Um lutador de artes marciais de 41 anos, identificado como George Luiz da Silva, foi morto a tiros no final da noite dessa terça-feira (15) dentro de um bar no conjunto cidade Satélite, na esquina da Avenida dos Xavantes com a Rua Mogi Guaçu. na Zona Sul de Natal. De acordo com a Polícia Militar, a vítima estava em uma mesa do lado de fora do estabelecimento quando um carro se aproximou com três pessoas dentro. Na ocasião, sem descer do veículo, os assassinos atiraram no lutador e, logo em seguida, empreenderam fuga com destino ignorado.
Ainda não há pistas dos assassinos nem da motivação do crime. Diligências foram feitas pela região, mas nenhum suspeito foi encontrado. O crime será investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Os aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo terão reajuste de 3,43% no benefício em 2019. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União na manhã desta quarta-feira (16) e assinada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O texto também fixa o valor máximo da aposentadoria (teto) em R$ 5.839,45. Até 2018, era de R$ 5.645,80.
As pessoas que recebiam um salário mínimo em 2018, de R$ 954, passam a receber o valor sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, de R$ 998.
A portaria informa que a Secretaria da Receita Federal do Brasil, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência) vão adotar as medidas necessárias nos casos de descumprimento dos valores determinados pela nova regra.
Os Estados Unidos são o país que têm mais armas de fogo no mundo. Existem atualmente mais de 393 milhões de armas em circulação no país. É mais de 1,2 arma por habitante. Já no Brasil, pesquisas estimam em 17 milhões o número de armas. Isso significa oito armas por cada 100 habitantes; ou seja, menos de 0,08 arma por brasileiro. Já o número de mortes por armas de fogo são 30,8 para cada 100 mil no Brasil e apenas 12 mortes a cada 100 mil entre os norte-americanos.
O número absoluto de mortes não favorece; a população dos EUA é 50% maior que o Brasil, mas morreram 39,7 mil lá. Aqui foram 63,8 mil.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, quase dois terços das mortes nos EUA decorrem de suicídios, não assassinatos.
No Brasil, foram 63,8 mil assassinatos em 2017, segundo o Fórum de Segurança Pública. Foram mais de 55 mil mortos com armas de fogo.
Na Índia são 1,3 bilhão de habitantes e 70 milhões de armas. Na China são 1,38 bilhão e 50 milhões. Somados têm menos mortes que o Brasil.
Armas legais amigos, porque armas ilegais o Brasil bate recorde no mundo. Esse decreto mudou pouca coisa, o PORTE ainda é restrito aos agente de segurança pública. Lembrando que as taxas de morto por reação ao assalto é de 96%.
Esses dados explicam melhor do que a falha academica burra petista que impôs o desarmamento no Brasil contra a vontade popular. A explicacao da matança no Brasil se deve mais pelo analfabetismo academico universitario, que insinuou sem base cientifica nenhuma, que desarmando a populacao cairia os assasssinatos no Brasil, o resultado foi o contrario. E os ignóbeis de plantao ainda insistem, sem nenhuma fundamentacao inteligente, que o direito a defesa pessoal é a mesma coisa de segurança publica cidadã, e por isso seria um erro armar o cidadão. Ora, a responsabilidade do Estado continua com a segurança publica, o que muda é o direito a legitima defesa pessoal; agora proporcional ao risco que existe, justo.
No Japao tem "n" armas a menos que no Brasil, e mortes violentas por 100 mil habitantes, nao chegam a 1(0,73). No Brasil esse indice é de 27 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, em media. Em 2014, foram registradas no japao seis mortes, por armas de fogo, contra 33.599 nos Estados Unidos no mesmo período. Enfim, cada país tem sua realidade. Voce pode comparar com os EUA ou com o Japao. Temos que buscar o que é melhor para o Brasil.
Após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ter assinado o decreto que facilita o acesso à posse de arma de fogo na manhã desta terça-feira, 15, várias opiniões distintas foram externadas em todo país.
No Rio Grande do Norte, o procurador Fernando Rocha, do Ministério Público Federal, utilizou o Twitter para criticar a medida assinada pelo novo chefe do Executivo federal.
“Em suma, a classe média terá posse de arma facilitada. O pobre somente poderá ter acesso a armas de forma clandestina e todas elas, clandestinas ou não, terminarão na mão da bandidagem”, escreveu Rocha.
Gostaria de saber em qual estudo se baseou o procurador para tal conclusão,
Ou foi só achismo, ele poderia dividir tal estudo com a população para contribuir com a formação de opiniões balizadas em estudo concretos
Concordo com o representante do MPF. Como não tem projeto algum, inclusive para a segurança pública, o governo edita uma MP desastrosa como essa, mostrando mais uma vez a irresponsabilidade desse governo.
Bolsonaro foi formado na melhor academia militar do mundo, sabe atirar com todo tipo de arma e teve sua arma e moto tomados de assalto, sendo o mito de vcs, isso não serve de exemplo?
Doutor. A pergunta e. A sua arma foi Pará na mãos dos criminosos?? O senhor tem os seguranças dedicado pra fazer o trajeto casa , trabalho, e audiência e etc. Eu sou comerciante em Felipe camarão e não tenho os seus privilégios na segurança.
É muito fácil falar besteiras como essas, quando se ganha um salário fora da realidade, recebe inúmeros penduricalhos, tem licença para andar armado. Infelizmente essa casta ainda reina no país das diferenças. Eu não desejo que esse marajá passe nunca por uma situação de assalto ou coisa parecida, pois com certeza mudaria o seu ponto de vista.
Procurador falando merda a gente vê por aqui! Ele com a pistola e segurança garantida joga o cidadão comum na vala e os deixa a própria sorte! Pegue seu porte e posse e devolva caríssimo procurador de merda!
Falando besteira, sem base em numeros.. Ja estao nas maos dos bandidos ha 15 anos.. quem nao tem direito a legitima defesa é o cidadao que está preso nas sua residencias-prisao, so com uma pedra na mao. Ele nao lê jornais??? Sem direito a protecao especial que os procuradores tem… policiamento privativo pago com dinheiro publico, que o cidadao nao tem, so restava levantar muros e colocar alarmes de que nada adianta, so favorece um comercio de segurança privada. Hoje o bandido vai pensar antes de entrar numa residencia ou comercio pelo principio da duvida.
Fala isso porque tem a dele garantida. De toda forma, quem é bandido não visa uma arma legalizada para cometer delitos, não importa a classe social. Mais um falador de abobrinha.
Esse pessoal quer aparecer e perde oportunidade de ficar caldo. Quando fala é um verdadeiro festival de besteira e, sempre suas palavras são na defesa de BANDIDOS!!
