O dono de uma vidraçaria na cidade de Centenário, na Argentina, presenteou um dos seus funcionários com um carro para evitar que o homem tivesse que andar 17 quarteirões a pé para chegar ao local de trabalho. Ao todo, o funcionária gastava cerca de 1 hora a pé todos os dias para chegar ao local.
O vidraceiro Franco Nuñez ia andando ao serviço pois a região não conta com um sistema de transporte público. Nuñez até tentou comprar um carro por conta própria, mas teve uma grande despesa em casa e precisou desistir da ideia. O chefe Eduardo Fonseca ficou comovido com a situação e resolveu ajudá-lo com o veículo.
Na última sexta-feira (25), o dono da vidracaria convidou Franco para jantar depois do trabalho e deu de presente para ele o veículo. Em entrevista a um jornal local, o chefe comentou que deu o presente pela amizade e lealdade do funcionário, que já trabalha no local há 5 anos.
“Quero que todos os funcionários sejam tratados com o seu valor. Se eu progredir, eles têm que progredir comigo. Com oportunidades iguais”, disse.
O corpo da brasileira Juliana Marins, encontrada morta nesta terça-feira (24/6) após cair durante uma trilha em um vulcão na Indonésia, será içado ao amanhecer desta quarta-feira (25/6), no horário local — por volta das 20h desta terça, no horário de Brasília.
A informação foi confirmada pela Defesa Civil da Indonésia, que coordenou as buscas. De acordo com o órgão, um socorrista voluntário conseguiu alcançar Juliana a uma profundidade de cerca de 600 metros. A vítima estava sem vida.
Entenda o caso
Juliana Marins, de 26 anos, deslizou por uma vala enquanto fazia a trilha do vulcão Rinjani, em Lombok.
Ela viajou para fazer um mochilão pela Ásia e estava na trilha com outros turistas, que contrataram uma empresa de viagens da Indonésia para o passeio.
Após escorregar no caminho, ela só parou a uma distância de 300 metros de onde o grupo estava.
Informações preliminares indicavam que a brasileira teria recebido socorro; a família, porém, desmentiu esses rumores. Juliana aguardava resgate há quatro dias.
Por meio das redes sociais, a família da jovem confirmou que o salvamento foi interrompido nesta segunda-feira (23/6) por conta das condições climáticas na região. Nesta terça, Juliana foi encontrada morta.
Segundo brasileiros que acompanharam o resgate, havia a suspeita de que Juliana estivesse ainda mais abaixo, a cerca de 950 metros, mas isso não se confirmou até o momento.
As equipes de resgate montaram acampamentos em dois pontos: três pessoas estão a cerca de 400 metros de profundidade, e outras quatro, a 600 metros. Devido às condições climáticas desfavoráveis e à baixa visibilidade no local, as autoridades decidiram realizar o resgate apenas às 6h (horário local) desta quarta.
Após ser içado, o corpo de Juliana será levado de maca ao posto de Sembalun, de onde será transportado de helicóptero ao hospital Bayangkara, para os trâmites legais.
A bancada de oposição na Câmara protocolou nesta terça-feira, 24, uma representação no Conselho de Ética contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) após ela ter contratado dois maquiadores com verba parlamentar.
Os deputados da base bolsonarista também apresentaram uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) para investigar possível ato de improbidade administrativa.
Como registramos mais cedo com base em informações do site Metrópoles, dois maquiadores foram contratados como assessores da parlamentar.
O site da Câmara aponta que Ronaldo Hass atua como secretário parlamentar da psolista desde 6 de maio de 2024 e recebe um salário de 9.678,22 reais.
Índy Montiel, por sua vez, está na equipe de Erika Hiton a menos tempo. Ela ocupa o cargo de secretária parlamentar desde 9 de junho de 2025 e recebe 2.126,59 reais por mês.
Como secretários parlamentares, eles seriam responsáveis por tarefas como elaboração de projetos de lei, assessoria de imprensa e agendamento de reuniões.
Nas redes sociais, Montiel e Hass têm várias publicações dos trabalhos de maquiagem que realizam para a parlamentar.
Para o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), um dos autores das representações, as contratações configuram desvio de finalidade e afrontam princípios constitucionais da administração pública, como legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.
Ele argumenta que a prática viola tanto o Ato da Mesa nº 58/2010 quanto a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), além de comprometer a imagem da Câmara dos Deputados.
