Comportamento

MUDANÇAS NOS POSTS: Parceiros costumam dar “pistas” nas redes de que querem terminar a relação, de acordo com pesquisa

Francesco Carta/Getty Images

Lá naquela outra era, antes da internet, os relacionamentos amorosos inegavelmente duravam mais. Seja por preconceitos enraizados na sociedade, seja por puro comodismo, os casais passavam anos juntos, mesmo se isso representasse uma tormenta. Houve, obviamente, quem conhecesse a felicidade por longos períodos, mas também não foram poucos os que sofreram em silêncio, suportando o desgaste de cada dia, e no fim se arre­pen­de­ram por uma vida que, afinal, não foi desfrutada como deveria. Poucas vezes relações doentias foram tão bem retratadas quanto no filme Cenas de um Casamento, de 1973, do diretor sueco Ingmar Bergman, que expôs, com a crueza dos grandes artistas, o sofrimento por trás de um convívio infeliz. Agora, os tempos são outros, e irresistivelmente diferentes. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman até criou uma expressão, “amor líquido” (nome de um livro seu que se tornou sucesso de público e crítica), para definir a cada vez mais comum instabilidade das uniões afetivas. Nesta nova modernidade, tudo muda rapidamente, e o impulso de substituir o parceiro por outro, e depois outro, e mais um — e assim por diante —, é o que parece mover boa parte da sociedade. Com as redes sociais, a tal característica “líquida” foi exacerbada. As mídias digitais servem para encontrar o futuro amor, mas também para desfazer laços, refazê-los, e desatá-los de novo, num processo sufocante que parece não ter fim.

Foto: Arte/Veja

Se as redes sociais são os motores dos relacionamentos da nova era, elas também podem oferecer, mesmo que involuntariamente, as pistas que indicam se uma relação será duradora ou, quem sabe, apenas nuvem passageira. Uma saborosa e inédita pesquisa realizada pela Universidade do Texas, em Austin, nos EUA, mostrou que os seres humanos são muito mais previsíveis do que podem imaginar, até quando o que está em jogo são os desígnios do coração. Ao lado da lista dos algoritmos que preveem o que as pessoas gostariam de comprar e das inteligências artificiais que antecipam as jogadas do oponente no xadrez, surge agora uma tecnologia capaz de profetizar o fim de um relacionamento meses antes de o desenlace ocorrer — e tudo isso a partir da análise de posts nas redes sociais.

O estudo foi publicado no dia 1º de fevereiro no renomado periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences. Os pesquisadores coletaram 1 milhão de posts realizados por 6 800 usuários que publicaram sobre o fim de seus relacionamentos na rede social Reddit e os colocaram em um software capaz de analisar os padrões de linguagem usados até dois anos antes da separação definitiva. Para satisfação dos cientistas, que já suspeitavam que as pessoas dão pistas de seus desencontros, elas começaram a mudar o teor das postagens, em média, até três meses antes de terminar o namoro. A palavra “eu” passou a ser mais usada, o que indica uma maior preocupação com assuntos particulares do que com aqueles que diziam respeito à vida do casal. Ou seja: quem deseja terminar uma relação inevitavelmente passa a pensar mais em si em detrimento do outro — e essa regra é válida quase sempre para cada ex-apaixonado, seja ele usuário do Reddit, Instagram ou Facebook. Cresceu também a quantidade de posts com termos como “acho” e “deveria”. De acordo com os pesquisadores, eles costumam ser usados quando alguém está tentando superar um problema.

A escritora mineira enfrentou três fins de relacionamento pelas redes sociais. O que poderia ser uma experiência traumática — por um período, de fato, foi — tornou-se o combustível para que escrevesse um livro sobre o assunto. “As mídias digitais oferecem muitas possibilidades para quem deseja encontrar um novo amor”, afirma

É curioso perceber que, quando a ideia de pôr um ponto-final em um namoro começa a ser gestada, a maioria das pessoas atua da mesma maneira. A pesquisa detectou uma queda abrupta do número de posts com teor analítico, ou daqueles com linguagem formal e complexa. Por outro lado, cresceu a frequência das publicações despojadas e recheadas de narrativas pessoais. A justificativa, segundo os pesquisadores, é simples: quando a pessoa passa por um momento delicado, ela costuma dar preferência a relatos íntimos, que refletem sua introspecção.

