nojo desses asquerosos do Supremo Tribunal Federal.
Edson Fachin assume a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (29) indicando como uma das prioridades para a gestão distensionar as relações políticas em torno da corte e arrefecer os questionamentos sobre a atuação do tribunal.
A ideia da autocontenção do Judiciário tem sido um mantra repetido pelo ministro nos últimos meses, quando a corte esteve em embates com o Congresso Nacional, setores da advocacia e aliados de Jair Bolsonaro (PL) em meio ao julgamento da suposta trama golpista.
Ao completar dez anos no cargo, em junho, Fachin usou uma frase já conhecida dele: “Ao direito o que é do direito, à política o que é da política”. “Nós, juízas e juízes, servidoras e servidores, não podemos agir fora da razão jurídica objetiva nem sermos vistos como satélite da polarização que hoje assola o mundo.”
Antes disso, ele usou a mesma expressão ao representar o atual presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, em solenidade no Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2025.
Na ocasião, também ressaltou a importância da corte para a defesa da democracia, que ele já disse ter ficado sob ataque e ameaça no governo Bolsonaro, mas acrescentou que o tribunal deve se manter fiel à proteção da legalidade e consciente “de que o nosso papel não é o de protagonista”.
O estilo discreto de Fachin é semelhante ao de Rosa Weber, que presidiu o tribunal por pouco mais de um ano, entre 2022 e 2023. O ministro não tem o hábito de conversar com jornalistas, concede poucas entrevistas à imprensa e costuma preferir manifestações nos autos processuais.
Um exemplo da discrição de Fachin é a recusa das ofertas de associações do meio jurídico para bancar uma festa em homenagem à posse dele, na noite de segunda. Avesso a extravagâncias, ele decidiu servir apenas água e café na solenidade.
Em agosto, na Fundação Fernando Henrique Cardoso, Fachin fez um discurso dizendo que “cabe à política lidar com valores e ideologias em disputa” e que “o direito deve resistir à tentação de preferir uma delas”.
Segundo ele, os plenários da corte são apenas uma parte da esfera pública, mas o jogo da democracia se canaliza para o Congresso.
Embora receba ataques bolsonaristas e tenha sido um dos alvos de suspensões de vistos impostas por Donald Trump, Fachin tem insistido na defesa de um Supremo que não substitua a arena política para não corroer a legitimidade do sistema.
Na conferência, ele ressaltou a preocupação com grupos minoritários, ainda subrepresentados. Neste ponto, Fachin disse ser papel do tribunal abrir caminhos para a inclusão e evitar a cristalização de privilégios.
Por fim, o ministro também afirmou entender que há um quarto ramo informal na divisão de Poderes, que inclui Ministério Público, Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da União, Conselho Nacional de Justiça e mesmo agências reguladoras.
“A complexidade da sociedade brasileira –marcada por desigualdade, diversidade regional e pluralismo social– exige uma democracia em rede, na qual o STF não decide sozinho, mas se ancora em uma malha de instituições fiscalizadoras e deliberativas.”
Nos bastidores, assessores e advogados que frequentam o tribunal têm percebido sinalizações inclusive para os anseios da oposição. Um dos exemplos foi o voto do ministro no caso que fixou a responsabilidade de plataformas digitais por conteúdos de terceiros, no processo do Marco Civil da Internet.
O influenciador e empresário Gabriel Spalone, alvo de mandado de prisão temporária por suspeita de participar de um esquema de desvio de R$ 146 milhões via PIX, foi preso na noite deste sábado (27) ao pousar no Aeroporto Internacional da Argentina, em Buenos Aires, depois de ser incluído na Difusão Vermelha de procurados da Interpol.
Difusão Vermelha, também conhecida como “lista vermelha” é um mecanismo internacional para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais. Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.
De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi feita com apoio da Polícia Civil de São Paulo e das autoridades da Argentina, Panamá, Paraguai e Estados Unidos. A nota diz ainda que Gabriel deve ser extraditado para o Brasil.
De acordo com o advogado Eduardo Maurício, que representa o empresário, foi requerido um pedido de revogação da prisão e para a exclusão do influenciador da lista da Interpol. Também foi feita uma denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos, para que Gabriel possa responder o processo em liberdade.
