Trânsito

PARA SE INVESTIGAR PELO PAÍS: Após relato de supostas técnicas para multar mais, prefeitura em SP anuncia que vai romper contrato de radar

Foto: Wagner Morente/Prefeitura de Limeira

A Prefeitura de Limeira (SP) anunciou nesta terça-feira (14) o rompimento de três contratos referentes à fiscalização por radares, processamento de multas e de sinalização de trânsito e semaforização.

A medida foi tomada após uma reportagem da Rádio Bandeirantes revelar áudio no qual um funcionário da empresa que realiza semaforização e sinalização relata supostas técnicas usadas para aumentar a arrecadação com radares.

Segundo a reportagem da rádio, as declarações do funcionário da empresa Cobrasin foram feitas em uma ligação na qual o repórter se identificou como responsável pelo Departamento de Trânsito de uma prefeitura interessada em aumentar a arrecadação com multas.

“Tem radar que é colocado em rua que não paga nada, aí o radar não paga ele mesmo. Tem cidade que a gente chega que já tem o equipamento e o cara fala: ‘não consigo arrecadar nada’. A gente fala: ‘Lógico, você colocou uma lombada em cima do radar. Você quer colocar o equipamento de radar, mas quer agradar a população também? Aí você matou o radar'”, afirma na gravação.

Ele também indicou como deve ser feito o posicionamento das placas de trânsito. “Você não precisa antecipar ela [placa]. Você coloca ela próxima ao radar, junto com o radar. Na própria coluna onde está a máquina do radar, você coloca a placa que não vai ter erro”, orientou.

O funcionário ainda diz que a arrecadação com radares vai ser sempre três vezes maior do que o gasto com eles e que há possibilidade contratual de que a empresa ganhe conforme a quantidade de multas aplicadas.

“Estou falando com base por Limeira. Sou eu que faço o processamento de multas aqui. Então eu sei quanto Limeira arrecada com multa e o quanto ela gasta com radar. Em Limeira, gente arrecada em torno de R$ 1 milhão, R$ 1,2 milhão por mês”, acrescentou.

Em coletiva de imprensa para anunciar o rompimento do contrato, o prefeito Mário Botion (PSD) afirmou que a decisão pelo rompimento dos contratos se deu “pelo interesse público, pela transparência e pela moralidade”.

“Embora o funcionário da Cobrasin e a Cobrasin não operem radar, acabou ficando uma dúvida dessa questão da operação, o que acontece em Limeira e em outras cidades onde a Cobrasin opera radares. Aqui em Limeira não, mas na questão dos radares, a primeira pontuação é de que existia uma manipulação para aumentar o número de multas”, disse o prefeito.

Ele destacou que os contratos foram firmados na gestão anterior, em 2016, e que quando assumiu os manteve e realizou avaliações técnicas em todos os radares, inclusive corrigindo posicionamento de alguns.

“Tecnicamente, os radares estão posicionados em 42 locais com 92 faixas de fiscalização. Eles estão todos colocados e aferidos como manda o parecer técnico. Então, tecnicamente não há problemas na operação dos radares em Limeira”, garantiu.

Botion também afirmou que não há indícios oficiais de irregularidades nos processos licitatórios apontados por órgãos fiscalizadores, como Ministério Público e Tribunal de Contas.

Multas não serão canceladas

Multas que já foram aplicadas não serão canceladas, uma vez que todos os radares estão aferidos e regulares segundo órgãos de aferição, segundo o prefeito.

O secretário de Assuntos Jurídicos, Daniel de Campos, lembrou que em outros casos do passado no qual foram identificados problemas pontuais, como mudança abrupta no limite de velocidade de uma via ou erro no sentido onde foi instalado o equipamento, as infrações foram anuladas.

Ele acrescentou que haverá um prazo para que as empresas cujos contratos serão cancelados possam se manifestar, mas que o processo de cancelamento dos contratos ocorrerá “o mais rápido possível”.

A administração municipal ainda afirmou que para não deixar o trânsito sem serviços essenciais serão firmados contratos emergenciais de semaforização e sinalização viária. E, no caso dos radares e processamento de multas, será aberto processo de licitação, a menos que haja necessidade de procedimentos emergenciais durante a transição.