A psicóloga Sarah Seraj, pesquisadora da Universidade do Texas e principal autora do estudo, explica os mecanismos por trás do comportamento humano. “A linguagem de uma pessoa apresenta mudanças sutis de acordo com o seu estado psicológico”, disse a VEJA. “Embora não notemos essas alterações em conversas cotidianas, o que apenas um computador é capaz de fazer, elas estão presentes e podem refletir o fato de que o indivíduo está passando por momentos conturbados.” Seraj ressalta que o estudo também reafirmou o poder das redes sociais em influir nos relacionamentos interpessoais. Nesses sites, as pessoas escrevem sobre sua vida cotidiana e não apenas deixam rastros de seu estado emocional como são igualmente influenciadas por posts de outras pessoas.

De fato, a popularização das redes sociais, no começo da década passada, levou a uma superexposição inédita na história da humanidade. Levantamentos recentes mostram que 4 bilhões de pessoas usam regularmente Facebook, Twitter, TikTok, Instagram e afins — é mais da metade de todos os habitantes do planeta. Nada mais natural, portanto, que as plataformas tenham papel ativo na vida amorosa. Um estudo realizado recentemente pelo Pew Research Center investigou a influência das redes sociais em relacionamentos românticos. Os cientistas notaram que, entre os jovens que participaram da pesquisa, 60% disseram acreditar que as redes sociais os ajudam a permanecer mais conectados à vida do parceiro. Em outras palavras: eles precisam das mídias digitais para, de alguma maneira, provar seu amor.

Ao mesmo tempo que pode ser considerada o caminho mais curto para novos enlaces — basta dar uma espiada no sucesso do Tinder para comprovar isso —, a internet traz aspectos bastante negativos. Espionar as publicações e curtidas da namorada ou namorado não é apenas condenável como pode resultar em fixação perigosa. O stalking, termo em inglês para designar perseguição nas redes sociais, é relativamente comum entre casais recém-separados. Outro bom exemplo de novos desafios trazido pela era digital é o oversharing, ou “excesso de compartilhamento”, que consiste na postagem em demasia de palavras ou fotos que deveriam ser íntimas ou menos frequentemente publicadas. Dele resulta a superexposição, que pode ser danosa não só para uma pessoa mas para o próprio casal.

O casal paulista é a prova de que a internet pode também ser um instrumento positivo, afeita a desabrochar relacionamentos duradouros. Eles se conheceram no Tinder há cinco anos e estão juntos até hoje. “Somos um ponto fora da curva entre as pessoas que marcaram encontros pelo aplicativo”, diz Ornella

As redes sociais são mesmo usadas para tudo. Até para terminar uma relação sem confrontar o outro diretamente, o que pode ser considerado um tremendo desrespeito. Laura Conrado, escritora mineira de 36 anos, passou por três términos on-line. “Depois do primeiro, comecei a ver as redes sociais como fonte absoluta de frieza nos relacionamentos”, diz. “Com o tempo, isso passou, e percebi que elas também podem oferecer oportunidades para muita coisa boa nos namoros.” Segundo Laura, o acesso às redes sociais oferece apoio que pode ser crucial para um casal que passa por fases difíceis. Além disso, diz ela, as mídias proporcionam um meio de contato contínuo utilíssimo em romances a distância. O psicólogo Fred Mattos, autor do livro Relacionamentos para Leigos, amplia o raciocínio. “Para casais que têm uma relação feliz, as redes sociais potencializam o namoro como um estimulante”, afirma Mattos. “Para os inseguros e controladores, as mídias tornam-se uma bomba conspiratória recheada de tensão, fantasias de rejeição e abandono.”