Em suma, doutor, o decreto não faz distinção entre "classe média" e o "pobre", esta é uma observação equivocada do eminente procurador, salvo melhor juízo. De acordo com o decreto, todos que cumprirem os pré requisitos podem ter a posse, não há margem para tal distinção.
A pergunta do Fábio é muito pertinente: e hoje está na mão de quem?
Antes, quando não havia a restrição total de armamento, o índice de assassinatos no Brasil era bem menor. Nos últimos anos, com a proibição, chegamos a mais de 63 mil assassinatos. Os Estados Unidos , segunda está sendo divulgado, tem 23 vezes mais armas que o Brasil e um taxa de assassinatos infinitamente menor que a brasileira. No entanto, os planos fundamentados nos princípios da esquerda são de manter a população desarmada para, assim, na hora da tomada total do poder o cidadão não ter como reagir. Elementar. Basta ler um pouco os ideólogos da ditadura do proletariado.
Quem tem as ARMAS NESSE PAÍS HOJE?
Está prestando um desserviço ao povo Procurador, hoje 95% das armas estão nas mãos da bandidagem e pior, sem registro, sem numeração, sem controle e eles tem a arma que quer, sem que o Estado possa reagir. Quer mais Procurador?
Veja o número dos países desenvolvidos onde a população tem arma e a quantidade de mortes registradas e COMPARE com o BRASIL, onde a população está desarmada e indefesa e os bandidos armados com todo tipo de arma. Depois defenda sua apologia.
Acho interessante é que as armas estão nas mãos dos bandidos roubando, matando e praticando todo tipo de violência e até hoje não vi nenhuma autoridade preocupada com isso. Agora quando o decreto possibilita que o cidadão de bem tenha o direito de ter a posse de uma arma, aí acontece toda essa "preocupação" da imprensa e de algumas autoridades.
Estamos vendo no Brasil, essa onda crescente de violência, sem "armas".
É tudo ficção.
Eu tive uma arma apontada para minha cabeça, mas tava delirando. Aquilo foi uma cena perdida de um filme, armazenada na minha memória.
Pelo amor de Deus!
Dizer que as armas vão parar nas mãos dos bandidos é não conhecer a realidade das nossas ruas.
Senhor Procurador, tire os seus bem cortados ternos, saia dos seus condomínios e do prédio seguro e bem protegido do MPF. O nosso mundo é outro… Infelizmente!
Hj arma e segurança só quem é bandidos e vc, dr. Qual o bandido que não tem arma hj? Só que com essa lei, o bandido vai ter que saber quem não tá armado em casa, se não vai pra o inferno.
BG.
E os bandidos com AR15,METRALHADORAS,FUZIS, e mais uma infinidade de armas o que tem a dizer o MPF?? ?? O Cidadão é pra ter estilingue?????. É brincadeira já basta o que os ptRALHAS fizeram desarmado a população e os bandidos com armas letais sendo soltos em audiências de Custódia. O Brasil se não existisse precisaria ser criado aqui é tudo ao contrário.
Quem não defende a posse ( e não porte) é porque tem o porte e a posse de arma, inclusive, se sentir qualquer ameaça à sua segurança e família essa é oferecida pelo Estado, a exemplo de membros dos Poderes Judiciário ( recebem proteção polícia federal, militar e civil) para tanto basta “piscar os olhos”. Vivemos, não em uma guerra e sim numa casa, onde todo dia os bandidos “profissionais” que fazem do crime o seu meio de sobrevivência sair às ruas para nos caçar como cordeirinhos. Dou exemplo, sou advogado viajo para diversas comarcas, , contrário diversos interesses, tenho meus problemas profissionais e não conto com apoio do Estado. Precisamos sim, defender nossa família, lar! Precisamos do mínimo de proteção. Sou a favor da posse de arma de fogo para cidadão e estendendo o porte ( não para ir a bares, cinemas ou qualquer outro ambiente com aglomerado de pessoas) para profissionais como Advogado que muitas vezes recebe ameaças de forma sútil e não tem aquém reclamar tendo uma resposta eficiente. É bom que aqueles que detém posse e porte reflitam quanto à necessidade dos outros cidadãos e não se fechar como fosse os únicos seres a merecerem proteção sua e familiares.
É fácil falar. Você com a sua família, acredito deve mora em condomínio residencial com muitos seguranças, anda em automóvel blindado e por força do cargo que exerce deve ter porte de arma.
Exatamente, esse indivíduo, em razão da prerrogativa do cargo que exerce, certamente tem armas em casa, mas não quer que outros da população tenham o mesmo direito.
No ano 2.000 , não havia essa bandidagem, na gestão do PT ….
Após o presidente Jair Bolsonaro assinar na terça-feira odecreto que facilita a posse de armas de fogo no Brasil, o governo prevê editar até o final do mês uma medida provisória que poderá legalizar até 8 milhões de armas irregulares , segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
A anistia que regularizará equipamentos ilegais, por meio de MP, em conjunto com o decreto assinado ontem, deve incrementar o volume de unidades em circulação. Atualmente, segundo dados obtidos pelo GLOBO, existem no país 870.043 mil armas de fogo com registro ativo.
“Made in Bolivia” é a expressão que membros da operação de busca e prisão de Cesare Battisti no país vizinho estão usando para descrever a caçada ao italiano em terras bolivianas —que não teve nenhuma participação da Polícia Federal brasileira, segundo autoridades locais ouvidas pela Folha.
Três integrantes da polícia boliviana em Santa Cruz de La Sierra que estiveram a frente do caso disseram nesta terça-feira (15) que trabalharam em cooperação só com a polícia italiana, que compartilhou informações dando conta de que Battisti estava no país e depois forneceu detalhes para ajudar na procura.
Do Brasil não houve cooperação em nada nessas etapas, segundo os policiais, que falaram sob condição de anonimato por dizerem temer represálias do governo local caso suas manifestações prejudiquem relações do país.
O trabalho, de acordo com os bolivianos, começou com uma notificação enviada em 18 de dezembro pela Interpol a todos os países avisando, com base em alerta da Itália, que possivelmente o foragidoestava na Bolívia.
Os membros da Interpol no país iniciaram o rastreamento pela fronteira com o Brasil e descobriram que Battisti havia entrado ilegalmente em 16 de novembro pela fronteira de Cáceres (MT) com o município boliviano de San Matías, no departamento de Santa Cruz.
Ele ingressou no país por terra, em uma caminhonete dirigida por um boliviano, de acordo com a investigação. A polícia local manterá a investigação sobre o caso para confirmar a identidade desse ajudante, que, pelas pistas, foi quem colaborou para que Battisti permanecesse no país. Também é considerada a possibilidade de participação de outros bolivianos e brasileiros no plano.
