Polícia

Mães venezuelanas denunciam assédio para vender bebês em Roraima; PF investiga

Foto: Emily Costa/G1 RR

Jovens mães e grávidas venezuelanas que chegam ao Brasil fugindo da crise em seu país e moram em Roraima denunciam que vêm sofrendo assédio de pessoas interessadas em comprar seus filhos.

Em junho e julho, o G1 ouviu relatos de três mulheres que vivem em situação de rua em Boa Vista. Segundo elas, as ofertas variam entre R$ 200 e R$ 6 mil por cada criança.

O Ministério Público Federal e o Estadual têm recebido denúncias de casos desse tipo. A Polícia Federal investiga, mas não dá detalhes a respeito.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê como crime “prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”. A pena vai de um a quatro anos e multa.

A estimativa é que 32 mil venezuelanos vivam na capital do estado que é a principal porta de entrada dos que cruzam a fronteira. Na cidade, há famílias inteiras, muitas delas com crianças, morando nas ruas ou em casas e prédios abandonados.

Uma venezuelana de 25 anos disse que, em junho, uma brasileira se propôs a pagar R$ 6 mil por sua filha mais nova, de apenas seis meses. A mulher disse que recebeu a oferta quando estava com a criança em um supermercado em Boa Vista.

“Ela falou que R$ 6 mil era muito dinheiro e que, com ele, eu poderia manter meus outros filhos”, contou a jovem. “A brasileira me disse: ‘Te dou R$ 6 mil, e você me dá a menina. Você pode ter outros, mas eu não’. E eu disse: ‘Não dou e nem vendo meus filhos’.”

Em setembro de 2018, um homem de Bangladesh e uma brasileira foram presos em flagrante pela PF quando tentavam registrar uma venezuelana recém-nascida em um cartório na capital. Segundo a PF, o acordo foi de R$ 2 mil.

Organização confirma assédio a mães e grávidas

Em entrevista ao G1, Yssyssay Rodrigues, coordenadora de projetos da Organização Internacional de Migração (OIM) em Roraima, disse que não há estatísticas, mas confirma que o assédio a mães e grávidas tem ocorrido.

“No ano passado, uma pessoa foi inclusive presa próximo a um abrigo. Ela não estava com a criança, mas foi pega na tentativa [de aliciar uma criança]. É o caso mais concreto que tivemos, mas temos bastantes relatos desse tipo”, afirmou.

“Temos orientado e encaminhado essas pessoas a denunciar às autoridades competentes, porque às vezes elas não têm consciência da gravidade da situação, de que se trata de um crime, já que na proposta o aliciador muitas vezes diz que vai cuidar da criança, que ela ficará melhor.”

Além desse assédio a mães para vender seus bebês, a Assembleia Legislativa de Roraima registrou, no primeiro semestre deste ano, seis casos de tráfico humano envolvendo vítimas venezuelanas, sem detalhar as circunstâncias em que ocorreram.

Ainda com relação a tráfico humano, a OIM diz que esse número pode ser maior, pois muitos casos não chegam sequer a ser denunciados.

Uma pesquisa da própria OIM e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) feita em 2018 assinalou riscos de exploração sexual, ameaças de violência e trabalho infantil de crianças venezuelanas em Roraima.

Relatos de mulheres assediadas para vender bebês

Uma mãe venezuelana de 35 anos ouvida pelo G1 afirmou que em junho quatro homens, entre eles um venezuelano, abordaram sua filha, que carregava o irmão de sete meses no colo. Segundo ela, o grupo ofereceu R$ 200 pelo bebê.

“Minha filha pensou que fosse uma brincadeira e disse ao venezuelano que R$ 200 era muito pouco. Então, ele ofereceu R$ 500. Ela ficou com medo e se afastou”, relatou.
Uma outra mulher, de 44 anos, disse que recebeu a proposta de R$ 2 mil pela neta quando estava pedindo ajuda na porta de uma farmácia.

“Um carro parou, e um casal ofereceu R$ 2 mil pela minha neta. Os dois disseram que iam cuidar bem dela”, disse ela.

“Eles insistiram para levá-la, disseram que ela não iria para longe, que iríamos poder vê-la. Era para nos enganar. Eu imagino que algumas pessoas caem nisso, são enganadas e entregam as crianças.”

Em Boa Vista, é comum grávidas pedindo ajuda nas ruas

Na Venezuela, afundada em uma complexa crise política, social e econômica que vem se agravando, há casos de mãe que entregam os filhos para que eles não morram de fome.

