Brasil

Relator adia plano de trabalho da tributária para 23 de outubro

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) adiou em uma semana a apresentação do plano de trabalho do principal projeto para regulamentar a reforma tributária. O cronograma será divulgado em 23 de outubro. Antes, estava marcado para esta 4ª feira (16.out.2024).

Braga ainda se recupera de uma cirurgia para retirar uma hérnia de disco e um cisto. Ele estará de atestado médico até domingo (20.out).

O PLP (Projeto de Lei Complementar) 68 de 2024 foi aprovado pela Câmara e agora está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.

A proposta unifica impostos para a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), para compor o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) dual. É por meio dele que estão sendo discutidas as alíquotas e as isenções de impostos sobre produtos.

Braga já havia sido o relator da proposta de emenda à Constituição com as diretrizes da reforma.

CARNES & ALÍQUOTA ZERO NA TRIBUTÁRIA

A Câmara inseriu carnes no rol de alimentos com 100% de isenção. Devem entrar na lista as proteínas bovinas, de peixes e de suínos.

A inserção das carnes na desoneração total dos novos impostos foi um dos pontos mais controversos em relação às discussões sobre a tributária. Haddad era contra a isenção total. Os governistas, entretanto, eram a favor.

No final, a opinião dos congressistas ligados ao Executivo prevaleceu com as pressões da oposição.

BEBIDAS & “IMPOSTO DO PECADO”

O Imposto Seletivo, conhecido como “imposto do pecado”, incidirá sobre as bebidas alcoólicas e a cobrança será realizada de forma escalonada de 2029 a 2033.

A ideia é que o imposto incorpore, para essa categoria, o diferencial das alíquotas de ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços) o percentual modal do seletivo.

O projeto estabelece que a taxação pode ser realizada por meio de uma estimativa em um conjunto de bebidas alcoólicas ou diferenciada a depender de qual é o produto.

Os congressistas também propuseram não condicionar “a fixação das alíquotas do Imposto Seletivo à manutenção da carga tributária do setor ou de uma categoria específica de bebidas”.

A gradação deve considerar tanto o teor alcoólico quanto o volume da bebida, como já havia sido estabelecido no 1º texto enviado pelo GT (grupo de trabalho).

O valor específico das alíquotas será publicado posteriormente, em formato de lei ordinária, assim como se dá para os percentuais incidentes do “imposto do pecado” na totalidade.

O Imposto Seletivo foi criado como uma forma de diminuir o consumo de produtos considerados danosos para a saúde ou para o meio-ambiente. Também aumentam a arrecadação.

Cigarros, bebidas açucaradas e outras modalidades continuam com a incidência do imposto, como já havia sido estipulado anteriormente.

Leia abaixo outras mudanças sobre o Imposto Seletivo:

  • bens minerais – a alíquota sobre o produto fica limitada a 0,25%, incluindo o carvão mineral. No geral, é definida com teto de 1%;
  • veículos elétricos – foram adicionados os códigos dos carros elétricos e os carrinhos de golfe na incidência;
  • carros – a possibilidade de um carro, por exemplo, ser destinado a um taxista ou a uma pessoa com deficiência foi incluída como um critério para a gradação da taxa que incidirá no produto.

CASHBACK

O mecanismo funciona como uma forma de devolver parte do imposto cobrado em determinados serviços e produtos para a população que recebe até meio salário mínimo. Quem tiver direito vai entrar automaticamente no sistema de cashback.

O dinheiro será devolvido na cobrança de serviços como conta de luz e de água. O percentual que volta para o consumidor funcionará assim:

  • aquisição de botijão de 13 kg de gás liquefeito de petróleo – 100% de cashback para a CBS e 20% para o IBS;
  • fornecimento de energia elétrica, água, esgoto e gás natural – 100% para a CBS e 20% para o IBS;
  • demais casos –  20% para a CBS e para o IBS.

REMÉDIOS

O texto aprovado pela Câmara determina redução de 60% para todos os medicamentos registrados na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou produzidos por farmácias de manipulação, fora os que terão alíquota zero na cobrança do IBS e da CBS.

“Trata-se de importante melhoria para a garantia de acesso à saúde da população”, afirmou o relator do texto, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

Opinião dos leitores

  1. E fácil cortar gastos e só acabar com fundo eleitoral esse bocado de vagabundo fica gastando dinheiro da gente

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Geral

TRUMP: a onipotência da mídia perdeu para a própria decadência – Por Mario Rosa

Foto: Reprodução/Instagram @realdonaldtrump

*Por Mario Rosa

Acompanhei nos mínimos detalhes a campanha norte-americana. O que mais me incomodava não eram as falas, políticas e, portanto, exageradas e parciais de ambos os candidatos. Vergonhosa foi a parcialidade e como a mídia norte-americana se transformou no departamento de relações públicas da campanha da candidata democrata, derrotada.

No sábado (2.nov.2024), sabe-se lá de onde, uma pesquisadora de Iowa surgiu com um resultado que colocava Kamala Harris 3 pontos à frente de Donald Trump. Isso virou “notícia” em todos os telejornais. Uma única pesquisa. Fato nacional? Ecoado por toda a mídia? Detalhe: Trump era favorito nesse Estado e seu candidato ao Senado disputava uma vaga estratégica contra um senador democrata.

Na madrugada desta 4ª feira (6.nov.2024): uma lavagem em Iowa. Os 2 republicanos venceram. A pesquisa, descobriu-se, havia sido 3 dias antes de conhecimento dos democratas, que plantaram nos principais canais de televisão, que por sua vez fizeram o papel de comitê de campanha.

Kamala Harris se aliou à filha de Dick Cheney, o poderoso ex-vice-presidente de George W. Bush que os democratas sempre chamaram de “falcão”, por liderar guerras e ser o responsável pela morte de dezenas, centenas de milhares de pessoas, a maioria delas inocentes. Sua filha defendeu sempre as mesmas ideias.

Alguma crítica à Kamala? Imagina!

Trump numa conversa na reta final se referiu a Liz Cheney como “falcão” e disse que queria vê-la com 9 rifles apontados para ela. “Eles são todos falcões de guerra quando estão sentados em Washington, em um belo prédio, dizendo ‘oh vamos enviar 10.000 soldados diretos para a boca do inimigo”. Depois, falou que o pai de Cheney gastou US$ 9 trilhões em guerras e que ele, Trump, não começou nenhuma. Na boca de um democrata, uma afirmação pacifista. Na mídia norte-americana como um todo, Trump ameaçou (!!!) a filha de Cheney de colocá-la na mira de 9 fuzis.

Toda a cobertura foi sórdida. Um comediante falou uma piada estúpida sobre Porto Rico e a mídia inteira colocou a responsabilidade sobre Trump. Ainda compararam o evento no Madison Square Garden (lotado!) a um encontro de nazistas (a comunidade judaica votou em peso no republicano).

Mais? O presidente Bidenchamou os eleitores de Trump de “lixo”. A mídia? Passou pano. O programa 60 minutes fez uma edição que o desmoralizou, retirando uma resposta péssima de Harris e colocando outra no ar. A mídia? Não falou nada. E assim foi. Tudo de Trump era uma ameaça à democracia ou fascista –para ele valia tudo de ruim. Kamala era perfeita, sem erros, sem críticas.

Biden usou e abusou dos abusos de poder, que aqui foram chamados de lawfare. Lá, ganharam o nome de devido processo legal. Nenhum ex-presidente norte-americano foi tão perseguido quanto Trump pela imprensa e pelo governo. E a questão que fica é: sua vitória significa que a democracia mais forte do mundo se fragilizou ou deu mostra de que seus mecanismos são fortes para enfrentar as maiores provações?

Jeff Bezos, controlador do tradicional Washington Post, recentemente apoiou a decisão do jornal de não publicar um editorial a favor de nenhum candidato. Ele disse que a imprensa tradicional cada vez mais fala para si mesma e, por isso, cada vez menos para a sociedade. Sendo essa a razão de estar perdendo sua força e poder.

Não há crítica aqui. Tenho grandes amigos jornalistas. São dedicados e comprometidos com aquilo que entendem ser o mais correto. A questão é que épocas de disrupção fazem com que pessoas e empresas dobrem as apostas por não verem caminhos que ainda não existem.

O caso mais clássico foi o da Kodak, maior fabricante de filmes de fotografia. Controlava o mercado mundial de revelação de fotos. Veio o dilema: com a revolução digital, os filmes de celulóide flexível da Kodak se deixassem de existir o negócio acabaria, a revelação de filmes, a venda de máquinas. Tirar uma foto digital é de graça. Aí, a Kodak dobrou, triplicou, quadruplicou a aposta.

É mais ou menos o que vejo hoje em algumas situações da mídia tradicional. O problema é que a Kodak faliu e todos os jornalistas hoje postam suas fotos de graça em seus celulares. Fica a dica: o que aconteceu neste ano foi a Kodak cobrindo o século 21. Click!

*Mario Rosa, 59 anos, é jornalista, escritor, autor de 5 livros e consultor de comunicação, especializado em gerenciamento de crises. Escreve para o Poder360 quinzenalmente às quintas-feiras.

Opinião dos leitores

  1. Mario Rosa, muito obrigada e parabéns pela verdade inquestionável no seu maravilhoso texto/comentário.

  2. SÓ QUERIA SABER UMA COISA.
    LULA VC AINDA VAI BOICOTAR O DÓLAR??
    Nos ultimos dias vc disse que a comercialização dos produtos entre países deveria ser em uma moeda paralela ao dólar, vc ainda vai levar essa conversa a frente???
    Vou ficar atento pra vê se ainda tem coragem de falar essa lorota viu??
    Quero ouvir.
    Outra coisa, quer exportar pros Estados Unidos?
    Vai pagar uma taxaçao alta viu??
    Kkkkkkkkk.
    O dólar no Brasil, vai subir ainda mais o Brasil vai entrar em recessão.
    Dias difíceis viram.
    Gasolina vai explodir o preço.
    Podem anotar aí.

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Saúde

Faustão teve prioridade em fila para transplante de coração devido à gravidade de seu caso, diz Ministério da Saúde

Foto: reprodução/Band

O Ministério da Saúde afirmou, neste domingo (27), em nota, que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, que passou por uma cirurgia de transplante cardíaco nesta tarde, em São Paulo, foi “priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde”.

