A governadora Rosalba Ciarlini anunciou agora há pouco que o governo vai começar a pagar amanhã os salários dos funcionários públicos estaduais que trabalham nas cidades seridoenses de Acari, Bodó, Caicó, Campo Redondo, Cerro Corá, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Currais Novos, Equador, Florânia, Ipueira, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lagoa Nova, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Matos, Santana do Seridó, São Fernando, São João do Sabugi, São José do Seridó, São Vicente, Serra Negra do Norte, Tenente Laurentino e Timbaúba dos Batistas.
“Desta forma estaremos antecipando a injeção de 10 milhões de reais no momento em que o Seridó está em festa e celebra a sua padroeira Sant’Anna”, disse Rosalba.
Com a medida, serão beneficiados 7.500 servidores estaduais entre ativos, inativos e pensionistas, que terão creditados em suas contas do Banco do Brasil a partir desta sexta-feira, 22, o pagamento referente ao mês de Julho.
Informações do Twitter do Governo do RN e Thaisa Galvão
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), disse ao programa Contexto Metrópoles nesta terça-feira (22/07) que a decisão do Supremo de proibir o ex-presidente Jair Bolsonaro de ter qualquer declaração veiculada em redes sociais – até mesmo de veículos de comuncação – “é preocupante”, que “ninguém pode celebrar o fato de ter um ex-presidente preso”.
O governador afirmou que a tornozeleira eletrônica é uma restrição “que equivale a uma prisão” e que o ministro Luiz Fux, que se opôs ao colega Alexandre de Moraes, do Supremo, no processo envolvendo o ex-presidente não é “aderente às teses do bolsonarismo”. Portanto, sua posição não pode ser entendida como a escolha de um lado.
Fux foi o único ministro da Primeira Turma a se posiconar contra as medidas impostas a Bolsonaro, que vão desde monitoramento eletrônico a proibição de ter qualquer declaração divulgada em redes sociais de terceiros e a transitar próximo de embaixadas.
Eduardo Leite ponderou que é inadmissível que a família Bolsonaro atue contra o Brasil ao instigar o presidente Donald Trump a pressionar o país a tarifar em 50% os produtos brasileiros, caso o ex-presidente seja condenado. Entretanto, para ele, impedir um político de falar é uma “restrição que pode ser demasiadamente perigosa” e de difícil cumprimento.
“Há nuances nessa decisão (de Alexandre de Moraes) que merecem ser salientadas, por exemplo, a imposição de uma restrição de manifestação que pode ser demasiada e de difícil cumprimento, porque o ex-presidente é uma figura política. Não tem como negar. O simples fato de estar num lugar ou noutro, por si só, será considerado uma manifestação política? Não pode dar uma entrevista? É realmente preocupante, porque abre precedente. A gente tem que ter consciência disso para outras situações”, afirmou.
“As deliberações do ministro parecem vir no sentido de proteger as decisões dos nossos magistrados, porque há uma tentativa de coação — é o que se está sinalizando — quando se impõem as tarifas, se faz a cassação de seus vistos. Tudo isso é uma tentativa de intimidação em relação às decisões que a Suprema Corte possa tomar no julgamento em curso. Gera uma reação, mas ela tem que estar devidamente calibrada e, na forma, o quanto podem ser colegiadas e não monocráticas”, prosseguiu o governador.
Eduardo Leite defende a despolarização da política e a retomada do diálogo
Na entrevista ao programa, o governador falou de sua disposição de disputar a Presidência da República em 2026 e das consequências para o Rio Grande do Sul do tarifaço de Trump.
O Rio Grande do Sul é o segundo estado, depois de São Paulo, em relação comercial com os Estados Unidos. Apesar disso, Leite diz que não foi chamado para nenhuma reunião com o governo Lula.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conceda uma medida cautelar preventiva para evitar que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assuma cargo comissionado. O pedido foi feito nesta terça-feira (22).
Na segunda (21), governadores aliados ao deputado procuraram interlocutores do parlamentar para dar uma solução política para garantir a manutenção do mandato legislativo do congressista, com uma possível nomeação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como secretário estadual.