Detalhes sobre o caso são mantidos em sigilo.
“Aparentemente, é alguém que tem uma inclinação a cometer um tipo específico de delito, o de ‘estafa’ [enganar alguém para causar prejuízo patrimonial e lucrar]”, disse à Folha o comandante da policia em Santa Cruz, coronel Alfonso Silles.
Com a confirmação de que o procurado estava no pais (e o faro de que Santa Cruz poderia ser seu destino, por ser uma localidade mais populosa e, por isso, melhor para se esconder), policiais intensificaram o trabalho nas ruas: perguntaram sobre ele em hotéis e restaurantes de beiras de estrada, assistiram a imagens de câmera de segurança e consultaram farmácias e hospitais (Battisti tem hepatite e poderia buscar tratamento).
As pistas eram promissoras para os investigadores, que se animaram ainda mais com a chegada de três policiais da Itália a Santa Cruz, dias depois. Os europeus garantiram ter indícios de que quem tanto procuravam estava mesmo na cidade onde acabaria preso no sábado (12).
A equipe, que passou a acompanhar o trabalho, acrescentou elementos para facilitar a busca. Informou, como contam os bolivianos, que Battisti possivelmente frequentaria restaurantes ou bares para comer pizza e beber cerveja. Exibiu fotos do foragido e simulações de como ele poderia se disfarçar, a exemplo das montagens que a PF brasileira divulgou em meados de dezembro.
Os bolivianos dizem que monitoraram também telefones de um círculo de pessoas do país que poderiam estar dando suporte a Battisti. O cruzamento dos dados das ligações (como duração e frequência) com a localização dos aparelhos foi decisivo para o avanço.
De pista em pista, os agentes chegaram a uma pensão em Santa Cruz onde Battisti se hospedou —mas ele já não estava mais lá. O italiano entrou na pousada simples de uma rua do subúrbio no mesmo dia em que atravessou a fronteira, 16 de novembro, a noite. Saiu em 5 de dezembro.
Colheram com o proprietário do local, Enrique Peralta, 58, detalhes preciosos. Souberam que Battisti vinha usando, sim, com barba e cavanhaque, como já sabiam, mas que os pelos não estavam mais brancos (ele tinha pintado). Imagens do circuito interno mostraram ainda que ele estava mais magro do que se imaginava.
A prisão, relatam os bolivianos, foi uma consequência: naquele sábado havia vários carros e policiais a pé no entorno da via onde finalmente o pegaram, em uma avenida da região central distante dez minutos de carro da pensão onde se abrigou até dias antes.
Ao falar do feito, os membros da Interpol no país exibem certo orgulho. Negam que um dos policiais tenha feito dois disparos para o alto durante a captura, como falaram à Folha um dia antes duas testemunhas do episódio. Segundo a corporação, suas regras só aconselham gestos do tipo caso haja resistência ou ameaça aos agentes, o que não ocorreu.
Segundo os policiais, Battisti estava tranquilo e tinha forte cheiro de álcool. Da calçada da escola onde foi pego por volta das 18h30, o fugitivo foi levado para a Interpol, que ocupa um imóvel pequeno nas imediações, com o dia ainda claro.
Enquanto era transportado, pediu que os agentes bolivianos lhe comprassem uma cerveja. Eles dizem que o pedido foi negado e que lhe deram comida quando chegaram. Battisti algum tempo depois dormiu em uma poltrona. Pernoitou ali.
Na memória deles está também, como contam, o momento em que os policiais italianos que estavam na cidade enxergaram o conterrâneo preso. As emoções foram da incredulidade a alegria, com gritos de comemoração, riso e até lagrimas.
Houve também muitos agradecimentos aos bolivianos, como dizem os próprios. Pela narrativa deles, só então o Brasil entraria em cena na história, tentando fazer com que o capturado passasse pelo país para ser extraditado.
Um grupo de 20 profissionais da Interpol em Santa Cruz (oficiais da policia boliviana que são cedidos para a polícia internacional) esteve envolvido no caso. Seis investigadores atuaram na linha de frente, sob as ordens do comandante Paúl Saavedra e do subcomandante Oliver Meneses.
Os integrantes que conversaram com a Folha conduziram o italiano até o avião que o transportou para a Roma, no domingo (13). Dizem que foi o momento em que Battisti mais demonstrou fragilidade: olhou fixamente para a aeronave e levou as mãos ao rosto, com os olhos marejados.
PF BRASILEIRA REIVINDICA PARTICIPAÇÃO
A Polícia Federal de Brasília vem dizendo desde sábado que colaborou com a prisão, diferentemente do que foi dito a reportagem nesta terça na Bolívia. Segundo essas informações, um trabalho de inteligência, em dezembro, teria identificado viagens de pessoas próximas a Battisti para Santa Cruz de La Sierra.
Depois disso, uma outra diligência teria sido realizada para tentar saber se o italiano estava mesmo na cidade. Todas essas informações teriam sido repassadas para a polícia da Bolívia.
Em entrevista na noite desta terça (15) à Globo News, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que gostaria que Battisti tivesse vindo primeiro para o Brasil antes de seguir para a Itália –depois de capturado na Bolívia, a polícia italiana optou por enviá-lo diretamente para Roma, onde chegou na manhã de segunda (14).
“Seria uma forma de o Brasil demonstrar de uma forma clara que o país não seria refúgio para criminosos”, completou.
O ministro disse ainda Brasil não deveria ter concedido asilo político ao terrorista italiano. “O Brasil cometeu um erro em conceder asilo ao Battisti”, afirmou.
Em 2009, o então ministro da Justiça Tarso Genro atendeu a um pedido da defesa do italiano, que estava preso no Distrito Federal desde 2007, e concedeu a ele asilo político. Ex-militante de esquerda, Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos no final da década de 1970 –ele se diz inocente e alvo de perseguição pelo governo italiano.
A decisão de Genro foi derrubada ainda em 2009 pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou que os crimes cometidos por Battisti na Itália foram comuns, e não políticos. Mas a Corte deixou a palavra final para o ex-presidente Lula, que em seu último dia de mandato garantiu a permanência de Battisti no Brasil.
A sorte grande do cidadão de bem brasileiro foi a polícia italiana ter decidido não fazer escala no Brasil com o terrorista a bordo. Sabe-se cumequié: o paraíso da criminalidade é "aqui… e agora", como diria Zelberto Zel, aquele amiguinho do presidiário de Curitiba.
BG
Se foi a policia da Bolívia, do Brasil ou da Itália não interessa. O que interessa mesmo é que esse BANDIDO foi preso e vai pagar pelos crimes cometidos. O Cidadão Brasileiro agora tem menos um bandido a causar despesas que foi agraciado pela mafia que estava no poder no Brasil e foi derrotada nas urnas.
