Saúde

O que explica a lenta vacinação contra covid-19 na União Europeia

Foto: EPA

Apesar de seu peso econômico e diplomático, a União Europeia (UE) vem enfrentando problemas em seu programa de vacinação, iniciado no fim de dezembro. O total de imunizados até agora está bem abaixo de países como Estados Unidos e Reino Unido.

Na média dos países do bloco, o índice é de 14,2%, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês). O total dos que já receberam as duas doses da vacina é de apenas 6%.

No início de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou a lentidão da vacinação no continente europeu, o que poderia resultar “no prolongamento da pandemia”.

Vários fatores explicam os percalços da campanha de vacinação no bloco europeu.

E não é pela falta de compra de imunizantes: foram fechados acordos com quatro laboratórios que totalizam 1,1 bilhão de doses, além de mais 500 milhões em opções futuras.

São aplicadas atualmente na UE as vacinas da Pfizer-BioNtech, Moderna e Astrazeneca/Oxford. As primeiras entregas da Janssen, da Johnson & Johnson, estão previstas a partir de 19 de abril.

Outros dois contratos foram firmados com a alemã Curevac e a francesa Sanofi, que ainda não solicitaram autorização de uso na União Europeia, e representam outros 500 milhões de doses potenciais.

No total, os gastos da UE com vacinas ultrapassam 2 bilhões de euros (R$ 13,4 bilhões).

Por que a vacinação está lenta?

O comissário europeu da indústria, Thierry Breton, responsável pela campanha de vacinação na UE, prefere apontar um responsável pela lentidão da imunização nos países do bloco: o laboratório britânico AstraZeneca, que entregou apenas 30 milhões de doses das 120 milhões previstas no primeiro trimestre do ano e ainda com atraso.

“Se tivéssemos recebido 100% das vacinas AstraZeneca previstas no contrato, a União Europeia estaria hoje no mesmo patamar da Grã-Bretanha em termos de vacinação”, disse o comissário, acrescentando que o “vácuo” registrado “é devido unicamente às falhas nas entregas da AstraZeneca.”

No segundo trimestre, o laboratório sueco-britânico deverá entregar na UE apenas 70 milhões de doses, menos da metade das 180 milhões previstas.

Discussões na Europa apontam outros erros na estratégia de vacinação do bloco, a começar pela demora na aquisição das vacinas, diferentemente do que fizeram os Estados Unidos. O governo do ex-presidente Donald Trump começou a investir para acelerar o desenvolvimento de imunizantes contra a covid-19 em abril do ano passado.

O presidente da França, Emmanuel Macron, reconheceu em um discurso recente que a Europa não soube agir rapidamente em relação às vacinas. “Somos muito lentos, muito complexos e reagimos menos rápido do que os Estados Unidos”, declarou Macron.

Segundo ele, os americanos foram “mais ambiciosos”, e a Europa precisa voltar a ter “gosto do risco”, se referindo às futuras vacinas de segunda geração contra a covid-19.

Em junho passado, a UE decidiu fazer compras conjuntas de vacinas contra a covid-19, que ficaram a cargo da Comissão Europeia.

O objetivo foi garantir condições mais vantajosas nas negociações por conta dos grandes volumes, além de proteger os pequenos países do bloco, com mais dificuldades para adquirir imunizantes de maneira isolada. A distribuição é feita de maneira proporcional à população.

Recentemente, Macron voltou a defender essa estratégia. Mas as compras envolvendo 27 países membros, com burocracias na tomada de decisões e negociações longas para tentar garantir melhores preços, atrasaram o processo.

A UE também demorou para adquirir vacinas com a nova tecnologia de RNA mensageiro, da Pfizer e da Moderna. Os primeiros contratos com esses dois laboratórios foram firmados só em novembro.

Devido à falta de doses, alguns países do bloco começaram a evocar a possibilidade de comprar sozinhos outras vacinas, como a russa Sputnik V, que ainda não tem autorização de uso na Europa.

Foi o que fez a Hungria, que preferiu nem esperar o aval da agência europeia. Resultado: 25,5% da população húngara já recebeu a primeira dose, bem acima da média europeia, e quase 10% tomou a segunda.

Recentemente, o país registrou um pico no número de mortes diárias, com base na média dos últimos sete dias.

