Extraído da Carta Capital. Por Wálter Maierovitch
Como estou sempre na Itália a trabalho e gosto de futebol, acompanhei, pela leitura de jornais e programas esportivos da televisão, várias declarações do técnico Mourinho quando dirigia a Inter de Milão. Não esqueço quando disse detestar morar na Itália. Isto quando estava a comemorar os campeonatos ganhos com a Inter e com malas já prontas para Madrid.
Mourinho tem o ego igual ao de Wanderley Luxemburgo. Medido com rigor, um centímetro menor.
Mourinho, nas derrotas que contam, procura, como Luxemburgo, um culpado ou usa de diversionismo. De Luxemburgo ele se distingue no trajar e no administrar cores de camisas, gravatas, meias e sapatos. Em síntese, não é cafono. Mourinho escolhe alfaiates que sabem cortar e elaborar ternos com perfeição, ao contrário de Luxemburgo que deve achar que basta comprar roupas e gravatas de marcas famosas. Um apresenta-se elegante, enquanto o outro produzido e mal colorido.
Ontem, o Real Madrid de Mourinho tomou um “chocolate” na semi-final da Champions League (2×0). Acabou expulso por protestar contra o juiz em momento que o seu time estava perdido em campo e era violento. Não bastasse, falou de “poderes fortes” a garantir a vitória do Barcelona.
Mais ainda, o técnico Mourinho, português de Setúbal, afirmou que se estivesse no lugar de Guardiola (técnico do Barcelona) teria vergonha de vencer a Champions de tal maneira: – “Não sei se foi o poder de Villar ma Uefa ou junto à Unicef. Paro por aqui, pois se digo o que penso a minha carreira termina agora”.
O estampatório de Mourinho não agradou Sandro Roselli, que convocou uma reunião extraordinária da comissão técnica do Barça. Depois, anunciou que o seu clube catalão irá denunciar Mourinho junto ao tribunal de controle disciplinar da Uefa. Na sua visão, Mourinho havia “passado dos limites”.
Com a guerra aberta, o porta-voz do Barcelona acaba de afirmar, em entrevista coletiva, que houve ofensa e dano moral ao clube, à comissão técnica, aos jogadores e aos torcedores. Para o porta-voz Toni Freixa, “ é inaceitável que uma pessoa coloque em dúvida os nossos títulos e a nossa relação com a Unicef”.
Mourinho sabe que a Inter de Milão anseia pela sua volta, isto depois de humilhada em campo pelo rival Milan, por não ter o técnico brasileiro Leonardo acertado e de não suportar a segunda colocação no campeonato italiano.
Como basta abanar a cabeça para voltar à Inter, Mourinho, no conhecido estilo Luxemburgo, pensa poder colocar legítimos vencedores sob suspeita. Quando da sua rápida e desastrosa passagem pelo Real, o técnico Luxemburgo reclamou muito. No fundo, Mourinho e Luxemburgo falam muito e nunca escutam a consciência.
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