Seja como for, a realidade é que as mídias sociais são ao mesmo tempo combustível para romances mas também inspiração para desfazê-los. Há muita gente disponível na rede, como existem também pessoas prontas para trocar o parceiro de hoje por uma experiência diferente amanhã. Nesses casos, é bom prestar atenção. Na próxima vez que o amor de sua vida falar em excesso de si próprio numa postagem, talvez seja o sinal de que ele não está mais tão a fim de você.

Veja

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Brasil

Braga Netto pressionou coronéis para apoiarem plano de golpe: “Cagão”

Foto: Reprodução

Na manhã deste sábado (14/12), a Polícia Federal prendeu o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, no âmbito de investigações sobre uma tentativa de golpe militar para garantir a permanência de Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Durante as investigações, foram reveladas conversas que mostram como Braga Netto pressionava colegas de alta patente do Exército a aderirem ao plano.

Em um trecho de conversa com Ailton Barros, militar e candidato do PL (partido de Bolsonaro) a deputado no Rio de Janeiro, Braga Netto expressa sua frustração com o comandante do Exército à época, general Freire Gomes, por não ter se juntado ao movimento golpista. As mensagens trocadas, datadas de dezembro de 2022, revelam uma tensão entre os altos escalões militares sobre a adesão a um possível golpe.

Na troca de mensagens, Braga Netto, claramente irritado, descreve Freire Gomes como um “cagão”, em referência ao comandante que não teria demonstrado a coragem necessária para apoiar o movimento golpista.

O ex-ministro da Defesa e ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro afirma em um texto enviado a Ailton Barros, atribuído a um “amigo FE” (Forças Especiais), que a culpa pela falha no movimento seria de Freire Gomes, mencionando a “omissão e indecisão” do comandante, que, segundo ele, não condizem com a postura de um combatente. “Oferece a cabeça dele. Cagão”, diz Braga Netto, na sequência.

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Luto

Morreu neste sábado (14), o ex-prefeito de Campo Redondo, Dr. Alessandru

Foto: Reprodução

Eleito prefeito em 2012, foi reeleito em 2016 e elegeu o seu sucessor em 2020. Ele vinha tratando de um câncer há tempos, e infelizmente veio a óbito no dia de hoje. O Blog do BG presta suas condolências a todos os familiares e amigos.

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Brasil

Mulher de ministro ganha boquinha de R$39,7 mil no TCE

Foto: Instagram/Acervo pessoal

Onélia Santana, esposa do ministro da Educação, Camilo Santana, teve seu nome aprovado nesta sexta-feira (13) para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Ceará. Seu nome foi uma indicação e a aprovação aconteceu pelo plenário da Assembleia Legislativa do estado.

Em votação secreta, 36 deputados foram favoráveis à indicação, e outros cinco foram contra. A decisão agora segue para a ciência do governador, Elmano de Freitas (PT).

O cargo é vitalício e tem como responsabilidade fiscalizar a gestão dos recursos públicos do estado, como, por exemplo, a emissão de pareceres sobre as contas do governo estadual e seus administradores. Segundo o Portal da Transparência do Tribunal de Contas do Ceará, o salário de um conselheiro é de R$ 39.717,69.

Outros quatro ministros do Lula também conseguiram uma boquinha para as esposas para tribunais de contas estaduais.

Rui Costa (Casa Civil), na Bahia; Wellington Dias (Desenvolvimento Social), no Piauí; Renan Filho (Transportes), em Alagoas; Waldez Goes (Integração Nadional), no Amapá.

Fonte: Diário do poder

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Brasil

Decreto do governo exigirá departamento anticorrupção de empresas que fazem grandes obras

Foto: Agência Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou, no último dia 10, decreto que exige de empresas a comprovação de implantação de departamentos anticorrupção para executar obras “de grande vulto” com recursos federais. A medida busca evitar problemas similares aos investigados na operação Lava Jato, em que companhias se beneficiaram do superfaturamento de contratos mediante pagamento de propina a agentes públicos.

A redação prevê ainda que empresas consideradas inidôneas recuperem o direito de contratar com o poder público se comprovarem à Controladoria Geral da União (CGU) a estruturação de departamentos anticorrupção para evitar a reincidência dos ilícitos. Este benefício será aplicado a companhias que, por exemplo, ofereceram propina a agentes públicos ou fraudaram licitações e só poderá ser concedido caso as sanções previstas, como pagamento de multas, tenham sido totalmente cumpridas.