No pedido ao MPF, é solicitada a instauração de inquérito para apuração de eventual improbidade administrativa e ressarcimento ao erário.
A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, gravada por um ex-aliado cobrando dele que recursos públicos fossem desviados para a campanha eleitoral dela, em 2024, assumiu a coordenação nacional das eleições internas do partido.
Anne Moura vai acumular a função com o cargo de secretária nacional de mulheres e ainda disputará a presidência do diretório amazonense da sigla. Em um comunicado nas redes sociais, o PT do Amazonas diz que a “Secretaria de Organização tem papel central na mobilização e na condução das eleições internas que definirão as novas direções partidárias nos níveis municipal, estadual e nacional”.
“A escolha de Anne para liderar esse processo reforça o protagonismo da militância amazonense dentro da estrutura nacional do partido”, diz o partido.
Um relatório técnico do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou que uma ONG do Amazonas, fundada e controlada por Anne Moura, cometeu “várias irregularidades financeiras” com recursos repassados pela pasta para um projeto de qualificação profissional de jovens.
Na gravação divulgada pelo Estadão, entre Anne Moura e Marcos Rodrigues, ex-presidente da ONG Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (Iaja), com sede em Manaus (AM), a secretária perguntou sobre os salários que seriam pagos ao coordenador-geral e para a coordenadora-adjunta do projeto e disse que os valores deveriam ser revertidos para a campanha dela a vereadora de Manaus – na qual acabou derrotada.
“Esse dinheiro já pode ser recebido? Agora, essa primeira parcela? Então vamos acelerar isso aí que isso já me ajuda muito. Eu estou contando os centavos disso aqui. Eu preciso ganhar essa eleição. O nível de perseguição está muito grande. Não podemos desperdiçar nada, nós vamos ter que ganhar essa eleição”, afirmou.
O então presidente da ONG respondeu que não poderia “direcionar todo o valor” da primeira parcela recebida porque “tem um trabalho que foi feito”.
Secretária do PT diz que Cultura deu aval a uso de programa de R$ 58 milhões em campanhas
Em uma reunião com o ex-chefe do comitê do Amazonas, Marcos Rodrigues, em dezembro do ano passado, Anne Moura, afirmou que comitês de cultura criados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, foram usados para eleger aliados em 2024 com o aval da cúpula da pasta e que “quem foi para a frente da prisão” precisa ter atendimento diferenciado na hora da “parte boa”.
A conversa foi gravada e registrada em cartório. O Estadão teve acesso ao conteúdo. No encontro gravado pelo ex-aliado, Anne Moura exigiu que Marcos Rodrigues envolvesse a estrutura do comitê na campanha dela e afirmou que a falta de empenho do comitê amazonense na política foi classificada como “um absurdo” pela secretária do MinC que cuida do PNCC, Roberta Martins, do PT do Rio de Janeiro.
À época, em nota, Anne Moura afirmou que os questionamentos dela à atuação do ex-presidente da entidade cultural “podem estar sendo reproduzidos fora de seu contexto” e que o ex-aliado tenta macular a imagem dela. O Ministério da Cultura afirmou que relato sobre atuação de servidores da pasta é inverídico e informou que o comitê do Amazonas teve atividades suspensas e recursos bloqueados temporariamente para apuração de possíveis irregularidades.
Dois grandes nomes da música brasileira dividem o palco do Teatro Riachuelo Natal no dia 1º de agosto pelo Projeto Toca Brasil. João Bosco, um dos maiores compositores do país, é a atração principal da noite que terá abertura do potiguar Sueldo Soaress. O evento é realizado pela Viva Promoções e marca uma celebração à diversidade e à força da música nacional.
Os ingressos estão disponíveis a partir de R$ 100,00 na bilheteria do teatro e no site uhuu.com.
Comemorando recentemente 50 anos de carreira, João Bosco traz à capital potiguar o repertório de uma trajetória marcada por clássicos que atravessaram gerações, como “O Bêbado e a Equilibrista”, “O Mestre Sala dos Mares”, “Kid Cavaquinho”, “Bala com Bala” e tantos outros. Natural de Ponte Nova (MG), João construiu uma carreira sólida sem se render a modismos, mantendo uma produção musical de altíssimo nível, reconhecida dentro e fora do Brasil.