Entre os governadores aliados da família Bolsonaro, estão os governantes do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
No documento, Lindbergh justifica que o objetivo da nomeação é o de garantir a sustentação financeira de forma ilegal do parlamentar nos Estados Unidos. A CNN também mostrou que Eduardo está com o salário e as chaves Pix bloqueadas por determinação de Moraes, proferida no último sábado (19).
“Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos atuando contra o Brasil, em conjunto com Paulo Figueiredo, promovendo encontros políticos e midiáticos com lideranças estrangeiras e defendendo sanções econômicas contra o país, fato que já culminou no chamado ‘tarifaço'”, alega o parlamentar petista, destacando a medida do presidente americano, Donald Trump, que taxou as exportações do Brasil aos EUA em 50%, a começar valer em agosto.
No pedido, o líder do PT também pede que o ministro determine que os governadores se abstenham de nomear Eduardo com funções administrativas no serviço público brasileiro.
Na segunda, Lindbergh também pediu a Moraes para Eduardo prestar depoimento para explicar sobre transmissão ao vivo realizada no domingo (20) em que ameaça agentes da PF (Polícia Federal).
O filho do ex-presidente já é investigado no Supremo pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça, atentado à soberania nacional e crimes contra o Estado Democrático de Direito.
O MPF (Ministério Público Federal) homologou nesta segunda-feira (21) o arquivamento da investigação sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito policial por supostos crimes como falsidade ideológica eleitoral e o uso indevido do cartão corporativo com motociatas.
A análise do caso foi feita em plenário pela 2ª Câmara de Condenação e Revisão, do MPF, que revalidou o arquivamento anterior do promotor eleitoral Paulo Binicheski. A homologação é assinada pelo subprocurador-geral, Paulo Queiroz.
Em 2022, deputados representaram contra Bolsonaro pelas motociatas durante o período eleitoral. O promotor do caso entendeu que era atipicidade penal, que não constituía gasto eleitoral.
“O uso do cartão corporativo é autorizado pela legislação específica e estava de acordo”, explicou Paulo Binicheski à CNN nesta terça-feira (22).
O promotor pediu arquivamento, mas a Justiça Eleitoral não aceitou e mandou para a Câmara de Revisão do Ministério Público Federal, que homologou o arquivamento. O caso, agora, volta para a Justiça para ciência.
Representantes do agronegócio brasileiro elaboraram um estudo no qual apontam um impacto de US$ 5,8 bilhões no setor, caso o tarifaço de Donald Trump seja posto em prática a partir do dia 1º de agosto.
O estudo, obtido pela CNN, detalha que, em 2024, o Brasil exportou US$ 12,1 bilhões em produtos do agronegócio com destino aos Estados Unidos.
“Com base na elasticidade das importações de bens nos Estados Unidos, estima-se uma queda de 48% no valor total pago pelas importações. Isso representa uma perda de US$ 5,8 bilhões na receita dos exportadores brasileiros com vendas de produtos do agronegócio aos EUA”, afirma o documento.
O levantamento aponta ainda que o choque causado pelas tarifas será “integralmente transmitido para os preços de importação” e que, portanto, “uma elevação de 50% nas tarifas elevaria em 50% os preços finais”.
“Alguns produtos sofrerão mais impacto que outros, como é o caso dos sucos de laranja, em que a tarifa se tornaria impeditiva para o produto brasileiro. Enquanto isso, produtos como o café verde teriam um impacto relativo menor, devido à queda na oferta do grão no mercado internacional nos últimos anos, o que torna a capacidade de substituição mais rígida”, complementa.
O estudo trás o quanto cada setor perderia em percentual de exportações aos Estados Unidos com o tarifaço:
Sucos de laranja não congelados, não fermentados: 100%;
Outras obras em madeira: 100%;
Outros açúcares de cana, de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado sólido: 100%;
Outras portas e seus caixilhos e soleiras, não classificados nos códigos anteriores: 93%;
Álcool etílico não desnaturado com volume de teor alcoólico: 71%;
Sebo de bovinos, ovinos ou caprinos: 50%;
Outros açúcares de cana: 33%;
Carnes de bovino, desossadas, congeladas: 33%;
Café não torrado, não descafeinado: 25%;
Pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou branqueada: 25%.