Além disso, houve problemas de logística para distribuição das vacinas na Europa e de adaptação da capacidade de produção no continente.

Ceticismo com a AstraZeneca

Esses problemas logísticos foram solucionados, e o número de unidades de fabricação dos imunizantes contra a covid-19 vem sendo ampliado na Europa.

Mas há um outro fator que pode perdurar e dificultar a aceleração da campanha de vacinação no bloco: a desconfiança em relação à vacina da AstraZeneca por parte da população do continente.

Isso está levando várias pessoas a cancelarem agendamentos e preferirem os imunizantes da Pfizer ou da Moderna, mesmo que seja necessário esperar por sua disponibilidade.

O ceticismo em relação à AstraZeneca é devido aos raros casos de tromboses e embolias que foram detectados e levaram 12 países da UE a suspender temporariamente, em meados de março, a aplicação dessa vacina.

Após análise de um total de 29 casos de trombose na época, a Agência Europeia do Medicamento informou que ela “é segura e eficaz” e que não há uma relação direta entre o imunizante e os casos relatados. A OMS também fez declarações nesse sentido.

Diferentemente dos demais países do bloco, a Finlândia e a Dinamarca preferiram, no entanto, prolongar a suspensão por algumas semanas.

Na França, ocorreram alguns casos de mortes de pessoas que tomaram o imunizante e tiveram coágulos sanguíneos, inclusive cerebrais. O caso de um jovem de 24 anos que trabalha em um hospital e faleceu dez dias após tomar o imunizante ganhou repercussão.

As autoridades francesas vêm reiterando que a vacina da AstraZeneca é segura, possui o aval da agência sanitária do país e da UE, e que milhões de pessoas já receberam esse imunizante na Europa e no mundo, enquanto há apenas algumas dezenas de casos de efeitos graves.

Ou seja, que o risco é muito baixo e o benefício de ser vacinado é bem maior.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, foi imunizado com a vacina da AstraZeneca em frente às câmeras de TV. A chanceler alemã, Angela Merkel, informou que também tomará esse imunizante.

Mas a desconfiança de uma parte dos franceses e europeus não foi dissipada.

Na França, locais de vacinação no norte do país ficaram com centenas doses de Astrazeneca encalhadas no último final de semana e tiveram de fechar antes do horário previsto por falta de interessados.

Em Calais, no norte, a prefeita informou que tinha 550 doses de AstraZeneca e apenas 70 agendamentos previstos para os próximos dias.

Segundo responsáveis de centros de vacinação na França, as vagas para tomar vacinas da Pfizer e da Moderna desaparecem em poucos minutos, enquanto as da AstraZeneca levam até dois dias para serem preenchidas.

Vários médicos de consultórios e farmacêuticos, que também podem aplicar a AstraZeneca na França, informam que houve cancelamentos para tomar essa vacina e alguns enfrentam dificuldades para encontrar interessados.

Além dos supostos efeitos colaterais, falhas na comunicação sobre essa vacina por parte das autoridades também contribuiu para criar uma confusão sobre o imunizante, com diferentes mudanças em relação às faixas etárias autorizadas.

Na França, inicialmente, a recomendação inicial da agência de saúde era de aplicar esse imunizante apenas em pessoas com até 65 anos. Outros países europeus, como Bélgica e Suécia, fizeram o mesmo (na Espanha, era só até 55 anos).

O argumento é de que os estudos não indicavam os eventuais riscos e eficácia para populações mais idosas.

Logo depois, a França resolveu autorizar o imunizante para todas as idades. Após o período de suspensão dessa vacina decorrente dos casos de trombose, a França decidiu limitar a vacinação com AstraZeneca a quem tem mais de 55 anos. O argumento foi de que as reações adversas ocorreram com pessoas jovens.

Na Alemanha, o governo passou a autorizar essa vacina só para pessoas com mais de 60 anos. No país, também tem ocorrido o mesmo que na França: locais de vacinação com a vacina da AstraZeneca vazios e os que aplicam o imunizante da Pfizer têm fila de espera.

‘Vacinódromo’

Alguns especialistas consideram que o ceticismo em relação à AstraZeneca será superado com a ampliação das campanhas de imunização e o aumento do número de pessoas vacinadas. Outros argumentam que as autoridades deveriam fazer campanhas de informação a respeito.

