Saúde

O vírus do ‘sommelier de vacina’ se alastra e prejudica o país; preferência por imunizante não tem base científica e atrapalha avanço da campanha, dizem especialistas

Foto: Governo de São Paulo/Divulgação

Mesmo com o fato de todos os imunizantes contra a Covid-19 serem seguros e aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ainda há pessoas que vão aos postos de saúde em busca de uma vacina específica. Mas a atitude, além de não ter embasamento científico nenhum, tem contribuído para atrasar o andamento do Plano Nacional de Imunização (PNI).

A preferência das pessoas que acham natural escolher vacina tem recaído por ora sobre a Pfizer — os outros dois imunizantes em uso no no Brasil são os da CoronaVac e da AstraZeneca. Entre os motivos que levam brasileiros a rejeitar uma ou outra marca estão principalmente a crença em fake news sobre efeitos colaterais e teses equivocadas sobre as taxas de eficácia dos imunizantes — todos eles têm índices de imunização considerados adequados para a doença e foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacioal de Vigilância Sanitária).

Segundo o epidemiologista Pedro Hallal, da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), preferir um imunizante a outro é um “absurdo”. “Não tem nenhuma evidencia para essa escolha. Pelo contrário, todas as vacinas têm mostrado basicamente o mesmo efeito. Além de ser um pouco egoísta, essa postura também não faz sentido do ponto de vista científico. Não tem nenhuma evidência de que a pessoa será beneficiada tomando uma vacina ou outra”, explica.

Em Porto Alegre, o diretor de Vigilância em Saúde da cidade, que coordena a vacinação, Fernando Ritter, diz que a procura por imunizantes específicos é uma atitude bastante recorrente. Segundo ele, a Pfizer, que começou a ser distribuída no Brasil há pouco tempo, se tornou a “menina dos olhos”. “As ligações são, em sua imensa maioria, com perguntas de em qual local tem Pfizer para a primeira dose. Isso gera aglomeração. Eu também recebo muitas mensagens no fim do dia e de manhã perguntando: onde tem Pfizer?”, relata.

Para ele, preferir uma vacina a outra é algo que não tem cabimento. “Todas as vacinas distribuídas em território nacional são eficazes e seguras”, afirma. Ritter alerta para o risco de a pessoa ficar sem se vacinar enquanto espera um determinado imunizante. “Não vai ter Pfizer para todo mundo. Até a semana passada, 20 mil pessoas com mais de 54 anos de idade tinham a possibilidade de se vacinar e não foram”, conta.

“Além de ser um pouco egoísta, essa postura também não faz sentido do ponto de vista científico. Não tem nenhuma evidência de que a pessoa será beneficiada tomando uma vacina ou outra”. (Pedro Hallal, epidemiologista).

A AstraZeneca, segundo ele, é o imunizante mais rejeitado. Isso passou a acontecer em maio, quando uma gestante que recebeu a vacina morreu em decorrência de trombose, supostamente um efeito colateral da doença — isso ainda não está comprovado. “A AstraZeneca não está sendo aplicada apenas no caso de grávidas, mas muito mais por uma precaução do que por algum fato”, afirmou –a medida de não usar o imunizante em grávidas por medida preventiva também é adotada em outros locais.

Ritter afirma que a postura de ficar escolhendo vacina atrapalha o progresso do plano de imunização. “A gente programa o processo de evolução de vacinação de uma faixa etária, mas algumas pessoas acabam não indo porque querem uma vacina que julgam ser a melhor por conta do que veem nas redes sociais”, afirma.

Na cidade de São Paulo, a preferência por um imunizante começou depois que o primeiro lote de vacinas da Pfizer chegou, segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. Agora, segundo ele, essa atitude só ocorre em alguns pontos da cidade e é pouco comum na periferia. “Não é momento de ninguém ficar escolhendo vacina. Vacina boa é aquela aplicada. Em um ou dois dias de espera, você já pode pegar o vírus e transmitir para a sua família”, alerta o secretário.

Nesta terça-feira, 22, o Ministério da Saúde espera receber o primeiro lote de 1,5 milhão de doses da Janssen, vacina que é aplicada em dose única, o que aumenta a possibilidade de se tornar a nova preferida dos “escolhedores de vacina”.