Bruce Willis, de 70 anos de idade, vive um estágio avançado da demência frontotemporal (DFT) e estaria sem conseguir falar, ler ou andar, segundo informações publicadas no site americano The Express Tribune nesta terça-feira (22). A condição do ator tem se agravado nos últimos anos, e ele estaria praticamente não verbal, além de apresentar dificuldades motoras.
Em 2022, a família de Bruce anunciou que ele havia sido diagnosticado com afasia, condição que afeta a capacidade de se comunicar. No ano seguinte, os familiares revelaram que o quadro havia evoluído para demência frontotemporal (DFT), uma doença neurodegenerativa e sem cura.
Em abril de 2025, a família do ator de Duro de Matar (1988) compartilhou uma atualização afirmando que, apesar do avanço da doença, seu estado de saúde era considerado estável naquele momento. Eles também agradeceram o apoio do público e destacaram a importância da união familiar diante do desafio. A demência frontotemporal afeta áreas do cérebro relacionadas à linguagem, personalidade e comportamento — e, diferentemente do Alzheimer, costuma surgir mais cedo.
O que é a demência frontotemporal?
A DFT era conhecida como doença de Pick e se trata de um conjunto de distúrbios que atingem partes específicas do cérebro, os lobos frontais. Ela provoca mudanças de humor, comportamento e personalidade, e leva à dificuldade de compreender e de produzir a fala. A DFT não tem cura e piora com o tempo.
A DFT é um dos principais tipos de doenças neurodegenerativas, da qual fazem parte o Alzheimer, e é diagnostica entre os 45 e 65 anos, sobretudo. Ela está linkada a modificações genéticas passadas de pais para filho e o tratamento é feito com base em medicamentos para redução de sintomas e melhoria da qualidade de vida da pessoa, segundo o site Tua Saúde, do Grupo Rede D’Or.
De acordo com o tipo de demência, os principais sintomas podem variar. Eles são comportamentais (mudanças de personalidade, perda de inibição, atitudes agressivas, compulsões, irritabilidade, falta de interesse nas outras pessoas, entre outros); de linguagem (dificuldade para escrever ou falar, problemas de compreensão, dificuldade para reconhecer rostos, entre outros); e problemas motores (tremores, rigidez e espasmos musculares, perda de movimentos dos braços ou pernas, falta de controle para urinar ou defecar, entre outros).
O diagnóstico é fechado por meio de avaliação clínica combinada com exames de imagem, tais como tomografia ou ressonância magnética, além de teste genéticos e neuropsicológicos e outros.
A Geely, uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo e referência em inovação tecnológica, acaba de chegar a Natal com o lançamento do SUV 100% elétrico EX5. O modelo já está em pré-venda e pode ser conferido de perto no Natal Shopping, onde os veículos estão em exposição. A loja física da Redenção Geely será inaugurada em breve na BR 101.
Com um portfólio que inclui marcas icônicas como Volvo, Lotus, Renault Korea Motors e participação em montadoras como Aston Martin e Mercedes-Benz, a Geely tem ampliado sua presença global nos últimos anos. No Brasil, a marca aposta em veículos sustentáveis, tecnológicos e com design sofisticado — e o EX5 marca o início dessa nova fase.
O Geely EX5 chega ao país com preço promocional de R$ 195.990 para as primeiras 300 unidades. O SUV 100% elétrico oferece autonomia de até 413 km segundo o Inmetro, carregamento rápido de até 100 kW, comandos de voz com inteligência artificial, bancos dianteiros com ventilação e seis tipos de massagem, além de porta-malas com até 1.877 litros e um avançado sistema de segurança ADAS.
A chegada da Geely a Natal é fruto da parceria com a Redenção, que já representa marcas como Renault, Nissan, Omoda e Jaecoo. Com a Geely, o grupo reforça seu compromisso com a mobilidade do futuro e amplia sua presença no mercado automotivo potiguar.
Ozzy Osbourne morre aos 76 anos. O cantor britânico foi líder da banda Black Sabbath e um dos maiores artistas da história do rock. A causa da morte não foi revelada.