O hospital Albert Einstein, em São Paulo, recebeu, neste domingo, um coração para transplante e, com isso, Faustão foi operado.

O hospital informou, em boletim médico, que foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada deste domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.

De acordo com o boletim, a cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de duas horas e 30 minutos.

Fila de prioridade

Uma média estimada pelo HCor, hospital em São Paulo referência no tratamento de doenças do coração, aponta que a espera para casos mais graves de insuficiência cardíaca pode demorar de dois a três meses por um coração. Quando o risco é menor, o tempo de espera pode chegar a 18 meses.

Em boletim médico divulgado anteriormente, a equipe do hospital Albert Einstein detalhou um quadro de prioridade de Faustão para o procedimento. O apresentador estava sob cuidados intensivos, fazendo uso de medicamentos para auxílio na força de bombeamento do coração.

Ele também estava sendo submetido a diálise, processo artificial para remover os resíduos e excesso de líquidos do corpo, necessário quando os rins não estão funcionando adequadamente.

“Nesta fila de prioridade, a chance do transplante acontecer mais rapidamente é realmente concreta, visto que os corações oferecidos em doação serão primeiramente direcionados para pacientes em estado mais grave. De qualquer forma, mesmo em prioridade, existe a necessidade de um mínimo de compatibilidade entre doador e receptor, quanto aos aspectos de biotipo físico e algumas provas imunológicas”, explicou o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel.

Lista única

Segundo o Ministério da Saúde, a lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada.

Porém, cada estado ou região organiza a sua própria lista e todas são monitoradas pelo sistema e outros órgãos de controle federais. A fiscalização é feita para que nenhuma pessoa conste em duas listas diferentes e que nenhuma norma legal seja desrespeitada.

De acordo com o hospital, Fausto Silva havia sido incluído na fila única de transplantes do estado de São Paulo, que é regulada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

“A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados. Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, afirmou o Ministério da Saúde em comunicado.

CNN Brasil, por Daniel Fernandes

Opinião dos leitores

  1. VERDADE $$$$$$$$$$$$$$$$$
    Uma pena que não dure muito: seu passado de doenças metabólicas não o deixaram vivo por muito tempo.
    ” PARA FAUSTÃO , SÓ MILAGRE “, o restante é uma turma de DRS ganhando muito dinheiro e o hospital também.

  2. Se fosse alguém desconhecido eu Duvido que fosse operadora faz cedo,isso se não morresse !!!!

  3. Não que eu deseje a morte do Faustão, fico feliz por ele tá bem, mas acho que tudo no Brasil tornou-se relativo. Quando o presidente fala que a democracia é relativa, imagina o resto. Justiça relativa, atendimento relativo, etc. Tá com cara de prioridade relativa.

  4. Ah….agora entendi. Se não fosse essa explicação…Os outros 360 na frente não eram graves… tavam ali na fila de transplante só pra guardando a vaga de alguem com gravidade.

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Geral

TJRN suspende Lei e Decreto que reservam 5% de vagas de empregos para travestis e pessoas trans até análise de mérito

Foto: TJRN/divulgação

Acompanhando o voto do relator, desembargador Claudio Santos, o Pleno do TJRN suspendeu, nesta quarta-feira (30/10), à unanimidade, os efeitos da Lei Estadual nº 11.587/2023 e do Decreto Estadual nº 33.738/2024, que estipulam reserva de 5% em vagas para empregos, para travestis e pessoas trans, em empresas beneficiadas por incentivos fiscais estaduais. A decisão vale até o julgamento final das duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade interpostas no Tribunal de Justiça referentes ao assunto.

O entendimento da Corte de Justiça do RN é que os dispositivos ferem os princípios da legalidade, livre iniciativa e anterioridade tributária, além da não observância à competência privativa da União para legislar acerca de direito do trabalho, entre outros pontos. Um dos aspectos destacados pelo relator é que ao impor condições específicas para manutenção de contratos e convênios firmados entre empresas privadas e o Estado, como exigência de reserva de vagas de empregos, o Estado interfere nas normas que regem as contratações pelo poder público.

As ações foram apresentadas por entidades ligadas ao setor privado e têm como objetivo a declaração de inconstitucionalidade da Lei e do Decreto nº 33.738/2024, que impõe a reserva de 5% das vagas de emprego para travestis e transexuais em empresas privadas que recebem incentivos fiscais ou mantêm convênios com órgãos públicos do RN. As federações alegaram que “a aplicação da lei poderá resultar em prejuízos significativos para as micro e pequenas empresas, que teriam que readaptar seus quadros de funcionários, potencialmente resultando em demissões e instabilidade econômica”.

Para o relator, em relação às normas estaduais em análise, ficou evidenciada a incompatibilidade vertical entre a Lei e o Decreto Estadual. Salientou que o artigo 22, inciso I, da Constituição Federal, ao ressaltar ser competência exclusiva e privativa da União legislar a respeito de direito do trabalho, de maneira a assegurar a uniformidade das normas trabalhistas no país. “A mesma lei estadual também incorre em inconstitucionalidade ao legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, matéria igualmente reservada à competência privativa da União, conforme o art. 22, inciso XXVII, da Constituição Federal”, destaca o desembargador Claudio Santos.

O entendimento do relator, seguido pela Corte de Justiça, observa que a lei infringe o princípio da livre iniciativa, consagrado no artigo 170 da Constituição Federal, pois impõe ao empresariado obrigação que interfere, de forma direta, na sua liberdade de gestão e na administração de seus recursos humanos. “A inclusão de minorias deve ser buscada por meio de medidas afirmativas justas, equilibradas e bem fundamentadas, e não por meio de imposições legais arbitrárias que podem gerar efeitos negativos tanto para as empresas quanto para os trabalhadores”.

Além disso, “a Lei Estadual n. 11.587/2023, ao impor a reserva obrigatória de vagas como condição para a manutenção de benefícios fiscais, introduz uma nova obrigação que, se descumprida, resulta na perda dos benefícios fiscais, o que representa, em essência, uma majoração indireta da carga tributária”, frisa o relator.

Entidades e Governo

As Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs) foram propostas pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio Grande do Norte (Fecomércio/RN), Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (Faern) e a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste.

As entidades sustentam que a alteração das condições para manutenção dos benefícios fiscais consiste em majoração indireta de tributos. Além disso, embora a inclusão social seja importante, deve ser promovida através de políticas públicas, “e não pela transferência de responsabilidades ao setor privado”.

Por sua vez, o Governo do Estado pontuou que a lei questionada tem o objetivo de garantir a dignidade da pessoa humana e afastar os efeitos da discriminação no mercado de trabalho, que dificultam o acesso a vagas de emprego por travestis e transexuais e acrescentou que a política de preferência de contração dessas pessoas ganha destaque nas instituições públicas, “não sendo nenhuma surpresa que a mesma ação afirmativa chegasse, também ao setor privado, especialmente, àquele que recebe incentivos fiscais para a prestação de sua atividade econômica”.

Lembrou ainda há 33 anos existe política semelhante de reserva de vaga no segmento privado para público formado por pessoas com deficiência. Para o Poder Executivo Estadual, a medida foi concebida para incentivar as empresas que queiram captar recursos públicos a fomentar a oferta de vagas ao público em questão, marginalizado historicamente no mercado de trabalho.

Opinião dos leitores

  1. A discriminação oficializada e combatida por esses idiotas do planalto puxado pelo pt , mais perdidos que cego em tiroteio!

  2. Separar as pessoas por opção sexual, cor da pele, credo, situação social, sexo, é discriminação e portanto proibido em nossa constituição.

    1. Verdade e deveria servir para todos. Essa turma é cheia de vantagens, só querem moleza.

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Política

PEC da transição vira moeda de troca para barganhas entre Congresso e governo Lula

Foto: Wilton Junior/Estadão

BRASÍLIA — O apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição virou moeda para barganhas políticas. Desde que desembarcou em Brasília, no início da semana, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem sido pressionado a assinar a fatura e entregar cargos e verbas antes mesmo da votação da medida. Para bancar o programa Bolsa Família e outras despesas, a partir de janeiro de 2023, o futuro governo pede ao Legislativo uma licença para gastar de aproximadamente R$ 200 bilhões acima do teto de gastos – valor que muitos economistas consideram um exagero.

Líderes do Congresso, porém, condicionam a aprovação do texto à ocupação de ministérios e vagas regionais, além da manutenção do orçamento secreto e do apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao comando da Câmara e do Senado, respectivamente.

A bancada petista anunciou apoio a novo mandato para Lira à frente da Câmara e deve oficializar o acordo com Pacheco nos próximos dias. Lula conversou com os dois nesta quarta-feira, 30. Foi aconselhado a preservar o orçamento secreto, que terá R$ 19,4 bilhões em 2023 e foi chamado por ele de “excrescência”, para não arriscar a formação da base aliada no Congresso. Como revelou o Estadão, o presidente Jair Bolsonaro mandou suspender a liberação dessas emendas até o fim do ano, após Lira receber aval do PT.

MDB, União Brasil e PSD querem pelo menos duas pastas cada, sob o argumento de que é preciso contemplar a bancada da Câmara e a do Senado. Esses partidos compõem a cúpula do Senado e representam mais de um terço dos parlamentares.

Os ministérios de Infraestrutura, Minas e Energia, Agricultura, Transportes, Ciência e Tecnologia, Cidades e Integração Nacional – duas pastas que serão recriadas – se transformaram em alvo de cobiça. Na prática, os partidos estão de olho nos R$ 105 bilhões que, de acordo com a PEC, ficarão livres no Orçamento para irrigar novas despesas, sem contar os recursos que já estão garantidos para os ministérios e emendas parlamentares. A negociação pode aumentar a verba sob domínio dos líderes do Congresso.

O PT quer aprovar a PEC no Senado na semana que vem e finalizar o texto na Câmara em seguida, a tempo de adequar o Orçamento de 2023 com as novas despesas. O líder do União Brasil e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (AP), assumiu a articulação para aprovar a proposta e cobra pelo menos um ministério para a bancada na Casa.

Alcolumbre indicou que pautará a PEC na próxima terça-feira. Cabe a ele, também, nomear o relator. Os senadores, no entanto, querem reduzir o período de flexibilização do teto de gastos dos quatro anos sugeridos pelo futuro governo para um ou, no máximo, dois. O valor da PEC também pode ser reduzido, se Lula não entregar os cargos a contento.