A justificativa do governo é que a mudança possibilita que as empresas se mantenham solventes com as receitas provenientes de contratos públicos sem prejuízo do ressarcimento de danos causados aos cofres públicos por atos ilícitos do passado.

No caso de projetos de menor porte, a criação dos departamentos anticorrupção servirá como critério de desempate em certames. Entre os parâmetros que serão utilizados pela CGU para aferir a solidez dos programas anticorrupção estão a independência da estrutura de fiscalização das empresas em relação às demais áreas, a realização recorrente de treinamentos sobre integridade e o nível de detalhe dos registros contábeis.

Mesmo antes da Lava Jato expor os desvios, empresas condenadas naquele período já tinham estruturas criadas com o objetivo de evitar corrupção. No caso da Petrobras, que tem capital aberto e está listada em bolsas do mercado internacional de capitais, algumas dessas estruturas faziam parte de práticas exigidas por países estrangeiros.

Integrantes da CGU ouvidos pelo Estadão avaliam que, com o decreto, o compliance será mais efetivo. Uma das razões é a exigência de engajamento dos executivos das empresas, por meio da comprovação de que o tema foi tratado em reuniões de diretores e de que metas de integridade foram compartilhadas com os funcionários.

A entrega das informações será feita após o certame. As empresas terão seis meses a partir da assinatura do contrato para apresentarem os documentos necessários, sob risco de perderem o serviço ou até serem declaradas inidôneas.

A CGU receberá as informações e as armazenará. Devido à expectativa de um grande volume de processos, servidores do órgão preparam uma operação que dará preferência a casos em que há maior risco de desvios, a exemplo do que a Receita Federal faz em fiscalizações contra sonegação.

Dessa forma, nem todas as empresas terá sua documentação escrutinada pelo órgão. O argumento do governo é o de que, com fiscalizações recorrentes, as empresas terão mais incentivos para se adequar às normas de compliance posto que, se forem detectadas falhas de conformidade, podem sofrer prejuízos.

Um dos fatores que levam à avaliação de maior risco são o número de contratos com o poder público em vigência. No atual governo, a CGU revisou acordos de leniência da Lava Jato e propôs desconto de 50% para empresas que se envolveram em atos ilícitos descobertos pela força-tarefa.

De acordo com o órgão mais de 50 especialistas e 100 entidades do setor privado contribuíram diretamente com sugestões. Como valerá para projetos financiados com recursos da União acima de R$ 239 milhões, a medida ampliará o controle do governo sobre obras com essas características realizadas em estados e municípios mediante transferência de verbas federais.

Fonte: Estadão

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Brasil

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 11 milhões

Foto: Reprodução

As seis dezenas do concurso 2.808 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 11 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Fonte: Portal 98Fm

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Brasil

Lula não sobe a rampa: o plano encontrado com assessor de Braga Netto

Foto: Reprodução

Foto: Metrópoles

Alvo de mandado de busca e apreensão, em Brasília, na manhã deste sábado (14/12), o coronel do Exército Flávio Peregrino tinha um esboço de plano golpista. O documento foi encontrado na sede do Partido Liberal (PL). Além de alvo de busca, o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, foi preso pela Polícia Federal também neste sábado no âmbito das investigações da trama golpista de 2022.

O documento, batizado de “Operação 142”, delineava um suposto “decreto de instauração de estado de exceção” no Brasil, com o objetivo de impedir que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomasse posse após sua vitória nas eleições de 2022.

O nome da operação faz referência ao artigo 142 da Constituição Federal, que trata das Forças Armadas e que, segundo os envolvidos no plano, seria utilizado de forma distorcida para justificar uma intervenção militar no país.

O esboço do golpe foi encontrado em fevereiro de 2024, durante uma busca na sede nacional do PL, e estava na mesa de Flávio Peregrino, coronel do Exército e ex-assessor do general Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro de 2022.