Conhecido como “Príncipe das Trevas”, John Michael “Ozzy” Osbourne nasceu em Birmingham, na Inglaterra, e se destacou como o icônico vocalista da banda de heavy metal Black Sabbath.
Ele conquistou milhares de fãs ao criar, com a banda, um dos pilares do heavy metal nas décadas de 1970 e 1980. Ozzy iniciou sua trajetória artística em uma cidade industrial e cinzenta, mas alcançou palcos globais com suas performances intensas e marcantes.
Ozzy foi o primeiro vocalista do Black Sabbath, com quem gravou álbuns fundamentais do gênero, como “Paranoid” e “Master of Reality”. Após deixar a banda em 1979, construiu uma carreira solo marcada por hits como “Crazy Train” e “No More Tears”. Além do som pesado e do vocal característico, era idolatrado por ser irreverente e carismática no palco e em entrevistas.
O cantor sempre surpreendeu pela vitalidade e pela presença de palco, interagindo com o público com bom humor e personalidade despojada.
Nos últimos anos, Ozzy enfrentava sérios problemas de saúde. Ele foi diagnosticado com Parkinson em 2019, já passou por diversas cirurgias e chegou a declarar que não consegue mais andar. Ainda assim, sua disposição e resiliência impressionam: “Apesar de todas as minhas reclamações, ainda estou vivo… vejo pessoas que não fizeram nem metade do que eu e não chegaram até aqui”, disse ele.
Ozzy foi também um dos grandes showmen do metal, graças ao reality show “The Osbournes”, que mostrava a rotina dele e da família. A série foi ao ar originalmente entre 2002 e 2005, na MTV americana.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou no STF, nesta terça-feira (22/7), o esclarecimento solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre o descumprimento de medidas cautelares, o que pode levar à “prisão imediata” do ex-presidente.
No documento, os advogados de Bolsonaro argumentam que Moraes não deixou claro qual o limite dado ao ex-mandatário para se manifestar publicamente.
Isso porque, em tese, Bolsonaro pode falar ao público, mas sem que o conteúdo seja postado nas redes sociais. A defesa alega que o ex-presidente não tem controle sobre se outras pessoas ou veículos de comunicação publicarão as falas na internet, e que, por isso, o ex-mandatário não pode ser penalizado por publicações nas redes de terceiros.
Dessa forma, Bolsonaro alegará que a prisão é incabível, porque não haveria clareza sobre as restrições envolvendo o uso da internet. Uma determinação já foi dada ao filho Carlos Bolsonaro, que controla as redes do pai, para que não poste nada nas páginas do ex-presidente.
A decisão de Moraes
Alexandre de Moraes proibiu Bolsonaro de postar nas redes sociais por avaliar que o ex-presidente busca se utilizar desse meio de comunicação para obter apoio internacional e aplicar sanções a ministros do STF e ao governo brasileiro.
Essa prática, segundo o ministro, configura coação no curso do processo, uma vez que o ex-presidente tenta interferir no julgamento no qual é réu por golpe de Estado.
Já aliados de Bolsonaro sustentam que não haveria crime, uma vez que o presidente Lula também buscou ampliar o discurso fora do Brasil quando foi alvo da Operação Lava Jato.
O delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ), respondeu, nesta terça-feira (22/7), aos ataques tecidos pelo cantor Mauro Davi Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, às forças de segurança do RJ.
Por meio de vídeo, Curi informou que Oruam será indiciado por associação ao Comando Vermelho (CV) e crimes conexos, como tráfico de drogas.
Ele declarou que o homem não é artista, mas um criminoso. “Se alguém tinha dúvidas de que esse elemento era algum tipo de artista periférico ou marginal, hoje nós temos certeza de que se trata de um criminoso, bandido da pior espécie, ligado diretamente ao CV da qual o pai dele, conhecido como Marcinho VP, mesmo à distância, chefia estando em presídio federal”, disse.
Curi declarou que após os ataques feitos por Oruam na noite dessa segunda (21), ficou comprovado que ele é um “elemento, marginal e bandido associado à facção criminosa”.