“Há uma boa vontade para votar. Só fica dependendo das negociações para definir o tempo e o valor”, afirmou o senador Jayme Campos (União Brasil-MT), referindo-se à proposta da equipe de Lula.

Nos bastidores, Alcolumbre contabiliza que sete dos dez senadores do União Brasil estarão com o governo Lula em 2023, desde que sejam atendidos com cargos de seu interesse. O senador chegou a essa conclusão após consultar colegas de partido. Sérgio Moro (PR), Soraya Thronicke (MS) e Alan Rick (AC) não entraram no “pacote”, como foi chamada a articulação.

Além do apoio do Planalto à reeleição de Pacheco, que agora enfrentará o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), o PSD cobra de Lula pelo menos dois ministérios. “Vou apoiar a PEC sem contrapartida, mas talvez não tenhamos 49 votos para aprová-la para quatro anos. Tudo depende do conjunto”, admitiu o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Otto Alencar (BA).

Depois de negociar com União Brasil, MDB e PSD, o próximo desafio de Lula será com o PP de Lira, expoente do Centrão. Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro, barrou a tentativa de integrantes do partido de compor com Lula antes da posse. Parlamentares da legenda defendem agora uma negociação no varejo, assunto que deve ser discutido pela bancada com Lira na próxima terça-feira.

“Não vejo problema nenhum em fazer uma coalizão com todos os partidos. Duas ou três cabeças pensando é melhor que uma. Então, que possamos ter projetos e levar recursos para os municípios”, disse o deputado eleito Maurício Neves, que assumiu a presidência estadual do PP em São Paulo e tomará posse na Câmara em fevereiro.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Ele pode entregar o brasil, vender, lotear, dividir, dar aos aos amigos, roubar, esconder, inclusive a Amazônia, que nunca tirei nada de lá, nem ir lá eu posso de tão caro, eu quero mesmo é que aconteçam coisas concretas e reais nas nossas vidas, termos salário de judiciário, universidade e escolas fundamentais de vergonha com professores comprometidos, sérios e gratuita, nada de educação privada, FIES, carne de soja ou caju, tem que ser carne de verdade e de primeira, não foi assim que parte de nós nordestinos optamos? Isso é democracia submetida a burrice, fazer o que? Tentar sorrir e sobreviver, a conta vem.

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Saúde

Senado aprova projeto que obriga planos de saúde a cobrir tratamentos médicos fora da lista da ANS

Foto: ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO – 29.8.2022

O Senado aprovou nesta segunda-feira (29) o projeto de lei que obriga os planos de saúde a cobrir tratamentos médicos que não estão previstos na lista de procedimentos básicos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desde que sejam reconhecidos por outros órgãos da área e tenham comprovação científica.

Na prática, o texto amplia os tratamentos que deverão ser cobertos pelos planos de saúde, indo além daqueles contidos no chamado “rol taxativo” da ANS, que é a lista de procedimentos e serviços que os planos são atualmente obrigados a realizar. O projeto havia sido aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 3. Com a aprovação do texto no Senado sem alterações, a matéria agora segue para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Discussão

O projeto é de autoria de 18 deputados federais de partidos da base governista e de oposição, que ressaltam que um movimento liderado por organizações da sociedade civil pedindo as mudanças em questão ganhou força após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em junho, a Segunda Turma da corte decidiu que os planos de saúde não são obrigados a cobrir os procedimentos médicos que não integram a lista da ANS, mesmo que o cliente do plano busque a Justiça. Com a decisão, o entendimento era que, se algum procedimento médico não estava elencado, os planos de saúde não seriam obrigados a custeá-lo.

O texto aprovado nesta segunda-feira no Senado torna a lista exemplificativa — e tem o objetivo, segundo os autores, de manter os tratamentos de saúde que estão sendo feitos e que poderiam ser descontinuados pelos planos após essa decisão do STJ.

O principal ponto do projeto é o trecho que prevê que “o tratamento prescrito por médico ou odontólogo, mesmo que não conste do rol de procedimentos definido pela ANS, deverá ser coberto pela operadora de saúde” se for “comprovadamente eficaz, segundo as evidências científicas e plano terapêutico”; ou se for “recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) ou por outro órgão de avaliação de tecnologias em saúde de renome internacional”.

A matéria também prevê a obrigatoridade de que a ANS atualize a lista de procedimentos que os planos de saúde são obrigados a realizar a cada incorporação de novos serviços, e que o documento seja publicado.

Relator do projeto no Senado, o senador Romário (PL-RJ) rejeitou as três emendas propostas. Uma delas, a de Eduardo Girão (Podemos-CE), pedia que “os tratamentos incorporados em outros países que não constem do rol da ANS sejam autorizados se forem referendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto a sua segurança e sua eficácia”.

Defesa dos planos de saúde

Ao longo da sessão, senadores falaram majoritariamente contra o rol taxativo e pela aprovação do projeto. Apesar de se colocar a favor da matéria, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) defendeu os planos de saúde.

“Não estou de acordo com a condenação dos planos de saúde aqui faladas. Os planos de saúde surgem como solução a uma falência anterior, a uma falência da nossa política de saúde pública. Nosso governo, não só do presidente Bolsonaro, mas também os que o antecederam deixam ao desabrigo milhões de pessoas que não podem pagar um plano de saúde. Maldizer os planos de saúde é uma injustiça”, disse.

R7

Opinião dos leitores

  1. é o começo do fim desse modelo de plano de saúde. Vamos todos para o SUS ou para a benzedeira lá da roça

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Economia

Haddad diz que inflação média do governo Lula será inferior a 4%

Foto: Agência Brasil

ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o atual mandato do presidente Lula terá uma inflação média inferior a 4%, percentual que é o menor desde que foi adotado o regime de metas. Ainda segundo o ministro, o crescimento médio do país vai beirar os 3%. A declaração foi feita no Itamaraty, durante a 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, mais conhecido como Conselhão.

“Presidente, é absolutamente possível o senhor terminar o seu mandato com uma inflação média abaixo de 4% e com um crescimento médio beirando os 3%”, disse Haddad ao lembrar que a meta é inflação em 2025 chegar a apenas 3%.

“Isso, para você ter uma ideia, é a menor inflação média de todos os mandatos desde que o regime de metas de inflação foi criado no Brasil. Portanto, aqueles que acusam o presidente Lula de não estar prestando atenção na inflação, na verdade não estão prestando atenção nos dados que estamos divulgando pelo IBGE a todo momento, mostrando que nós estamos convergindo para meta, que é uma meta exigente, e que foi ontem reafirmada na reunião do Conselho Monetário Nacional”, acrescentou.

Febraban

O olhar positivo sobre a economia do país foi compartilhado pelo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. “É preciso que nós reconheçamos que o Brasil, apesar do contexto mundial adverso, vem colhendo frutos e resultados positivos do trabalho econômico do ministro Fernando Haddad”, disse o representante do grupo de trabalho de crédito do Conselhão.

“Basta olharmos o PIB (Produto Interno Bruto) do ano passado e o do primeiro trimestre [de 2024], que apresentaram uma expansão robusta. Isso nos deixa bastante entusiasmados. Vemos que o que tem contribuído para o PIB é o consumo das famílias. Temos observado uma demanda doméstica pujante. Espero, ainda, uma retomada dos investimentos”, disse o executivo da Febraban.

Isaac Sidney destacou também o bom desempenho do mercado de trabalho que, segundo ele, está aquecido, com níveis muito baixos de desemprego, e de massa salarial com crescimento forte do ponto de vista da renda.

“A inflação está na meta. Estamos com projeções para 4% neste ano. A balança comercial está batendo recordes e as nossas reservas internacionais estão funcionando como se fosse uma blindagem. O grande desafio que temos é o de não deixar esse processo de retomada do crescimento perder tração”, disse.

Ele lembrou que esses resultados positivos foram obtidos em meio a um cenário externo complicado do qual nenhum país está imune. “Existem ruídos de uma eventual fragilidade fiscal. Entendo e respeito esse argumento, mas é importante destacar, sobretudo, que o ministro Haddad tem reafirmado sua determinação e compromisso com o arcabouço fiscal”, acrescentou.

Comitê Gestor do Conselho

Falando em nome do Comitê Gestor do Conselho, o coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, Clemente Ganz, também destacou os bons resultados da economia, mas lamentou que, quando citados, vêm sempre acompanhados de previsões sobre crises que não se confirmam.

“Se observarmos como esses resultados aparecem no debate público vemos que, no geral, com resultados como o de que o emprego cresceu, anuncia-se também que o país está vivendo uma crise que não conseguimos observar”, criticou ao convocar os integrantes do Conselhão a atuarem para mudar essas manchetes, de forma a dar mais qualidade ao debate público sobre os resultados alcançados.

CNI

Representando a Comissão de Assuntos Econômicos do Conselhão, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, propôs uma reflexão sobre a dívida pública do país, que leve em conta o fato de ela ser proporcionalmente menor do que a de diversos outros países.

Segundo ele, há casos em que esse tipo de dívida pode ser positiva para o país. “Temos uma grande questão que se chama dinâmica da dívida pública. Todos sabemos que em muitos países é muito maior percentual dela em relação ao PIB. Temos que, talvez, fazer reflexão entre a dívida pública boa e a dívida pública ruim. Dívida pública boa é aquela que permite investimento, geração de riqueza, emprego e desenvolvimento social. Dívida pública ruim é aquela que mantém uma máquina pública altamente pesada para o país.”

Fonte: Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

    1. Penso que esse salete, tem uma quedinha por andrade.
      Rsrs..
      Ô loco!

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Política

Reunião de Moraes com ministro da Defesa pode selar os termos da trégua entre governo e TSE

Foto: Alejandro Zambrana/TSE

Uma reunião entre o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, deve definir na terça-feira (13) o rumo das relações entre o governo e a Corte eleitoral.

Os dois vão discutir mais uma vez as mudanças que os militares querem implementar no Teste de Integridade, uma das principais etapas do processo de auditoria das urnas eletrônicas.

O assunto é o último remanescente de uma longa lista de pedidos apresentados pelos militares ao TSE no início do ano e que alimentaram a guerra pública entre Bolsonaro e a corte eleitoral.

Nas últimas semanas, ministros do governo Bolsonaro, militares e o TSE vinham costurando um armistício que desaguou em um encontro de Nogueira e Moraes no último dia 31 na sede do TSE.