Se isso fosse a mais pura expressão da verdade, o ministro italiano faria discurso de agradecimento a Ivo Morales e não a Bolsonaro. É óbvio que a pressão brasileira foi decisiva, para encurralar o bandido em terras bolivarianas.
Eu não entendo como a imprensa brasileira dá tanto destaque a esse assunto que já foi solucionado. Ficam usando os meios de comunicação pra falar titica, enquanto muitos outros aqui no e do Brasil não tem solução, o governo passado dizia o caso Marielle e o motorista tem que ser esclarecido daqui a 30 dias, foi ? A polícia do Rio diz que já sabe quem mandou executar, mais não mostra os nomes, o governador do Rio q tomou posse a 16 dias diz que está bem pertinho de todos tomar conhecimento da verdade. Será ? Gente enquanto muitos se envolve com a vida do italiano bandido, esquecem os nossos compromissos internos… Imprensa pobre, autoridades incompetentes, isto temos aos Montes!!!!
Três dias antes de renunciar ao mandato de deputado federal para assumir a Presidência da República, Jair Bolsonaro recebeu da Câmara R$ 33,7 mil a título de auxílio-mudança, um salário extra que o Congresso destina todo início e fim de legislatura a parlamentares.
A benesse caiu em 28 de dezembro na conta do então presidente eleito. Somado ao seu salário de deputado daquele mês e acrescido à metade do 13º, Bolsonaro recebeu R$ 84,3 mil brutos no mês passado.
No segundo semestre de 2018 o agora presidente da República participou de pouquíssimas atividades no Congresso devido à campanha eleitoral e à recuperação da tentativa de assassinato que sofreu em 6 de setembro.
A Folha enviou à Presidência da República questionamento sobre as razões do recebimento do auxílio, se Bolsonaro considera adequado o benefício e se ele teve algum tipo de gasto relativo a mudança nos últimos tempos, com discriminação de valores e empresas contratadas.
Não houve resposta até a conclusão desta edição.
Desde a época da transição até agora, Bolsonaro tem utilizado como moradia em Brasília a Granja do Torto e o Palácio da Alvorada, as residências oficiais da Presidência na capital federal.
Segundo a assessoria da Câmara dos Deputados, só 5 dos 513 deputados renunciaram ao recebimento do benefício pago em dezembro: Bohn Gass (PT-RS), Fábio Trad (PSD-MS), Heitor Schuch (PSB-RS), Major Olímpio (PSL-SP) e Mara Gabrilli (PSDB-SP). A assessoria confirmou o pagamento a Bolsonaro, registrado em seu contracheque de dezembro, e disse não ter havido devolução.
Os deputados também foram beneficiados por uma decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é candidato à reeleição ao posto. Ele decidiu antecipar em um mês o pagamento do auxílio.
Normalmente ele é depositado na conta dos parlamentares no final do mandato, que é 31 de janeiro. Sob o argumento de que havia uma folga orçamentária nas contas da Câmara em 2018, Maia decidiu pagar o auxílio a todos no dia 28 de dezembro.
Caso o benefício fosse depositado no final de janeiro, há dúvidas sobre se Bolsonaro poderia recebê-lo, já que ele deixou de ser deputado.
O decreto legislativo que regulamenta o pagamento (276/2014) afirma que o benefício para compensar despesas de mudança e transporte é direcionado “aos membros do Congresso Nacional”.
A Folha também enviou perguntas a Maia, mas não houve resposta até a publicação deste texto.
Assim como Bolsonaro, ao menos 4 dos 5 deputados federais licenciados que compõem seu ministério também receberam o auxílio-mudança: Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), da Saúde, Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania, Marcelo Alvaro Antônio (PSL-MG), do Turismo, e Tereza Cristina (DEM-MS), da Agricultura.
Desses, apenas a ministra da Agricultura manifestou à Câmara que abre mão do auxílio-mudança relativo à próxima legislatura (2019-2022), que será pago em fevereiro, também no valor de R$ 33,7 mil. Apesar de ser ministra, ela é deputada federal licenciada e, pelo entendimento da Câmara, tem direito também ao auxílio de fevereiro.
Após o contato da Folha, a ministra afirmou, por meio de sua assessoria, que irá devolver aos cofres públicos o valor recebido em dezembro. Segundo a assessoria, a parlamentar recebeu “sem saber” e quando se deu conta do que se tratava o dinheiro, procurou um caminho para devolver.
Além de Tereza Cristina, apenas outros 5 dos 513 deputados eleitos —que tomam posse em 1º de fevereiro— formalizaram até agora na Câmara a recusa ao recebimento da regalia de fevereiro: Bohn Gass e Heitor Schuch, que também abriram mão do benefício em dezembro, Gleisi Hoffmann (PT-PR), (PSB-RS), Marcio Alvino (PR-SP) e Rose Modesto (PSDB-MS).
Já contabilizadas as recusas até o momento, a Câmara gastará ao todo, com o extra de dezembro e o de fevereiro, R$ 34,1 milhões.
A Folha também procurou todos os ministros, mas não recebeu resposta dos demais mencionados até a publicação desta reportagem.
São esses e outros benefícios esdrúxulos, que alguns indivíduos e setores privilegiados do serviço público recebem, que deveriam acabar muito antes da reforma da previdência, sob pena de o que se economize com a reforma, só será suficiente pra manter e aumentar essa mordomia com esses maus brasileiro. Isso chega a ser um escárnio, quando vemos muita gente, que até água lhe falta pra beber, quanto mais emprego e dignidade, que é o mínimo do mínimo.
Posse permite manter arma em casa ou em seu local de trabalho Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira, 15, decreto que facilita registro, posse e venda de armas de fogo e de munição. Entre as mudanças, foi ampliado o prazo de validade do registro de armas de cinco para dez anos, tanto para civis como para militares. Também não será mais preciso comprovar a “necessidade efetiva” para a obtenção da posse: o interessado precisará apenas argumentar que mora em cidade violenta, em área rural ou que é agente de segurança, para satisfazer o requisito.
Com o decreto, todos os brasileiros que quiserem poderão ter uma arma?
O decreto flexibilizou a posse das armas, mas ainda será necessário cumprir alguns critérios. É preciso ter, por exemplo, pelo menos 25 anos, não responder a inquérito policial ou processo criminal, e comprovar capacidade técnica e condições psicológicas para utilizar o equipamento.
A flexibilização da posse vale para moradores de todos os Estados?