Em Boa Vista, é comum ver mulheres e grávidas pedindo ajuda em semáforos, feiras, nas portas de supermercados e farmácias com seus filhos, alguns ainda bebês.

São adultos e crianças com graus variados de necessidades. Em muitos casos, tiveram de abandonar tudo o que tinham para fugir ao Brasil e escapar do risco de morrer de fome.

“Estão em situação de extrema vulnerabilidade, o que é muito triste, porque elas já saíram de uma situação de vulnerabilidade na Venezuela”, avaliou, em entrevista ao G1, Camila Asano, coordenadora de programas da Conectas Direitos Humanos.

Estrangeiro ofereceu R$ 2 mil para registrar bebê

Em setembro de 2018, o bengalês Amran Houssain, de 29 anos, viajou de São Paulo a Boa Vista para registrar como filha a bebê de uma venezuelana nascida havia apenas três dias.

Houssain disse que deu R$ 2 mil a um desconhecido que o colocou em contato com Elisangela Peres de Sousa, de 40 anos, para que ela arranjasse uma criança sem pai registrado, segundo a PF.

A fraude só foi descoberta porque a mãe se arrependeu da negociação e os denunciou às autoridades. Ela contou aos policiais que estava no quinto mês de gestação quando foi aliciada pela brasileira.

A mulher teria garantido a ela que Houssain não ficaria com a criança, mas faria transferências mensais de dinheiro e ajudaria a criá-la, em troca apenas do registro de paternidade.

Mas tanto ele quanto a brasileira, segundo as investigações da polícia, são suspeitos de integrar quadrilhas de tráfico humano. Houssain também é apontado como possível integrante de uma rede de exploração de trabalho análogo à escravidão.

Em depoimento à polícia, o bengalês disse que seu único objetivo era, a partir do registro como pai da criança, ter facilidade na obtenção do Registro Nacional de Estrangeiro (RNE).

À época da prisão, Elisangela não quis dar declarações à PF. Procurada pelo G1, ela disse que quis ajudar o bengalês a se regularizar no Brasil. Negou, porém, ter recebido dinheiro dele ou ter quaisquer ligações com redes de tráfico.

O nome do bengalês também aparece em outra investigação da PF, de 2015.

Neste ano, outro bengalês e um nepalês tentaram cruzar a fronteira da Venezuela com identidades falsas, passando-se por brasileiros.

Após o flagrante, a PF mapeou outros sete estrangeiros (entre eles, Houssain) hospedados em hotéis de Pacaraima, primeira cidade brasileira na fronteira com a Venezuela. A investigação não constatou envolvimento dos sete em nenhum crime, e o caso acabou arquivado.

Risco de tráfico humano

No levantamento de 2018 feito pela OIM e pela Unicef, 3.785 venezuelanos foram ouvidos em Boa Vista e Pacaraima. Entre os entrevistados, 425 (11,2%) tinham 726 crianças ou adolescentes, não necessariamente seus filhos, sob seus cuidados.

Quase todos os adultos disseram que esses menores em algum momento comeram de forma irregular desde a chegada ao Brasil e que 63% deles estavam sem ir à escola.

Sete relataram ter recebido propostas para vender sangue e órgãos de crianças e adolescentes, cinco disseram ter tido ofertas de casamento arranjado para os menores.

Até julho, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas da Assembleia Legislativa de Roraima recebeu nove denúncias de tráfico humano. Seis das vítimas eram venezuelanas. No ano passado, foram apenas dois casos, ambos com vítimas brasileiras.

O registro chamou a atenção das autoridades, mas na prática o número de vítimas pode ser bem maior.

“Casos de tráfico humano são historicamente subnotificados. Eles ocorrem mais do que são denunciados”, explica Yssyssay Rodrigues, da OIM. “Os principais crimes que advêm do tráfico humano são exploração sexual, trabalho escravo, venda de órgãos e adoção ilegal.”

Na Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Roraima, não há nenhum caso de adoção regular de crianças venezuelanas.

“O risco de tráfico humano sempre existe diante de populações vulneráveis em mobilidade. No caso de crianças e bebês, esse risco é ainda maior”, diz Camila Asano, da Conectas.

