Com a licitação dos transportes coletivos que irá acontecer ainda esse ano, muitas linhas deverão deixar de existir.
Tribuna do Norte:
A Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (Semob) não dá detalhes da futura licitação para o sistema de transporte público da capital. Porém informações prestadas ainda em 2010 demonstram uma tendência de redução e “racionalização” do número de linhas, com novos trajetos, levando em conta os “eixos” nos quais os natalenses mais têm se deslocado.
Em junho de 2010, o então secretário adjunto de Transportes, Sílvio Medeiros, disse em entrevista à TRIBUNA DO NORTE que a perspectiva da Semob era reduzir das atuais 110 linhas (86 de ônibus e 24 de opcionais) para apenas 48, incluindo 27 vicinais, que percorreriam bairros próximos, e 21 estruturais, interligando as regiões da cidade.
A estimativa levava em conta os primeiros resultados do Plano de Mobilidade Urbana do Município, entregues à Prefeitura ainda no mês de fevereiro de 2010, e que passavam por uma “remodelagem” para servir de base à licitação. Uma das expectativas era que os preços das passagens tivessem valores diferenciados, em decorrência do percurso realizado.
Entre as motivações das mudanças estavam o “desperdício” existente nos itinerários das linhas atuais, criadas ainda na década de 80, quando o “destino de viagem do natalense era para o Alecrim, o Centro e a Ribeira”. Segundo o então adjunto, os polos geradores de viagens passaram de três para 13 e agora incluem localidades como Igapó, Felipe Camarão e Ponta Negra. O mais importante tende a ser o polo compreendido no quadrilátero entre Bernardo Vieira e Mor Gouveia, Salgado Filho e a avenida Napoleão Laureano, que leva ao “Km 6”.
De acordo com os dados da Semob de 2010, somente 6% da população se deslocava para o Centro e a Ribeira, enquanto 56% das linhas continuam seguindo até esses bairros. “A população hoje quer ir para um lado e os ônibus vão para outro”, destacou Sílvio Medeiros, à época. Outra preocupação era a dificuldade dos moradores de regiões como a zona norte se deslocarem entre os bairros próximos.
Tanto que, das 27 linhas vicinais previstas há um ano, 13 iriam operar na região, outras quatro na zona sul, seis na oeste, duas na leste e duas na região central da cidade. Já as linhas estruturantes teriam como características atender aos deslocamentos de maior distância, transportando grande quantidade de passageiros com mais velocidade e até mesmo utilizando faixas exclusivas.
O empresário Augusto Maranhão afirmou ontem que espera sensibilidade do Município na definição das novas rotas a serem licitadas. “A Ribeira, por exemplo, já voltou a viver um franco desenvolvimento imobiliário e deve se tornar novamente um ponto de atração de pessoas”, alertou.
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