Esperteza

Além de egoísta, como lembra Hallal, a prática de adiar a imunização para escolher a vacina que irá tomar, no momento em que a pandemia já contabiliza mais de meio milhão de mortos, evoca uma das piores características atribuídas aos brasileiros: a da esperteza, a de querer “levar vantagem em tudo”, como dizia o bordão de uma campanha publicitária de cigarro estrelada nos anos 1970 pelo craque de futebol Gerson e que ficou imortalizada como a “Lei de Gérson”.

Atrasar a vacinação em alguns dias só porque quer escolher o imunizante que irá tomar coloca em risco o restante da população e não contribui para a estratégia coletiva de conter o vírus, que afinal é o que importa.

É sempre bom lembrar também o ditado popular de que “esperteza demais engole o dono”: em março deste ano, em meio a uma outra praga da pandemia — a dos fura-filas de vacinas –, um grupo de empresários de Minas Gerais que queria se imunizar antes dos outros acabou caindo no golpe de uma enfermeira, que vendeu e aplicou soro aos espertos.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Vc não deveria usar a Profissão de Sommerlier pra chamar atenção ao seu texto. Sommerlier é direcionado para Vinhos e algumas bebidas. Onde pra ser um Profissional tem horas de dedicação e estudo.
    E não combina pra ser texto chamativo a nada que não seja relacionado ao Mundo dos Vinhos

  2. Agora pronto: querem tirar a liberdade das pessoas escolherem qual vacina melhor lhes atende. Democracia é isso! As pessoas devem ter o direito de escolher qual imunizante vão injetar em seus corpos, pelos motivos que lhes forem convenientes, e ter o direito, inclusive, de não tomar qualquer vacina. Imaginem alérgicos, ou pessoas com doenças autoimunes, que sejam obrigados a tomar vacina… aqui não é uma ditadura vermelha. Toma vacina quem quiser. E pronto!

  3. Uma forma justa era quando passasse a faixa de quem escolhe vacina, só vacina-los após ter vacinado todas as outras fases. É um absurdo ficar com postos de vacinação esperando quem não quer se vacinar, atrasando os que querem e precisam. Obs. Para quem não pudesse se vacinar na faixa por motivo justo, seria exigido um requerimento com comprovação.

  4. Poucos aceitam o placebo do calça cravada, este líquido não protege nada, morreram após segunda dose, Agnaldo Timóteo e Nelson sargento e há vários casos de trombose minha mãe é um deles após pegar o covid com a segunda dose.

  5. O problema na questão do tipo de vacina é que alguns países da Europa e EUA não aceitam a Coronavac como validação para entrar em seus territórios. Minha cunhada tem filhos que moram nos EUA e não pode viajar por causa da vacina que tomou. Não aceitam a Coronavac.

    1. Não é verdade. Podem entrar nos EUA, depois de quarentena de 14 dias em outro país que não o Brasil, os imunizados com vacinas reconhecidas pela OMS, e a Coronavac é uma delas. O resto é narrativa Bolsonarista.

  6. Fernanda Torres rejeitou a vacina AstraZeneca e voltou atrás; entenda
    Atriz explicou que havia procurado postos com outro imunizante por causa do risco de trombose; ‘Fui como qualquer cidadão, não tive informação privilegiada’
    Por Da Redação
    15 jun 2021, 12h25. Mas na teoria falam outra coisa, como a própria mãe dela, que o importante era a vacina no braço, na prática quem a dos EUA. Bando de covardes hipócrates.

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Geral

PARANÁ PESQUISAS: Governo Lula é desaprovado por 58,2% em SP

Foto: Ricardo Stuckert/PR

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta rejeição da maioria do eleitorado paulista, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) pela Paraná Pesquisas. Segundo o levantamento, 58,2% dos entrevistados desaprovam o governo, enquanto 38,1% afirmam aprová-lo. Outros 3,7% não souberam responder.

Quando a avaliação é detalhada, 40,2% classificam a administração como “péssima” e 8,5% como “ruim”. Já 16,5% consideram o governo “bom” e 11,6% o avaliam como “ótimo”. Para 22,0%, a gestão é “regular”. Apenas 1,3% preferiram não opinar.

O levantamento ouviu 1.680 eleitores com 16 anos ou mais em 85 municípios paulistas, entre os dias 21 e 24 de agosto. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Com informações do Poder 360

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Mundo

Trump aumenta tarifas sobre importações da Índia para 50%

Foto: Christopher Furlong/Pool via REUTERS

O presidente dos EUA, Donald Trump, cumpriu a ameaça de dobrar as tarifas sobre as importações da Índia para 50%.