Na ocasião, os dois acertaram que as equipes técnicas do tribunal e da Defesa elaborariam um projeto piloto para reformular o Teste de Integridade.

Moraes pode não ter afirmado diretamente ao ministro da Defesa, mas em seus cálculos a data-chave para que ele decidisse o que aceitar entre os pedidos dos militares era o 7 de setembro.

Afinal, no 7 de setembro de 2021, Bolsonaro ameaçou o Supremo, chamou as eleições de “farsa” e xingou Moraes de canalha de cima do palanque, provocando a maior crise institucional deste governo.

As semanas de conversas entre os ministros, a demonstração de força de Moraes em sua posse no TSE e mesmo a operação de busca e apreensão sobre empresários bolsonaristas foram amaciando Bolsonaro.

Até que o presidente decidiu considerar que a comissão formada no dia 31 já representaria um acordo. Segundo um ministro que participou da articulação da trégua, o assunto já saiu da pauta do chefe do Executivo.

“O presidente nem fala mais nisso entre nós”, diz esse ministro. Segundo ele, a declaração de Bolsonaro na última quinta-feira (“Se houver eleições limpas, Lula ganha?”), não representaria um ataque, e sim uma “fala solta” do presidente.

Seja como for, os militares ainda não se deram por convencidos.

Teste das urnas

Os militares avaliam que falta concretizar a realização do teste de integridade em um número de seções eleitorais maior do que utilizado hoje. Ainda resta definir o tamanho e a escala do projeto piloto.

“Estará resolvido quando as ações forem implementadas. Quanto mais urnas, maior o nível de confiança, estatisticamente”, diz um general que acompanha de perto as discussões.

“A expectativa é definir o número de seções, pois o tempo é curto. Acreditamos que chegaremos a bom termo.”

A nota oficial acertada entre TSE e a Defesa, divulgada após a última reunião, fala apenas no uso da “biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o referido teste”.

O assunto tem sido tratado sob a mais absoluta discrição pela equipe de Moraes, que vem procurando representantes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para saber a capacidade deles de adotar o projeto piloto.

A interlocutores, Moraes tem frisado que a palavra final sobre a viabilidade do projeto piloto será dele.

Adotado desde 2002, o teste consiste em uma votação paralela à oficial, feita com cédulas de papel no dia da própria eleição.

Geralmente ele é feito na sede de TREs, como simulação de uma votação normal: os participantes recebem cédulas já previamente preenchidas e depois esse voto é computado em uma urna eletrônica.

O objetivo do teste é checar se o voto em papel é o mesmo que foi registrado pelo aparelho. Uma empresa de auditoria é contratada pela Justiça Eleitoral para fiscalizar todo o processo – e muitos TREs transmitem o Teste de Integridade ao vivo em seus canais do YouTube.

Os militares insistem que o Teste de Integridade seja feito não mais no ambiente controlado dos TREs, mas em seções eleitorais de verdade, escolhidas aleatoriamente, com o uso da biometria para identificar os eleitores. Dizem que seria uma simulação o mais próximo possível da votação real.

O teste precisa de locais com infraestrutura apropriada para a sua realização, já que é filmado por câmeras – e nem todas as seções eleitorais Brasil afora, algumas delas em aldeias indígenas remotas, oferecem instalações apropriadas.

Por isso há quem no TSE defenda que, se o projeto piloto for mesmo realizado, que ele ocorra em seções eleitorais de capitais federais, onde as condições de infraestrutura são melhores.

A questão é complexa e de garantido só se sabe mesmo que nem o TSE e nem os militares sairão da negociação plenamente satisfeitos. Mas se o que interessa é apenas dizer que se chegou a um acordo, certamente se poderá encontrar um motivo.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Saco vazio não pára em pé… Por isso esse general tá agarrado ao osso bozonaro…. se cair do cargo, não serve mais pra nada…

  2. Esse é o ministro da defesa do bolsotralha, jamais do país. Não pensei que nas forças armadas tivesse tipos que passassem por esse papelão que estão fazendo no governo atual, é lastimável!

  3. O que esses general puxa-sacos querem não é testar realmente as urnas, mas é escancarar o sigilo do voto no maior número de urnas possível…. pois que se realize esse projeto nas seções específicas que ficarão nos quartéis militares.

  4. esse ministro Paulo, menino mimado e inconsequente, declarado pau-mandado, não desiste de interferir numa área que ele nada entende. Desde 1996 nunca opinaram na área eleitoral, e agora, quer aparecer como mágico e inteligente e quer instruir e dirigir todo o processo eleitoral. Por que ele não vai corrigir a tabela do Imposto de Renda?

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Geral

Setor produtivo critica recomendação da Procuradoria para paralisar engorda de Ponta Negra

Imagem: reprodução/eduardodantasrn

Entidades ligadas ao turismo e ao setor produtivo do Rio Grande do Norte criticaram a recomendação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) que pede o embargo e a paralisação das obras da engorda da Praia de Ponta Negra, reiniciadas há 10 dias após a Prefeitura do Natal encontrar uma jazida com areia em quantidade e qualidade para execução do aterro hidráulico. Para entidades como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomercio) e a Federação das Indústrias do RN (Fiern), a obra precisa ter continuidade para proteção do Morro do Careca e sustentabilidade do turismo e da economia potiguar.

“A preservação do litoral, além de ser uma questão ambiental crucial, é vital para o desenvolvimento econômico da cidade, que tem no turismo sua principal atividade. Do ponto de vista turístico, a proteção e revitalização de Ponta Negra são essenciais para manter o fluxo de visitantes e preservar a atratividade de um dos principais cartões-postais do Rio Grande do Norte: o Morro do Careca. O setor depende da preservação das praias para continuar gerando empregos e impulsionando o comércio e os serviços locais. Acreditamos que a conclusão dessa obra será um marco importante para assegurar a sustentabilidade do turismo e da economia potiguar”, disse a Fecomércio em nota.

“A referida Procuradora, não obstante o respeito pessoal que a ela todos devemos, faz, a partir de seu exercício profissional, uma aparente militância contra projetos de desenvolvimento econômico, o que muito se lamenta. A FIERN espera que o posicionamento da Procuradoria Geral do Estado e do Governo do Rio Grande do Norte seja em outro sentido, ou seja, de apoio a obra da engorda de Ponta Negra, Natal, que se apresenta plenamente viável e extremamente necessária”, disse.

Outras entidades criticaram o despacho da PGE, como a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no RN (ABIH-RN), por meio do presidente Abdon Gosson. “Não só a ABIH, o turismo, mas a população da cidade e do RN estão cansando com essas atitudes, eu diria, contra o desenvolvimento da cidade de Natal, contra o turismo, que é o maior gerador de emprego e renda dessa cidade. Chegou um ponto que não só perdemos as esperanças, mas vamos cansando, e quando cansamos temos que tomar providências ou outras atitudes que sejam benéficas para nosso setor e nossa cidade. O povo não aguenta mais ser desrespeitado ao longo de décadas e quando se chega uma solução como é a engorda, forças maiores ficam contra a vontade do povo, contra a vontade de gerar emprego e renda e contra o turista que chega para deixar dinheiro para nossa economia”, disse.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RN), Luís Leite, disse que a obra da engorda de Ponta Negra é importante para renovar a estrutura costeira da capital.
“Há uma necessidade grande para que Natal possa estar novamente entre as capitais do Nordeste mais procuradas porque sua estrutura foi renovada. Estamos falando das cidades vizinhas da Paraíba, Ceará e Pernambuco, onde estão com praias estruturadas, melhor segurança para banhistas e pessoas que vêm conhecer o Nordeste”, acrescenta.

George Gosson, vice-presidente Executivo do Natal Convention Bureau, disse que turismo de Natal aguarda a obra de alargamento da faixa de praia de Ponta Negra há pelo menos doze anos.
“Qualquer tentativa de atrasar a conclusão desta obra ou por motivações políticas ou por preciosismos burocráticos se consiste num atentado contra o turismo de Natal, contra o erário público, contra o bom senso e contra a razoabilidade. Esta obra precisa ser concluída o quanto antes”, pontuou.

O presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e da Pesca do RN (Faern), José Vieira, disse que “o sentimento que eu tenho, às vezes, é que o Rio Grande do Norte é para não dar certo”.
“Porque a quantidade de pessoas que trabalham contra o desenvolvimento do Estado é assustadora. Ninguém está preocupado como o Ceará se preocupou, como a Paraíba se preocupou, com o desenvolvimento, com a qualidade de vida das pessoas, com a geração de emprego e de oportunidade. No Rio Grande do Norte parece que a questão ideológica é muito mais importante do que a vida das pessoas. Eu só tenho a lamentar que, infelizmente, a gente precisa conviver com esse tipo de situação”, completou.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Que a engorda é necessária é um fato comprovado; que a esquerda é contra a obra não há dúvida. Agora, prurido de estado posicionar-se contra um projete como esse é um absurdo.

  2. Quero só vê quando a população não puder mais tomar banho devido ao batente gigante que está se formando o que vão dizer?
    Ponta Negra será a nova praia de búzios, vai ser perigoso da mergulho! Aguardem!

  3. Eu pergunto a vcs!!!
    A esquerda é um atrazo ou não é????
    ALGUÉM TEM ALGUMA DÚVIDA.????????????????.

  4. corram com essa obra antes que seja parada por politicagem! minha única crítica é que deveria ter começado pelo morro do careca e não pelo lado dos hotéis dos ricos…

  5. Infelizmente esse estado não vai pra frente por esses motivos.. quem era pra ajudar parece que faz questão de atrasar o desenvolvimento da área produtiva do estado, por que muitas empresas estão saindo do estado e indo para os vizinhos que estão 20 anos a frente do Rn !! Lamentável, um estado em que tem mais pessoas vivendo da esmola do governo do que carteira assinada, onde tem mais cargo comissionado sem produzir nada !! Não tem como dar certo. Pessoas que não conseguiram crescer a não ser as custa de um político padrinho.

  6. Para a procuradora estadual é fácil querer parar uma obra dessa. Com salário de 50 mil reais por mês ela pode viajar todo final de semana, já para o natalense que ganha um salário mínimo e quer ir à praia de Ponta Negra na sua folga com a família q se lasque. Simples assim!