Em 2018, 1,6 mil filhos de venezuelanos nasceram em RR

O Brasil é o quinto país que mais recebe venezuelanos em fuga, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Diariamente, 550 venezuelanos atravessam a fronteira do Brasil por Roraima, e pelo menos 5% vão a Boa Vista precisando de assistência humanitária, segundo a operação Acolhida, que cuida do fluxo migratório. Sem dinheiro, eles chegam a pé num caminho de 215 km marcado pela fome, sede e cansaço.

Os 13 abrigos do estado lotaram, e o processo de interiorização, que transfere os venezuelanos a outros estados, ainda precisa dobrar sua capacidade para dar conta do número total de pessoas que chegam pela fronteira e das que ficam em Boa Vista por não ter dinheiro para seguir viagem.

No ano passado, os pedidos de refúgio de venezuelanos no Brasil subiram 245%, atingindo 61.681. Desse total, 81% foram apresentados só em Roraima.

Mas eles não foram os únicos que chegaram.

Em 2018, 1.603 filhos de pais venezuelanos nasceram no estado. Neste ano, o número ainda pode ser ainda maior: só até abril, 568 mães venezuelanas tiveram bebês em Roraima.

G1

 

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Geral

Ministério da Justiça lança site com foragidos mais procurados do país

Foto: Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou nesta segunda-feira (8) o site ‪gov.br/captura‬, que disponibiliza a lista dos 216 foragidos mais procurados do país.

Cada unidade da Federação indicou oito alvos prioritários com base em uma matriz de risco, que avaliou aspectos como gravidade e natureza do crime cometido, vinculação com organizações criminosas, existência de múltiplos mandados de prisão e atuação interestadual.

“A implementação da lista representa um esforço conjunto entre as esferas federal e estadual para aprimorar a segurança pública e combater de forma mais eficaz as organizações criminosas no Brasil”, diz o ministério, em nota.

A iniciativa também possibilita o intercâmbio de informações entre os estados e estimula a colaboração direta da população.

Denúncias anônimas podem ser feitas pelos canais 190 e 197

site faz parte do Programa Captura, uma ação de articulação nacional voltada à identificação, à localização e à prisão de criminosos considerados de alta periculosidade. O ministério informou que irá instalar uma célula operacional do Programa Captura no estado do Rio de Janeiro.

“A medida responde à constatação de que criminosos de diferentes regiões do Brasil frequentemente se ocultam em áreas do estado fluminense. A nova estrutura permitirá apoio direto às polícias estaduais e maior agilidade na troca de informações para a localização de foragidos”, explica a pasta.

 

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Economia

Governo mira alta nas tarifas de carros e aço para cobrir rombo de 2026

Foto: Nacho Doce/Reuters

O governo federal avalia elevar tarifas de importação já em 2026 para reforçar a arrecadação e responder à pressão de setores da indústria que enfrentam forte concorrência de produtos chineses. A medida, segundo apuração da CNN, mira especialmente os segmentos de automóveis e aço, que pedem socorro diante do avanço das importações.

A estimativa é que a alta tarifária gere cerca de R$ 14 bilhões extras, valor previsto no relatório de receitas do PLOA apresentado pela senadora Dorinha Rezende (União-TO) e aprovado pela Comissão Mista de Orçamento. O documento, porém, não detalha de onde exatamente virá esse montante.

Técnicos envolvidos nas discussões afirmam que o dinheiro deve vir da recomposição de alíquotas e da adoção de mecanismos de defesa comercial para produtos com “surtos de importação”, fenômeno associado ao redirecionamento de mercadorias chinesas após novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A indústria brasileira afirma estar perdendo espaço e cobra reação imediata.

O setor de aço prevê queda na produção e aumento superior a 30% nas importações em 2025. Já montadoras pedem que a tarifa volte ao teto de 35%. O governo deve atender parte dessas demandas enquanto tenta fechar as contas do próximo ano.

Com informações da CNN

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Geral

Indulto de 2025 pode liberar crimes ambientais e tráfico privilegiado no ano da COP30

Foto: Getty Images

No ano em que o Brasil sediou a COP30, o indulto natalino de 2025 pode incluir o perdão a crimes ambientais cometidos por pessoas físicas. A proposta foi levantada pela Defensoria Pública da União (DPU) durante reunião do Conselho Nacional de Política Penitenciária em setembro, sob o argumento de que impedir o benefício apenas para indivíduos seria desproporcional. A sugestão mantém a proibição apenas para empresas condenadas.