A medida, que poderia colocar em risco as relações com um dos parceiros comerciais mais importantes dos Estados Unidos e elevar os preços ao consumidor, entrou em vigor nesta quarta-feira (27).

Isso ocorreu poucas semanas após Trump instituir uma nova tarifa básica de 25% sobre produtos indianos. As taxas cobradas sobre a Índia, a quinta maior economia do mundo, estão agora entre as mais altas cobradas pelos Estados Unidos em todos os países.

A última rodada de tarifas sobre a Índia tem como objetivo punir o país por importar petróleo russo e ajudar a Rússia a financiar sua guerra com a Ucrânia, disse Trump anteriormente.

O líder americano realizou recentemente reuniões separadas com o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para intermediar um acordo para encerrar sua guerra. No entanto, as negociações permanecem em um impasse.

As empresas americanas e, mais recentemente, os consumidores, já estão enfrentando custos mais altos resultantes da campanha tarifária de Trump, enquanto a saúde do mercado de trabalho se deteriora. O aumento das taxas sobre produtos indianos pode agravar ambos os efeitos.

Nova Déli sinalizou que retaliaria contra as tarifas de Trump no início deste mês, quando Trump prometeu inicialmente impor o que chamou de “sanções secundárias”.

A Índia acusou o governo Trump de penalizar o país injustamente, ressaltando que outros países que importam petróleo da Rússia não estão enfrentando tais taxas.

A China, por exemplo, é a maior compradora de petróleo russo, mas seus produtos enfrentam uma tarifa mínima de 30%. Trump alertou, no entanto, que outros países que compram petróleo da Rússia podem enfrentar tarifas mais altas em breve.

CNN

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Geral

96% dos brasileiros apoiam prova obrigatória para médicos, mostra Datafolha

Foto: Carlos Macedo/Folhapress

Segundo pesquisa Datafolha, 96% dos brasileiros acreditam que médicos recém-formados devem ser aprovados num exame de proficiência antes de começar a atender.

Apenas 3% dos entrevistados disse não ser necessário nenhum teste e 1% não opinou.

O levantamento, feito a pedido do CFM (Conselho Federal de Medicina), foi publicado nesta quarta-feira (27). O fez 10.524 entrevistas em 254 municípios de todo o país. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos.

O estado em que a população mais defende a aplicação da prova é Goiás, com 98%. O Acre é o menos favorável, com 92%.

Para 92%, a aplicação do exame de proficiência para todos os recém-formados em medicina aumentaria a confiança no atendimento. Para somente 4% a medida diminuiria a confiança no atendimento médico; para 3%, não aumentaria nem diminuiria; e 1% não opinou.

Questionados sobre quais médicos deveriam ser submetidos a algum tipo de prova antes de iniciar o atendimento à população, 98% dos entrevistados defenderam que todos os recém-formados devem passar por avaliação, independentemente da escola onde concluíram a graduação. Já 2% responderam que o exame deveria se restringir a profissionais formados no exterior.

Um projeto de lei para criação de um Exame Nacional de Proficiência em Medicina está em tramitação no Senado desde 2024. Ele é de autoria do senador Marcos Pontes (PL-SP). Nesta quarta-feira (27), a Comissão de Assuntos Sociais da Casa realiza uma audiência pública para discutir a pauta.

A prova de qualificação verificaria individualmente se cada médico recém-formado possui as competências mínimas necessárias para atuar e, assim, receber o registro profissional de cada CRM (Conselho Regional de Medicina).

O CFM defende a prova. Segundo a entidade, a medida é uma resposta necessária ao “crescimento descontrolado” do número de faculdades de medicina nas últimas décadas, “sem a infraestrutura necessária para formação adequada”.

O Brasil saltou de cerca de 100 cursos no início do século para mais de 400 atualmente. “Muitas escolas foram instaladas sem a mínima infraestrutura adequada, sequer com hospitais capazes de receber estudantes em regime de internato”, segundo Alcindo Cerci, coordenador da comissão de ensino médico do CFM.

No entendimento do presidente do conselho, José Hiran Gallo, o apoio da população ao exame demonstra que o brasileiro quer mais qualidade e segurança nos serviços de saúde. De acordo com ele, a prova avaliará as competências profissionais e éticas, conhecimentos teóricos e habilidades clínicas, com base nos padrões mínimos exigidos e verificados em outros países.