O material estava guardado em uma pasta intitulada “memórias importantes”, o que chamou a atenção das autoridades. O conteúdo do documento mostrou uma série de propostas que visavam garantir a permanência de Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas urnas.

“Lula Não Sobe a Rampa”

O objetivo final do plano, conforme descrito no documento, era impedir que Lula “subisse a rampa” do Palácio do Planalto, ou seja, assumisse a presidência da República. O texto revelado pela Polícia Federal incluía ações detalhadas para suspender o processo de transição de poder, anular as eleições, substituir ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e realizar novas eleições.

entro do planejamento, as “linhas de esforço” incluíam uma série de medidas para garantir a implementação do golpe. Entre elas, estavam a interrupção do processo de transição de governo, a mobilização de juristas para justificar legalmente as ações, e a preparação das Forças Armadas para ações diretas. O plano também sugeria convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa, além de um discurso em cadeia nacional de rádio e TV, com o objetivo de legitimar as ações dos golpistas perante a população.

A minuta também delineava a substituição dos ministros do TSE e o planejamento de novas eleições, após a anulação dos resultados das de 2022. Além disso, a preparação das tropas para “ações diretas” estava claramente incluída no esboço, sugerindo um golpe militar com o apoio de diferentes setores da sociedade.

Indiciamento

A PF indiciou Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 pessoas por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. O grupo não só planejou a subversão da ordem democrática, mas também incluiu, entre os objetivos, a eliminação física de líderes do governo eleito, como o próprio presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Metrópoles

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Brasil

PF diz que prendeu Braga Netto para evitar “reiteração de ações ilícitas”

Foto: Alan Santos/Palácio do Planalto

A Polícia Federal (PF) divulgou breve comunicado em que explica, sem citar nomes, que agiu neste sábado (15) contra alvos que tentavam atrapalhar a investigação de golpe e para evitar que as ações ilícitas voltassem a ocorrer.

O general e ex-ministro Walter Souza Braga Netto foi preso. A PF também cumpriu busca e apreensão na casa dele e de um assessor.

Em nota, a PF afirma que “estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal” e que “as medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas”.

Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília, com o apoio do Exército Brasileiro.

Fonte: CNN

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Economia

Com dólar alto, indústria já prevê elevar preços a partir de janeiro, com impacto na inflação

Reprodução Adobe Stock

Como boa parte dos produtos de fim de ano já está nas lojas, não deve haver alta imediata afetando as compras de Natal, avalia Adriano Valladão, economista do Santander. Ele avalia que a escalada do dólar deve impactar a inflação já no próximo trimestre.

— Essa última andada do câmbio provavelmente não vai impactar muito este ano, mas contrata pressão maior para o ano que vem. A gente deve começar a ver repasse maior desse câmbio mais depreciado ao longo do próximo trimestre, principalmente em bens industrializados e alimentos exportados pelo país, como as carnes — diz ele.

A Mondial, por exemplo, sente o impacto do dólar alto não só nos eletroportáteis importados — como escovas secadoras, sanduicheiras e panelas elétricas —, mas também nas matérias-primas dos aparelhos fabricados no país.

Insumos de ventiladores, air fryers, cafeteiras e liquidificadores têm preços afetados pelo câmbio, como o plástico que reveste produtos. Em alguns casos, os materiais somam 60% do custo de fabricação.

Cofundador da companhia, Giovanni M. Cardoso diz que foi preciso reajustar produtos nacionais de 4% a 6% e importados em até 12% este ano por causa da alta no preço da logística internacional. Ele diz que é preciso “acompanhar os próximos cenários”, mas, se o dólar se mantiver no patamar de R$ 6, outro aumento de preços ao varejo “é inevitável”:

— Não dá para driblar (o dólar), tem que enfrentar. Estamos agora aguardando um pouco para ver onde vai pousar. Se o dólar a R$ 6 continuar na última semana de dezembro, começamos janeiro com nova tabela no mercado. Não tem como segurar mais.