Secretário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Oliveira ressaltou que os valores contratuais são fixos e a empresa que faz fiscalização não ganham conforme o número de multas aplicadas.

“Ele [funcionário que fala na reportagem] não trabalha com multas e radar. Ele trabalha na empresa de semaforização e sinalização […] Temos toda a documentação em relação aos radares, toda a documentação em relação à aferição, estudos técnicos. Então, o que foi colocado, foi colocado de forma errônea por uma pessoa que não participa em nada no processo de radares do nosso município”.

O que dizem as empresas

A Cobrasin, empresa responsável pelos contratos de processamento de multas, semaforização e sinalização de trânsito classificou as declarações de seu funcionário como “inverídicas e fantasiosas”.

Em nota, comunicou que ele trabalha com sinalização viária e não tem autorização ou competência para falar em nome da Cobrasin.

“A Cobrasin não atua no segmento de radares. Faz mais de cinco anos que fechou sua divisão de radares, focando sua atuação apenas no processamento de multas e sinalização viária, não havendo qualquer vinculação em sua remuneração à quantidade de multas aplicadas. Portanto, as declarações do referido funcionário são, inclusive, destituídas de sentido prático ou legal”, apontou.

Também destacou que nunca participou da implantação e instalação de qualquer tipo de radar, inclusive os de Limeira.

“A Cobrasin repudia veementemente as declarações de seu funcionário, que estava de férias por ocasião da produção da reportagem, sendo certo que o mesmo foi, de imediato, suspenso preventivamente de suas atividades na empresa para regular e própria apuração dos fatos que o ensejaram a fornecer tais declarações destituídas de realidade. O Departamento Jurídico da Cobrasin adotará, de pronto, medidas cabíveis para o restabelecimento da verdade dos fatos”, informou.

Responsável pela instalação, gestão e manutenção de radares na cidade, o Consórcio Limeira + Segura, formado pelas empresas Velsis e Sentran, informou que o grupo ou seus sócios não têm qualquer relação societária com a Cobrasin ou seus sócios.

“As atividades são completamente distintas, executadas por contratos assinados de forma independente e em períodos distintos um do outro”, observou.

Também destacou que a quantidade e localização dos equipamentos são determinados pela Prefeitura de Limeira a partir de estudos técnicos regulamentados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

“Informamos que os radares em funcionamento na cidade de Limeira hoje estão em total conformidade, com a respectiva sinalização e devidamente aferidos visando a segurança no trânsito, que é o objetivo maior do nosso trabalho”, acrescentou.

O consórcio também apontou que não existe no Brasil, atualmente, remuneração vinculada à quantidade de multas, “razão pela qual inexistiria qualquer motivação para este tipo de incentivo”.

G1

Opinião dos leitores

  1. Mais uma para a cota do acerto do MITO, cancelou contratos e alguém intetessado mo assunto impediu.
    Trava tudo novamente MITO tá provado que tem maracutaia

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[VÍDEO] Madrugada de terror em Nova Cidade: guerra de facções espalha medo na Zona Oeste

Vídeo: Via Certa Natal

A madrugada desta quarta-feira (27) foi de pânico para os moradores de Nova Cidade, na Zona Oeste de Natal. Uma intensa troca de tiros entre facções criminosas transformou a região em cenário de guerra e obrigou famílias inteiras a se recolherem em casa, temendo ser atingidas no fogo cruzado.

Relatos de moradores apontam que os disparos começaram ainda durante a noite e se estenderam pela madrugada.

O clima de insegurança também atingiu outros bairros da Zona Oeste. Houve registros de novos tiroteios em Felipe Camarão e Cidade Nova, sinal de que a disputa entre facções rivais segue intensa e já se arrasta há vários dias, deixando a população refém da violência.

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Geral

Eduardo diz que Moraes é “merecedor” de todas as sanções ao “dobrar aposta”

Foto: Tv Câmara/Youtube

Ao participar nesta quarta-feira (27) de forma remota da subcomissão especial para apurar violações de direitos de condenados do 8 de janeiro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é “merecedor de todas as sanções” ao “dobrar a aposta”.