Para completar a desconfiança de parte dos europeus, a AstraZeneca decidiu mudar de nome na Europa e passou a se chamar Vaxzevria. Curiosamente, o laboratório não publicou comunicado sobre isso. A mudança foi vista no site da agência sanitária europeia.

Segundo especialistas, a mudança de nome de uma empresa ou marca não resolve seus problemas. Se a desconfiança perdurar, isso poderá atrasar o ritmo da vacinação na União Europeia, já que os países contam com a vacina da AstraZeneca para ampliar o número de pessoas imunizadas.

“Vacinar, vacinar, vacinar, de manhã, tarde, noite, aos domingos e feriados”, afirmou Macron.

A partir desta terça-feira (6/4), por exemplo, o icônico Stade de France, nos arredores de Paris, se tornará um “vacinódromo” que simbolizará a tão esperada aceleração da vacinação contra a covid-19 no país.

Mas, por enquanto, faltaram as doses para isso. Em abril, a França prevê receber mais doses de imunizantes do que o total das entregas nos últimos três meses.

O comissário europeu Thierry Breton, responsável pela vacinação, declarou que a imunidade coletiva na União Europeia poderá ser atingida em meados de julho.

UOL

Opinião dos leitores

  1. Se não fosse a Coronavac dos comunistas chineses com o Butantan , estaríamos numa situação vacinal pior.
    Bolsonaro desdenhou da coronavac.

  2. E o Brasil segue batendo recordes de vacinação, para desespero dos “lacradores”. Se os governadores e prefeitos da oposição deixassem de politicagem e ajudassem o Brasil, estaríamos numa situação ainda melhor.

  3. A verdade é que o europeu está esperando o resultado em outros países, só após isto muitos irão se vacinar.
    O Presidente da França expõe isso em seu discurso, a europa tem que criar gosto pelo risco.
    Infelizmente o mundo virou um grande laboratório cheio de cobaias, mas é o que temos para hoje.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Novos ataques ao sistema financeiro desviam cerca de R$ 25 milhões via Pix

Foto: Bloomberg

Os novos ataques ao sistema financeiro desviaram cerca e R$ 25 milhões de recursos via Pix no último sábado. Foram cerca de R$ 4 milhões desviados da E2 Pay e outros R$ 21 milhões do Banco Triângulo, segundo pessoas a par do assunto.

Os ataques não afetam as contas dos usuários, ficando restritos aos valores em poder dos bancos.

Os ataques aconteceram um dia depois do anúncio pelo Banco Central de medidas para aumentar a segurança do sistema financeiro contra grupos criminosos, uma resposta ao crescimento das fraudes e da infiltração do crime organizado em instituições financeiras e de pagamento. As iniciativas entraram em vigor na própria sexta-feira.

Dentre as mudanças, por exemplo, está a criação de uma trava para transações Pix ou TED a partir de R$ 15 mil iniciadas por instituições de pagamento que não tenham autorização de funcionamento emitida pelo BC ou por intermédio de provedoras de tecnologia (PSTI). Tanto as IPs sem licença quanto as PSTI são considerados elos mais fracos do sistema.

A intenção do BC era dificultar a ação dos criminosos, que são forçados, desde sexta à noite, a fazer uma série de transações para desviar valores milionários. A ideia era que, com mais transferências, ficasse mais fácil identificar o movimento suspeito.

Segundo interlocutores, os criminosos driblaram essa barreira fracionando as transferências em remessas de R$ 10 mil. O desvio, no entanto, foi bem menor do que nos golpes recentes, como os que envolveram as provedoras de tecnologia C&M Software (que superou R$ 800 milhões) e Sinqia (que ultrapassou R$ 700 milhões).

Em nota, o BC disse que o Banco Central adota ações diversas para promover a segurança do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

“Na última sexta-feira (5/9), a Autoridade anunciou novas medidas para reforçar a segurança do SFN, à luz do envolvimento do crime organizado nos recentes eventos de ataques a instituições financeiras e de pagamentos. A Autoridade também antecipou medidas previstas para as próximas semanas. O BC também colabora, no exercício de sua função, com os órgãos de persecução e investigação como polícias e Ministério Público.”