Sim. O decreto afirma que moradores de zonas rurais têm direito à posse, assim como os de áreas urbanas de Estados violentos. O texto assinado por Bolsonaro considera um Estado violento quando a taxa de homicídio é maior do que 10 por 100 mil habitantes, e o parâmetro adotado são os dados de 2016 do Atlas da Violência publicado em 2018. Por esse critério, todos os Estados têm a posse liberada.
Quantas armas cada pessoa poderá comprar?
Cada pessoa que tiver autorização de posse poderá comprar até quatro armas de fogo de uso permitido. O decreto afirma que, se houver circunstâncias que justifiquem, poderá ser autorizado um número ainda maior.
Quem tiver o direito à posse de uma arma poderá sair pela cidade armado?
Não. Com a posse, o cidadão poderá ter a arma em casa ou no trabalho, se for o proprietário do estabelecimento. Bolsonaro já afirmou que vai flexibilizar também o porte, ou seja, a possibilidade de andar armado pelas ruas. Essa medida, porém, não pode ser feita por meio de um decreto: é preciso aprová-la no Congresso Nacional.
“Por muito tempo, coube ao Estado determinar quem tinha ou não direito de defender a si mesmo, à sua família e à sua propriedade. Hoje, respeitando a vontade popular manifestada no referendo de 2005, devolvemos aos cidadãos brasileiros a liberdade de decidir”, escreveu o presidente.
Em outra mensagem, ressaltou que o decreto também prevê o aumento do prazo de renovação da arma, de três para dez anos, além de ter acabado “com a subjetividade para a compra, que sempre foi dificultada ou impossibilitada”. O presidente já indicou que, além do decreto, deverá dialogar com o Congresso para realizar outras mudanças no Estatuto do Desarmamento.
Reportagem do Estado desta terça mostra que ele encontrará ambiente fértil no parlamento: de 2003 ao ano passado, 362 propostas de lei foram apresentadas com intenção de alterar o estatuto; 187 seguem em tramitação.
Os dados são de levantamento do Instituto Sou da Paz. A maior parte das propostas vem da Câmara, onde foram apresentados 324 dos 362 projetos, e onde ainda tramitam 180 deles. O foco dos legisladores tem sido atacar restrições à concessão de porte de arma de fogo, a autorização para se andar armado na rua, visando a facilitar a permissão para várias categorias profissionais, de pilotos de aeronaves comerciais a caminhoneiros.
Os projetos envolvem ainda ideias como a criação de um porte rural de arma de fogo, o aumento de penas para quem for flagrado cometendo crimes com uso de armas e até mesmo a revogação de competência da Polícia Federal no assunto, devolvendo as atribuições às polícias estaduais, como era antes de 2003. A proposta considerada mais avançada é o PL 3722/2012, do deputado Rogério Peninha (MDB-SC), que tramitou em comissão especial, mas não foi votada em plenário.
Quando tratar o assunto no Congresso, Bolsonaro estará entre amigos. Aliados próximos, e ele mesmo, figuram entre os que mais propuseram projetos sobre o tema. O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) está no topo, com 17 projetos, entre eles o que quer conceder porte de arma a deputados e senadores. Completam a lista, o agora ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP) e o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, comparou nesta terça-feira, 17, o risco a uma criança de ter arma em casa com o risco de se machucar com um liquidificador. Também disse que evitar acidentes é “questão de educação, questão de orientação.” O pronunciamento de Onyx Lorenzoni foi feito após o presidente Jair Bolsonaro assinar nesta terça decreto que facilita a posse de arma no Brasil.
A medida assinada por Bolsonaro torna possível adquirir até quatro armas, amplia o prazo de validade do registro de cinco para dez anos e, na prática, dispensa o cidadão de comprovar que tenha a “efetiva necessidade” de possuir armamento, o que era previsto pela legislação anterior (entenda aqui o que muda na prática).
“Criei quatro filhos com arma dentro de casa e meus filhos nunca foram lá porque eu ensinei para eles o que ela significava. A gente às vezes vê criança pequena botar o dedo dentro do liquidificador, ligar e perde o dedinho. Aí vamos proibir o liquidificador? Não”, disse Onyx. Ao explicar sobre a necessidade de o cidadão declarar se tem cofre ou local seguro para guardar a arma, o ministro disse que “quem tem criança, adolescente, pessoa com deficiência de ordem mental (em casa) tem de ter cuidado redobrado”.
Porte de armas
O ministro disse, ainda, que o governo estuda agora medidas que serão apresentadas nos próximos meses para flexibilizar o porte de armas, a abertura de mercado para esse produto e questões específicas que envolvem colecionadores, atiradores e competidores.
O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse, em entrevista, após cerimônia de transmissão de cargo no Clube da Aeronáutica, que os militares nunca se furtaram de discutir a reforma da Previdência e participar dos esforços governamentais “em prol do País”, como aconteceu em 2001. Ressalvou, no entanto, que as discussões têm de respeitar as especificidades da carreira militar e do regime de proteção social deles, que prevê transferência para reserva e não aposentadoria deles, conforme prevê a Constituição.
“Participamos do esforço governamental sempre. Foi assim em 2001, quando perdemos diversos direitos adquiridos, em prol do País”, declarou o general. “Não nos furtamos a discutir a nossa parte em relação a lei”, afirmou o general, lembrando que este tema não está previsto na Constituição e que este tema está contemplado apenas no artigo 142 da Carta que cita que “uma lei específica” tratará desta questão, “respeitando as peculiaridades da atividade militar”.
Com o debate sobre a reforma da Previdência, os militares têm sido muito cobrados a entrarem com a sua cota. Eles reiteram sempre que são consultados e que, em 2001 já perderam vários dos benefícios que tinham, quando nenhuma outra carreira deu a sua contribuição e ainda ganharam vantagens que eles tinham e perderam com a então reforma. Agora, nas discussões realizadas nas Forças Armadas, os militares se mostraram dispostos a ceder com aumento do tempo mínimo de serviço de 30 para 35 anos e com o início do pagamento de uma cota para os pensionistas do sistema, que hoje são isentos.
Os militares têm reiterado nas conversas que mantêm com outros integrantes do governo sobre a diferenciação do sistema de proteção social da categoria e se surpreenderam, inclusive, com o fato de muitos integrantes da equipe econômica não terem conhecimento das diferenciações e das especificidades da carreira.
As declarações do ministro foram dadas na cerimônia de despedida do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, o almirante Ademir Sobrinho, que listou as inúmeras missões para as quais os militares foram convocados nos últimos anos e atestou que “chegamos aqui ilesos”.
