Trânsito

PARA SE INVESTIGAR PELO PAÍS: Após relato de supostas técnicas para multar mais, prefeitura em SP anuncia que vai romper contrato de radar

Foto: Wagner Morente/Prefeitura de Limeira

A Prefeitura de Limeira (SP) anunciou nesta terça-feira (14) o rompimento de três contratos referentes à fiscalização por radares, processamento de multas e de sinalização de trânsito e semaforização.

A medida foi tomada após uma reportagem da Rádio Bandeirantes revelar áudio no qual um funcionário da empresa que realiza semaforização e sinalização relata supostas técnicas usadas para aumentar a arrecadação com radares.

Segundo a reportagem da rádio, as declarações do funcionário da empresa Cobrasin foram feitas em uma ligação na qual o repórter se identificou como responsável pelo Departamento de Trânsito de uma prefeitura interessada em aumentar a arrecadação com multas.

“Tem radar que é colocado em rua que não paga nada, aí o radar não paga ele mesmo. Tem cidade que a gente chega que já tem o equipamento e o cara fala: ‘não consigo arrecadar nada’. A gente fala: ‘Lógico, você colocou uma lombada em cima do radar. Você quer colocar o equipamento de radar, mas quer agradar a população também? Aí você matou o radar'”, afirma na gravação.

Ele também indicou como deve ser feito o posicionamento das placas de trânsito. “Você não precisa antecipar ela [placa]. Você coloca ela próxima ao radar, junto com o radar. Na própria coluna onde está a máquina do radar, você coloca a placa que não vai ter erro”, orientou.

O funcionário ainda diz que a arrecadação com radares vai ser sempre três vezes maior do que o gasto com eles e que há possibilidade contratual de que a empresa ganhe conforme a quantidade de multas aplicadas.

“Estou falando com base por Limeira. Sou eu que faço o processamento de multas aqui. Então eu sei quanto Limeira arrecada com multa e o quanto ela gasta com radar. Em Limeira, gente arrecada em torno de R$ 1 milhão, R$ 1,2 milhão por mês”, acrescentou.

Em coletiva de imprensa para anunciar o rompimento do contrato, o prefeito Mário Botion (PSD) afirmou que a decisão pelo rompimento dos contratos se deu “pelo interesse público, pela transparência e pela moralidade”.

“Embora o funcionário da Cobrasin e a Cobrasin não operem radar, acabou ficando uma dúvida dessa questão da operação, o que acontece em Limeira e em outras cidades onde a Cobrasin opera radares. Aqui em Limeira não, mas na questão dos radares, a primeira pontuação é de que existia uma manipulação para aumentar o número de multas”, disse o prefeito.

Ele destacou que os contratos foram firmados na gestão anterior, em 2016, e que quando assumiu os manteve e realizou avaliações técnicas em todos os radares, inclusive corrigindo posicionamento de alguns.

“Tecnicamente, os radares estão posicionados em 42 locais com 92 faixas de fiscalização. Eles estão todos colocados e aferidos como manda o parecer técnico. Então, tecnicamente não há problemas na operação dos radares em Limeira”, garantiu.

Botion também afirmou que não há indícios oficiais de irregularidades nos processos licitatórios apontados por órgãos fiscalizadores, como Ministério Público e Tribunal de Contas.

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Opinião dos leitores

  1. Mais uma para a cota do acerto do MITO, cancelou contratos e alguém intetessado mo assunto impediu.
    Trava tudo novamente MITO tá provado que tem maracutaia

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