“A aprovação da medida no Congresso é fundamental para elevar o padrão educacional, pois obriga as escolas médicas a se adequarem às exigências do exame, e garante que os recém-formados tenham nível adequado de competência para exercer a profissão, assegurando padrão mínimo de qualidade no atendimento à saúde”, diz.

Folha de S.Paulo

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Geral

Congresso deve analisar hoje PL da Adultização e PEC da blindagem

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O Congresso Nacional tem na pauta de ambas as casas temas que devem acirrar o embate entre governo e oposição nesta quarta-feira (27). Enquanto o Senado Federal analisa projeto que aumenta a proteção de crianças e adolescentes na internet, a Câmara dos Deputados deve se debruçar em propostas para “blindar” os deputados contra investidas do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na pauta do plenário do Senado, na sessão marcada para a tarde desta quarta, consta o Projeto de Lei nº 2.628, chamado de “ECA Digital”.

A proposta aprovada na Câmara volta agora ao Senado para uma última apreciação antes de seguir para a sanção do presidente Lula (PT).

O PL cria regras para a garantia de direitos e proteção de menores de idade na internet.

Para isso, estabelece diretrizes e obrigações para as plataformas digitais. O tema da “adultização” ganhou destaque no debate público após denúncias feitas sobre conteúdos nas redes sociais que expõem a sexualização de menores de idade.

Também está na pauta do Senado projeto de lei que unifica em oito anos o prazo de inelegibilidade para políticos impedidos de se candidatar. O texto é visto por críticos como uma forma de fragilizar a lei e de beneficiar políticos afetados pelo mecanismo.

Câmara

A Câmara dos Deputados, por sua vez, deve se debruçar sobre matérias encampadas pela oposição e pelo Centrão para blindar parlamentares de investidas do STF.

Após reunião com líderes partidários nessa terça (26), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu na pauta do plenário a PEC (proposta de emenda à Constituição) do fim do foro privilegiado e a “PEC da Blindagem”.

A “PEC da Blindagem” amplia a proteção a parlamentares na Câmara dos Deputados, ao estabelecer novos critérios para a prisão de deputados. Já a PEC do Foro acaba com o mecanismo que garante a deputados e senadores foro especial quando julgados por crimes cometidos durante o mandato.

CNN

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Geral

Michelle fala em ‘humilhação’ após Moraes mandar polícia monitorar sua casa

Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma postagem em uma das redes sociais dela, nesta terça-feira (26/8), na qual afirma que tem passado por um desafio “enorme” para “resistir à perseguição” e “suportar as humilhações”. A declaração de Michelle foi feita horas após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que a Polícia Penal do Distrito Federal realize monitoramento em tempo integral nas imediações da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Sabe… a cada dia que passa, o desafio tem sido enorme: resitir à perseguição, lidar com as incertezas e suportar as humilhações”, postou a ex-primeira dama no Instagram.

Ainda na publicação, Michelle diz: “Nós vamos vencer”. Ela afirma na declaração que há uma “promessa” de Deus e que o ama independentemente dos “dias ruins” – confira abaixo:

Foto: Reprodução

“Mas não tem nada, não. Nós vamos vencer. Deus é bom o tempo todo, e nós temos uma promessa. Pai, eu Te amo, independente dos dias ruins (sic). Eu Te louvo de todo o meu coração. O Senhor não perdeu o controle de absolutamente nada. Hoje eu declaro: o Brasil pertence ao Senhor Jesus!”, encerra a manifestação.

Dentro de casa

Após Moraes determinar a realização do reforço policial na vigilância de Bolsonaro, a PF encaminhou, nesta terça, um ofício ao ministro do STF para que o trabalho de monitoramento “integral das atividades” do ex-presidente seja realizado dentro da residência dele, e não na imediações apenas.

O pedido da PF para o monitoramento dentro da residência de Bolsonaro e Michelle foi encaminhado por Moraes para a PGR, que deve emitir um parecer a respeito da demanda. O despacho não cita prazo para resposta.

Metrópoles

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Geral

“Careca do INSS” pedirá habeas corpus ao STF para ficar calado na CPMI

Foto: Reprodução

O empresário e lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, buscará um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar calado durante a CPMI do INSS. A afirmação foi feita à coluna pelo advogado criminalista que o defende na Justiça, Cleber Lopes.

Segundo Lopes, Antunes está no Brasil e irá à CPMI. “Se fosse convite, a gente poderia não ir. Como é convocação, a gente não tem a opção de não ir“, disse ele.