A informação é do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles. A DPU também defendeu que o indulto contemple condenados por “tráfico privilegiado” — réus primários e sem ligação com facções criminosas. O pedido se apoia em decisão do STF, que em julho definiu que essa modalidade não é hedionda e, portanto, pode ser beneficiada. A Corte ainda criticou a exclusão do tráfico privilegiado no decreto de 2024, por gerar “insegurança jurídica”.

Caso o governo aceite as recomendações, o indulto deste ano pode ser o mais amplo desde o início do mandato de Lula, reacendendo debates sobre política criminal e proteção ambiental, especialmente após o país ter sido vitrine mundial na agenda climática.

O texto final do indulto — tradicionalmente publicado em 23 de dezembro — está em fase de ajustes no Ministério da Justiça e será encaminhado ao presidente Lula para assinatura.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Comissão espera resposta da Procuradoria para iniciar oitivas em caso Brisa Bracchi

Foto: Elpídio Júnior/CMN

A Comissão Especial que analisa o pedido de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) ainda não deu início às oitivas das testemunhas. O grupo aguarda uma resposta da Procuradoria Geral da Câmara Municipal de Natal (CMN) para esclarecer quais regras e prazos devem orientar o andamento da investigação conduzida pelo relator Daniel Rendall (Republicanos).

Segundo a presidente da Comissão, vereadora Samanda Alves (PT), foram enviados três questionamentos formais: se o prazo de intimação é de 24 ou 72 horas, se é possível aditar a denúncia mesmo após o plenário e se os prazos da defesa prévia e do relatório preliminar devem ser contados em dias úteis ou corridos. A definição desses pontos é considerada essencial para evitar novas contestações ao processo.

Samanda explicou que o ato da presidência da CMN menciona apenas o Decreto-Lei nº 201/1967, mas lembrou que, em uma comissão anterior criada para tratar do mesmo caso, também foi aplicado o Regimento Interno da Casa. Para ela, ambos devem ser utilizados para dar segurança jurídica ao procedimento.

A vereadora destacou ainda que, desde a sexta-feira (5), já está em contagem o prazo de dez dias para Brisa apresentar sua defesa prévia, seguida de cinco dias para o relator entregar sua primeira manifestação. Enquanto isso, todo o trabalho da Comissão fica parado à espera da Procuradoria.

Com informações da Tribuna do Norte

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Política

Presidente Lula sanciona lei que aumenta as penas para crimes sexuais contra menores

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta segunda-feira (8) a lei que aumenta de forma significativa as penas para crimes sexuais cometidos contra menores e outras pessoas vulneráveis. O texto, aprovado pelo Senado em novembro, altera o Código Penal e amplia em até 30% o tempo máximo de prisão em casos como estupro de vulnerável, especialmente quando há lesão grave ou morte.

Com a nova legislação, as punições ficam mais severas: o estupro de vulnerável passa a variar de 10 a 18 anos; com lesão corporal grave, sobe para 12 a 24 anos; e quando resultar em morte, a pena será de 20 a 40 anos. Também aumentam as punições para corrupção de menores, prática sexual diante de crianças, exploração sexual e divulgação de cenas de estupro.

A norma também obriga o monitoramento eletrônico de condenados por crimes sexuais e por violência contra a mulher após deixarem o presídio. No processo penal, passa a ser obrigatória a coleta de DNA de investigados e condenados por crimes contra a dignidade sexual, reforçando mecanismos de identificação.

O texto ainda altera o ECA para garantir tratamento médico e psicológico às famílias das vítimas e determina que escolas, unidades de saúde, conselhos tutelares e organizações sociais promovam campanhas educativas contra violência, castigos físicos e práticas degradantes.

Com informações do G1

Opinião dos leitores

  1. Não precisava aumentar a pena, basta fazer com que o infrator cumpra integralmente a pena aplicada, não adianta aumentar a pena se tem vários artifícios para colocar em liberdade o criminoso.

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Geral

VÍDEO: “Profunda indignação”, dizem indígenas sobre fala de Luciano Huck

Vídeo: Reprodução/X

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou neste domingo (7) uma nota em que expressa “profunda indignação” com a fala de Luciano Huck durante gravação no Parque Indígena do Xingu. Em vídeo que viralizou nas redes, o apresentador aparece pedindo que os indígenas “limpem a cultura”, sugerindo que escondam os celulares durante a filmagem. Para a entidade, a fala reforça estereótipos e tenta definir a identidade indígena a partir de objetos.