“Toda vez que ele (Alexandre de Moraes) dobra a posta, ele nos dá a chance de saber que ele é merecedor de todas as sanções”, disse o deputado em transmissão.

O parlamentar está nos EUA desde o início deste ano e foi indiciado recentemente pela PF (Polícia Federal) junto ao seu pai, Jair Bolsonaro (PL), por supostamente ter atuado no país para obstruir o avanço da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Moraes é o responsável pela ação.

O magistrado foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. A legislação americana inclui sanções financeiras, como bloqueio de bens e contas no exterior, e também se estende para empresas do país que forneçam serviços aos sancionados.

Em resposta à ação, em entrevista à agência de notícias Reuters, Moraes afirmou que bancos podem ser punidos caso apliquem sanções sem que haja uma decisão da Justiça brasileira.

Além de Moraes, membros do governo brasileiro também sofreram retaliações, como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que teve seu visto de viagem ao país cancelado.

Na subcomissão, Eduardo disse que “a gente trabalha o que o nosso eleitorado pede, formar a direita”.

“Meu pai não veio porque Moraes apreendeu o passaporte do meu pai. Moraes tem o desejo de ser uma pessoa má, pra ter respeito das pessoas. Isso é prática de um gângster, de um mafioso”, prosseguiu.

“Inventaram pra mim um crime de que é vir com muita frequência aos EUA. Todo mundo sabe da minha proximidade com a família Trump, com pessoas do governo aqui”, adicionou Eduardo.

Alexandre de Moraes também é relator do processo criminal o qual Jair Bolsonaro é réu. A ação apura uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, após as eleições, em que o ex-presidente estaria supostamente envolvido.

CNN

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Vereador Professor Ítalo propõe audiência pública para discutir binário entre as avenidas Maria Lacerda e Abel Cabral

Foto: Divulgação

Na sessão desta terça-feira (27), na Câmara Municipal de Parnamirim, o vereador Professor Ítalo Siqueira (PSDB) anunciou que irá marcar uma audiência pública para discutir a possibilidade da implantação de um binário entre as Avenidas Maria Lacerda Montenegro e Abel Cabral, em Nova Parnamirim.

Segundo o parlamentar, a Maria Lacerda é hoje uma das vias mais movimentadas do município, mas o crescimento acelerado da urbanização tornou a avenida pequena para o grande volume de automóveis. A proposta do binário surge como alternativa para melhorar a mobilidade urbana na região.

“A Maria Lacerda e a Abel Cabral são fundamentais para a mobilidade de Nova Parnamirim, mas já não comportam o trânsito intenso que temos hoje. A ideia do binário é justamente buscar uma solução viável para desafogar o tráfego e dar mais qualidade de vida à população. Por isso, queremos ouvir moradores, comerciantes, associações, além da Prefeitura e da Câmara, para que todos possam contribuir nesse estudo”, destacou o vereador.

A data da audiência pública será definida e divulgada oficialmente pela Câmara Municipal nos próximos dias.

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Gasto com Previdência subirá R$ 87,2 bi em 2026 com reajustes, novos benefícios e salário-maternidade

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O gasto com benefícios previdenciários vai subir R$ 87,2 bilhões em 2026 com a concessão de reajustes, novos benefícios e o impacto da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que flexibilizou as regras de pagamento do salário-maternidade.

Nas contas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a despesa total chegará a R$ 1,072 trilhão no ano que vem, contra R$ 984,66 bilhões em 2025. O dado não inclui sentenças judiciais nem compensações devidas a regimes previdenciários de estados e municípios.

A projeção, obtida pela Folha por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), constará no PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026, a ser enviado ao Congresso Nacional até a próxima sexta-feira (29).

O crescimento nominal de 8,9% tende a gerar pressão sobre o limite de gastos do arcabouço fiscal, que é corrigido pela inflação acumulada em 12 meses até junho (5,35%) mais uma variação real, que ficará em 2,5% no ano que vem.