    1. Deixe de acompanhar subcelebridades e estude, você consegue alguma coisa.

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Educação

UFRN pode encerrar 2024 com déficit de até R$ 20 milhões

Foto: Magnus Nascimento

A UFRN corre o risco de terminar o ano de 2024 com um déficit de R$ 20 milhões. Segundo o reitor da instituição, José Daniel Diniz, o motivo são as sucessivas quedas no orçamento destinado pelo Governo Federal. Atualmente, o orçamento da UFRN, e de todas as universidades federais, é menor do que o disponibilizado no ano passado, de acordo com o que consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024. A UFRN tinha R$ 2 bilhões em 2023 e poderá ter R$ 1,9 bilhão em 2024. Segundo José Daniel Diniz, o Ministério da Educação prometeu equiparar o orçamento deste ano ao de 2023. Isso contudo não resolve o problema e somente uma suplementação pode evitar que a UFRN termine o ano no vermelho.

Diniz pontuou que a Andifes pleiteia R$ 2,5 bilhões de suplementação junto ao Governo Federal, para o custeio integral de despesas como água, luz, limpeza e vigilância, e para garantir bolsas e auxílios aos estudantes em todas as universidades que integram a rede da Associação. Com isso, o reitor acredita que a UFRN receberia recurso suficiente para evitar o déficit neste ano – cerca de R$ 20 milhões, conforme estimativas do gestor. “O valor pleiteado nos equipararia ao patamar de 2017”, disse ele.

“Fazer estimativa de déficit é complexo, porque a gente tem que definir se vai desenvolver ações que nós não fazemos há muito tempo, como manutenção predial, por exemplo. É necessário uma avaliação criteriosa e a gente precisa confirmar o valor que deve ser restituído ao PLOA, conforme prometeu o ministro. No entanto, a estimativa é de que, sem suplementação alguma, o déficit de 2024 para 2025 irá variar de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões na UFRN”, apontou Daniel Diniz.

Mesmo que não se chegue ao valor necessário, o reitor explicou que espera haver algum tipo de suplementação no meio do ano, quando a Junta Orçamentária Federal revisa os programas e financiamentos do Governo. “A gente entende que foi uma sinalização importante a reunião da quarta, mas vamos ter que aguardar até a metade do ano. Enquanto isso, a situação continua difícil. O ministro se comprometeu com a recuperação do orçamento para torná-lo igual ao ano passado, então, a gente segue trabalhando pela suplementação. Sem o complemento dos recursos, a universidade encerrará o ano com prejuízos às atividades e com as contas em aberto”, declarou Diniz.

O reitor garantiu que não haverá cortes de pessoal ou qualquer outra mudança em contratos terceirizados. “A gente tem uma política de priorização na ordem dos pagamentos. Nesse aspecto, os estudantes bolsistas e os terceirizados estão na primeira linha. O que acontece quando a universidade não tem recurso suficiente é que contas como energia, compra de material de consumo para atividades acadêmicas e de laboratório, ficam em aberto”, falou.

“Não existe a possibilidade de suspender aulas ou outras atividades, porque não temos essa política. Também não há previsão de redução de terceirizados, uma vez que a UFRN já trabalha com o mínimo de funcionários de que necessita”, afirmou ele, em seguida. Daniel Diniz explicou que a situação é preocupante porque a universidade trouxe para 2024 um déficit de R$ 2 milhões, em razão do orçamento insuficiente destinado à instituição no ano passado.

“Nós tínhamos um déficit previsto para 2023 de mais de R$ 9 milhões. Mas houve uma suplementação de mais de R$ 4 milhões, feita pelo Governo Federal no final do ano e ficaram em torno de R$ 4,2 milhões. Além disso, a UFRN usou um recurso de arrecadação (de R$ 2 milhões) advindo de projetos próprios para cobrir parte do valor restante. Então, o que efetivamente ficou para este ano foi um déficit de R$ 2 milhões”, detalhou o gestor.

Ao passo que o orçamento veio mais curto no PLOA, as universidades têm a perspectiva de aumento de gastos com contratos terceirizados e energia. Desse modo, o reitor afirmou que o orçamento previsto este ano tornaria o funcionamento das instituições completamente inviável e por isso a necessidade de, ao menos haver equiparação aos recursos de 2023. “Até a recuperação anunciada pelo ministro [da Educação], a redução orçamentária da UFRN era de 7,69% em 2024, trazendo para isso o déficit do ano passado e o aumento dos contratos terceirizados. Agora, vamos refazer as contas para ver, de fato, como fica a situação”, informou.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Tô achando pouco! O ideal é diminuir um pouco mais o orçamento.. A eficiência e criatividade florescem nas restrições… Certeza que a produtividade do UFRN vai melhorar ao máximo.

  2. A boiada da ufrn fez o L. Agora engolem, de boca fechada, o lizeu imposto pelo 9 dedos. Bem feito!

  3. Engraçado, não se vê nem se ouve um pio, dos estudantes nem dos professores.
    Tem um ditado que diz pimenta nos olhos dos outros e refresco.
    O silêncio chega ser ensurdecedor….

  4. O cabaré de bilica fez mais por Mossoró que essa UERN e lá em dona Bilica quem quer ir lá pagar essa é a diferença.

  5. Aita coisa boa, os seguidores da SEITA BOLSONARISTA estão PREOCUPADISSIMOS com EDUCAÇÃO e VACINAÇÃO? Parem o mundo que vou descer aqui. Aí Projeto de Jornalista, mostre aí os seguidores da SEITA BOLSONARISTA quanto foi que o MITO O MESIAS investiu nos 4 anos? Será que teve CORTES em ORÇAMENTO na Saúde, educação e segurança?

    Dia 25 vem aí!! Vamos aguardar a temida 72hs.

    Beijim no chifre 🦬

    1. SEU JUMENTO, NINGUÉM AQUI TÁ PREOCUPADO COM O QUE VOCÊ CITOU ACIMA. A QUESTÃO É QUE LULA ILUDIU UM MONTE DE OTÁRIOS USANDO A PALAVRA GENOCIDA FALANDO EM FALTA DE VACINAS, YANOMAMIS, FOGO NA AMAZÔNIA, CORTES NA EDUCAÇÃO, PORTE DE ARMAS E HOJE, A UNICA COISA QUE FEZ FOI DESARMAR A POPULAÇÃO PRA BANDIDAGEM FAZER A FESTA. NÃO DÁ CONTA NEM DA DENGUE. A QUESTÃO É ESSA. A HIPOCRISIA DOS PETISTAS. ASNO🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏🫏

    2. Veja o aumento que ele deu aos professores, via piso salarial. Claro que isso só vale se for feito pelo seu monopolista das boas intenções, né? Vacinação Bolsonaro assinou com Oxford em julho de 2020, assegurando recursos vai MP. O resto é chilique.

    1. Afora pagar a sua manutenção, por que deveria se preocupar, né?

    2. Comentário bem parecido com defensor de bandido, tentando acausar a vítima!

  6. VAMOS MARCAR O DIA DA MANIFESTAÇÃO. TEM DINHEIRO SOBRANDO, A QUESTÃO É QUE O “JANJO” SÓ SABE FAZER TURISMO PELO MUNDO AFORA.
    FAZ O “L” JUMENTADA

  7. Vixe além de viúvas do Bozo, são também invejosas….kkkkkkk vão estudar que vcs também entram na UFRN…fácil assim!!!!!

  8. Meu amigo, existem cursos na nossa universidade de péssima qualidade e estes são maioria, o dinheiro já é pouco e havendo contengeciamento desse magnitude, os corredores vão ficar as moscas e noiados, uma tristeza. Quero ver elementos nocivos como: Imparcial, Gustavo Mafra, Pixuleco, Manoel F, Pia e outros doidinhos colocarem a mão no teclado e a boca no trombone denunciando, vou bater palmas.

  9. Cade os canela seca da UFRN. Bora pra rua bando de jogue, tem que protestar. Fechar a BR. Botar fogo em pneus e ônibus. Só que não. A mamada tá tão grande que niguem fala nada. Faz o Ls.

  10. Esperando o DCE da UFRN e a Une convocarem uma manifestação em frente ao Midway … #hipocrisiaesquerdista

  11. Kkkk cadê os professores, alunos, funcionários da universidade fazendo passetas na ruas a imprensa comprada. Todos mudos esse governo do encantador de jumentos. FAZ O L

  12. NAM, NÃO PODE SER VERDADE UMA COISA DESSAS! O GOVERNO DO PT DEIXANDO AS FACULDADES NA BERLINDA? SERÁ QUE O GOVERNO LULA É ESTELIONATÁRIO? NÃO ACREDITO, NAM!

  13. Eu não acredito. Lula jamais faria uma coisa dessas, ainda mais com o professor Haddad como ministro da economia.
    Fake news, né?

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Saúde

Canabidiol, composto da maconha, está sendo testado no tratamento de pelo menos 20 doenças

Canabidiol é um dos cerca de 100 elementos presentes na Cannabis | Foto: MICHAELA REHLE / Agência O Globo

De depressão a epilepsia, esclerose múltipla a dor crônica, fobia a cólica menstrual — nunca a ciência avançou tanto nas descobertas das propriedades medicinais da cannabis, a planta da maconha. Estima-se que os efeitos do canabidiol, substância encontrada em pequeno volume no caule e na folha da erva, estejam sendo testados em pelo menos 20 doenças em grandes centros de referência ao redor do mundo. Um dos trabalhos mais extraordinários é brasileiro. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, identificaram a ação terapêutica do composto no burnout, a síndrome do esgotamento profissional.

Publicado na revista JAMA,  da Associação Médica Americana, o trabalho avaliou 120 profissionais da saúde da linha de frente da resposta à Covid-19. Doses diárias de 300 mg do medicamento reduziram sintomas de fadiga emocional em 25% nos voluntários, depressão em 50% e ansiedade em 60%.

“Estamos avaliando, em parceria com o Instituto de Psiquiatria da USP de São Paulo, o efeito do canabidiol na prevenção das consequências neurológicas e médicas gerais da infecção por coronavírus — afirma o líder da pesquisa, o psiquiatra José Alexandre Crippa”.

Os cientistas descobriram que ácidos do canabidiol têm a capacidade de se ligar à proteína Spike, a  estrutura que o coronavírus usa para entrar nas células. Com isso, os compostos de cannabis poderiam evitar a infecção. O trabalho, publicado no Journal of Natural Products, foi desenvolvido em laboratório e ainda precisa passar por novas etapas, como testes em seres humanos.