A Apib afirmou que o uso de tecnologia não reduz a identidade de nenhum povo e destacou que celulares têm sido ferramentas fundamentais para proteção territorial, educação, trabalho e denúncias de violações. A entidade classificou as declarações de Huck como equivocadas e reafirmou que a cultura indígena não se mede por aparência ou adereços, mas por ancestralidade, território e luta.

Em resposta, Luciano Huck afirmou ser defensor histórico dos povos originários e disse que a orientação dada durante a gravação não teve intenção cultural, mas apenas um “ajuste de direção de arte” para o programa. O apresentador declarou que jamais buscou impor limitações aos indígenas e que suas escolhas de vida cabem exclusivamente a eles.

Foto: Reprodução

A seguir, as notas na íntegra divulgadas pela Apib e por Luciano Huck:

Nota da Apib (íntegra)

“A Apib manifesta profunda indignação diante da fala de Luciano Huck, ‘limpem a cultura de vocês’, sugerindo que o uso do celular ‘suja’ a cultura indígena.

“Possuir um celular não torna um parente menos indígena. Nossa identidade não se mede por objetos, mas por ancestralidade, território, memória e luta.

“O acesso à tecnologia é um direito de todos os cidadãos brasileiros.

“Para nós, povos indígenas, ela tem sido ferramenta essencial na defesa dos territórios, no monitoramento ambiental, no acesso à educação e ao trabalho, na comunicação entre comunidades e Estado, e na denúncia de violações historicamente invisibilizadas.”

Nota de Luciano Huck (íntegra)

“Minha relação com as comunidades indígenas no Brasil atravessa décadas. Sou, e sempre serei, defensor dos povos originários, de sua cultura, de sua territorialidade e de sua preservação. Dos Zo’é aos Yanomami, estive pessoalmente em dezenas de terras indígenas ao longo da minha trajetória. Eu conheço de perto essa realidade; não foi alguém que me contou.

“Sempre defendi que as escolhas sobre modos de vida, tradições e caminhos futuros pertencem única e exclusivamente aos próprios povos indígenas.

“Sobre a imagem em questão, registrada nos bastidores de uma gravação, é importante esclarecer: não se tratou de impor qualquer tipo de limitação cultural ou de consumo. Foi apenas uma decisão de direção de arte, um ajuste pontual dentro do contexto de um set de filmagem, nada além disso.”

Com informações do Poder360

Opinião dos leitores

  1. Índios de araque que desfilam na marquês da Sapucaí , eles não querem apito, querem mamar o erário também. São da tribo globoniquim!

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Geral

Mineiro sugere Cadu Xavier para assumir o RN em eventual renúncia e mira disputa de 2026

Foto: ALRN

O deputado federal Fernando Mineiro (PT) defendeu que o secretário de Fazenda, Cadu Xavier, seja escolhido pela Assembleia Legislativa para um eventual “mandato tampão” caso governadora Fátima Bezerra e o vice Walter Alves renunciem em 2026. A discussão voltou ao radar diante da possibilidade de Walter não assumir o governo por causa da crise fiscal – hipótese que o próprio Mineiro diz ainda ser apenas especulação.

Pelas regras definidas pelo STF, uma renúncia simultânea de governadora e vice obrigaria o RN a realizar nova eleição, provavelmente indireta, com voto dos 24 deputados estaduais. Mineiro afirma que defenderia o nome de Cadu diante desse cenário, argumentando que a escolha reforçaria a mensagem de que o Estado não vive risco de insolvência, como acusa a oposição.

O petista também reagiu às críticas sobre a situação fiscal do RN e disse ser “incomparável” ao caos herdado em 2019, citando salários em dia, retomada de investimentos e melhoria de indicadores sociais. Para ele, o déficit projetado para 2026 está dentro da realidade nacional e não configura colapso.

Ao projetar 2026, Mineiro afirmou que a disputa estadual será influenciada pelo embate nacional entre Lula e Bolsonaro. Ele coloca Allyson Bezerra e Rogério Marinho no “campo conservador” e aponta Cadu Xavier como representante do projeto progressista que, segundo ele, segue competitivo no Estado.

Com informações do Agora RN

Opinião dos leitores

  1. Esse mineiro é uma carniça mesmo, só procura o mal para nosso estado. Sai um ruim e indica um pior. Essa Quadrilha PTralhas, é cada um pior que o outro.