Com metade dos insumos dolarizados, a indústria de fraldas descartáveis CCM, dona das marcas Confort, Wellness e Hipopó, sentiu a alta do dólar. No fim do primeiro semestre, quando a divisa alcançou R$ 5,30, fez o primeiro repasse de custos ao varejo, de 5%.

Em novembro, quando o câmbio foi a R$ 5,80, os preços foram corrigidos em 3%. Para janeiro, com a possibilidade de o dólar se manter em R$ 6, prevê aumento na casa de 6%.

— Não temos levantamento mostrando revisão em investimentos porque são decisões de ao menos médio prazo. Mas a indústria vem crescendo, e a inflação do setor cresce bem abaixo da geral — pondera Mario Sergio Telles, superintendente de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Telles diz que o dólar alto tem dois efeitos. Um é negativo em razão do percentual de insumos importados, acima de 25% na indústria de transformação. O outro é positivo por impulsionar a competitividade da indústria na concorrência com importados no mercado local e nas exportações.

A expansão das vendas internacionais será uma das vias usadas pela CCM para se proteger das variações cambiais em 2025, conta o CEO Rodrigo Zerbini. A empresa tem clientes em Argentina, Uruguai e Paraguai, e contratos previstos na Bolívia e na Colômbia:

— É muito difícil. A gente precisa de força de venda, não pode repassar, mas a alta de custo é imensa.

Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), diz que mesmo com ganhos em competitividade no setor, o dólar vai pesar:

— A desvalorização cambial vem acompanhada de alta volatilidade e aumento da incerteza, nublando o cenário macro. Isso traz tensão, freando decisões de produção e investimento. E a alta de juros vai piorar condições de financiamento — frisa. — O repasse de preços virá em algum momento ao longo do ano.

No Ministério da Fazenda, a expectativa é que haja algum alívio na cotação do dólar com o avanço do pacote de contenção de gastos no Congresso. Aliados do ministro Fernando Haddad avaliam que as medidas retiram incerteza sobre a sustentabilidade das regras fiscais e tendem a reduzir a percepção de risco da economia. O gatilho para a escalada mais recente do dólar, porém, foi a frustração com o pacote.

O Grupo Supley, que tem no portfólio as marcas de suplementos Max Titanium e Probiotica, além da Mr. Peanut, de pasta de amendoim, acompanha o dólar de perto. É que 80% do faturamento no setor de nutrição esportiva, principalmente Whey Protein e creatina, são dolarizados, explica Alberto Moretto, presidente da empresa.

— Usamos estoques para amortecer a alta e não repassar preços logo de cara. O Whey Protein se comporta como commodity. Os relatórios globais apontam estoques caindo. Toda vez que houve isso veio aumento em dólar. E, se o dólar seguir nesse patamar, pode ter repasse no primeiro semestre. Mas se a produção subir, a perspectiva melhora.

O preço dos produtos da Supley ao consumidor caiu ante a 2023. Isso porque, diz Moretto, houve escalada na precificação no pós-pandemia, devido à escassez de Whey e creatina no mercado. Este ano, os valores voltaram a níveis normais, daí a redução.

Alex Buchheim, CEO da Limppano, de produtos de limpeza, reforça que é preciso pesar o custo do câmbio atrelado a outros.

— O dólar subiu, mas houve preços que recuaram, a exemplo de commodities como petróleo e celulose. Temos ciclo de investimento grande, planejado com dólar a R$ 5. Nesse momento de transição, tem que deixar a árvore parar de chacoalhar para ver o que fazer. De início, não pede ajuste.

A Limppano vai fechar o ano com expansão de 12% sobre 2023, desempenho que poderia ter sido ainda melhor, diz o executivo, porque houve impacto de juros, dólar e das enchentes no Sul.

O economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Felipe Tavares, diz que já haverá efeito em itens da cesta de Natal, sobretudo importados, como bacalhau, vinho, frutas e o azeite. Este último acumula alta de 50% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. Roupas e eletrônicos devem subir.

— A variação do dólar, num patamar muito elevado, torna difícil para as redes de supermercado segurar o preço. Isso vai ser repassado para o consumidor. E vai se refletir na inflação.