No show, o artista hipnotiza o público com sua performance ao violão e a potência de uma obra que retrata o país em sua poesia, ritmo e crítica. O espetáculo faz parte do circuito nacional do Projeto Toca Brasil, iniciativa que fomenta a economia criativa e promove encontros entre artistas consagrados e talentos locais.
Representando o Rio Grande do Norte, Sueldo Soaress será o responsável por abrir a noite. Com um repertório autoral e fortemente influenciado pela cultura nordestina, o cantor e compositor potiguar reforça o compromisso do projeto com a valorização da música regional e a conexão entre diferentes linguagens e sotaques musicais.
O Projeto Toca Brasil é viabilizado por meio dos incentivos da Lei Djalma Maranhão, com patrocínio da Unimed Natal, Hotel Villa Park e Espacial Veículos, e da Lei Câmara Cascudo, por meio da Secretaria de Cultura do RN e Fundação José Augusto, com apoio da CDA Distribuidora e Supermercados Nordestão.
Após horas de incerteza sobre o futuro do cessar-fogo entre Irã e Israel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu em um duro telefonema para impedir novos ataques contra Teerã. O governo de Israel concordou em respeitar a trégua e anunciou que seu foco militar retornaria ao confronto com o Hamas em Gaza.
“Agora a atenção retorna a Gaza, para trazer os reféns para casa e desmantelar o regime do Hamas”, declarou o tenente-general Eyal Zamir, chefe do Estado-Maior do Exército israelense.
Do lado iraniano, o presidente Masud Pezeshkian, disse em uma mensagem à nação divulgada pela agência oficial Irna que a guerra terminou. “Após a heroica resistência de nossa grande nação (…) assistimos ao estabelecimento de uma trégua e ao fim desta guerra de 12 dias imposta por Israel”, declarou Pezeshkian.
A caminho da cúpula da Otan na Holanda, Trump disse que pediu a Netanyahu para trazer de volta aeronaves israelenses que estavam à beira de atacar o Irã. O republicano afirmou que a “ultima coisa” que o Irã quer neste momento é uma arma nuclear.
“Israel, assim que fizemos o acordo, saiu e lançou uma carga de bombas, como eu nunca vi antes. A maior carga que já vimos. Não estou feliz com Israel,” ele disse, acrescentando que ficaria “realmente infeliz” se Israel atacasse o Irã em retaliação por aquilo que o presidente descreveu como “um foguete que não atingiu o alvo.”
O presidente americano também disse que foi uma “grande honra destruir todas as capacidades do Irã”. “Tanto Israel quanto o Irã queriam parar a Guerra, igualmente! Foi minha grande honra Destruir Todas as Instalações e Capacidades Nucleares, e então, PARAR A GUERRA!”.
Ataques e conversa com Netanyahu
Segundo informações do Exército de Israel, jatos do país realizaram um pequeno ataque contra um radar iraniano ao norte de Teerã na manhã de terça-feira, recuando de uma ameaça de lançar uma resposta enérgica aos mísseis lançados pelo Irã, que mataram quatro pessoas na cidade de Beersheba, no sul de Israel, na noite de segunda-feira.
A renovação das hostilidades colocou em dúvida o cessar-fogo. Israel prometeu responder com força aos ataques do Irã, mas reduziu sua ofensiva no último minuto depois que Netanyahu conversou com Trump, segundo informações do portal americano Axios. Na ligação, o presidente americano expressou sua desaprovação pela retaliação planejada de “uma maneira excepcionalmente firme e direta.”
Trump pediu que Israel cancelasse o ataque por completo, mas o primeiro-ministro recusou, argumentando que Israel deveria responder de alguma forma à violação do Irã. Os dois concordaram que a resposta israelense seria “simbólica” e Netanyahu cancelou um grande número de outros ataques planejados.
“O presidente disse a Netanyahu o que precisava acontecer para sustentar o cessar-fogo. O primeiro-ministro entendeu a gravidade da situação e as preocupações que o Presidente Trump expressou,” uma fonte da Casa Branca disse ao Axios.
Cessar-fogo e foco em Gaza
Depois da troca de ataques e acusações, Trump disse que o cessar-fogo entre Israel e Irã estava “em vigor”.