Em sua fala, o almirante Sobrinho, que permaneceu por três anos no cargo, comandando operações nas quais as três forças foram empregadas, se referiu às dificuldades políticas enfrentadas neste período. “Atravessamos juntos crises institucionais, sem nunca esquecer que Defesa é política pública de Estado e não de governo; sem nunca esquecer a quem somos subordinados, que os governos passam e o Estado, a quem juramos preservar, permanece”, disse o almirante, em um recado subliminar a governos anteriores que teriam tentado misturar Estado e governo
Ao se referir às missões para as quais as tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram convocadas, o almirante Sobrinho citou o emprego das três forças como Copa do Mundo, Olimpíada, greves de polícias militares e de caminhoneiros, crise em Roraima por conta da chegada de milhares de venezuelanos, além da falência da segurança pública em vários Estados. “Cremos que chegamos aqui ilesos, mais fortalecidos como Estado Maior e com doutrinas mais robustas”, disse.
O almirante Sobrinho agradeceu ainda aos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer, por, “em momentos de crise, terem tido confiança no trabalho dos militares, lhes delegando tarefas para serem solucionadas”. O almirante será substituído pelo brigadeiro Raul Botelho, que falou da importância de o País ter uma “defesa compatível” com o tamanho do Brasil.
Chegou ao Supremo mais uma ação contra a Medida Provisória (MP) 870/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que extingue o Ministério do Trabalho e distribui sua competência pelos ministérios da Cidadania, da Economia e da Justiça e Segurança Pública. O questionamento dessa vez foi feito pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), que ajuizou na Corte a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 562. As informações estão no site do Supremo
Para a entidade, a MP “fragmenta e reduz a importância e a eficácia das funções inspetoras e mediadoras do Estado brasileiro sobre o conflito capital-trabalho, ao transformar e reorganizar indevidamente atividades que eram desenvolvidas há 88 anos pelo Ministério do Trabalho”.
A Confederação lembra que o Ministério do Trabalho foi criado em 1930 pelo então presidente Getúlio Vargas e, “desde então, os direitos trabalhistas, gestados e fiscalizados por esta pasta, ascenderam de importância, contribuindo para uma distribuição mais ampla da justiça social e para uma qualidade de vida mais digna para a população”.
Como exemplos, a entidade cita as criações da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Justiça do Trabalho, o FGTS, o 13.º salário, o vale transporte e “muitos outros instrumentos de valorização do trabalhador”.
Esse movimento, segundo a Confederação, “fez com que o constituinte de 1988, reconhecendo a importância da matéria, elevasse os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores à máxima hierarquia dentre seus preceitos do texto constitucional, dentro da categoria de direitos humanos de segunda dimensão”.
A Confederação Nacional das Profissões Liberais pede a concessão de liminar para suspender os dispositivos da MP 870/2019 que tratam da extinção do Ministério do Trabalho e da distribuição de suas competências. No mérito, requer sua declaração de inconstitucionalidade.
Presidente do Brasil entre 1995 e 2002, Fernando Henrique Cardoso, fundador e presidente honorário do PSDB, está em Paris, onde participou do diálogo com o sociólogo e seu ex-professor, Alain Touraine. O ex-presidente concedeu entrevista exclusiva à RFI logo antes de entrar na sala, lotada, para debater com o colega, com quem mantém um diálogo que já dura cinco décadas.
No debate intitulado “Ordem contra a democracia?”, organizado pelo Colégio de Estudos Mundiais, da Fundação Casa das Ciências do Homem (FMSH, na sigla em francês) e que teve lugar na Casa da América Latina, em Paris, os dois sociólogos discutiram a crise dos sistemas democráticos ocidentais. Dando continuidade a este ciclo de debates, a Fundação organiza, no dia 31 de janeiro, também na capital francesa, uma conferência intitulada “Brasil: as raízes da vitória da extrema direita”.
Na entrevista para a RFI, FHC, como é conhecido no Brasil, explica por que, mesmo não tendo votado no presidente Jair Bolsonaro e sendo “oposição”, não apoiou Haddad em outubro de 2018. Fala também da crise da democracia brasileira, do fim de um ciclo iniciado com a Constituição de 1988 e de suas expectativas quanto ao novo governo.
No final do evento, membros do coletivo Alerta França-Brasil, criado em Paris em 2016 por ocasião do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, abriram uma faixa em frente à mesa onde aconteceu o debate e chamaram o ex-presidente de “golpista”. Perguntado se tinha se incomodado com o protesto, Cardoso disse que não, pois “estava acostumado”.
RFI – O que aconteceu com o Brasil?
FHC – Uma transformação muito grande, porque o sistema político tal como ele foi montado por nós mesmos com a Constituição de 1988 chegou ao fim de um ciclo. Houve uma desmoralização da vida política, houve também um processo de corrupção que corroeu bastante o poder no Brasil e um desencantamento do povo. E o povo reagiu elegendo um candidato que era pouco conhecido, mas que aparecia como se fosse uma ruptura com tudo o que tinha sido feito anteriormente. Não acho que isso signifique o fim da democracia – na França muitas pessoas acreditam que foi –, é mais complexo que isso, é um ciclo que chega ao fim. É preciso refazer o sistema político, recriar confiança nas pessoas. Quem vai ser capaz de fazer isso é a questão.
RFI – Mas se não é o fim da democracia, como alguns pregam, é o sinal de uma crise da democracia?
FHC – Bom, as democracias estão em crise em geral. Onde há democracia representativa, mesmo aqui na França, penso que há um certo desencontro entre a vontade das pessoas e a representação delas na vida política. Então neste sentido sim, porque você tem hoje novas formas de comunicação que são fundamentais, que conectam as pessoas com muito mais velocidade, independentemente das instituições sociais e tudo o mais. Então, neste sentido, é uma transformação. Se a gente chamar de crise, é uma crise. No nosso caso, a gente tem um problema mais sério, que é a desmoralização. Não só uma crise de desajuste das regras democráticas na vida social, mas também de corrupção no próprio poder, que ficou visível, gerando repulsa da população. Há risco para a democracia? Sempre há risco para a democracia. Eu acho que era o Sérgio Buarque de Holanda que dizia que a democracia é uma plantinha tênue, que tem que regar todo dia, tem que molhar para poder vicejar, para florescer. Então eu não vou dizer que não haja sempre o perigo de uma tentativa de autoritarismo. Eu já passei por momentos bem difíceis no Brasil e sei como é isso, mas por enquanto temos bastante liberdade na imprensa, na movimentação social. Vamos ver como o governo vai se posicionar. Eu, pessoalmente, tenho discrepâncias grandes com a visão de alguns setores do governo, mas isso faz parte do jogo, às vezes você ganha e às vezes você perde. Quando as pessoas que ganham querem evitar que haja a mudança de governo, que haja eleições, que haja liberdade de imprensa, aí complica. Aí você tem uma crise mais profunda. Nós não chegamos a este ponto, ao meu ver.