Em nota, o Tribanco afirma que “sofreu, em 6 de setembro, um incidente de segurança digital que resultou em transferências indevidas por Pix, sendo que parcela relevante foi devidamente bloqueada pelas instituições destinatárias”.

O banco afirma ter reforçado protocolos de cibersegurança e ter ampliado o monitoramento em tempo real de suas operações. E reforça que “não houve vazamento de dados cadastrais”. O Tribanco afirma que mantém contato permanente com o Banco Central e demais autoridades para que sejam feitas as investigações necessárias para apuração do incidente.

Segundo o Tribanco, o ataque cibernético foi direcionado ao sistema da instituição, que atua com conexão direta ao Banco Central. O mecanismo, portanto, se deu de forma diferente dos demais casos de ataques ocorridos até então. Nestes, aproveitaram-se brechas dos intermediários tecnológicos, denominados como provedores de serviços de tecnologia da informação.

O E2 ainda não se manifestou.

O Globo

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Ministros do STF esperam posicionamento de Moraes para fechar seus votos em julgamento de Bolsonaro

Fotos: STF

Ministros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) aguardam o posicionamento de Alexandre de Moraes para concluir os próprios votos.

Como relator da ação penal do plano de golpe, Moraes é o primeiro a falar.

O posicionamento dele deve ser apresentado na manhã desta terça-feira (09), na retomada do julgamento pelo plenário da turma.

Aguardar Moraes é um comportamento atribuído à “liturgia” da Corte, por mais que os ministros já entrem no plenário com minutas de seus votos.

O voto de Moraes pode gerar pontos de alerta, controvérsias ou convergências. Tudo poderá ser agregado ao posicionamento dos demais, seja para concordar ou discordar na integralidade.

É esperado que o voto de Moraes leve cerca de três horas e possa ser um dos mais longos entre os membros da turma. No recebimento da denúncia, em 26 de março deste ano, Moraes levou quase duas horas.

Na semana passada, a leitura do relatório que resumiu o processo levou uma hora e 40 minutos.

A tendência é que o presidente da turma, Cristiano Zanin, dê algumas informações sobre o rito antes de passar a palavra a Moraes, assim como fez na abertura do julgamento no dia 2.

Os ministros vão analisar dentro do próprio voto as questões preliminares apresentadas pelos advogados dois oito réus. O voto também deve abraçar uma análise conjunta sobre todos os réus.

Após Moraes, votam Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, o presidente da turma, Zanin.

É esperado que os outros ministros não tenham votos tão longos quanto o de Moraes. Alguns não pretendem, inclusive, ler o voto inteiro ou até mesmo nem ler partes, apostando quase em um “improviso”.

Ao final dos votos, com o conhecimento sobre quem será condenado ou absolvido, parcial ou totalmente, outra rodada será aberta para a análise da dosimetria de penas.

Durante os votos, as defesas podem fazer questionamentos a partir da apresentação de questões de ordem.

CNN – por Isabel Mega

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

VÍDEO: Lula dividiu palco com presa por tráfico na Favela do Moinho, comunidade usada pelo PCC como ‘quartel-general’

Imagem: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dividiu palco com a mulher apontada como a principal responsável por comandar o tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho e as extorsões a moradores da comunidade, de acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP). O PCC usava Favela do Moinho como ‘quartel-general’ no Centro de SP.

Alessandra Moja e Yasmin Moja são mãe e filha e foram alvos de mandado de prisão na Operação Sharpe, deflagrada na manhã desta segunda-feira (8/9). Os promotores do Gaeco afirmam que, após a prisão de Leonardo Moja, o Leo do Moinho, Alessandra, irmã dele, teria ficado responsável pelo abastecimento de entorpecentes na região da Cracolândia.

Em 26 de julho, Lula e seus ministros estiveram na comunidade para anunciar o lançamento de um pr0grama habitacional em parceria com o governo de São Paulo, com o objetivo de realocar os habitantes do bairro. Na ocasião, Alessandra e Yasmin Moja, representando a associação de moradores, foram convidadas a subir no palanque e cumprimentaram Lula.

“Esse dia vai ser histórico para a comunidade do Moinho, que em vez de a gente tomar tapa, bomba, tiro, a gente está recebendo o presidente da República na nossa casa”, afirma Flávia Silva, representando a Favela do Moinho, enquanto segura na mão de Lula.