Pelas estimativas do INSS, só a decisão do STF sobre o salário-maternidade terá um impacto extra de R$ 8,5 bilhões.

Em março de 2024, os ministros do Supremo consideraram inconstitucional a regra que exigia de trabalhadoras autônomas um período mínimo de dez contribuições para acessar o benefício. Além dos novos pedidos, o governo entende que a decisão pode abrir caminho à cobrança de retroativos por parte de seguradas que tiveram o requerimento negado nos últimos cinco anos.

Embora significativo, o impacto indicado pelo INSS é inferior aos R$ 12 bilhões que a Previdência havia divulgado inicialmente. O valor passou a ser usado pela equipe econômica como justificativa para defender uma mudança nas regras fiscais que, na prática, vai abrir um espaço extra de R$ 12 bilhões em ano eleitoral.

A alteração consta na PEC (proposta de emenda à Constituição) 66, que flexibiliza as regras de pagamento de sentenças judiciais devidas por estados e municípios. O texto também retira os precatórios da União do limite de gastos do arcabouço e prevê uma transição de dez anos até que essas despesas voltem a ser integralmente contabilizadas na meta de resultado primário (diferença entre receitas e despesas, descontado o serviço da dívida).

A ministra Simone Tebet (Planejamento) chegou a dizer, em 16 de julho, que a expansão do limite de gastos daria “neutralidade” frente ao impacto da decisão do STF. “Achei justa essa neutralidade para a gente zerar o jogo”, afirmou na ocasião.

Folha de S.Paulo

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Geral

Líderes da Câmara não chegam a consenso sobre PECs e governo ganha tempo

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Líderes da Câmara dos Deputados não chegaram a um consenso sobre a votação de duas PECs (propostas de emenda à Constituição) que estavam pautadas para o plenário da Casa nesta quarta-feira (27).

São elas PEC da Blindagem — que dificulta investigações contra parlamentares, entre outros pontos — e a PEC do Fim do Foro Privilegiado, que tiraria processos contra congressistas do STF (Supremo Tribunal Federal) e os levaria para outras instâncias judiciais.

Após cerca de três horas de reunião na Residência Oficial da Câmara, em Brasília, governistas, oposicionistas e centrão não chegaram a um denominador comum. Inclusive, não há ainda nem textos finais protocolados oficialmente no sistema da Câmara sobre os assuntos.

Os textos são pleitos da oposição, com certo apoio de parte do centrão. A base aliada do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é contra.

Líderes da oposição querem voltar a discutir as propostas na semana que vem. Porém, com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF a possibilidade deve ficar mais remota.

“Ainda bem que não houve consenso. Vai se discutir o texto. A gente não acha correto ter que ter algum tipo de autorização para investigar deputado. Tem muitas polêmicas. Mexer no quórum do STF, suspender inquéritos”, disse o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), sobre a PEC da Blindagem.

“Então a confusão foi grande em cima desses pontos. Tinha duas propostas de texto. Agora, a decisão é de não votar para o relator tentar ver alguma proposta de encaminhamento. Isso fica para depois. A gente respira aliviado porque ganhou um tempo”, acrescentou.

O texto original da PEC da Blindagem amplia a proteção a parlamentares no Congresso. De 2021, a proposta fala que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Também, que o parlamentar não pode ser afastado de suas funções por decisão judicial cautelar.

Outro ponto prevê que os membros do Congresso só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável. Ainda, que medidas cautelares que interfiram no mandato parlamentar só terão efeito se ratificada a decisão pelo plenário do STF.

CNN

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Geral

Presidente do União responde a Lula e menciona ‘força política que não se submete ao governo’

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, respondeu a cobranças do presidente Lula a ministros da legenda. Em publicação nas redes sociais, Rueda afirmou que as declarações do petista apenas reforçam “a importância de uma força política que não se submete ao governo”.

A reação ocorreu após reunião ministerial em que Lula cobrou lealdade de ministros filiados ao União Brasil e ao PP, que formaram recentemente a federação União Progressista. Como mostrou o Estadão, Lula disse ter ficado indignado ao ver Rueda falar mal dele na cerimônia de anúncio da federação sem que nenhum ministro o defendesse.