O espaço aéreo iraniano foi parcialmente reaberto hoje, de acordo com a empresa de monitoramento de aviação FlightRadar24. “O espaço aéreo iraniano está agora aberto para chegadas internacionais e partidas de/para Teerã com permissão prévia,” disse o Flightradar24 no X. O espaço aéreo iraquiano também foi reaberto, acrescentou.
Já o Exército de Israel afirmou que estava retirando as restrições de emergência impostas durante a guerra com o Irã, que fecharam escolas e locais de trabalho. A autoridade de Aviação Civil de Israel anunciou que o Aeroporto Ben Gurion, próximo a Tel Aviv, seria totalmente reaberto.
Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Eyal Zamir, Tel-Aviv retorna o foco para a luta contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza depois de 12 dias de guerra com o Irã.
“Agora a atenção retorna a Gaza, para trazer os reféns para casa e desmantelar o regime do Hamas”, declarou o tenente-general Eyal Zamir em um comunicado.
O diretor da Secretaria Nacional de Segurança, Rodney Silva, durante seminário na USP; bloqueio de recursos de fundo pegou área de surpresa. | Foto: Marcelo Godoy/Estadão
O diretor de Operações Integradas e Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança, Rodney Silva, alertou que o contingenciamento de R$ 500 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública, vinculado ao Ministério da Justiça, pode “inviabilizar” a Segurança Pública em alguns Estados das regiões Norte e Nordeste, que dependem dos recursos federais para a manutenção da ordem.
A reportagem procurou a Secretaria de Comunicação e os ministérios do Planejamento e da Fazenda para detalhar o contingenciamento, mas ainda não obteve resposta. Em maio, o governo federal anunciou contenção de despesas de R$ 31,3 bilhões para tentar controlar as contas públicas e cumprir a meta de déficit fiscal zero prevista para este ano.
“Nós fomos surpreendidos com essa decisão”, afirmou Silva durante o seminário Crime Organizado e Mercados Ilícitos no Brasil e na América Latina, promovido pela Cátedra Oswaldo Aranha, do Instituto da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), da Universidade de São Paulo. De acordo com ele, essa é uma situação que o Ministério da Justiça está negociando e espera resolver em breve.
Silva foi um dos palestrantes do seminário. Ele começou sua carreira como policial militar em Minas Gerais, onde permaneceu 13 anos e depois foi promotor de Justiça em Goiás, onde, por 28 anos trabalhou no combate ao crime organizado. A revelação do contingenciamento de R$ 500 milhões feita no ambiente acadêmico ocorreu durante sua fala, quando tratava das estratégias de combate à criminalidade organizada no País.
De acordo com ele, é necessário lutar por projetos estruturantes e evitar a descontinuidade de políticas públicas na área. Um dos projetos que a pasta estaria tratando é justamente de uma legislação antimáfia, que trate do domínio de áreas por organizações criminosas, ou seja, buscar um caminho que foi tentado no passado com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), no Rio.
“Vamos apresentar projetos para que, no aspecto normativo, possamos enfrentar a macrocriminalidade que está tomando território e se infiltrando no poder público”, afirmou.
Para Rodney, falta integração no combate ao crime organizado no País. As diversas forças de segurança não se falam e não trocam informações. Haveria ainda competição entre as diversas polícias, tanto as federais, quanto as estaduais.
“A fragmentação e a falta de integração são um grande problema”, disse. “E, como se não bastasse, agora as guardas municipais são tratadas como polícias municipais.”
O diretor defendeu a criação de um centro integrado nacional de Segurança Pública, a exemplo do que existe nos Estados Unidos para integrar as diversas agências na área, executando o comando e controle. “Não adianta ter um quadro bom de Segurança em São Paulo se ele não for extensivo a outros Estados. Enquanto não fizermos isso, não vamos conseguir enfrentar o crime organizado.”
Além disso, o diretor defendeu as redes temáticas colaborativas para cada área de interesse da criminalidade organizada, como tráfico de drogas, roubo de cargas e delitos cibernéticos, bem como para a recuperação de ativos. E ainda o trabalho conjunto entre promotores de justiça dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) e delegados das Delegacias de Repressão ao Crime Organizado (Dracos), das Polícias Civis, e das Forças-Tarefa de Combate ao Crime Organizado (FICCOs), da Polícia Federal.
“Talvez tenhamos uma grande operação envolvendo Gaecos, Dracos e Ficcos”, afirmou.