“Eu sou eternamente grata à nossa equipe, Yasmin, Alessandra, Janine. Somos quatro mulheres de orgulho para o Moinho, porque nós lutamos até o fim, não abandonamos vocês. E, se possível, se o presidente Lula autorizar, a Yasmin, a Alessandra e a Je vem aqui para a gente apresentar rapidinho”, acrescenta Flávia, enquanto o presidente estende o braço na direção das mulheres.

Enquanto a plateia gritava “mulheres unidas jamais serão vencidas”, Lula cumprimentou Alessandra e Yasmin.

Assista:

Em seu pronunciamento, Lula comemorou o anúncio do programa habitacional e criticou a associação dos movimentos sociais ligados à Favela do Moinho ao crime organizado.

“A gente resolveu fazer reparação e Justiça com vocês. O que mais me incomodou foi quando a ministra Miriam Belchior junto com a Ester me procuraram para dizer que tinha matéria nos jornais de São Paulo dizendo que o governo federal estava protegendo gente do crime organizado. Porque, na cabeça de muita gente da elite brasileira, pobre e gente que mora em favela é sempre considerado bandido”, disse o presidente.

O programa habitacional anunciado pelo governo federal oferece às famílias um crédito de R$ 250 mil para a compra de novas casas, por meio do Minha Casa, Minha Vida e do Casa Paulista, do governo estadual. A expectativa é que 900 famílias sejam beneficiadas.

Aparelhamento

De acordo com as investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o PCC teria aparelhado os movimentos sociais ligados à Favela do Moinho, entre eles a Associação de Moradores, com o objetivo de proteger o local contra a atuação dos órgãos de segurança pública.

Além do tráfico de drogas, segundo os promotores, Alessandra Moja estaria envolvida em extorsões a habitantes da comunidade que firmaram acordo com o poder público para se mudar da região.

Com o esvaziamento do Moinho e a desapropriação dos imóveis, o PCC teria perdido uma de suas fontes de renda: a cobrança de aluguéis dos moradores da comunidade. Com isso, a facção teria passado a cobrar multas das pessoas que decidiam se mudar.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Vai já aparecer um do pé redondo falando que é mentira…bandido defende bandido

  2. Cupincha 01. Parabéns aos cúmplices do crime. Nenhum eleitor desse criminoso pode alegar que “não sabia” e por isso tem culpa nas mãos também.

  3. Vixe kkkkk, o capiroto sabe o que é bandido? Esse sujeito mantém os pobres com esmolas, mentiras e covardia, consegue pegar e transformar esses pobres em cegos a realidade da sua prática.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Morre a cantora Angela Ro Ro, aos 75 anos

Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, a cantora Angela Ro Ro. Ela estava internada desde julho, quando passou por uma traqueostomia. A notícia foi confirmada por Laninha Braga, ex-namorada que estava cuidando da cantora, e pelo produtor Paulinho Lima, amigo de longa data da artista. Angela teve uma parada cardíaca após um procedimento cirúrgico.

Antes disso, ela tinha recorrido às redes sociais para pedir ajuda financeira, afirmando que estava passando por um problema de saúde. “Sem perspectiva de alta ou cura para trabalhar, humildemente peço ajuda a vocês”.

Nascida no Rio em 5 de dezembro de 1949, Angela Maria Diniz Gonsalves ganhou o apelido Ro Ro ainda na na infância, devido à sua voz rouca e grave. Na década de 1970, ela iniciou sua carreira, após uma viagem para a Itália, onde conheceu o cineasta Glauber Rocha. Depois mudou-se para Londres, onde foi faxineira em hospital, garçonete e foi lavadora de pratos num restaurante, além de algumas apresentações em pubs.

Por indicação de Glauber Rocha, em 1971, participou do álbum “Transa”, de Caetano Veloso, tocando gaita na música “Nostalgia (That’s what rock’n roll is all about)”. Na volta ao Rio, começou a se apresentar em casas noturnas e foi contratada pela gravadora Polygram/Polydor (atual Universal Music). Seu primeiro álbum, que levou seu nome, lançado em 1979, trouxe apenas composições suas, entre as quais alguns sucessos que marcariam suas carreira, “Gota de sangue”, “Balada da srrasada”, “Agito e uso”, “Tola foi você” e “Amor, meu grande amor”.