O presidente também admitiu não gostar de Rueda, o que foi mencionado na publicação do presidente do União. “Na democracia, o convívio institucional não se mede por afinidades pessoais, mas pelo respeito às instituições e às responsabilidades de cada um. O que deve nos guiar é a construção de soluções e não demonstrações de desafeto”, escreveu.

No encontro de ontem, Lula avisou que quem não estiver confortável em permanecer na equipe deve deixar a Esplanada, mas ressaltou que espera manter relação de amizade com aqueles que eventualmente saírem. O presidente ainda pediu neutralidade na disputa de 2026, caso alguns não apoiem sua candidatura no primeiro turno.

O embate ocorre em meio a movimentos internos da federação em defesa da saída de seus quadros do governo. O União Brasil controla três pastas: Turismo, com Celso Sabino; Comunicações, com Frederico de Siqueira Filho; e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes – os dois últimos são indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e não integram a sigla. Já o PP ocupa a pasta do Esporte, chefiada por André Fufuca.

O grupo formado pela federação ainda não apresenta consenso sobre a decisão de integrar ou deixar o governo federal. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), já defendeu o desembarque do governo Lula “o mais rápido possível”. Já Alcolumbre usou um tom conciliador ao dizer que a União Progressista não é nem governo nem oposição.

UOL

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Brasil

Presidente e relator da CPMI do INSS pedem a Mendonça acesso a inquéritos

Foto: Antonio Augusto/SCO/STF

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), se reúnem na noite desta quarta-feira, 27, com o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro ocorre na Corte.

O objetivo dos parlamentares é pedir ao magistrado acesso da CPMI aos inquéritos que tramitam no Supremo sobre os descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Mendonça é o relator das investigações.

A expectativa de Viana e Gaspar é que o compartilhamento das informações possa agilizar os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que já acumula cerca de mil requerimentos de informações apresentados por seus membros.

“Tenho certeza que o que for possível, será feito. Isso vai fazer com que a CPMI avance com muita rapidez”, afirmou o presidente do colegiado.

Na manhã de quinta-feira, 28, a CPMI fará sua terceira reunião. Estão previstos a votação de requerimentos, a oitiva de Patrícia Bettin Chaves, coordenadora da Câmara de Coordenação
e Revisão Previdenciária da Defensoria Pública da União (DPU), e uma oitiva secreta do delegado da Polícia Federal (PF) Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi.

Na última terça-feira, 26, a CPMI aprovou convites a todos os ministros da Previdência Social desde 2015 e a convocação tanto dos presidentes do INSS desde aquele ano como do lobista e operador financeiro conhecido como “Careca do INSS“, para prestarem depoimentos. Além disso, a convocação de presidentes de associações de Acordo de Cooperação Técnica (ACT), dos presidentes da Dataprev e do empresário Maurício Camisotti – vinculado a lobistas.

E o irmão do presidente Lula?

O líder da oposição no Congresso, senador Izalci Lucas (PL-DF), disse na terça, em entrevista a O Antagonista, que é “indispensável” convocar Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT) e vice-presidente do Sindnapi, para prestar depoimento na CPMI do INSS.

Segundo Izalci, Frei Chico precisa ser convocado por vários motivos. “Primeiro, o sindicato que ele é vice-presidente cresceu de arrecadação de 23 milhões de reais para 154 milhões de reais. Há uma instrução normativa do INSS proibindo, e isso está sendo desrespeitado, que qualquer parente de segundo grau de poder de mando não poderia compor nenhuma associação nem sindicato. Então, o irmão do presidente Lula não poderia estar como vice-presidente dessa instituição com vínculo com o INSS”.

Ele prosseguiu: “Está desrespeitando uma instrução normativa do INSS. E, além disso, explicar porque ou teve muita falcatrua, como aconteceu em outras, ou houve realmente o poder político por ser irmão do presidente. Então é indispensável”.

Ainda de acordo com o senador, entidades que deveriam ser investigadas pela Polícia Federal por causa do esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões não estão sendo.