“Naturalmente eu terei que fazer o óbvio, porque num país como o nosso, como diria Olavo de Carvalho, você tem que desenhar a explicação e depois explicar o desenho. Vou ter que fazer um habeas corpus no STF para ele ter o direito de ficar calado na CPMI”, disse Cleber Lopes.

“O que é um absurdo. Mas vamos ter que fazer o habeas corpus para ele ter o direito de cumprir a Constituição”, disse.

Segundo o advogado criminalista, seu cliente não teve acesso ainda às investigações da Polícia Federal sobre a “Farra do INSS”. Por isso, Antunes não tem como responder a respeito de acusações às quais não tem acesso, afirmou.

“Até hoje, ninguém teve acesso integral aos inquéritos que foram instaurados, né? As pessoas falam em bilhões de maneira irresponsável. Ninguém sabe quantos aposentados tiveram descontos nos seus contracheques. Então, qualquer coisa que ele vá dizer lá, ele pode ser confrontado com uma informação correta, ou não”, disse Cleber Lopes.

A convocação do “Careca” foi aprovada na primeira reunião de trabalho da CPMI, nesta terça-feira (26/8).

“Ele vai ficar calado [na CPMI] e vai se defender na instância competente (no Poder Judiciário). Eu acho até que CPI, quando já existe um inquérito policial instaurado, é uma desnecessidade absoluta. Se já tem um inquérito instaurado, o fato já está sendo investigado. Não tem sentido ter duas investigações”, diz ele.

“Lamentavelmente, a gente precisa conviver com esse tipo de coisa no Brasil. É por isso que este país não dá certo, porque não tem uma voz que diga ‘não é possível instalar a CPI quando já tem investigação criminal em curso’. Pra quê, para gastar o dinheiro do povo?”, diz Lopes.

CPMI já tem 35 requerimentos para “Careca do INSS”

Até o momento, a CPMI já recebeu 35 requerimentos para investigar o “Careca do INSS” e seus sócios. São pedidos de convocação e de quebra de sigilo contra ele e pessoas relacionadas a ele.

Como mostraram as reportagens do Metrópoles, Antonio Carlos Camilo Antunes tinha procuração para várias associações investigadas. Há a suspeita de que tenha pagado propina a ex-diretores e ao ex-procurador-geral do INSS.

Em maio deste ano, a PF apreendeu vários carros de luxo que seriam de propriedade de Antunes na garagem de um edifício comercial de Brasília. Entre os modelos, há carros da marca Porsche; BMW e Ferrari, entre outros.

Metrópoles – Andreza Matais

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Geral

Não temos recursos para bancar bônus a servidores previsto na reforma administrativa, diz ministra

Foto: Gabriela Biló/Folhapress

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, aponta risco de aumento de despesas para União, Estados e municípios com a proposta da reforma administrativa de criação de uma 14ª folha para o pagamento de bônus aos servidores. O benefícios seria vinculado ao atingimento da meta dos órgãos da administração pública.

“Não tenho condições de pagar uma 14ª folha”, diz ela. Segundo a ministra, o governo teria que segurar reajustes dos salários para ter espaço para pagar o bônus. A ideia integra a proposta em elaboração pelo GT (grupo de trabalho) da reforma administrativa da Câmara, coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).

Na primeira entrevista após o deputado antecipar os principais pontos da reforma, Dweck diz à Folha que vê com preocupação as propostas de redução de 50% dos salários iniciais das carreiras e de uma tabela única de remuneração salarial para todos os servidores públicos do país.

A ministra disse que o risco é de os estados e municípios acabarem batendo na porta do governo federal para bancar o aumento das despesas com a reforma. “Muitas propostas, em tese, são boas, mas não são fáceis de fazer na prática”, afirma. Ele diverge da necessidade de um novo modelo de contrato temporário.

Dweck apoia as propostas de combate ao privilégios, como a restrição aos supersalários e o fim das férias de 60 dias, para alcançar os atuais servidores da ativa. “Se a gente não enfrentar isso agora, vai ser uma decepção para a sociedade. Vai ser muito frustrante”, afirma a ministra, que defende que a tramitação da proposta seja discutida numa comissão especial antes de ir para o plenário da Casa.

Folha de S.Paulo

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Política

Pedido de monitoramento de Bolsonaro envolve PF, PGR e STF e gera questionamentos sobre interferência política

 

Foto: Reuters

Uma sequência de atos envolvendo o líder do PT na Câmara, a Polícia Federal (PF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) gerou repercussão política nesta terça-feira (26).