Na década seguinte, lançou os discos “Só nos resta viver” (1980) e “Escândalo!” (1981), com a faixa-título composta por Caetano Veloso. No auge de sua carreira, lançou ainda “A vida é mesmo assim” (1984) e “Eu desatino” (1985). Após lançar apenas um disco nos anos 1990, “Ao vivo – Nosso amor ao Armagedon” (1993), ela lança o disco “Acertei no milênio”, em 2000, após largar as drogas, a bebida, o cigarro e perder cerca de 35 quilos ao iniciar uma rotina de exercícios.

Pouco tempo depois, Rô Rô decide largar as drogas, a bebida e o cigarro, e a fazer ginástica (perde cerca de 35 quilos) e lança o disco Acertei no Milênio em 2000. Entre 2004 e 2005, a cantora apresentou o talk-show “Escândalo”, no Canal Brasil.

No ano seguinte, Angela gravou “Compasso” (2006) pela independente Indie Records e um disco ao vivo gravado no Circo Voador, em 20 de setembro de 2006. Nos anos 2010, lançou, pela Biscoito Fino, “Feliz da vida!” ( 2013) e f”i homenageada em Coitadinha bem feito: As canções de Angela Ro Ro” (2013), tributo com regravações de suas canções com vozes masculinas. Seu último álbum foi ” Selvagem” (2017).

O Globo

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Bolsonaro pede autorização ao STF para realizar procedimento em hospital

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ele realizar um procedimento médico no próximo domingo (14). Bolsonaro está em prisão domiciliar e precisa de permissão do ministro Alexandre de Moraes para sair de casa.

O código indicado para o procedimento indicado é o de “exérese e sutura de hemangioma, linfangioma ou nevus”, uma cirurgia para remover lesões da pele. Os motivos indicados foram um nevo melanocítico do tronco (uma pinta) e uma neoplasia de comportamento incerto, um tumor que pode ser definido como benigno ou maligno.

Caso seja autorizado, o procedimento será realizado dois dias após o término do julgamento da ação penal da trama golpista, na qual o ex-presidente é acusado de ter tentado um golpe de Estado.

No mês passado, Bolsonaro foi autorizado a ir para o hospital realizar uma série de exames. Após os procedimentos, um boletim médico informou que havia persistência de esofagite e gastrite, além de “imagem residual” de infecções pulmonares recentes.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Eu já sabia!
    Não pode ver Xandão que se borra todo.
    🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
    Xandão, o pavor do Bolsonaro…

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Em reunião virtual do Brics, Lula diz que países são ‘vítimas’ de práticas ilegais e ‘chantagem tarifária’

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (8) que países que compõem o Brics são “vítimas” de práticas comerciais ilegais e “chantagem tarifária”.

Ele deu as declarações durante reunião virtual com líderes do bloco. O discurso do presidente não foi transmitido. A imprensa teve acesso à transcrição do pronunciamento divulgada pelo Palácio do Planalto.

O Brics é um grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã.

Lula chefiou a reunião por estar no comando rotativo do grupo. Segundo o Planalto, participaram da cúpula virtual governantes de China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia, África do Sul, além de representantes de outros países.

“Nossos países se tornaram vítimas de práticas comerciais injustificadas e ilegais. A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas”, disse Lula, segundo a transcrição divulgada à imprensa.

Conforme o Planalto, o presidente brasileiro afirmou na reunião que o comércio e a integração financeira entre os países do Brics “oferecem opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo”.

Para o petista, o cenário internacional está em “crescente instabilidade” passados dois meses da cúpula que o Brics realizou no Rio de Janeiro em julho.

Nesse período, por exemplo, entrou em vigor a sobretaxa de 50% para a entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos, determinada pelo presidente Donald Trump. Já a Índia foi sobretaxada por conta do comércio com a Rússia.

De acordo com o pronunciamento divulgado pelo Planalto, o petista não mencionou os EUA na reunião desta segunda-feira.

“Sanções secundárias restringem nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos”, disse Lula, que acrescentou:

“Cabe ao Brics mostrar que a cooperação supera qualquer forma de rivalidade”.

O petista voltou a defender a reforma de organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o Brasil iniciou um processo de consulta para tentar negociar com os EUA um recuo no tarifaço.

g1

Opinião dos leitores

  1. Para quem representa o país sem radicalismo, portanto, sabe negociar. O nosso Brasil não tem comando inteligente e habilidoso.