RFI – Em uma entrevista recente, o senhor falou que, se este governo for de extrema direita, seria oposição. Ainda existe esta dúvida se é ou não um governo de extrema direita?
FHC- Não, não tenho dúvidas. Eu seria oposição de qualquer maneira, eu não votei nele. E eu não votei nesse porque tinha um outro candidato [em quem votar], de um outro partido, e também porque eu não concordo com as ideias que ele expressou durante a campanha. Agora isso não me leva a dizer que o governo vá ser um governo que quebre as regras democráticas, isso é outra coisa. Eu discordo da orientação política e acho que o que eu tentei dizer foi o seguinte: na eleição, não houve uma votação de escolha entre esquerda e direita, entre democracia e ditadura. Isso não estava em jogo. O que estava em jogo era esta irritação da população com a corrupção e pela existência de uma violência espraiada no país. Eles queriam ordem. Foi mais em função de simbolizar a ordem e não estar vinculado a processos corruptivos que levou Bolsonaro à eleição. O que não quer dizer que o governo não tenha dentro dele elementos de direita. Tem.
RFI – E de extrema direita?
FHC – De extrema direita. Com visão bastante reacionária, em alguns setores. Agora, isso vai prevalecer? Aí depende, depende do jogo da sociedade, depende da resistência do Parlamento, da imprensa, não é tão simples assim. As pessoas quando ganham, não fazem tudo o que querem. Eu fui presidente eu não fiz tudo o que eu queria. Não se consegue, a sociedade existe. Então eu acho que a oposição precisa sempre existir. Na democracia, é necessário que exista oposição. Agora oposição, ao meu ver, o que não pode é ser destrutiva, no sentido de dizer que tudo o que vai ser feito pelo governo é errado porque vem do governo. Eu não sei, o que fizer errado eu sou contra. O que não tiver errado, por que eu vou ficar contra? Eu digo errado no sentido do bem-estar do povo, do crescimento da economia, da manutenção das regras democráticas. Se houver e quando houver atentado quanto a estas questões, eu acho que quem está na condição deve protestar, deve reagir.
RFI – O senhor acabou de dizer que não votou em Bolsonaro. Por que não declarou voto ou apoiou a Haddad, num momento tão decisivo da História do Brasil?
FHC – Isso é outra coisa, porque eu nunca estive de acordo também com as posições do PT, que levaram à situação, a este descalabro em que nós estamos. Eu me dou com o Haddad, pessoalmente, e não tenho nada contra ele, pelo contrário. Agora, ele botou uma máscara de Lula. Bom, o Lula fez coisas positivas, sem dúvida, mas ao mesmo tempo é responsável pelas transformações negativas ocorridas na vida política brasileira. Então há momentos em que a gente tem que ter noção de que “pô, eu não tô nem cá, nem lá”, não é a minha escolha, eu não sou obrigado a optar. Se houvesse o risco de quebra da democracia, aí sim. Depende da avaliação. Eu avaliei que não, que nós temos capacidade de resistência. Não vi nestes termos. Eu sei que muitas pessoas do PT dizem: “É o fascismo”. Mas eles não conhecem a História. Não tem fascismo, assim como não tem comunismo. Os dois lados têm esta visão um pouco antiquada. Então eu não sou obrigado a fazer uma escolha, eu não estou escolhendo entre a liberdade e a ditadura, entre o fascismo… Bom, também entre o fascismo e o comunismo fica difícil fazer uma escolha.
RFI – Esta questão se deve ao fato de que aqui na França eles estão acostumados a ver os partidos tradicionais fazerem uma frente republicana contra a extrema direita cada vez que ela chega ao segundo turno de uma eleição. E, poucos dias antes do segundo turno no Brasil, eu fui à Assembleia Nacional francesa e falei com deputados de diversos partidos e tendências que não entendiam por que não houve isso no Brasil.
FHC – Eu sei, eu conheço bem a vida francesa. Mas não houve também nenhum esforço, o PT nunca se mostrou aberto neste sentido, então é difícil encontrar razões [para apoiar]. Fizeram tantas coisas erradas, será que o meu voto vai fortalecer estas coisas erradas? Mas também não vou votar naquele em quem eu não acredito. Eu não vi como uma situação de que o novo governo é uma ameaça à democracia. Neste caso, teria de se fazer uma frente democrática. Mas não foi posto assim lá. Foi posto depois ou na hora do desespero da campanha final. Mas não é o que estava em jogo, eram outras questões que estavam em jogo. Talvez eu esteja equivocado, vamos ver daqui a pouco. Se eu estiver é ruim, porque aí vamos ter de lutar pela liberdade. Eu já lutei outras vezes, eu não teria nenhuma dificuldade, ainda mais agora, a esta altura da vida, eu digo o que eu penso. Eu não achei que valesse a pena comprometer minha posição de pensamento por uma candidatura que se dizia progressista, mas que tem em si as marcas do desastre que houve no Brasil: a estagnação da economia, pauperização, não intencionada, mas como consequência de muitos malfeitos e muita corrupção. A corrupção não era pessoal só, mas das instituições, o que é mais grave.
RFI – Esta corrupção das instituições já não existia antes? Não é um caso crônico do Brasil?
FHC – Não, aí é que está a diferença. Você pode dizer que sempre houve corrupção, sempre haverá, aí é outra coisa. Não é isso não: é a organização da corrupção como base de poder. É outra coisa, muito mais grave. Não é corrupção de A, de B ou de C que é má-conduta pessoal, que está errado, mas além disso você tem aqui a corrupção de um sistema que passava pela utilização de empresas públicas para financiar empresas privadas que financiavam partidos de maneira sistemática. Isso é algo muito contra a democracia, contra a liberdade. E eu não posso escolher este lado contra o outro.
RFI – Qual a sua opinião em relação à Operação Lava Jato, o senhor a apoiou?
FHC – Eu sempre apoiei, mesmo se há exageros. Vou dar um exemplo: um governador do meu partido, do estado de Minas Gerais, foi condenado a 21 anos. O que ele fez? Ele eu não sei se fez, mas algumas pessoas que trabalhavam com ele fizeram um contrato com o governo, que na verdade era para usar dinheiro para a campanha dele. Foi condenado a 21 anos, é um exagero. Como é que você resolve isso? Apelando. Porque a Justiça funciona. Você não pode dizer que há uma perseguição política no Brasil. Há muita gente na política que está sendo condenado, por acusações de corrupção, de mau uso do dinheiro público. Você pode discutir isso na Justiça, pode discutir se a pena é correta. Os juízes da Lava Jato são da primeira instância, depois você recorre à segunda instância e ainda tem o Supremo Tribunal Federal. Então, se todas instâncias dizem que é culpado, o que que eu vou fazer? Ou eu acredito que a Justiça e a democracia existem ou eu faço o quê?