Segundo publicação do jornalista Sam Pancher, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) enviou um ofício à PF pedindo maior monitoramento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento foi encaminhado à PGR, que defendeu o pedido perante o STF. O ministro Alexandre de Moraes despachou favoravelmente.

Na manifestação encaminhada ao Supremo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, elogiou tanto o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, quanto o próprio Lindbergh Farias, autor do ofício inicial, ao defender o reforço do efetivo policial no entorno da casa de Bolsonaro.

Ainda segundo Pancher, a PF sugeriu como melhor forma de cumprir a decisão a presença de agentes dentro da residência do ex-presidente, monitorando de perto suas atividades. O episódio levanta questionamentos sobre a percepção internacional do Brasil quanto à relação entre solicitações políticas e decisões de órgãos de investigação e controle.

Até o momento, nem o deputado nem as instituições envolvidas comentaram a repercussão do caso.

Blog do BG

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Geral

O QUE FALTA?: PF pede a Moraes policiais dentro da casa de Bolsonaro para evitar fuga

Foto: Minervino Júnior/CB

A Polícia Federal pediu nesta terça-feira (26) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que permita uma equipe policial dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em tempo integral, para garantir o cumprimento da prisão domiciliar e evitar fuga.

Mais cedo, o ministro acolheu um pedido da PF e um parecer favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República) para permitir agentes policiais ao redor da casa do ex-presidente para monitoramento em tempo real.

Em ofício assinado pelo diretor-geral, Andrei Rodrigues, a PF diz que para “garantir a efetividade da medida (manutenção da prisão domiciliar) seria imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24h no interior da residência, como há precedentes”.

O órgão cita o caso juiz Nicolau dos Santos, que respondeu por crime de corrupção, por desvio de recursos, ocorrido de 1994 a 1998. Os valores seriam usados na construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.

A PF argumenta no ofício que o monitoramento por tornozeleira eletrônica não é suficiente, já que “depende de sinal de operadora de telefonia para tanto, sendo possíveis falhas, ou mesmo interferências deliberadas para retardo da detecção de violações das condições”.

Na manifestação da PGR, foi recomendado apenas equipe policial ostensiva de prontidão para o monitoramento na casa do ex-presidente.

O diretor da Polícia Federal alega que as medidas sugeridas pela PGR exigiriam a presença física de vários servidores no condomínio de Bolsonaro, com fiscalização rigorosa dos acessos e veículos. No entanto, do ponto de vista operacional, isso seria inviável e causaria desconforto aos moradores, contrariando os próprios objetivos da Procuradoria.

Ainda na noite desta terça, o ministro Alexandre de Moraes encaminhou o ofício da PF para um novo posicionamento da PGR.

A intensificação das medidas de segurança em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro acontece a poucos dias do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal, marcado para 2 de setembro.

Ele e outros sete réus são acusados de integrar o chamado “núcleo crucial” de uma organização criminosa responsável por uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

CNN

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Geral

Justiça italiana analisará laudo médico para decidir futuro de Zambelli

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A Corte de Apelação de Roma retomará na quarta, 26, a audiência que definirá se a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) continuará presa ou responderá ao processo de extradição em prisão domiciliar ou em liberdade.

Na última sessão, realizada em 13 de agosto, o juiz determinou a realização de uma perícia médica para avaliar o estado de saúde da parlamentar. Na ocasião, Zambelli disse que estava passando mal e foi atendida por um médico.

O relatório médico será apresentado durante a audiência e um perito emitirá sua avaliação.

Zambelli está na penitenciária feminina de Rebibbia, onde há superlotação, com cerca de cem presas a mais do que a capacidade total.

Prisão de Zambelli

Zambelli foi presa em 29 de julho, em Roma, na Itália. Ela estava foragida após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O deputado italiano Angelo Bonello afirma ter sido responsável por encaminhar o endereço onde Zambelli estava escondida.

“Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polícia está identificando Zambelli”, escreveu o parlamentar italiano no X.

O Ministério da Justiça havia solicitado a extradição da parlamentar. O nome de Zambelli já figurava na lista dos procurados da Interpol.

Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, perda do mandato e ao pagamento de uma multa por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.

Porte ilegal de arma de fogo

Na sexta, 22, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo.

A condenação é referente ao episódio em que a parlamentar perseguiu, com arma em punho, o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo.

O Antagonista 

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