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Mundo

EUA já planejam “dia pós-Maduro” enquanto tensão militar cresce

Foto: REUTERS/Brian Snyder

O governo Donald Trump analisa cenários para uma possível transição na Venezuela caso Nicolás Maduro seja derrubado, segundo documentos obtidos pelo Washington Post. As discussões envolvem desde os planos da oposição liderada por María Corina Machado até o comportamento das Forças Armadas venezuelanas, cuja fidelidade ao regime pode ter sido subestimada por Washington.

A preocupação aumenta em meio à escalada militar dos últimos meses, marcada pela presença do superporta-aviões USS Gerald R. Ford e de uma frota americana próxima ao território venezuelano. Desde setembro, os EUA ampliaram operações no Caribe e no Pacífico, destruindo embarcações suspeitas de tráfico e resultando em dezenas de mortes. Ao mesmo tempo, seguem as sanções econômicas e os alertas para que companhias aéreas evitem o espaço aéreo do país.

Trump tem feito ameaças repetidas sobre expandir ações militares em solo venezuelano, além de classificar o Cartel de los Soles como organização terrorista — medida que abre caminho para operações mais agressivas. O governo Maduro rejeita todas as acusações e afirma que os EUA buscam uma mudança de regime para explorar os recursos naturais venezuelanos, especialmente o petróleo.

No poder desde 2013, Maduro acusa os EUA de tentarem derrubá-lo e afirmou que tanto a população quanto os militares estão prontos para resistir. A crise diplomática, que já dura meses, coloca a região diante de um dos maiores riscos de conflito aberto em décadas.

Com informações da CNN

Opinião dos leitores

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Política

Flávio Bolsonaro diz que derrotar Lula em 2026 é “única saída” para livrar o pai da prisão

Foto: Evaristo Sá/AFP

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que sua candidatura à Presidência em 2026 é definitiva e que só recuará caso Jair Bolsonaro esteja “livre e nas urnas”. Em entrevista publicada nesta segunda (8), ele declarou que a derrota do presidente Lula (PT) no próximo pleito seria a única forma de “salvar” o pai da prisão, reforçando que não há chance de apoiar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Flávio disse ter alinhado sua decisão diretamente com Tarcísio, que garantiu apoio, e afirmou que sua pré-candidatura reacende a militância bolsonarista. Ele se apresenta como uma versão “mais moderada” do ex-presidente e cita divergências públicas, como a adesão à vacina contra a covid-19. O senador também mantém diálogo com Paulo Guedes e promete retomar o projeto econômico do ex-ministro, com foco em controle de gastos e metas para a dívida pública.

O parlamentar voltou a condicionar qualquer negociação sobre anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 à elegibilidade do pai, negando que haja “chantagem”. Para ele, impedir a reeleição de Lula e libertar Bolsonaro são objetivos ligados. No campo da segurança pública, afirmou defender medidas “radicais” inspiradas em El Salvador, com endurecimento das penas e tolerância zero contra criminosos perigosos.

Ao comentar as investigações sobre o caso das rachadinhas, Flávio voltou a negar irregularidades e classificou o episódio como “espuma”. Ele foi denunciado em 2020 por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por supostos repasses de salários de assessores ao ex-auxiliar Fabrício Queiroz quando era deputado estadual no Rio.

Com informações do Poder360

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Economia

Governo avalia injetar R$ 6 bilhões nos Correios em meio a risco de colapso

Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (8) que o Tesouro Nacional está conduzindo o plano de reestruturação dos Correios e que há possibilidade de um aporte da União de até R$ 6 bilhões. Segundo ele, a medida ainda não está fechada, mas pode ser formalizada por meio de crédito extraordinário ou projeto de lei, a depender do avanço das negociações.

Haddad também destacou que outra parte dos recursos deve vir de empréstimos bancários, cuja viabilização ainda precisa ser acertada com as instituições financeiras. As declarações foram dadas na saída do Ministério da Fazenda, em Brasília, em meio à pior crise enfrentada pela estatal nos últimos anos.

Os Correios atravessam um período crítico, marcado por sucessivos prejuízos, queda no envio de correspondências e aumento nos custos operacionais, além da competição crescente com empresas privadas. Para completar, decisões estratégicas equivocadas e pressões políticas agravaram o desgaste financeiro da estatal.

Um dos golpes mais duros veio com a “taxa das blusinhas”, que alterou as regras de importação e reduziu significativamente o volume de remessas internacionais — uma das principais fontes de receita da empresa. Diante do cenário, o governo trabalha para evitar um colapso operacional e avalia alternativas como parcerias com a iniciativa privada, revisão de contratos, cortes de despesas e modernização tecnológica.

Com informações do Metrópoles

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