  2. Lula quer justificar a sua incompetência e consequente incapacidade administrativa, terceirizando os seus erros.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Brasileiros confiam mais no juiz de futebol do que em partidos políticos, diz Quaest; igrejas e militares são os mais confiáveis


Pesquisa Genial/Quaest sobre a confiança dos brasileiros nas instituições, publicada em setembro de 2025 (Imagem: Genial/Quaest/Reprodução)

Na visão dos brasileiros, os partidos políticos são as instituições menos confiáveis do país, com credibilidade menor do que a de juízes de futebol. É o que indica uma pesquisa de opinião publicada nesta segunda-feira, 8, pelo instituto Quaest.

Segundo o levantamento, os partidos são considerados confiáveis por 36% da população e não confiáveis por 63%, ao passo que 43% dos entrevistados confiam e 52% desconfiam dos árbitros de futebol. A crise de credibilidade nas legendas políticas também é mais drástica do que a avaliação sobre as redes sociais, bem-avaliadas por 41% dos brasileiros e rechaçadas por outros 57%.

Por outro lado, as instituições religiosas e militares desfrutam da maior credibilidade junto à população. O topo do ranking fica com a Igreja Católica, considerada confiável por 73% dos entrevistados, seguida pela Polícia Militar (71%), pelas Forças Armadas (70%) e pelas igrejas evangélicas (65%). Prefeitos e bancos têm a confiança de 63% dos brasileiros, ao passo que 54% confiam na Presidência da República e 50% no Supremo Tribunal Federal.

O instituto Quaest entrevistou 12.150 eleitores em todo o Brasil entre os dias 13 e 17 de agosto de 2025. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Eu não confio no meu avô passando perto de um quartel das forças armadas, ele pode ser convidado a entrar em um ônibus e alegarem que vão leva-lo para um lugar seguro.

  2. Um partida de futebol entre Argentina e Brasil.
    O juiz pode ser Argentino?
    Se ocorrer, o que se espera do resultado?
    E se isso acontecer numa eleição onde o juiz ou juízes tiveram um lado.
    Pode?
    Se ocorrer, o que se espera do resultado?
    Não por manipulação ou fraude, mas como serão as faltas, cartões, expulsões, pênaltis?
    O juiz Argentino beneficiaria a Argentina?
    Ou seria neutro?

  3. O que importa é estender a bandeira americana em plena festa da independência do Brasil talkei! Isso que é patriotismo

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

MPRN fiscaliza prestação de serviços médicos em unidades de saúde pública de Natal

Foto: divulgação/MPRN

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) iniciou nesta segunda-feira (8) uma série de visitas técnicas a unidades de saúde pública de Natal buscando acompanhar o cumprimento de uma decisão judicial, que autorizou as contratações com as empresas vencedoras do processo de dispensa emergencial, deflagrado pela Secretaria de Saúde de Natal.

As fiscalizações verificam, entre outros pontos, se as escalas de plantão na área médica estão sendo atendidas pelas empresas Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda. e Proseg Consultoria e Serviços Especializados. O trabalho é conduzido pelo Centro de Apoio às Promotorias de Justiça na área da Saúde (Caop Saúde).

Unidades fiscalizadas:

  • UPA Potengi
  • UPA Cidade da Esperança
  • UPA Cidade Satélite (Dr. Leônidas Ferreira)
  • UPA Pajuçara
  • Unidade de Saúde da Família, em Jardim Progresso
  • UBS Ponta Negra
  • UBS São João
  • Hospital dos Pescadores
  • Hospital Materno Infantil Araken Irerê Pinto
  • Maternidade Leide Morais

A oferta dos serviços médicos nas unidades de saúde de Natal é acompanhada pelo MPRN após denúncias de suspensão de atendimento pela ausência de profissionais. A 48ª e a 62ª Promotorias de Justiça de Natal possuem atualmente procedimentos para acompanhar a regular oferta dos serviços de saúde pública da capital. A questão também é alvo de várias ações judiciais.

“A solicitação possui caráter de urgência dado que os problemas de incompletude das escalas médicas alcançam serviços de urgência e emergência do Município de Natal (UPAs e maternidades), havendo, portanto, risco concreto ao atendimento à população usuária do SUS”, registra a promotora de Justiça Kalina Filgueira.

