O Novo Jornal deste domingo traz uma reportagem de três páginas dedicada à metamorfose do fenômeno evangélico em Natal e como sua mais nova estrela, a prefeita Micarla de Sousa, entrou para a crença que reúne 17% da população local.
Assinada pelo jornalista Rafael Duarte, a reportagem “Votos a Jesus” relata a migração da prefeita, católica até o primeiro semestre deste ano, para a Igreja Celular Internacional.
A matéria resume o depoimento de quase 40 minutos da prefeita, divulgados em vídeos do Youtube, e nos quais ela relata graves problemas de saúde que acometeram recentemente, tendo sido esses um dos principais motivos que a levaram ao protestantismo, segundo o texto, baseado no depoimento da alcaidessa.
É repercutida também opinião da bancada evangélica na Câmara, formada por Albert Dickson, Bispo Francisco de Assis e Adenúbio Melo, todos felizes com a mudança da prefeita.
Aborda-se ainda a relação entre gastos públicos com religião. Foram quase R$ 500 mil em dois shows religiosos bancados pela Prefeitura do Natal. O primeiro foi do padre Fábio de Melo (R$ 221 mil, em dezembro de 2009); o outro foi com a banda gospel Diante do Trono (R$ 250 mil). O texto lembra que, como estado laico, o poder público não pode pregar nenhuma religião.
A matéria é encerrada com a opinião do cientista político João Emanuel Evangelista, para quem “A simples conversão da prefeita Micarla de Sousa ao protestantismo não assegura a reversão da péssima avaliação que a população natalense faz da sua administração em Natal”.
concordo que o estado é laico, sim, mas o carnaval tem origem católica, onde entra o Estado laico nesses gastos também?
Uma pena ver como são usadas as religiões hoje em dia. Tem muita gente que prega (literalmente) de bom moço, de servo do Senhor, para extorquir e encher os bolsos.
Não digo que o caso da prefeita seja esse. Mas é estranha a mudança repentina de religião e a devoção que ela demonstra ter há pouquíssimo tempo.
Será que é mais uma arma de desulpa? Tipo "me atacam pelo fato de eu ser mulher"? Agora será a mesma desculpa usada por Kaká, antes de romper com a igreja Renascer: "me atacam pelo fato de eu ser de Jesus" ?
Bem que a bancada evangélica na Câmara, formada por Albert Dickson, Bispo Francisco de Assis e Adenúbio Melo, poderia ter o mesmo fim que a prefeita (o fracasso na reeleição). É dar nojo o uso da "religião" como curral eleitoral.