Em Assu, uma senhora humilde de uma comunidade fez um comentário desrespeitoso e capacitista em um grupo de whatsapp sobre uma candidata a prefeita, que tem uma deficiência na visão.
A candidata elaborou uma resposta em um vídeo produzido por sua campanha em que aparece chorando e lastimando-se do desrespeito que sofreu.
O vídeo viralizou porque, por acaso, há poucos dias, tinha havido uma ‘troca de farpas’ com uma outra mulher, uma médica que é tia do prefeito, sobre um concurso público. Daí, espalhou-se que a mulher do áudio desrespeitoso era a mesma, ou seja, espalhou-se que o áudio desrespeitoso seria da tia do candidato Lula. Claro que não era – e não dá nem pra confundir as vozes que são totalmente diferentes, mas todo mundo que não conhece as pessoas envolvidas e que viu o vídeo embarcou nessa ‘fake news’ enviezada. Inclusive veículos de imprensa de Mossoró e Natal.
Em Caicó, há uns dois meses, aconteceu algo bem parecido. A prefeitura instalou câmeras de videomonitoramento nas ruas da cidade. A secretária de trânsito deu entrevista em uma rádio local explicando o funcionamento dessas câmeras. Logo em seguida, surgiu um áudio com voz feminina nos diversos grupos da cidade dizendo que todo mundo estava sendo multado por essas câmeras, o tempo todo. Motoqueiros que estivessem levando uma sacola ou com viseira do capacete aberta ou qualquer outra coisa do tipo. Isso causou um alvoroço na cidade com reações as mais diversas. E o assunto viralizou. Assim como em Assu, espalharam que a voz do áudio era a da secretária de trânsito, sem ser. Fake news. Mas a secretária teve que divulgar um vídeo para provar que a voz do áudio não era a dela.
Em campanhas anteriores, existia a tática do ‘Teatro Invisível’ ou ‘Teatro Fantasma’ em que atores contratados por candidatos iam para locais movimentados da cidade, feiras e transporte coletivo, simular conversas acaloradas entre elas para espalhar boatos sobre seus adversários. Hoje esse teatro fake se produz em estúdios, com luzes e câmeras.
Esse tipo de tática com claro objetivo de ludibriar o público pode até funcionar por um tempo. Mas sempre terminam sendo desmascarados. E quando isso acontece, vem o ‘efeito rebote’, que se volta contra quem fez o teatro, contra quem tentou enganar as pessoas.
Como diz o ditado popular: “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.”
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