“Existe um enorme potencial terapêutico levantado por estudos pré-clínicos, dos quais, inclusive, participo. As pesquisas em laboratório levantam a possibilidade de essas substâncias, em especial o canabidiol, terem um leque mais amplo de potencialidades terapêuticas. É necessário um volume maior de ensaios clínicos para poder se afirmar que desses efeitos realmente existem”, explica o professor de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) Francisco Guimarães.

No Brasil são 14 remédios autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Santária (Anvisa) — três deles validados há apenas uma semana. Eles só podem ser usados frente a receita médica do tipo B (azul), a mesma usada com psicotrópicos.

O número de produtos, no entanto, pode aumentar nas próximas semanas. Dados da Anvisa mostram que há cinco pedidos em análise de produtos e quatro em exigência. Outros três ainda devem começar a ser avaliados.

“Vejo, a médio prazo, a fundamental necessidade de os ensaios clínicos demonstrarem a eficácia e a segurança para diferentes condições. O canabidiol não é uma bala de prata, uma panaceia. Ele precisa ser indicado para cada uma das condições com dosagem adequada que apenas os ensaios clínicos podem trazer”, afirma o psiquiatra Crippa, docente de Neurociências da FMRP da USP.

“Vejo nesse sentido, um avanço desses ensaios clínicos, monitorados pela Anvisa, para que possam chegar até o SUS e ser distribuído para toda a população”.

Procurado pelo GLOBO, o Ministério da Saúde afirmou que “no momento, não há solicitação em aberto para avaliação do canabidiol na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec)”. O órgão técnico é responsável por incluir novas terapias, medicamentos e tratamentos na rede pública.

O canabidiol (CBD) só deixou a lista de substâncias proibidas pela Anvisa e passou a ser autorizado como medicamento controlado em janeiro de 2015. A aprovação do primeiro medicamento veio em 2017, indicado para tratar espasmos prolongados decorrentes de esclerose múltipla.

Usar o composto é completamente diferente de consumir a droga.  “Quando uma pessoa usa um preparado a partir da planta, usa uma mistura de cerca de 500 compostos químicos presentes na planta”, diz Guimarães.

Na sua forma natural, a maconha é uma das drogas menos viciantes. No últimos dez anos, porém, a erva passou a ser manipulada de modo a conter uma quantidade maior de THC, o composto que dá o “barato” da droga. A era de menos de 1% de THC na década de 60 e hoje chega a ser trinta vezes maior.

Tida como inofensiva por muitos, a ação da maconha no cérebro do adolescente pode ser devastador. Estudo conduzido na Universidade de Montreal, no Canadá, mostrou que o uso de maconha por adolescentes aumenta diretamente o risco de desenvolvimento de psicose.

O consumo na adolescência interfere no desenvolvimento do cérebro, que fica com áreas do córtex pré-frontal mais finas (um efeito que geralmente só se manifesta na velhice).

O Globo

Opinião dos leitores

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Geral

TCU acata em parte representação que aponta uso de programa para promoção pessoal de Lula

Foto: reprodução

O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou parcialmente procedente, nesta 4ª feira (6.nov), uma representação formulada pelo deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) sobre possíveis irregularidades na realização do programa Conversa com o Presidente pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. O parlamentar alegava que o programa está sendo usado para a promoção pessoal de Lula (PT), afrontando o artigo 37, parágrafo 1º, da Constituição, e acórdão do TCU.

Conversa com o Presidente é feito semanalmente e consiste num bate-papo com Lula sobre os principais acontecimentos do governo. O relator da representação na Corte de Contas foi o ministro Jorge Oliveira. Em seu voto, ele ressalta que a Unidade de Auditoria Especializada em Governança e Inovação (AudGovernança) propôs que a representação fosse considerada parcialmente procedente, mas entendeu desnecessária a adoção de qualquer medida adicional, tendo em vista que o TCU já expediu, recentemente, orientação à Secom sobre a matéria, por meio de dois acórdãos do plenário.

“Estou plenamente de acordo com essa proposta de encaminhamento, sem prejuízo de fazer breves considerações sobre o tema”, afirma o ministro.

Segundo ele, “o art. 37, § 1º, da Constituição Federal contém proibição expressa de que o dever de publicidade, indissociável de toda atividade pública, possa ser deturpado em benefício dos titulares do poder”. Entretanto, acrescenta, “a fiscalização desse preceito não se revela trivial, na medida em que a informação e o seu emissor compartilham um mesmo contexto de comunicação, não sendo possível dissociá-los”.

Ele prossegue: “Em outras palavras, não há como isolar ou subtrair a imagem do emissor da veiculação da notícia. Assim, o fato de uma autoridade utilizar de um canal institucional para divulgar uma informação, não constitui, necessariamente, uma irregularidade. A aferição da conformidade dos atos praticados requer, obrigatoriamente, adentrar e avaliar o teor da mensagem efetivamente transmitida”.

Ainda conforme o voto, “o exercício, em concreto, de avaliar a publicidade oficial em relação à possível promoção pessoal não se assenta em critérios claros ou objetivos, dependendo, muito das vezes, de aspectos incidentais, circunstâncias periféricas e balizas subjetivas”. Mesmo diante dessas dificuldades, pontua, a AudGovernança, ao assistir os vídeos, “acabou entendendo que o referido programa abrange situações tanto de caráter informativo, amparados pelo princípio da publicidade, quanto de promoção pessoal, vedados pelo princípio da impessoalidade”.

Nas palavras de Jorge Oliveira, “não se pode esquecer, contudo, que esse diagnóstico decorre, em parte, das percepções subjetivas dos auditores que fizeram a análise”.

“Não é possível descartar a hipótese que, caso submetido ao crivo de uma equipe diferente, não seria feita a mesma avaliação. De todo modo, como assinalado pela AudGovernança, a mesma matéria tratada nestes autos já foi apreciada em outras ocasiões por esta Corte de Contas”.

O acórdão proposto pelo relator e aprovado hoje pelo plenário do tribunal diz que os ministros concordam em conhecer da representação para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente; comunicar a decisão ao deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, à Secom, à Casa Civil, à Secretaria de Relações Institucionais, ao Ministério das Cidades e à Empresa Brasil de Comunicação (EBC); e arquivar os autos.

Divergência

Nem todos os ministros votaram com o relator. “Eu vou votar pela improcedência, já que não há nos autos nenhum elemento que me permita concluir pela realização de promoção pessoal do presidente. Não há citação de nenhuma frase, nenhum momento, nenhuma pergunta, nenhuma resposta, então não posso considerar parcialmente procedente”, afirmou Benjamin Zymler na sessão plenária de hoje. Acompanhou ele o ministro Sherman Cavalcanti.

O relator foi acompanhado por Marcos Bemquerer, Jhonatan de Jesus, Antonio Anastasia e Augusto Nardes.

“Vitória”

Luiz Philippe de Orleans e Bragança considerou a decisão como uma “vitória” para si. Ele se manifestou em publicação no Instagram. Ainda no post, escreveu: “O Tribunal de Contas da União (TCU) considerou parcialmente procedente nossa representação, apontando o uso do programa ‘Conversa com o Presidente’, da EBC, para a promoção pessoal de Lula. Conforme a decisão, o TCU emitirá uma advertência ao governo para programas futuros. Embora não tenha sido a decisão total que esperávamos, continuaremos fiscalizando de perto as ações deste governo”.

SBT News

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Brasil

Divergências sobre repactuação bilionária de rodovias geram impasse no TCU

Zanone Fraissat – 19.fev.2020/Folhapress

O governo federal tem celebrado a repactuação de 14 contratos de rodovias, com a reformulação de acordos assinados com as atuais concessionárias desses trechos —as empresas prometem injetar R$ 109 bilhões nas estradas que já administram. O desfecho efetivo dessas negociações, porém, não tem encontrado um caminho fácil no TCU (Tribunal de Contas da União).

Donas de uma série de compromissos não cumpridos nos últimos anos, como duplicações e melhorias de traçado, essas concessões passaram a ser alvo de negociações para analisar a possibilidade de devolução amigável e a realização de novas licitações, por meio da atuação da Secretaria de Consenso criada no TCU.

O objetivo é achar uma solução de problemas mais célere, atendendo ao interesse público, de ter uma rodovia em melhores condições e no menor tempo possível.

Esse consenso, contudo, ainda não está tão claro. Das 14 concessões submetidas ao acordo sob a mediação do tribunal, três foram confirmadas: a Eco101, a Rodovia Fluminense e a MSVia. Nesta última, porém, a discussão descambou para acusações de ilegalidade levantadas por membros do próprio TCU.

A concessionária MSVia administra, desde 2014, a BR-163, em um trecho de 847 km, entre a divisa do Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, até chegar ao Paraná.

No contrato original, a empresa tinha várias obrigações, como a duplicação de 806 km até o quarto ano de concessão e implantação de quatro contornos em pista dupla. Contudo, até hoje, apenas 150 km (18,5%) foram duplicados. Somente 73,7% das restaurações foram feitas e nenhum dos contornos foi executado.

Por causa dessa situação, o governo chegou a iniciar o processo de devolução da concessão, com pedido da própria concessionária. O Ministério dos Transportes e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) iniciaram estudos de uma nova licitação, prevendo dividir o trecho em dois segmentos.

A alternativa, porém, foi abortada no meio do caminho, porque novas condições contratuais oferecidas à MSVia atraíram a empresa, após negociação intermediada pela Comissão da Secretaria de Consenso. As mudanças trazem flexibilização da tarifa de pedágio e dos gatilhos para aumento de preço, ampliação do prazo da concessão em mais dez anos e revisão da lista de investimentos obrigatórios.

A empresa se comprometeu a investir R$ 12 bilhões, incluindo a duplicação de 68 quilômetros em até três anos, chegando a 183 km até o fim do contrato, além de a construção de uma terceira faixa em outros 191 quilômetros e 72 km de contornos, entre outras melhorias, conforme o aumento da demanda, ao longo do contrato.

Governo e MSVia também declaram que a solução proposta para otimização da concessão “resulta exclusivamente de um processo de solução consensual, que garante a participação ativa e colaborativa de todas as partes envolvidas”.