RFI – Voltando ao governo Bolsonaro, já estamos no 14º dia de seu governo, qual a sua avaliação destes primeiros dias? O senhor acha que o fato de o Brasil ter eleito um presidente de extrema direita vai afetar negativamente a imagem do país no exterior e particularmente na França?
FHC – Vamos começar por aí. Afeta. É claro que afeta. A percepção do resto do mundo e particularmente na França é negativa. O governo começou complicado, com a recusa do pacto de imigração, dizer que vai sair da convenção sobre o clima, são posições difíceis de imaginar que o mundo aceite com aplausos. Dentro do governo, tem setores ultraliberais, na parte econômica, setores que são culturalmente atrasados, reacionários, e setores que são fora do mundo, “démodé”.
RFI – E como fazer com que isso funcione? Para que eles se entendam para governar?
FHC – Este é o ponto, é difícil ver. Você vê que, no começo do governo, estão dando muitas cabeçadas, um diz uma coisa, o outro diz outra coisa e tal. Eu sou prudente, eu fui presidente, eu sei que é difícil, não gosto de jogar pedra toda hora e às vezes no começo as pessoas custam a se ajeitar. Mas aí é mais do que isso, são setores muito desencontrados. Eu sou brasileiro em primeiro lugar; o meu partido, para mim, vem depois. Eu quero o bem-estar do povo e tenho uma visão de mundo. Acredito na humanidade, acho que tem valores universais, direitos humanos, essa coisa toda, então eu torço para que não façam erros, não torço para que errem. Deixa ver o que vai acontecer. Mas que estão dando cabeçada, estão.
Se ele foi “oposição velada” aos próprios candidatos do seu partido…o ego é grande demais. Nas últimas décadas o único apoio que vimos dele foi para não prender Lula. Logo a credibilidade que tem é (-) menos 100%.
As ações preferenciais da fabricante de armas Taurus reverteram os ganhos e recuaram nesta terça-feira, tendo perdido mais de 20% após a assinatura de decreto de flexibilização de posse de armas no país pelo presidente Jair Bolsonaro — uma de suas principais promessas de campanha.
Redigido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e finalizado na Casa Civil, o novo decreto prevê o aumento do prazo para renovação da autorização de posse de arma de cinco para dez anos e a ampliação de casos em que tal necessidade se aplica, como morar em área rural ou em estados com mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes por ano.
Por volta das 14h45, os papéis estavam em leilão após caírem 9%, a R$ 7,55, com muitos investidores aproveitando para obter lucros, após a cotação mais do que dobrar desde o começo do ano. Até a véspera, as ações preferenciais contabilizavam em 2019 um ganho de 104,94%. Mais cedo, o papel chegou a se valorizar 11,08%. Na mínima, caía 21,33%.
As ações ordinárias, que têm menos liquidez, caíam 12,25%, também em leilão, a R$ 7,81.
— Vejo como um movimento de realização de lucro — destacou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, destacando que a trajetória de alta do começo do pregão se inverteu depois que a assinatura do decreto foi confirmada.
Em 2018, as preferenciais saltaram 88,37% e as ordinárias dispararam 146,91%, em grande parte apoiadas em sinalizações de Bolsonaro, no sentido de ampliação de investimentos em segurança pública e liberalização nas regras de posse de armas.
A companhia também divulgou na semana passada que seu conselho de administração aprovou acordo preliminar com autoridades americanas para encerrar um processo nos Estados Unidos, relacionado aos produtos da fabricante de armas brasileira.
A Taurus, que afirma ser uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, encerrou os nove meses até setembro de 2018 com receita líquida de R$ 623,5 milhões, mas prejuízo consolidado de R$ 44,6 milhões.
As vendas líquidas de armas nos nove primeiros meses do ano passado totalizaram R$ 613,6 milhões, alta de 17,4% em relação ao mesmo período de 2017.
O Globo
A Caixa prepara um plano de ampliação do microcrédito no país dos atuais R$ 4,9 bilhões para até R$ 30 bilhões, em dez anos.
Segundo o Globo, a instituição deve criar uma empresa — em sociedade com o Banco do Nordeste e mais um parceiro da iniciativa privada — para cuidar do novo programa.
A ideia é abrir o capital dessa nova companhia no futuro. Essa e outras informações foram antecipadas pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
José Mayer, 69, e a Globo deram fim à parceria após mais de 35 anos. A notícia foi confirmada pela própria emissora nesta terça (15) em forma de comunicado oficial. Afastado da TV desde abril de 2017, quando foi acusado de assédio sexual pela figurinista Susslem Meneguzzi Tonani, durante os bastidores da novela “A Lei do Amor”, o ator permanecia com contrato vigente. Tonani, por sua vez, decidiu não levar adiante o inquérito contra Mayer.
“Depois de mais de 35 anos de uma trajetória iniciada na novela ‘Guerra dos Sexos’, em 1983, com participação em mais de 40 obras, entre novelas, séries, minisséries e especiais, a Globo e o ator José Mayer informam o fim da parceria, de comum acordo, no final de 2018”, diz o comunicado.
Na ocasião, Mayer pediu desculpas pelo ocorrido. “Mesmo não tendo tido a intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas colegas”, dizia trecho de carta enviada pelo ator. Atrizes e funcionárias da emissora chegaram a fazer protestos contra o assédio.
Em entrevista nesta terça (15) ao programa A Tarde É Sua (RedeTV!), Mayer revelou que gostaria de voltar a atuar e que faltavam convites. “Estou pronto para voltar a atuar e sinto tanta falta como me sinto preparado. Estou 100% de saúde e estou animado, mas me falta convite. O convite que pintar estou aberto e vou pegar com tudo nesse retorno de trabalho”, disse.
No quesito saúde, o artista também passou por uma doença rara e pela qual teve de ficar internado por 30 dias. Ele fez um tratamento contra granulomatose de Wegener, uma doença, autoimune e rara, que não tem causa conhecida e pode atingir o pulmão, os rins ou as vias aéreas superiores.
Quem também causou polêmica foi o autor de novelas Aguinaldo Silva, que pediu nas redes sociais, na segunda (14), a volta do artista à TV. “Não há crime se não há queixa à polícia nem denúncia na Justiça. Por isso, volta, José Mayer”, publicou. Era para Mayer fazer parte do elenco de “O Sétimo Guardião”, do próprio Aguinaldo, mas a acusação de assédio, em 2017, fez com que a Globo o tirasse de cena.
Folhapress
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