Para o coordenador do Índice de Preços do FGV Ibre, André Braz, o dólar não deve ficar em patamar alto a longo prazo, sob risco de mudar previsões de inflação de 2025. Mas avalia que é preciso que o governo explique como se comprometerá com a política fiscal:

— As desvalorizações (do real) provocaram aceleração dos preços, e se o dólar se mantiver nesse patamar por mais tempo, isso pode se agravar.

O Globo

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Geral

Investigação da PF sobre trama golpista aponta que Braga Netto tentou descobrir conteúdo da delação de Mauro Cid

Foto: Evaristo Sa/AFP

A Polícia Federal (PF) afirma no relatório final da investigação sobre a trama golpista que o ex-ministro Walter Braga Netto tentou conseguir “informações sobre o acordo de colaboração” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a PF, essa tentativa ocorreu por meio dos pais de Mauro Cid. Braga Netto foi preso na manhã deste sábado.

“Outros elementos de prova demonstram que Braga Netto buscou, por meio dos genitores de Mauro Cid, informações sobre o acordo de colaboração”, diz o relatório final da investigação, que indiciou Bolsonaro, Braga Netto e outras 38 pessoas.

Em uma troca de mensagens, o general Mário Fernandes, que também foi indiciado, afirma que os pais de Mauro Cid teriam ligado para Braga Netto e o também ex-ministro Augusto Heleno e dito, sobre a delação, que “é tudo mentira”.

“Sobre a suposta delação premiada do CID, a Mãe e o Pai dele (CID) ligaram para o GBN e para o GH informando que é tudo mentira!!!”, escreveu Fernandes para o coronel reformado Jorge Luiz Kormann.

A mensagem foi enviada no dia 12 de setembro, três dias após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologar a delação de Cid.

Além disso, a PF aponta que uma operação de busca e apreensão na sede do PL encontrou um documento que seria uma espécie de “perguntas e respostas” sobre a delação de Cid. O documento estava na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor de Braga Netto — que, na época, ocupava um cargo no partido.

“O conteúdo indica se tratar de respostas dadas por Mauro Cid a questionamentos feitos por alguém, possivelmente relacionado ao general Braga Netto, que aparenta preocupação sobre temas identificados pela Polícia Federal relacionados à tentativa de golpe de Estado, evidenciando que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por Mauro Cesar Cid com a Polícia Federal”, diz o relatório.

Em uma das perguntadas, por exemplo, foi questionado sobre “O que foi delatado” em relação ao “teor das reuniões”. A resposta, em primeira pessoa, diz que “nada”, porque “não entrava nas reuniões”.

“O contexto do documento é grave e revela que, possivelmente, foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas pelo próprio, em vermelho”, afirma a PF.

O Globo

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Brasil

Governo prepara contra-ataque a “pacotão da segurança” de Lira

Igo Estrela/Metrópoles

O governo Lula, por meio do Ministério da Justiça, prepara um contra-ataque ao “pacotão da segurança” aprovado pelos deputados federais nesta semana sob o patrocínio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O pacote, como noticiou o Metrópoles, foi aprovado na quinta-feira (12/12) e é composto por projetos sobre castração química para pedófilos, anistia a portadores de armas ilegais e internações compulsórias.

A estratégia do Ministério da Justiça é tentar agora barrar os projetos no Senado, onde as propostas ainda precisam ser analisadas antes de seguir para a sanção presidencial.

À coluna, o secretário para Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, disse que vai procurar senadores no começo de 2025 para tentar barrar projetos que “prejudicam a segurança pública”.

Além de conversar com os senadores, o governo pedirá a parlamentares aliados que convoquem audiências públicas no Senado para discutir os temas dos projetos, convidando representantes de outros ministros do governo.

Aprovações “a toque de caixa”

Integrantes do governo Lula dizem terem sido “pegos de surpresa” com a votação e aprovação das propostas do pacote de segurança, apresentadas, em sua maioria, por deputados da oposição.

A avaliação dos auxiliares do presidente da República é de que os parlamentares da oposição aproveitaram a preocupação do governo com a análise do pacote de corte gastos para aprovar as medidas.

Metrópoles

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