Política

Pesquisa exclusiva: maioria apoia políticas conservadoras de Bolsonaro, destaca Veja

Foto: Alan Santo/PR

Reconhecido como um dos maiores gênios políticos da história, Winston Churchill mantinha o bom humor mesmo sob pressão e, entre outras tiradas antológicas, costumava dizer que nunca se deve deixar uma boa crise ser desperdiçada. Sua sentença ensina que, nos momentos de enorme turbulência, se abrem oportunidades preciosas para tentar a resolução de problemas graves. No caso do Brasil, infelizmente, Jair Bolsonaro tem feito uso literal da frase de Churchill. O presidente parece agir acreditando que uma crise é sempre uma boa chance para produzir uma crise ainda maior. Assim ocorreu nos últimos dias, quando uma tempestade perfeita começou a se formar na direção do país, com a fraca recuperação econômica correndo o risco de ser atropelada pelas crises do petróleo e do coronavírus (veja as reportagens nas págs. 56 e 58). Bolsonaro preferiu, mais uma vez, apagar o fogo com gasolina.

Exemplo maior disso foi seu comportamento errático em relação à convocação das manifestações de 15 março contra o Congresso. Entre o embarque e os compromissos de uma viagem a Miami, onde se reuniu com Donald Trump (de quem, aliás, o capitão imita o estilo disparatado e o radicalismo de direita), o presidente, depois de já haver recuado sobre o endosso aos protestos pelas críticas que recebeu ao compartilhar um vídeo agressivo contra o Parlamento, voltou a apoiar o movimento organizado por grupos que gravitam ao redor do núcleo duro do bolsonarismo. Para não haver dúvidas sobre o endosso oficial aos atos que estavam programados em mais de 100 cidades, a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto reforçou a convocação na última terça, 10, via Twitter. O ministro da Justiça, Sergio Moro, também aplaudiu a ideia, chamando-a de “festa da democracia”.

Tal festa, no entanto, dividiria o país justo no momento em que o Brasil precisa de união para enfrentar um ano que promete ser dos mais difíceis (grupos de esquerda revidaram, chamando uma série de pas­sea­tas de protestos contra o governo). O apoio do presidente a uma grande manifestação também se chocava com o comportamento de governantes de vários outros países, que têm proibido aglomerações como medida de combate ao novo vírus. Na última quarta, 11, por pressões políticas, Bolsonaro fez um novo movimento de recuo com relação ao seu apoio aos atos. Na noite do dia seguinte, finalmente chancelou oficialmente a atitude mais sensata, pedindo em uma live e em cadeia nacional a seus seguidores que adiem as manifestações.

Em meio a essas idas e vindas em relação aos protestos, o presidente foi surpreendido pela suspeita de que havia contraído o coronavírus. Foi uma grande ironia. Antes disso, ele havia declarado que a pandemia “não é isso tudo” e, mais uma vez, aproveitou a ocasião para criticar a imprensa, que, na sua opinião, estava exagerando na cobertura do problema. Na última quinta, conforme revelou o site de VEJA, o presidente aguardava o resultado do teste para a doença, feito depois que o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, foi contaminado. Bolsonaro esteve com ele na viagem recente aos Estados Unidos.

O Congresso e seus líderes estavam entre os principais alvos dos manifestantes do 15 de março (pixulecos de personalidades como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, eram preparados para “estrelar” os eventos). Segundo uma recente pesquisa exclusiva encomendada por VEJA ao instituto FSB, o prestígio dos parlamentares encontra-se na lona. O levantamento mostra que apenas 11% dos brasileiros classificam como “ótimo” ou “bom” o trabalho de deputados e senadores. A maioria, 44%, diz que o desempenho está entre péssimo e ruim. Esse mesmo estudo VEJA/FSB revela que, além das críticas ao Congresso, o presidente está em sintonia com boa parte dos eleitores nas chamadas “pautas conservadoras”. Detalhe importante: isso não se restringe apenas a quem votou no capitão nas eleições de 2018. O levantamento foi feito no mês passado, por telefone, com 2 000 eleitores de mais de 16 anos, nas 27 unidades da federação. Os resultados apontam alta rejeição de questões comportamentais como a união civil entre gays e a possibilidade de a mulher decidir sobre um aborto. Por outro lado, encontram aceitação na sociedade políticas pensadas pelo governo Bolsonaro que parecem datadas do século passado, como a militarização das escolas, o poder de veto do governo a determinados temas em projetos culturais financiados com dinheiro público e a campanha de abstinência sexual entre adolescentes como forma de evitar a gravidez precoce. “Essas questões estavam fora da pauta das manifestações do 15 de março, mas recebem nosso apoio integral”, afirma Edson Salomão, um dos líderes do Movimento Conservador, grupo que engordará o evento pró-governo.

Entre todos os temas abordados na pesquisa, o conservadorismo aflora mais na questão da descriminalização das drogas. Nada menos que 62% dos brasileiros rejeitam liberar o consumo, embora a maioria concorde com a autorização para o uso medicinal da maconha. “Nosso presente está cheio de passado”, afirma a historiadora Lilia Schwarcz, da Universidade de São Paulo. “É preciso considerar que nós sempre fomos conservadores, são dados estruturais. Não tem a ver apenas com pessoas que elegeram Bolsonaro, mas com o perfil da população. O conservadorismo é um traço do brasileiro.” Nos anos 60, por exemplo, Jânio Quadros foi eleito com votação expressiva graças a um discurso moralizador em que usou uma vassoura como símbolo de que varreria a corrupção. Uma vez empossado, ficou mais conhecido pela série de medidas esdrúxulas que adotou, como a proibição de rinhas de galo, de corridas de cavalo e do uso de biquíni em praias.

A “cara” da onda conservadora atual tem algumas diferenças e peculiaridades. “O fenômeno aflorou no período mais recente, mas isso não significa que não estivesse no submundo da sociedade nem que não estivesse se organizando há muito tempo. Basta ter como referência que as marchas para Jesus reúnem milhares de pessoas todos os anos”, afirma Eduardo Grin, professor da FGV. Bolsonaro conseguiu vocalizar esse sentimento e foi eleito em um cenário de profundo descrédito das instituições democráticas e da elite política. Criou-se em torno do então candidato a imagem de que ele era um “mito”, uma alternativa a “tudo que está aí”. Fato é que, decorrido mais de um ano desde a sua posse, os índices de rejeição ao establishment não se alteraram. Na visão de Heloisa Starling, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, quanto mais esgarçados são os pontos que fazem a sociedade confiar no campo público, mais fortes se tornam os bolsões privados, como a família e a religião. “Não há referência no mundo público, então a referência é a família. Se eu perco a família, qual é a minha referência num país de coisas tão instáveis?” Não por acaso, “família” é uma das palavras mais citadas por Bolsonaro em seus discursos.

O aumento da população evangélica também se explica dentro desse cenário de desamparo. O último levantamento feito pelo Datafolha mostra que os evangélicos superarão os católicos em 2032. “Eles crescem porque prometem a resolução de problemas o tempo todo”, diz Maria das Dores Campos Machado, especialista em sociologia da religião. Outro componente novo no conservadorismo brasileiro é a questão da segurança. “Bolsonaro surfa nesse tema porque as esquerdas se negam a entrar na discussão com ideias claras”, diz Lilia Schwarcz.

Se encontram eco na sociedade, as propostas de cunho conservador fazem espuma no Congresso. Esperava-se que, com a ascensão de Bolsonaro, a pauta do Legislativo fosse inundada de propostas voltadas para o campo moral, mas projetos como a implementação da Escola sem Partido travaram em comissões da Câmara por falta de apoio parlamentar. Formar uma base no Congresso, aliás, algo que é uma das tarefas básicas de um presidente, tem sido um dos muitos pontos negligentes criados pelo atual governo. Em vez disso, Bolsonaro prefere a política do confronto com deputados e senadores, como se viu na forma de seu apoio aos atos do dia 15 e nos ataques a outras instituições, como o STF e, mais recentemente, o TSE — o mesmo tribunal que avalizou sua vitória em 2018 foi posto por ele em dúvida nos últimos dias, com a declaração estapafúrdia e sem provas de que teria havido fraude nas eleições.

Grande parte da agenda do capitão é concentrada em ações diversionistas e populistas, sempre com o objetivo de manter os apoiadores unidos pela causa bolsonarista, em uma campanha eleitoral prematura e permanente para 2022, com enorme energia gasta em confusões de todos os tipos e prejuízos claros aos temas urgentes. Não bastassem as altas taxas de desemprego persistentes e o crescimento econômico pífio, há agora pela frente desafios como o de uma grande encrenca mundial de saúde pública batendo às portas do país. Bolsonaro personificou com sucesso o antipetismo e, como mostra a pesquisa VEJA/FSB, ganhou pontos também por defender ideias e valores que coincidem com os da média da população brasileira. Mas esse capital político dificilmente resistirá caso ele não deixe de lado as lutas desnecessárias e se concentre em governar o país, portando-se à altura do cargo que conquistou democraticamente. Como dizia Churchill, é no enfrentamento das crises que um verdadeiro líder precisa encontrar soluções. Mais do que um conservador de plantão, o Brasil precisa de um presidente.

Veja

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Geral

Senado define datas para sabatinas e votações de indicados

Foto: reprodução

A presidência do Senado divulgou nesta 6ª feira (11.jul.2025) o cronograma para apreciação de autoridades indicadas para cargos em agências reguladoras, tribunais superiores e conselhos.

A leitura dos relatórios está marcada para se dar de 4 a 8 de agosto. As sabatinas e votações devem ser realizadas de 11 a 15 de agosto.

A convocação das comissões caberá aos presidentes de cada colegiado.

O Senado ainda não aprovou em 2025 indicações enviadas pelo governo. A definição do calendário deve destravar ao menos 16 nomeações para agências reguladoras, como mostrou o Poder360 em maio.

Entre os cargos a serem analisados estão vagas na Agência Nacional do Petróleo (ANP), na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na Anatel, além de assentos no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

A liberação do calendário ocorre após acordo político nos bastidores.

Segundo apuração, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), deve emplacar o comando dos Correios. Assim, vai destravar indicações represadas nas comissões –incluindo o nome defendido pelo ministro Alexandre Silveira (PSD) para a diretoria-geral da ANP, Pietro Adamo.

O União Brasil tem intensificado a cobrança pelas presidências dos Correios e do Banco do Brasil. O movimento ganhou força em razão do fim do mandato de Fabiano Silva dos Santos, que termina em 6 de agosto –dias antes das votações começarem no Congresso.

O atraso nas nomeações causa pressão tanto de parlamentares quanto de servidores.

A ausência de diretores efetivos prejudica o funcionamento das agências, que enfrentam também restrições orçamentárias, como discutido em audiência recente no Senado.

Com o novo cronograma, a expectativa é reduzir o desgaste político com aliados e com o Congresso.

Há também outras 15 indicações para cargos de embaixador. A maioria dos indicados para embaixadas passou por comissão e aguarda votação em plenário.

Poder 360

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Geral

O Papo de Fogão vai do litoral ao Seridó trazendo duas receitas deliciosas pra você

Vamos mostrar como se faz um Risoto de Aratu, pelas mãos da Chef Larhissa Gurgel @larhissagurgel que tem o @buffetlarhissagurgel e assina o cardápio do @temperodazefinha, um charmoso e badalado restaurante na beira mar da praia das Tartarugas em Tabatinga/RN.

E, na Dica Rápida, a talentosa Chef Manu de Brito do Marias Bistrô, de Acari/RN, vai nos ensinar os segredos para preparar a Baguete Seridó com rosbife de carne de sol, queijo de coalho e muitas outras delícias.
Nem pense em perder.

SÁBADO
BAND MARANHÃO, CEARÁ e PIAUÍ – 8h

PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

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Saúde

Parnamirim amplia vacinação contra Hepatite A e HPV para usuários da PrEP e prevê 100% de cobertura até novembro

Foto: Foto: José Aldenir/AGORA RN

A Prefeitura de Parnamirim segue ampliando o acesso à vacinação para usuários da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), por meio do Programa de Atenção às Profilaxias (Promap). A iniciativa tem o objetivo de fortalecer a prevenção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e garantir o acesso à saúde pública de qualidade.

Atualmente, mais de 380 pacientes estão cadastrados no Serviço de Assistência Especializada (SAE) do município. A meta da Secretaria Municipal de Saúde (Sesad) é imunizar 100% dos pacientes em uso ativo da PrEP contra a Hepatite A — aplicada em duas doses — até novembro de 2025. Além disso, já está disponível a vacinação contra o HPV, que segue o esquema completo de três doses.

Prefeitura de Parnamirim prevê vacinar todos os pacientes em uso da PrEP contra Hepatite A e HPV até novembro, ampliando a proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. | Foto: José Aldenir/AGORA RN

A ampliação da cobertura vacinal para esse público reforça o compromisso da gestão municipal em garantir acesso integral à saúde e reduzir os riscos de transmissão de ISTs, ampliando as ações preventivas voltadas às populações vulneráveis.

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Veja abaixo as UBSs disponíveis para aplicação:

UBS Cohabinal: Rua Dr. Mário Medeiros, nº 06 – Cohabinal;

UBS Nova Esperança: Rua Manoel Leão Rego, nº 327 – Nova Esperança;

UBS Parque Industrial: Rua Aeroporto De Pelotas, S/N – Emaús;

UBS Suzete Cavalcante: Rua dos Bem-te-vis, S/N – Nova Parnamirim

UBS Cidade Verde: Rua Araçá, nº 633 – Nova Parnamirim

UBS Passagem de Areia 1: Rua Pires de Campos, s/n – Passagem de Areia

UBS Pium: Rua Santa Luzia, S/N – Pium

“Com essa ampliação de vacina para combater ISTs, Parnamirim entra no Ranking de município modelo, que está mais atuante quando o assunto é prevenção”, disse André Maciel, Diretor Geral do SAE/Parnamirim.

Agora RN

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Geral

Congresso pede suspensão de decreto do IOF e reafirma legalidade de atuação

Andressa Anholete/Agência Senado

O Congresso Nacional pediu a manutenção da suspensão do decreto presidencial que aumentou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o reconhecimento do decreto legislativo em manifestação prévia enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (11).

Na defesa jurídica, o Parlamento defende que atuou dentro da legalidade e dos limites do direito tributário.

O Congresso alega que o governo usou o imposto com o objetivo principal de aumentar a arrecadação, configurando desvio de finalidade, já que o IOF deve servir apenas para controlar a economia.

A defesa argumenta que sustou os efeitos dos atos com base em um artigo da Constituição que permite ao Legislativo anular normas do Executivo que ultrapassem seu poder regulamentar.

“Portanto, ao constatar o desvio de finalidade na edição dos decretos presidenciais que majoraram alíquotas de IOF e instituíram nova hipótese de incidência, com objetivos nitidamente fiscais, o Congresso Nacional atuou com precisão ao reconhecer a inconstitucionalidade dos atos regulamentares, sustando seus efeitos”, afirma.

A manifestação prévia sobre o impasse do IOF foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, em 4 de julho. A União também deve se manifestar até a data de hoje.

Na próxima terça-feira (15), representantes do governo federal e do Congresso Nacional vão se reunir em uma audiência de conciliação no STF, em busca de uma solução sobre o impasse da alíquota.

CNN

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Geral

Justiça impõe restrições a vereador de Macaíba por violência política de gênero contra vice-prefeita Raquel Rodrigues

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou uma série de restrições ao vereador Reginaldo Fernandes Campos, de Macaíba, após reconhecer indícios de violência política de gênero contra a vice-prefeita do município, Raquel Rodrigues.

A decisão, assinada pelo juiz Diego Costa Pinto Dantas, impõe o afastamento do parlamentar da gestora, proibindo qualquer tipo de contato — direto ou indireto —, inclusive por redes sociais ou intermediários. Também estabelece o distanciamento mínimo de 200 metros entre as partes, além de vedar manifestações públicas, postagens ou declarações que ofendam a honra, a imagem ou a legitimidade política da vice-prefeita.
O vereador fica ainda impedido de acessar espaços institucionais ou eventos previamente destinados à gestora, sem autorização judicial.

O descumprimento das medidas poderá levar à prisão preventiva do vereador. A decisão foi publicada com base na Lei nº 14.192/2021, que trata da proteção de mulheres no exercício de mandatos e funções públicas.

A medida foi tomada a partir de queixa-crime apresentada por Raquel Rodrigues. Ela relatou ter sido alvo de áudios e vídeos ofensivos divulgados pelo vereador em grupos de parlamentares e redes sociais, após se recusar a cumprimentá-lo durante evento institucional. Entre as falas atribuídas a Reginaldo, estão frases como “ela deveria ser freira” e “não foi eleita pelo povo”.

Para o magistrado, as manifestações extrapolaram a crítica política legítima e caracterizam violência simbólica, com conteúdo discriminatório e misógino. Ele destacou ainda o risco de reiteração das condutas, reforçando que não se aplica imunidade parlamentar, já que os ataques ocorreram fora do exercício da função legislativa.

O processo segue em tramitação e o parlamentar será citado para apresentar defesa no prazo legal.

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Política

VÍDEO: “Eu que deveria taxar ele”, diz Lula em resposta a tarifaço de Trump

 

Durante agenda oficial no Espírito Santo nesta sexta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu tarifar em 50% os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Lula afirmou que, diante do histórico comercial entre os dois países, seria o Brasil quem deveria impor taxas aos norte-americanos.

“Portanto, eu quero dizer com todo respeito ao presidente Trump: o senhor está mal informado, muito mal informado. Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit comercial com os EUA. Só pra vocês terem ideia, em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um déficit de 400 bilhões de dólares com os EUA. Eu que deveria taxar ele.”, declarou.

O chefe do Executivo brasileiro ainda alfinetou Trump afirmando que respeita a soberania dos países e todos os presidentes com quem tem contato.

“Eu sou agradecido a todos os presidentes da República de todos os países que conviveram comigo entre 2003 e 2010, e agora. Eu respeitava todos. Eu não quero saber se ele [Trump] gosta de mim ou não; eu quero saber que ele foi eleito do seu país. Ele é o presidente. Eu gosto ou não gosto, eu tenho que tratar ele com respeito, porque o povo deu a ele o mandato. E essa é a minha vida”, disse.

Em carta publicada por Trump na última quarta-feira (9) anunciando a taxação, ele ainda defendeu o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) e afirmou “ser uma vergonha internacional”, o processo que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga um suposto plano de golpe de Estado depois das eleições de 2022. No documento ele também disse que o que está acontecendo é “uma caça às bruxas”.

Lula criticou a defesa de Trump a Bolsonaro e afirmou não existir motivo para o tarifaço.

“Qual a razão que ele aponta a taxação? Primeiro com base em uma mentira porque os Estados Unidos não é deficitário com o Brasil. Segundo, qual é a lógica dele ‘ah não processe o Bolsonaro, pare com isso imediatamente’”, disse.

CNN

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Geral

Prefeitura do Assú assina ordem de serviço e dá início à tão sonhada Passagem Molhada do Cumbe

O que era sonho agora começa a se tornar realidade! A Prefeitura do Assú deu um passo histórico nesta sexta-feira (11) ao assinar a Ordem de Serviço para construção da Passagem Molhada na comunidade do Cumbe, uma demanda antiga dos moradores da zona rural que finalmente vai sair do papel.

A cerimônia de assinatura aconteceu na estrada de acesso à comunidade, com a presença do prefeito Lula Soares, moradores da região e representantes da gestão municipal.

Com investimento direto na mobilidade rural, a obra vai garantir acesso seguro durante todo o ano, inclusive no período de chuvas, beneficiando mais de 220 famílias das comunidades do Cumbe (167 famílias), Torrões (40 famílias) e Quixeré (13 famílias). Os números têm como base os registros oficiais de famílias residentes na região (CadÚnico), mas o impacto da obra pode alcançar ainda mais moradores que dependem da via no dia a dia.

Além de facilitar o escoamento da produção agrícola, a passagem molhada também garante dignidade e acesso a serviços essenciais para quem vive no campo.

“Essa é uma obra aguardada há muitos anos pelo povo do Cumbe e de toda a zona rural. Com a passagem molhada, garantimos mais segurança no deslocamento, melhores condições de acesso e, acima de tudo, respeito com quem vive e trabalha no campo. Estamos construindo um futuro melhor, com trabalho e compromisso com as pessoas”, destacou o prefeito Lula Soares.

A ação integra o pacote de obras da atual gestão, junto a emenda parlamentar da senadora Zenaide Maia, que prioriza o desenvolvimento sustentável das áreas rurais e o fortalecimento da infraestrutura no interior do município.

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Política

Bolsonaro reage após ser chamado de “coisa covarde” por Lula

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu nesta sexta-feira (11/7) a críticas feitas a ele pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)durante um evento oficial do governo federal no Espírito Santo.

Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Bolsonaro escreveu: “Ladrão, é você de novo comigo na sua boca?”, em referência direta às declarações de Lula.

Veja post:

A resposta veio horas depois de o atual presidente se referir a Bolsonaro como “aquela coisa covarde” em um discurso no interior capixaba.

“Aquela coisa covarde, que preparou um golpe nesse país, não teve coragem de fazer, está sendo processado, vai ser julgado e mandou o filho dele para os EUA pedir para o Trump fazer ameaça”, afirmou Lula no palanque.

O evento, realizado para tratar da reparação socioeconômica das populações atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015, acabou dominado por críticas à postura de Bolsonaro e à atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que culminou no aumento da tarifa de importação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos.

Lula associou diretamente o chamado “tarifaço”, um aumento de 50% nas tarifas anunciado por Donald Trump na última quarta-feira (9/7), à suposta tentativa de interferência de Eduardo Bolsonaro no processo judicial que envolve o pai. Segundo o presidente, o parlamentar teria buscado o apoio do presidente dos EUA para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro.

Em outro trecho, Lula ironizou novamente Bolsonaro ao dizer que o ex-presidente “mandou um filho que era deputado se afastar da Câmara para ir lá ficar pedindo:

‘Trump, pelo amor de Deus, solta meu pai, não deixa meu pai ser preso’”.

O presidente também questionou o caráter do ex-mandatário ao comentar o conteúdo da carta divulgada por Trump, em que o republicano alega que Bolsonaro sofre uma “caça às bruxas” no Brasil. “É preciso criar vergonha na cara, porque a coisa mais pequena de um homem é ele não ter caráter”, afirmou Lula.

Metrópoles

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Geral

A conversa de Lula com Moraes, Gilmar e outros ministros do STF após o tarifaço de Trump

Foto: Cristiano Mariz

O presidente Lula falou com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) antes de emitir uma nota respondendo ao tarifaço de Donald Trump, na quarta-feira (9). As conversas ocorreram por telefone, segundo relatos dos próprios magistrados da corte, e teve como foco o tom que seria adotado pelo presidente nas respostas a Trump.

Os magistrados relataram que Lula falou com diversos ministros do Supremo, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente da corte, Luís Roberto Barroso.

Nas conversas, Lula falou que responderia a Trump, destacando que a lei da reciprocidade tarifária será aplicada, se necessário, além de enfatizar a soberania nacional.

Os magistrados consideram que o tom adotado pelo presidente desde que a crise foi deflagrada foi acertado e avaliam que as respostas devem seguir por meio do Poder Executivo e do Itamaraty.

“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, escreveu o presidente na sua publicação.

Sobre o processo da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro e destacado por Trump na carta, o presidente brasileiro disse que o caso é de competência “apenas da Justiça Brasileira” e que “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.

No STF, os ministros seguem com a leitura de que as pressões de Trump não terão efeito algum sobre o julgamento e destacam como exemplo o processo das big techs. Na ação, a corte decidiu ampliar a responsabilidade das plataformas por conteúdos publicados por terceiros.

Bela Megale – O Globo

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Geral

Brasil não alcança meta de alfabetização infantil em 2024, diz MEC

Foto: Kid Júnior

O Ministério da Educação (MEC) informou, nesta sexta-feira (11), que o Brasil não conseguiu atingir a meta de alfabetização estipulada para 2024. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 59,2% das crianças sabiam ler e escrever no ano passado. O índice ficou abaixo da meta de 60%, embora tenha superado o resultado de 2023, que foi de 56%.

Onze estados brasileiros atingiram o percentual esperado, entre eles Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Já estados como Amazonas, Bahia, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram desempenho inferior ao do ano anterior.

Segundo o MEC, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024 influenciaram negativamente os resultados. No estado, o índice caiu de 63,4% para 44,7%. “Foi uma situação atípica. As crianças não tinham como frequentar as salas de aula”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana.

Governo quer 80% de crianças alfabetizadas até 2030

A meta do governo é que, até 2030, pelo menos 80% das crianças estejam alfabetizadas ao final do segundo ano do ensino fundamental. Esse objetivo integra o programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado em 2023.

Até agora, o programa recebeu R$ 1,4 bilhão em investimentos e todos os estados, além de quase todos os municípios, aderiram à iniciativa. As ações incluem melhorias em gestão, infraestrutura, formação de profissionais e avaliação educacional. Para 2025, mais R$ 800 milhões devem ser investidos.

“O Brasil precisa colocar a educação acima de qualquer questão política ou partidária”, reforçou o ministro.

SBT News

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