Na sexta-feira (26), Gabriel chegou a ser detido no Aeroporto Internacional do Panamá, mas foi liberado em menos de 24 horas após as autoridades locais serem informadas de que ele não possuía ordem de prisão internacional e que nem estava na lista da Interpol naquele momento.
Maurício disse que as autoridades do Panamá o liberaram para seguir viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Sua defesa também afirmou que a prisão no Panamá havia sido “ilegal e abusiva”.
Contudo, horas depois, Gabriel foi incluído no alerta vermelho da Interpol. Segundo Paulo Barbosa, delegado chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos, “a inclusão do nome do Gabriel Spalone na Difusão Vermelha foi resultado de uma ação conjunta da Polícia Civil de São Paulo com a Polícia Federal”.
Ao pousar em Buenos Aires, Argentina, depois de sair do Panamá, Gabriel foi preso pela Interpol dentro do avião. Ele será transferido para o Brasil para ficar à disposição da Justiça.
Integrantes do Palácio do Planalto encomendaram pesquisas para avaliar o impacto das manifestações contrárias à chamada PEC da Blindagem e ao PL da Dosimetria.
Segundo apurou a coluna, a intenção do governo é analisar especialmente os desdobramentos políticos do episódio, com foco na repercussão sobre a imagem do presidente Lula, do Centrão e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Como a coluna já mostrou, aliados de Lula não comemoraram apenas a derrubada da PEC da Blindagem no Senado, em votação na quarta-feira (24/9). Nos bastidores, lideranças petistas também avaliam possíveis ganhos eleitorais com o tema.
Na visão de alguns dos interlocutores do presidente Lula, o tema da Blindagem pode ser usado como munição no pleito de 2026, especialmente contra candidatos da oposição que planejam deixar a Câmara dos Deputados.
A interpretação dos petistas é que, mesmo com o tema saindo de pauta após a derrocada da PEC, candidatos governistas poderão “lembrar” o eleitorado de que deputados bolsonaristas, por exemplo, foram a favor da proposta.
Existe uma distorção grave dos fatos e do real objetivo dessa pec. A Pec foi elabora objetivando proteger os parlamentares do assédio e chantagens feitas por ministros do Supremo Tribunal Federal, sem a aprovação dessa pec, os ministros do STF continuarão dando as cartas e mandando no Brasil. Entenderam ou quer que desenhe?
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se emocionou diversas vezes na semana passada, a última em que ocupou o comando da Corte. Nesta segunda (29), Edson Fachin assume seu lugar.
Em seus últimos momentos em uma das cadeiras mais poderosas do país, o ministro recebeu a coluna para um balanço que não se resumiu à sua gestão de dois anos.
Ele voltou atrás no tempo e falou sobre a Lava Jato e o que pensa hoje da operação. Explicou o voto que deu em 2018 e que contribuiu para que Lula fosse levado à prisão —do qual diz não se arrepender.
Revelou como se reaproximou do agora presidente, e de como o petista acabou conquistando até a sua sogra. E disse que os dois nunca conversaram sobre aquele momento do passado, hoje tão distante. “O presidente é um homem que já esteve tempo suficiente no sereno para entender qual é o papel de um juiz que cumpriu o seu dever de aplicar também a ele o que havia aplicado a outras pessoas”, afirma.
Contou como se relacionou cordialmente com Jair Bolsonaro (PL) nos primeiros anos do governo dele e revela que chegou até a indicar um ministro para o mandatário —mas o então presidente optou por outro nome.
Disse que acha inadmissível a discussão de uma anistia antes, durante e logo após o julgamento do ex-presidente. Mas vê com simpatia a ideia de uma redução de penas que beneficie os condenados.
Admitiu que já chegou a conversar com Lula sobre sua saída do STF. E afirmou que a hipótese de ser sancionado pela Lei Magnitsky, que visa sufocar financeiramente os atingidos e já foi imposta ao ministro Alexandre de Moraes, não entra em seus cálculos sobre ficar ou não no tribunal.
“Não tenho muitos medos nessa vida” nem “aflições excessivas”, diz Barroso. “O que não quer dizer que as coisas me são indiferentes.”
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