“Ficou fora os principais. A Contag está fora, o sindicato do irmão do presidente está fora das investigações. E nós estamos vendo aí a devolução dos recursos com dinheiro público, e essas entidades sequer sendo investigadas. Então a CPMI agora vai ter que investigar ponto a ponto”, declarou o senador.

Porém, por enquanto, não há data prevista para que a comissão vote um requerimento de convocação de Frei Chico.

O Antagonista 

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Brasil

Adultização: Senado aprova regras para proteção de crianças na internet

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O Senado aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto sobre a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais, o chamado “PL (Projeto de Lei) da adultização”.

O texto, aprovado com amplo apoio e de forma simbólica, segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Casa já havia aprovado a proposta no fim do ano passado, mas, por ter sofrido mudanças na Câmara, a matéria retornou para a análise dos senadores.

O relator, senador Flávio Arns (PSB-PR), propôs poucos ajustes no texto. Segundo ele, a Câmara “aprimorou muito”.

A proposta cria regras para a garantia de direitos e proteção de menores de idade na internet. Para isso, estabelece diretrizes e obrigações para as plataformas digitais.

Entre as mudanças, o relator retirou artigo incluído na Câmara que tratava de “caixas de recompensas” (loot boxes) em jogos eletrônicos. O mecanismo permite a compra de prêmios virtuais, que pode envolver recompensas aleatórias.

Para o senador, a prática se assemelha a jogos de azar e pode estimular o vício. “Não existem limites seguros para que crianças e adolescentes utilizem este tipo de ferramenta”, afirmou o relator no parecer.

A versão aprovada pela Câmara dos Deputados permitia o uso das loot boxes, desde que respeitadas determinadas condições. Arns optou por retirar completamente o trecho e retomar o texto inicial do Senado.

Arns também inclui no projeto a obrigação de empresas removerem e comunicarem autoridades sobre conteúdos de “aparente exploração, de abuso sexual, de sequestro e de aliciamento detectados em seus produtos ou serviços, direta ou indiretamente”.

O projeto original é do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O texto foi aprovado no fim de 2024. Na Câmara, o texto recebeu o aval dos deputados na semana passada, mas, por ter sido alvo de mudanças, voltou para a análise dos senadores.

O tema da “adultização” ganhou destaque no debate público após denúncias feitas pelo youtuber e influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca, sobre conteúdos nas redes sociais que expõe a sexualização de menores de idade.

Classificação indicativa

Arns retirou do texto a obrigação de plataformas adotarem mecanismos confiáveis para impedir o acesso por crianças a conteúdos cuja classificação indicativa considere como não recomendado para a faixa etária correspondente.

Segundo o relator, a classificação não é um instrumento para impedir a veiculação ou acesso a conteúdos, mas, sim, para “informar à família sobre a natureza do conteúdo veiculado, para que possa ser feita a devida mediação parental”.

A mudança atende pedidos de plataformas e empresas fornecedoras do setor de tecnologia, como streamings e operadoras. A CNN apurou que nos últimos dias representantes de plataformas estiveram no Congresso pedindo ajustes.

O relator, no entanto, manteve no texto a obrigação de fornecedores de adotarem mecanismos efetivos para a verificação de idade (com a proibição de autodeclaração) quando o conteúdo conter material pornográfico.

Mudanças na Câmara

Na Câmara, o relator, deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI), incluiu na ementa da proposta a expressão “ECA digital”, em referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Entre outras medidas, a matéria estabelece ações em prol do controle parental, proteção de dados, publicidade digital, filtros de conteúdo, como classificação etária de conteúdos; proíbe técnicas de perfilamento para direcionar publicidade a crianças e adolescentes.

São previstas na proposta punições para empresas em caso de descumprimentos das novas regras. As possíveis penalidades incluem:

advertência, com prazo de 30 dias para medidas coercitivas;

multa simples de até 10% do faturamento do grupo econômico no Brasil ou multa de R$ 10 até R$ 1.000 por usuário cadastrado no provedor, com limitada de R$ 50 milhões por infração;

suspensão temporária das atividades; e proibição de exercício das atividades.