As tarifas extras já impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrubaram a venda de carne bovina brasileira para os americanos, mesmo antes de entrar em vigor a sobretaxa de 50%, prevista para valer a partir de 1º de agosto.
Em abril, mês em que Trump passou a impor a taxação adicional de 10%, as exportações brasileiras de carne para os EUA chegaram a 47,8 mil toneladas.
Em menos de três meses, porém, o volume despencou: foram registradas as vendas de 27,4 mil toneladas em maio. Em junho, houve uma nova redução, para 18,2 mil toneladas. Neste mês, mais um tombo, e o volume das compras americanas chega a 9,7 mil toneladas neste momento, uma redução de 80% sobre as exportações de abril.
Os dados do comércio bilateral são do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), compilados pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
Em curva oposta, embora bem menos acentuada, o preço da carne brasileira subiu para os americanos. Se em abril o valor médio pago pelo importador era de US$ 5.200 por tonelada de carne, esse preço passou para US$ 5.400 em maio e chegou a US$ 5.600 em junho. Nesta semana, o valor médio praticado está em US$ 5.850, uma alta de 12%.
Com a incerteza do que pode ocorrer a partir de agosto, algumas remessas de carne já fechadas e que tinham os EUA como destino chegaram a trocar o destino portuário em território americano, para evitar que a embarcação chegasse após o dia 1º.
Nos bastidores, a indústria da carne e o governo federal têm procurado importadores americanos para tentar sensibilizar o setor sobre os reflexos que uma tarifa de 50% terá sobre as transações. Os articuladores envolvidos nessas discussões acreditam que será possível incluir esse passo numa negociação por etapas.
O cenário geral, porém, permanece obscuro, dada a posição do governo americano de não abrir espaço para negociações e impor condições sem nenhuma relação econômica, como a revisão de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal.
Na semana passada, frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carnes destinadas aos Estados Unidos.
O Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina para os EUA, seguido por Austrália, Nova Zelândia e Uruguai. Paralelamente, os americanos são o segundo maior destino da carne brasileira, só atrás da China.
As vendas de carne para os EUA seguiam em níveis recordes até o início deste ano. De janeiro a junho de 2025, o Brasil exportou 181,5 mil toneladas de carne bovina para os Estados Unidos, com faturamento de US$ 1,04 bilhão no período.
O resultado representa um crescimento de 112,6% em volume e 102% em valor em relação ao mesmo período de 2024, quando foram exportadas 85,4 mil toneladas, totalizando US$ 515 milhões.
O preço médio brasileiro ainda está abaixo da média de exportadores como o Canadá e Argentina, mas essa situação mudaria drasticamente com a sobretaxa de 50% ameaçada por Trump.
Historicamente, os Estados Unidos impõem limites de importação para a carne bovina que entra no país. Cada país exportador tem um teto (cota) de quantas toneladas de carne pode vender aos EUA com tarifa baixa (ou até isenção). Se o país quiser exportar mais do que essa cota, é possível, mas paga uma tarifa mais alta, o que geralmente encarece o produto e reduz sua competitividade.
O Brasil tem uma cota de 65 mil toneladas por ano. O país vinha exportando muito mais carne bovina para os EUA, com mais de 181 mil toneladas de janeiro a junho, ou seja, quase o triplo da cota permitida com tarifa reduzida. Isso mostra que a carne brasileira entra nos EUA mesmo pagando tarifas maiores. Com as novas ameaças de Trump, porém, esse cenário tende a se tornar inviável.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que lidera os diálogos, sinalizou, em conversas com auxiliares que acompanham o tema, que os setores produtivos brasileiros podem funcionar como ponta de lança dessa estratégia. Neste roteiro, em primeiro lugar, estão as reuniões com setores do mercado brasileiro, que começaram nesta terça-feira (15).
Segundo a Abiec, cerca de 70% de toda a carne produzida fica no mercado nacional. Os 30% que são exportados, em sua maioria, correspondem a cortes que o brasileiro não consome com frequência. Principalmente do dianteiro do boi, que vai para os Estados Unidos, onde é utilizado na produção de hambúrgueres, e miúdos, que vão para a Ásia, onde são usados em ensopados e preparações típicas, por exemplo.
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