“Além disso, o acompanhamento no âmbito da atenção primária também se faz necessário tendo em vista que muitas das demandas que chegam para atendimento nas portas de urgência poderiam ser atendidas na atenção primária, com a presença e a garantia de um suporte efetivo”, acrescentou a promotora de Justiça Elaine Cardoso.

O MPRN informou que atua para assegurar a manutenção da prestação dos serviços considerados essenciais à população natalense e na busca por um desfecho que traga segurança jurídica aos profissionais médicos e o atendimento qualificado à população. As informações coletadas durante as visitas técnicas constarão em um relatório que será analisado pela Promotoria para possível manifestação processual.

Opinião dos leitores

  1. Peçam pra eles passar no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e no Hospital João Machado, garanto que eles vão ter muito o que denunciar.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

ICMS em gasolina e etanol sobe R$ 0,10 por litro a partir de janeiro de 2026; no diesel, sobe R$ 0,05

Foto: REUTERS/Adriano Machado

Os governos estaduais decidiram aumentar em R$ 0,10 a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o litro de gasolina e etanol a partir de janeiro de 2026.

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) firmou convênio para que a cobrança unificada nacional passe dos atuais de R$ 1,47 – que vigorava desde o começo do ano – para R$ 1,57 por litro dos combustíveis a partir de janeiro de 2026.

De acordo com publicação no Diário Oficial da União (DOU), os secretários estaduais de Fazenda também vão elevar em R$ 0,05 a alíquota do ICMS sobre o litro do diesel no próximo ano. Nesse caso, a cobrança passará dos atuais R$ 1,12 para R$ 1,17.

Já o tributo estadual sobre o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) passará de R$ 1,39 para R$ 1,47 a partir de janeiro.

Estadão Conteúdo

Opinião dos leitores

  1. Esses “gestores” só sabem criar e aumentar impostos, nenhum ainda aprendeu a cortar despesas.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Saiba o prazo definido pela Câmara de Natal para analisar a defesa de Brisa Bracchi

Foto:  Francisco de Assis

Após a vereadora Brisa Bracchi (PT) apresentar a defesa no processo que pode levar à cassação do seu mandato, a Comissão Especial Processante da Câmara Municipal de Natal inicia agora a análise do documento. O prazo é de cinco dias úteis e se encerra na próxima sexta-feira (12).

Segundo o procurador-geral da Casa, Gustavo Souza, a etapa consiste em avaliar os argumentos da vereadora e eventuais pedidos formulados na peça entregue. “Agora a comissão vai analisar a defesa da vereadora. Não tive acesso aos autos, mas vai depender do que a vereadora alegou na sua peça de defesa, se ela pediu o depoimento de alguém, se pediu para juntar mais algum documento, essas coisas”, explicou.

Concluída essa análise, caberá ao relator do processo, vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), elaborar um parecer. “Após isso, o relator fará seu relatório e apresentará à comissão, sendo aprovado, o presidente da Comissão levará ao Plenário da Casa”, detalhou Gustavo Souza. Além de Fúlvio, a comissão é formada por Anne Lagartixa (Solidariedade), como presidente, e Daniel Valença (PT), como membro.

Ainda de acordo com o procurador, o relator pode tanto decidir pelo arquivamento imediato quanto pelo prosseguimento da apuração. “Existe um prazo para análise de cinco dias úteis pelo relator para saber se dará prosseguimento à apuração ou se arquivará desde logo o processo”, acrescentou.

Tribuna do Norte 

Opinião dos leitores

  1. Aqui é o seguinte!
    Se a maioria dos vereadores tiverem decência e análise técnica, não tem o que conversar.
    É CASSAÇÃO NA CERTA.
    A moça aí, foi pega usando o dinheiro do povo em especial os Natalense de maneira indevida.
    Então, tchau!!

  2. O nome já diz briiiiiisaaaa…só viagem.
    Turma da folha !
    Isso sabe o que uma CTPS?
    Isso sabe o que ao menos fazer um cuscuz ou ferver um leite?
    Ou só sabe fazer uma velha fogueira entre os dedos?
    É vida que acontece na coisa da gente!
    Kkkkkkkkkkkkk

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *