Atualmente, fala-se muito de trabalho em equipe e relacionamento entre funcionários. Segundo pesquisa da LHH/DBM, consultoria global de transição de carreira e desenvolvimento de talentos, a maioria dos profissionais diz estar muito ou moderadamente inclinados a confiar em seus colegas de trabalho. Apenas um em cada dez declarou que não confia em seus parceiros.
Ao todo, foram entrevistados 475 profissionais nos Estados Unidos, através de uma pesquisa on-line. Do total, 34% dos participantes confiam bastante em seus parceiros de equipe, 38% moderadamente, 17% ligeiramente e apenas 11% afirmaram que não confiam em seus colegas de trabalho.
De acordo com Michele Pinho, gerente de RH da Personal Service, o conceito de trabalho em equipe é muito valorizado nas organizações atualmente, pois representa o esforço coletivo para a superação das metas, onde cada um tem a possibilidade de desempenhar uma função específica de acordo com suas habilidades e conhecimentos.
Mas, até que ponto esse tipo de interação traz benefícios reais para a empresa e para o indivíduo? Na opinião da diretora de marketing e vendas da LHH|DBM, Caroline Pfeiffer, para a empresa, os benefícios são mais concretos, ou seja, atingir os resultados financeiros, estratégicos, táticos e operacionais desejados. Já para o indivíduo vão desde a construção de um networking profissional que facilitará o desenvolvimento de sua carreira, a possibilidade de aprendizado e, no dia a dia, maior facilidade para encarar os desafios impostos por seu trabalho, já que conta com uma rede de apoio efetiva:
— No atual contexto, são raríssimas as funções executadas individualmente, sem que haja uma interação com outra pessoa. Portanto, a relação entre indivíduos dentro de um grupo, área, organização, é fator crítico de sucesso, já que naturalmente nos empenhamos, colaboramos e produzimos mais para aqueles com quem nos relacionamos de maneira realizadora.
Já na opinião de Michele, o maior benefício é o clima organizacional amistoso, sem aquele clima de competitividade agressiva, maior troca de informações e experiências que facilitam a interação e melhoria de processos, entre outros.
— Atualmente, os profissionais têm colocado a questão de clima organizacional como critério importante na escolha de uma organização. E, obviamente, as relações entre os colaboradores contam muitos pontos — ressalta a consultora.
Relação de confiança se dá mais entre quem trabalha junto
É sempre mais fácil para as pessoas se relacionarem com os “semelhantes”: com irmãos, amigos e colegas podemos debater de igual para igual, mas quando há uma relação de poder claramente instituída, outros aspectos interferem na comunicação:
— As mútuas expectativas, o receio de ser prejudicado, são algumas deles. Aqui, o mais importante é que gestores desenvolvam a maturidade para chamarem suas equipes para conversas francas, de forma a discutir questões empresariais, mas também de carreira de maneira séria e abrangente.
Michele, por sua vez, lembra que, embora a relação de trabalho tenha evoluído nos últimos anos, ainda existe o sentimento da relação de “chefe x empregado”, onde o funcionário tinha que acatar tudo o que era exigido e o chefe tinha que ter um comportamento muito diretivo.
— As relações atuais são muito mais baseadas em confiança, com uma gestão participativa e democrática. Mas para que esse novo modelo se sustente é necessário um grau de maturidade de ambas as partes, para poder compartilhar percepções, construir juntos planos de desenvolvimento, dar e receber feedback, e que o chefe seja exemplo que inspire o empregado.
“Palavra-chave é proximidade”
Seguindo a mesma linha, a gerente de RH da Personal Service defende que essa relação de confiança seja construída ao longo do tempo, principalmente com atitudes que partem dos gestores. É preciso saber ouvir o colaborador, ajudá-lo num momento importante da vida, respeitá-lo sendo honesto nas avaliações, proporcionar o verdadeiro desenvolvimento e também “puxar sua orelha” quando necessário, visando ao seu crescimento profissional.
Da Agência O Globo
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