Em nota à Folha, a MSVia afirmou que “a repactuação da concessão da BR-163/MS é um importante marco, pois, além de solucionar todas as controvérsias existentes, proporcionará modernização e entrega célere de investimentos à população do Mato Grosso do Sul, após a assinatura do aditivo ao contrato”.

Auditores do TCU que participaram da renegociação recomendaram a extinção do contrato, por entenderem que as novas condições estavam, na prática, premiando quem deixou de entregar os compromissos originais. Ressaltaram que “a solução está eivada de ilegalidades porque, em síntese, criará uma nova relação totalmente desvinculada da licitação que deu origem ao contrato, do lance vencedor da licitação”.

O Ministério Público junto ao TCU acompanhou esse entendimento. O ministro do TCU e relator da proposta, Aroldo Cedraz, também viu da mesma forma e votou contra o acordo. “O conteúdo da solução consensual proposta é irremediavelmente ilegal, vez que inconciliável não apenas com a letra da lei, mas também com todo o ordenamento jurídico”, declarou.

Cedraz, porém, foi voto vencido. Outros seis ministros divergiram de seu entendimento e acompanharam a tese defendida pelo ministro Benjamin Zymler, que disse não ver grandes mudanças na proposta, se comparada às outras duas repactuações já aprovadas pela corte –Eco101 e Fluminense–, que tiveram o sinal verde de Cedraz.

Zymler também chamou a atenção para o resultado que, segundo ele, seria mais vantajoso para usuários da rodovia. Cedraz foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou sobre o caso.

No comunicado enviado à reportagem, a MSVia disse que “a questão relacionada à legalidade das repactuações já havia sido aprovada por unanimidade por duas vezes pelo Plenário do TCU, contando inclusive com voto favorável do mesmo relator do processo da MSVia”.

No meio jurídico, as colocações de Cedraz sobre ilegalidade da proposta acenderam um alerta amarelo sobre quais seriam os limites das repactuações firmadas entre o governo e as atuais concessionárias. Isso porque os contratos não estão sendo ajustados, mas completamente refeitos e mantidos com empresas que falharam em seus compromissos originais.

Das 14 propostas que serão repactuadas, três já passaram pelo crivo da Secretaria de Consenso e outras duas estão em fase de análise, a Via Bahia e a Fernão Dias. As demais estão nas mãos da ANTT e, logo no início de 2025, serão enviadas para negociação.

Na avaliação do advogado Fernando Vernalha, sócio do escritório Vernalha Pereira e especialista em contratos de concessões, as discussões em torno das propostas são resultado de um novo entendimento que passou a ser aplicado pela corte, mas não devem resultar em insegurança jurídica.

“Alterar contratos é algo natural. São concessões de longo prazo e isso está previsto. Não estamos discutindo se isso é válido ou não, mas a dimensão dessa repactuação. Até quando ela é válida e até quando passa a transfigurar o contrato. Entendo que isso tem que se dar em uma discussão caso a caso”, comentou.

Para dirimir questionamentos e dar uma blindagem de transparência às transações, o TCU e o governo chegaram a um acordo de que a repactuação de rodovias, uma vez confirmada com a concessionária que está à frente do trecho, será oferecida ao mercado, por meio de um tipo de leilão.

“Feita a repactuação, vamos abrir uma etapa de consulta pública de cem dias, para que todo mercado avalie aquela proposta de contrato, com toda transparência. Então, será feito um tipo de leilão, de processo competitivo. Se outra empresa quiser entrar, ela pode dar um lance mais agressivo, e elas poderão concorrer. Se houver disputa, fica com a concessão a melhor proposta”, disse à Folha o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale.

Críticos do modelo acreditam, porém, que esse modelo reduz o interesse de terceiros, uma vez que a concessionária que já está no trecho leva vantagem em ter toda a sua estrutura já montada, além de conhecer os detalhes daquela concessão como nenhuma outra empresa. Vitale, porém, acha que o jogo não está completamente jogado. “Acredito que podemos ter surpresas nessas ofertas.”

O governo espera estimular investimentos de R$ 110 bilhões nos próximos 15 anos com a revisão de 14 concessões de rodovias já firmadas. A estimativa é gerar 1,6 milhão de empregos, entre diretos e indiretos

Com a repactuação, o que se pretende é viabilizar obras paralisadas e obrigações suspensas, além de novas ações não previstas nos contratos originais. A negociação entre governo e empresas ocorre sob a supervisão do TCU.

Nos cálculos do Ministério dos Transportes, nos próximos três anos, R$ 26,5 bilhões podem ser investidos pela iniciativa privada

As mudanças serão feitas por meio de aditivos contratuais, dando como contrapartida a prorrogação dos contratos com prazos adicionais de 5, 10 e 15 anos, dependendo de cada caso.
Os estados com rodovias que mais concentrarão investimentos são Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

Folha de São Paulo

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Saúde

PROIBIÇÃO DO VAPE: 5 motivos pelos quais o cigarro eletrônico faz mal à saúde

Foto: Eva Hambach/AFP

A Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa aprovou, na última sexta-feira (19), a manutenção da proibição dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como “vape”, no Brasil. O tabaco aquecido, assim como acessórios e refis destinados ao uso em quaisquer destes produtos também continuam proibidos no país.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são uma polêmica no mundo inteiro. Desde seu surgimento e em muitos países, os cigarros eletrônicos e outros DEFs são considerados uma alternativa menos nociva ao cigarro tradicional. No entanto, estudos recentes mostram que esses dispositivos são nocivos à saúde, geram dependência e não trazem benefícios comprovados para a saúde pública. Além disso, eles têm um apelo muito grande entre jovens, incluindo crianças e adolescentes.

Confira cinco motivos, baseados em evidências científicas, pelos quais o cigarro eletrônico faz mal à saúde.

Dependência

O vape tem níveis de nicotina semelhantes ou superiores aos do cigarro tradicional. Além disso, devido à forma que entrega a nicotina, que “facilita sua inalação por períodos maiores, sem ocasionar desconforto ao usuário”, esses dispositivos teriam uma facilidade maior do que o cigarro convencional de tornar o usuário dependente. Um estudo do Hospital das Clínicas da USP mostrou que o cigarro tradicional tem um limite de 1 mg da substância no Brasil, enquanto os eletrônicos chegam a 57 mg por ml. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), um único vape equivale a um maço com 20 cigarros.

Substâncias químicas

Tais dispositivos podem conter quase 2 mil substâncias, a maioria não revelada. Um trabalho da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, encontrou outras milhares de químicos desconhecidos nos aparelhos, que não eram listados pelas fabricantes. Além disso, sabe-se que a inalação de substâncias conhecidas presentes nestes dispositivos, como propilenoglicol e metais, são tóxicas e cancerígenas.

Alteração no DNA

Trabalho publicado na revista científica Cancer Research no mês passado revelou que usuários de cigarros eletrônicos apresentam alterações de DNA em células específicas da bochecha semelhantes às dos fumantes convencionais.

Jovens

Os vapes, em especial os descartáveis de sabor açucarado ou frutado e embalagens de cores vivas que lembram doces são especialmente atraentes para os adolescentes. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2019 pelo IBGE, 16,8% dos adolescentes de 13 a 17 anos já experimentaram o cigarro eletrônico.

Danos ao organismo

Segundo um estudo feito pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, ambos dos Estados Unidos, apenas 30 dias de consumo dos chamados vapes podem gerar problemas respiratórios severos, mesmo em pessoas com boas condições de saúde e pouca idade, público que mais consome esse tipo de produto.

Usuários de cigarros eletrônicos há 30 dias tiveram um risco 81% maior de apresentar um sintoma chamado chiado. Para esse grupo, também foi demostrado um risco 78% maior de sentir falta de ar e um risco 50% maior de apresentar sintomas de bronquite.

Outro estudo, feito pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, descobriu que a inalação do vapor de um cigarro eletrônico, mesmo a exposição moderada, pode impedir o funcionamento normal das células imunológicas capazes de enfrentar doenças. Já um trabalho da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirma que os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, aumentam em 1,79 vez a probabilidade de infarto. Ainda de acordo com estudos analisados pela SBC, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) também impactam na incidência de aterosclerose em seus usuários.

“O uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, aumenta a rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio da mesma forma que o uso de cigarros tradicionais diários. Em estudos de laboratório, com camundongos, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga”, disse a AMB.

A Associação também alerta para a ocorrência da EVALI, sigla para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico. Trata-se de uma doença no pulmão associada aos dispositivos que foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos – onde já foram registrados 2.807 casos e 68 mortes associadas.

Outro estudo, publicado no periódico Inhalation Toxicology, observou que há vazamento de metais pesados das serpentinas (coils) para os e-líquidos (juices) dos dispositivos eletrônicos para fumar. Nas amostras, foram encontrados alumínio, ferro, cromo, cobre, níquel, zinco e chumbo, o que eleva o risco de câncer entre os consumidores, além de outras doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. O bom era liberar todo tipo de droga. Que todo jeito vai ter o consumo proibindo ou não proibindo. Aí teria arrecadação de imposto para bancar o tratamento.

  2. Cadê nosso liberdade de escolher a droga para se matar, Jaja vai proibir o cigarro e a cerveja. Isso é só o começo. Abaixo a ditadura

    1. Souza Cruz é quem está preocupado, ela pagou essa pesquisa!!! A Souza Cruz está dando pressão.

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Diversos

Ex-mendigo diz que agora ganha R$ 13 mil por semana e que está acostumado com cancelamento

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O ex-morador de rua Givaldo Alves de Souza, de 48 anos, passou da invisibilidade ao estrelato após se envolver num caso rumoroso, ainda sob investigação policial. Depois de ser espancado e ficar dias internado, ele ganhou mais de 473 mil seguidores no Instagram, virou garoto propaganda de uma empresa de criptomoedas e foi assediado até por artistas de funk e sertanejo.

Hoje, não vive mais sob marquises, mas num flat de Brasília. Em vez de pedir esmola, ganha mais de 10 mil por semana. Pede desculpas por ter exposto a mulher, mas não entende por que vive entre o incensamento de novos fãs e o cancelamento de grupos feministas.

No dia 9 de março, Givaldo foi flagrado fazendo sexo com a mulher do personal trainer Eduardo Alves dentro de um carro estacionado numa rua em Planaltina, no Distrito Federal. Apanhou do marido. Passado pouco mais de um mês, agora publica em suas redes sociais passeios em carros de luxo e helicópteros, além de ida a camarotes VIPs de festas no Rio de Janeiro, como o carnaval na Sapucaí.