Pelo texto, os valores recebidos em função das multas aplicadas serão destinados ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.

Após negociações com a oposição na Câmara, o texto aprovado também prevê a criação por lei de uma “autoridade administrativa autônoma” que deverá observar as normas previstas na Lei das Agências Reguladoras.

CNN

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Política

Bolsonaro está “indignado” com pedido de agentes da PF em sua casa, dizem aliados

Foto: Ton Molina/STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vive, nas últimas horas, o que foi descrito por aliados próximos como o momento de “maior indignação” desde que começou a ser investigado.

O maior motivo, segundo interlocutores do ex-presidente, é o pedido da Polícia Federal para que agentes de segurança monitorem Bolsonaro dentro de sua casa – não apenas na área externa da residência.

O pedido foi encaminhado à PGR (Procuradoria-Geral da República), que ainda não se manifestou.

A CNN apurou que a revolta de Bolsonaro é porque os policiais iriam impactar de forma direta na privacidade da família. A maior preocupação dele é com a filha caçula, que é menor de idade.

Mais cedo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, se manifestou nas redes sociais. Ela escreveu que o “desafio” de “suportar as humilhações” tem sido “enorme”.

“Sabe…a cada dia que passa, o desafio tem sido enorme: resistir à perseguição, lidar com as incertezas e suportar as humilhações. Mas não tem nada, não. Nós vamos vencer. Deus é bom o tempo todo, e nós temos uma promessa. Pai, eu Te amo, independente dos dias ruins. Eu Te louvo de todo meu coração. O senhor não perdeu o controle de absolutamente nada. Hoje eu declaro: o Brasil pertence ao Senhor Jesus”, escreveu a ex-primeira-dama.

A reportagem ouviu uma pessoa muito próxima a Michelle, que comentou sobre a postagem. Segundo essa fonte, que falou sob reserva, as palavras dela na internet refletem “a dor de uma mãe, de uma esposa e de uma dona de casa que vê o seu lar ameaçado por uma perseguição implacável”.

CNN

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Geral

MPRN quer apurar por que Brisa classificou “Rolé Vermelho” como “festa tradicional e festejo popular do município de Natal” para destinar emenda parlamentar

Uma das questões levantadas pelo MPRN na portaria que determinou a abertura de inquérito civil contra a vereadora do PT Brisa Bracchi é sobre a natureza do evento para o qual foi destinada a emenda parlamentar no valor de R$ 18 mil.

A classificação do item orçamentário usada para justificar a destinação da emenda parlamentar para o ‘Rolê Vermelho’ está descrita no Diário Oficial do Município como “apoio a festas tradicionais e os festejos populares do município de Natal”.

No entanto, emendas individuais impositivas, por serem verbas do orçamento público, devem seguir os critérios de interesse público comum. Por critérios estabelecidos em lei, recursos do Fundo Partidário é que podem servir à movimentação partidária e ideológica.

Para averiguar esta questão, o MPRN determinou diligências junto à Fundação Cultural Capitania das Artes (FUNCARTE) a fim de confirmar se as contratações dos artistas que se apresentaram no evento no evento ‘Rolê Vermelho – Bolsonaro na Cadeia’  tiveram suas despesas efetivamente realizadas, com empenho, liquidação e pagamento.

Possivelmente, foi por esta razão e na tentativa de se defender e se livrar de uma eventual denúncia e consequente condenação por Improbidade Administrativa, que Brisa chegou a anunciar em entrevista que os artistas solicitaram a anulação dos cachês via Fundação Capitania das Artes (Funcarte).

A distribuição dos valores que totalizaram R$ 18 mil foi a seguinte:

– R$ 15.000,00 para a cantora Khrystal e banda;
– R$ 2.500,00 para a banda Skarimbó;
– R$ 500,00 para o DJ Augusto.

“Os artistas todos me procuraram e, em solidariedade aos ataques que o mandato tem recebido, decidiram doar as suas apresentações. Eles estão pedindo a anulação dos cachês via Funcarte, porque reconhecem o compromisso que o mandato tem com a cultura”, afirmou Brisa em entrevista.

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