A defesa do general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto afirmou que teve suas prerrogativas violadas na acareação entre o militar e o tenente-coronel Mauro Cid, realizada nesta terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF). A queixa é que, diferentemente dos demais atos do processo da trama golpista, essa sessão não foi gravada.
— Não consegui compreender o motivo de todos os atos terem sido gravados e esse não. Com todo respeito ao ministro Alexandre de Moraes, isso não faz o menor sentido. Vamos alegar cerceamento de defesa e vou comunicar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que minhas prerrogativas foram violadas — disse à coluna o advogado de Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima.
O defensor relatar que logo no início da acareação perguntou ao ministro Alexandre de Moraes se a audiência seria gravada. Diante a reposta negativa, Oliveira Lima pediu a autorização para ele próprio, como advogado de Braga Netto, gravar a sessão. O pedido foi negado pelo magistrado.
Segundo o relato de Oliveira Lima, Mauro Cid passou a acareação de rosto baixo e foi chamado de “mentiroso” por Braga Netto em duas ocasiões. O advogado afirmou que o tenente-coronel não rebateu o general ao ouvir que estava mentindo.
O ritmo de crescimento das despesas obrigatórias e discricionárias tornou o arcabouço fiscal insustentável, aponta o relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal divulgado nesta terça-feira (24). O documento indica insuficiência fiscal já em 2027.
“As projeções realizadas pela IFI no presente RAF [Relatório de Acompanhamento Fiscal] revelam a insustentabilidade do atual regime fiscal, colocam em xeque a sobrevivência do atual arcabouço fiscal e apontam, de forma inequívoca, a necessidade de uma profunda reforma fiscal que flexibilize a execução do orçamento da União e estanque o atual ritmo de crescimento da dívida”, diz o documento.
O relatório projeta que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) chegue a 124,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2035. Para 2025, a projeção indica que a DBGG alcance 77,6% do PIB.
Na avaliação da IFI, a volta do pagamento de precatórios — dívidas judiciais da União — integralmente dentro dos limites de despesa e das metas fiscais em 2027 vai determinar a necessidade de revisão do arcabouço fiscal.
Atualmente, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), parte da despesa com precatórios pode ficar fora do resultado primário. A autorização vale até 2026. Dessa forma, o gasto volta a entrar no cálculo da meta no ano seguinte.
O relatório também classifica as metas do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2026 para o horizonte 2026 a 2029 como “inatingíveis”. O governo prevê superávit primário de 0,25% (2026), 0,5% (2027), 1% (2028) e 1,25% (2029) do PIB nos próximos anos.
Para assegurar o cumprimento da meta fiscal de déficit zero em 2025, a equipe econômica anunciou em maio um congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento.
A IFI projeta um déficit de R$ 83,1 bilhões em 2025 (0,66% do PIB). Após os abatimentos legais permitidos, como a exclusão de precatórios acima do subteto, e o uso do limite inferior da meta (0,25 p.p. do PIB), a meta deve ser cumprida com uma margem estreita de R$ 2,8 bilhões.
“Esse cumprimento depende, em parte, da compensação entre orçamentos fiscais e de investimento, conforme previsto na LDO, e não exigiria novo contingenciamento além dos valores já anunciados no RARDP [Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias] do 2º bimestre de 2025”, diz.
Já para 2026, a IFI indica ser necessário um contingenciamento de R$ 75,9 bilhões para cumprir o arcabouço fiscal. “O que é inviável, pois deixaria o nível da despesa discricionária abaixo do mínimo necessário para o funcionamento da máquina pública”, diz o documento.
“Para se evitar o shutdown da máquina pública já em 2026, o Poder Executivo deverá buscar outras medidas de aumento das receitas e de contenção de despesas”, afirma o relatório.
Vai ter q cortar na própria carne…supersalarios, ineficiência da máquina, excesso de burocracia, excesso de bem-estar social…ou tira a gordura do governo, ou vai todo mundo pra vala
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira a demissão de mais de 140 funcionários terceirizados. A decisão ocorre após um corte de 25% no orçamento da autarquia para 2025, o que compromete a manutenção de serviços essenciais.
— Infelizmente, esta talvez seja a decisão mais difícil tomada pela diretoria da Aneel. Em outro momento, sacrificamos outros serviços para manter esses postos de trabalho. Agora, neste momento, isso não será possível — afirmou o diretor-geral, Sandoval Feitosa, durante reunião da diretoria.