Baforando um cigarro eletrônico e consultando constantemente as horas no seu smart watch, Givaldo contou ao GLOBO que está ganhando cerca de R$ 13 mil por semana num site que comercializa vídeos personalizados para festas de aniversário, casamento e despedidas de solteiro. Na descrição do canal, ele se apresenta: “Aqui quem fala é o Givaldo Alves, o Mendigo. Sim, aquele mesmo! Se você quiser um vídeo especial meu, dando conselho amoroso pra aquele seu amigo que está na seca, desejando feliz aniversário para aquele seu parente gente fina ou qualquer outra ocasião especial, eu estou aqui”. Cada gravação sai por um “preço promocional” de R$ 127,50, se encomendado com antecedência, e de R$ 250, se solicitado em menos de 24 horas.

Orientado por um agente de marketing, Givaldo criou uma persona nas redes sociais para explorar o que a sua assessoria chamou de “princípio do contraste” entre a sua vida anterior de “morador de rua” e a atual de “celebridade”, o que gera engajamento no mundo virtual. Em seu canal, o ex-sem-teto passou a divulgar vídeos em que volta aos locais onde já dormiu na sarjeta, reencontrando companheiros de rua e distribuindo alimentos e notas de dinheiro. Num quadro recente, chamado “o mendigo paga o seu boleto”, ele oferece pagar dívidas de banco, conta de luz e água aos internautas que interagirem com ele.

— Já paguei boleto de oito pessoas. Dois só de uma mãe solo que tinha três crianças para cuidar. E as pessoas podem divulgar, porque isso não é fake. É fato — conta.

Os vídeos passam por edição profissional, com trilha sonora e desenho do “ex-mendigo” num pedaço de papelão, produzidos por uma equipe de marketing que também presta serviços a políticos e empresários de Brasília.

Além do portal de vídeos, Givaldo ensaia uma carreira de garoto-propaganda de bitcoin. Com o mote de que até “um mendigo pode ficar rico da noite para o dia”, ele passou a estrelar conteúdos publicitários de um consultor financeiro virtual chamado Diego Aguiar, que incentiva a operação de criptomoedas e tem mais de um milhão de seguidores nas redes sociais. Recentemente, o youtuber bancou para o ex-morador de rua um passeio de helicóptero e uma volta num carro de luxo avaliado em R$ 3 milhões — tudo devidamente registrado e postado nas redes sociais.

Nas redes, Aguiar diz que antes era “pobre, fod…, sem um put… no bolso” e que agora é “multimilionário” fazendo investimentos de alto risco. Posta vídeos jogando fora nota de dólares no mar das Maldivas e em festas rodeado de mulheres na Europa. Por meio de sua assessoria, diz que quis ajudar o ex-morador de rua para “provar que até um mendigo pode aprender a ganhar dinheiro”: “Eu vi todo mundo criticando o cara, e resolvi dar oportunidade de ele viver algumas experiências”.

Givaldo Souza ainda está em vias de fechar um contrato de publicidade com uma marca de suplementos vitamínicos que promete melhorar o desempenho sexual. E planeja consolidar a persona de “mendigo bem de vida” no Instagram para manter uma renda permanente com sua atuação nas redes. Dependendo da audiência, cada vídeo pode lhe render cerca de R$ 1 mil.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. isso só acontece numa cultura pobre e jogada na sarjeta. Impressionante que existas pessoas que ainda seguem e compram serviços desse cidadão.

  2. Isso é uma vergonha, por isso que esse país estar essa zona, a mídia e algumas pessoas despensa atenção a uma figura dessa.
    Com tantos problemas que estamos enfrentando, isso é desperdício de tempo.

  3. Se ele se candidatar vence já que brasileiro adora eleger um medíocre, ou pior, muitas vezes elege bandidos, não a toa os dois que estão na frente nas pesquisas pra presidente…

  4. Só no Brasil tudo pode acontecer, mendigo virar celebridade e qualquer um virar presidente da República.

    1. Se mude, 2022 ele tá aí novamente…Se mude… Vá para Venezuela ou Cuba.

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Geral

Governo Lula anuncia retirada de sigilo de documentos, mas dados vêm tarjados

Documento desclassificado pelo governo | Imagem: Reprodução

O governo Lula diz ter retirado o sigilo de documentos públicos pedidos via LAI (Lei de Acesso à Informação), mas mantém as tarjas de censura nas informações. Os registros de entrada e saída dos Palácios da Alvorada e do Jaburu e da Granja do Torto, entre 2020 e 2021, na gestão Jair Bolsonaro (PL), tiveram cobertos todos os dados.

Os documentos constam como “desclassificados”. Reportagem solicitou documentos que estão no “rol de informações desclassificadas” pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), divulgado pelo próprio governo em 2023 e que segue público na página oficial do Executivo.

O que tem essa denominação? Um documento que está desclassificado significa que o poder público reanalisou os critérios que haviam sido aplicados para que ele fosse considerado de acesso restrito em algum grau e decidiu que ele pode ter transparência.

Na maioria dos registros, só é possível ver os dados e o cabeçalho referente ao GSI, nada mais. Mesmo considerados como de sigilo retirado, não é possível ter acesso aos nomes dos visitantes nem mesmo dos jornais assinados ou de encomendas como flores recebidas nas residências oficiais durante o governo Bolsonaro.

A Casa Civil explica que uma coisa não impede a outra. Ao UOL a pasta e outros órgãos do governo envolvidos no caso argumentaram que a desclassificação “não descaracteriza o sigilo” —este previsto por lei, como é o caso dos registros de entrada na residência oficial. O mesmo não se aplica, por exemplo, ao Palácio do Planalto, onde os pontos já foram liberados.

Registros do Alvorada são sigilosos, diz CGU (Controladoria-Geral da União). Em enunciado publicado no início do ano passado, o órgão manteve os registros de entrada e saída em residências oficiais como sigilosos. Ao UOL, a pasta detalhou ainda que o sigilo não cai porque trocou de governante.

O assunto está em debate no governo. A CGU já enviou à Casa Civil um projeto que busca alterar a LAI para estabelecer critérios mais claros para a classificação do sigilo e tentar acabar com o sigilo de 100 anos, amplamente adotado por Bolsonaro, o que foi uma promessa de campanha do presidente Lula (PT).

“Desclassificados”

Documento "desclassificado" pelo governo segue tarjado
Documento desclassificado pelo governo | Imagem: Reprodução

A reportagem do UOL solicitou via LAI um bloco de documentos relativos às portarias dos palácios presidenciais. Reportagem solicitou 18 documentos sobre “controle de acesso em áreas presidenciais” que constavam na relação divulgada pelo governo federal como desclassificados. O pedido foi concedido, mas, na prática, os documentos carimbados como “desclassificados” se resumem, em sua maioria, a páginas tarjadas de preto.

Maioria dos documentos traz apenas o intervalo de datas e a portaria na qual o acesso ficou registrado. Alguns documentos ainda descrevem que os relatórios se tratam de acessos de autoridades, de seguranças, familiares do presidente ou simplesmente “entrada e saída de pedestres”. Há ainda relatórios específicos sobre entrada de “volumes, jornais, revistas, documentos, pacotes e flores”. Todas essas categorias de informações, porém, estão completamente tarjadas.

Milhares de páginas tarjadas

Há até o caso de um documento de 2.347 páginas tarjadas que, na prática, o governo contabiliza como um documento que foi “desclassificado”. Em outro caso, um dos arquivos “desclassificados” consiste em um documento de quatro páginas no qual só é possível ver a data, “12 de agosto”, e o que indica ser um ofício para uma autoridade do Palácio para tratar sobre “controle de acesso em áreas presidenciais”.

Documento com apenas uma tarja. Do rol de documentos fornecidos ao UOL, o que possui menos tarjas é um ofício de 1º de março de 2021 do então chefe da divisão do Sistema Integrado de Supervisão, Jean Soares Amaral, ao coordenador-geral de Segurança de Instalações solicitando “gestões para que sejam classificados os ativos constantes no banco de dados do sistema de controle de acessos da Presidência da República”.

Documento desclassificado pelo governo

Documento desclassificado pelo governo | Imagem: Reprodução

O que dizem os órgãos

A Casa Civil, responsável pela desclassificação, diz que sigilo tem de ser mantido. “Nos casos de classificação de informações sigilosas, a desclassificação, seja por decurso de prazo, de ofício ou a pedido, não descaracteriza o sigilo específico a elas inerentes”, afirma a pasta.

A CGU explica que registros de entrada e saída de pessoas em órgãos públicos são de acesso público, mas “há exceções previstas em lei”. O Palácio da Alvorada e o Palácio do Jaburu, residências oficiais do presidente e do vice-presidente da República, respectivamente, seguiram protegidos por sigilo pelo enunciado nº 2/2023 da CGU, quando houve a modificação de outros sigilos, no início do ano passado.

UOL

Opinião dos leitores

  1. Ou seja: tirou o sigilo, porém ninguém tem acesso as informações. Essa é a transparência dos esquerdopatas! Mas tudo certo, pois está tudo dominado.

    1. Presente e presente e é seu ou vc nunca recebeu presente? nunca ouvir q presente fosse roubo, roubo até onde sei o q 9 dedos fez e tá fazendo kkk , sim cuidado com a receita Federal nos seus gasto q a receita Federal vai ficar de olho viu

    2. tu bem queria os presentes que o bozo ganhou né? inveja mata kkkkk

    3. Então vc sabe que ele não roubou, diferente do marginal senil de nove dedos, esse sim foi condenado em três instâncias e PRESO, uma vergonha.

    4. Viva de corrupção
      Viva de mentira
      Viva de cargos públicos
      Viva de narrativas
      Viva em irmandade com DITADORES
      Viva de apoiar o aborto
      Viva contra as religiões
      Viva com as maiores queimadas da história brasileira
      Viva de ministros cheios de processos por corrupção
      Viva do maior aumento de impostos, como nunca antes na história desse país
      Viva da criação de taxas
      Viva do aumento dos medicamentos
      Viva da repressão das greves
      Viva das estatais dando prejuízo milionário
      Viva do país em declínio econômico
      Viva do desemprego…
      Aiiimmm mas isso tudo é culpa do bozo não devolver as jóias.
      Viva TODA DESGRAÇA COM A ESQUERDA NO PODER.

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