A convite da Aneel, o presidente da Associação de Servidores da Aneel (Asea), Benedito Cruz Gomes, participou da reunião e comentou a dispensa. Segundo ele, os 145 terceirizados demitidos representam 15% da força de trabalho da agência, que atualmente conta com 552 servidores e 487 terceirizados.
Pedido ao governo
Durante a reunião, Feitosa reiterou o pedido para que o governo reveja o corte orçamentário. A Aneel enviou um ofício ao Ministério do Planejamento e Orçamento solicitando a liberação de parte dos recursos bloqueados.
— O decreto atual prevê que o ministério ao qual as agências são vinculadas possa solicitar um acréscimo orçamentário. Considerando que somos vinculados, pedimos que o MME interceda junto às unidades orçamentárias para liberar os recursos — explicou o diretor-geral.
O bloqueio orçamentário foi determinado por decreto do governo federal, que suspendeu R$ 31,3 bilhões do Orçamento. Desse total, R$ 38,62 milhões correspondiam a recursos da Aneel.
Impactos nos serviços
A Aneel informou que a falta de recursos já afeta diretamente o funcionamento da agência. Entre as medidas anunciadas estão:
Redução do horário de atendimento humano da ouvidoria, que passará a funcionar das 8h às 14h, de segunda a sexta-feira;
Diminuição das ações de fiscalização realizadas por equipes próprias, devido à falta de verba para locomoção e estadia;
Suspensão das fiscalizações em parceria com agências estaduais;
Impacto nos processos de cálculo tarifário, com a exclusão da pesquisa de satisfação do consumidor, realizada desde 2000.
A agência alerta que, sem a recomposição orçamentária, outras atividades regulatórias e de fiscalização também poderão ser comprometidas.
Operação da Lei Seca — Foto: Divulgação/Magno Seglli
O Brasil somou 3,2 milhões de registros de multas relacionadas à Lei Seca nos 17 anos da medida, completados na quinta-feira, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Desse total, 2,1 milhões dizem respeito à recusa da realização do teste de bafômetro — valor 63,9% superior ao número de infrações referentes ao crime de “dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência” (1,18 milhão). O relatório mostra que, ao longo dos 5.844 dias analisados, foram aplicadas, em média, 20 multas a cada hora — 12 para a primeira infração e 8 na segunda.
Teste de bafômetro
A evolução dos dados aponta um crescimento na recusa a realizar o teste de bafômetro nesta década, com um pico de 337 mil infrações em 2023, enquanto o número de infrações por utilização de substâncias psicoativas tem apresentado redução nos últimos anos. O Senatran afirma que os registros indicam uma tendência dos motoristas em optar pela penalidade de recusa possivelmente como estratégia para evitar a comprovação da presença de álcool ou drogas no organismo.
Homens representam mais de 90% do total de infratores
No período de 17 anos, os homens foram predominantes no número de multas em ambas as infrações, totalizando mais de 2 milhões registros desde 2008. A maioria tem idade média de 39 anos. Na comparação por sexo, verificou-se que os homens têm 42% menos probabilidade de se recusar a realizar o teste do bafômetro em comparação às mulheres, no entanto, eles representam mais de 90% do total de infratores.
Mapa de infrações
Dos 5.570 municípios brasileiros, 5.188 registraram ocorrências de infração da Lei Seca — o equivalente a 93,12% das cidades brasileiras. Os estados das regiões Sul e Sudeste são os que apresentam os maiores registros dessas infrações, o que “provavelmente” está atrelado a uma fiscalização mais rígida e à maior densidade populacional e veicular nessas regiões.
No estado de Minas Gerais, o número de registros de infrações por dirigir sob influência de álcool é semelhante ao de São Paulo, com uma diferença de menos de mil registros, “o que é impressionante considerando a diferença de população entre os estados”. Já Brasília tem destaque proporcional, superando cidades maiores em número de infrações.
A recusa em realizar o teste do bafômetro apresenta uma concentração significativa em São Paulo, com 696.378 registros, seguido pelo Distrito Federal com 163.894, Rio de Janeiro com 153.616, Rio Grande do Sul com 118.605 mil, Santa Catarina com 118.149 e Minas Gerais com 109.337 registros, ocupando a sexta posição apesar de seu destaque na primeira infração.
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