Judiciário

Ex-tabelião substituto na Grande Natal é condenado a 11 anos de prisão por desvio de recursos

O juiz Diego Costa Pinto Dantas, da Vara Única de Extremoz, condenou o ex-tabelião substituto do Cartório Único de Extremoz, Gustavo Eugênio Costa de Souza, a 11 anos e dez meses de reclusão, em regime fechado, pela prática dos crimes de peculato e lavagem de capitais. Na mesma sentença também foi condenada a namorada do réu, Lourdyanna Agostinho de Lima da Silva, a oito anos e quatro meses de reclusão pelos mesmos crimes.

As condenações são consequência da Operação Senhorio, deflagrada em abril de 2018 pelo Ministério Público Estadual, para apurar, inicialmente, os crimes de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, estelionato e lavagem de dinheiro, praticados no âmbito do cartório, pelos tabeliães titular e substitutos daquele ofício, bem como por corretor do ramo imobiliário e empresário.

O caso

Como consequência de um Mandado de Busca e Apreensão cumprido contra Gustavo Eugênio no curso da operação Senhorio, com a apreensão de um aparelho celular e de um computador do denunciado, foi apurado pelo Ministério Público que entre os meses de agosto de 2017 e abril de 2018, os réus se apropriaram e desviaram a quantia de R$ 83.516,36 referentes a taxas cartorárias e emolumentos do cartório.

De acordo com a Denúncia do MP, aproveitando-se do cargo de tabelião substituto, Gustavo Eugênio transacionava com usuários do serviço público, via WhatsApp, a confecção de certidões e escrituras públicas. Ao repassar os valores das taxas e emolumentos aos usuários dos serviços, o réu solicitava que a transferência ou depósito do dinheiro correspondente fosse realizado na conta bancária de titularidade de sua namorada, Lourdyanna.

Ainda, segundo o MP, a funcionária do cartório Jeniffer Karoliny Lima de Souza Silva atuava como “braço direito” de Gustavo, sendo uma das principais responsáveis pela confecção das certidões e escrituras negociadas, bem como ajudando-o a encobrir o desvio das taxas e emolumentos para a conta bancária de Lourdyanna.

Contudo, Jeniffer Karoliny foi absolvida pelo juiz Diego Dantas por falta de provas. Para o magistrado, as provas produzidas em juízo não corroboraram a tese do Ministério Público. “Na verdade, a análise dessas provais orais é no sentido de que Karoliny era secretária de Gustavo Eugênio, tendo apenas uma relação profissional com o ex-tabelião”, diz a sentença.

Decisão

Para o juiz Diego Dantas, a materialidade dos delitos de peculato e lavagem de capitais se encontra plenamente comprovada nos autos, “não pairando quaisquer dúvidas quanto à ocorrência do desvio e apropriação de recursos públicos (taxas cartorárias e emolumentos) pertencentes ao Cartório Único de Extremoz/RN e da ocultação destes valores mediante a utilização de conta bancária de terceiro não vinculado a referida serventia extrajudicial”.

O Ministério Público apontou 25 transações relativas a serviços cartorários entre Gustavo Eugênio Costa de Souza e usuários da serventia extrajudicial, cujo somatório é de R$ 83.513,36 e corresponde justamente ao dinheiro público não repassado ao Cartório de Extremoz.

“A autoria do crime de peculato (25 vezes) e lavagem de capitais apurados neste feito resultou satisfatoriamente comprovada e aponta os réus Gustavo Eugênio Costa de Souza e Lourdyanna Agostinho de Lima da Silva como autores das condutas criminosas em deslinde”, diz a sentença.

Processo n.º 0101400-97.2018.8.20.0162
TJRN

 

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Judiciário

BRASIL! Justiça perdoa ex-prefeito condenado a 11 anos de prisão por chefiar rede de exploração sexual infantil

Condenado a 11 anos de prisão por exploração sexual de crianças e adolescentes, o ex-prefeito de Coari (AM) Adail Pinheiro recebeu indulto e teve sua pena extinta nessa quarta-feira (24). Com isso, o político acusado de chefiar uma rede que explorava sexualmente meninas de 9 a 15 anos, conforme mostrou série de reportagem do Fantástico em 2014, ganhará liberdade e se livrará das acusações.

A decisão que o beneficiou foi tomada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), com base em parecer favorável do Ministério Público estadual, que concluiu que Adail se encaixava nos requisitos do perdão presidencial, definido em decreto assinado no final de 2016 pelo presidente Michel Temer. O ex-prefeito cumpria pena em regime domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

O decreto presidencial prevê o indulto a condenados em crimes praticados sem grave ameaça ou violência à pessoa e quando a pena não for superior a 12 anos de prisão. O preso, no entanto, precisa ter cumprido um quarto da pena, se não for reincidente, ou um terço, se tiver reincidido em crime.

A sentença foi assinada pelo juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Luís Carlos Valois, que alega ter analisado apenas a conformidade do parecer do Ministério Público com o decreto presidencial do indulto.

“A pena aplicada e o período de pena cumprido, somados à ausência de infração disciplinar (requisito subjetivo disciplinado no art.9º do mesmo decreto) indicam que realmente o apenado preenche os requisitos do decreto, na forma do que já foi esclarecido nos autos, nesta decisão e no parecer do Ministério Público”, escreveu Valois na decisão em que determina a soltura do político.

Celular na cadeia

Adail foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, em novembro de 2014, a 11 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por exploração sexual de crianças e adolescentes. Ele já estava preso preventivamente à época em processo que apura outros casos de pedofilia. Em novembro do ano passado, passou a cumprir a pena em prisão domiciliar.

Embora a decisão que o livrou da pena ateste seu bom comportamento, em julho de 2016 uma revista na cela onde Adail estava preso com outros dois ex-prefeitos encontrou três aparelhos celulares, dois carregadores e R$ 100. O político já havia sido preso, em 2008, por suspeita de desviar R$ 40 milhões dos cofres públicos, na Operação Vorax, da Polícia Federal.

A família do ex-prefeito ainda exerce forte poder político em Coari, cidade de 77 mil habitantes localizada às margens do Rio Solimões. O filho dele, Adail Junior foi eleito prefeito no ano passado. A vice, Mayara Pinheiro, também é filha dele. Jeany Pinheiro, a vereadora mais votada, é irmã de Adail. Um sobrinho dele também é vereador, segundo o jornal A Crítica, de Manaus.

Uma série de reportagens do Fantástico mostrou, no início de 2013, depoimento de adolescentes e familiares, além de outras testemunhas, que apontavam Adail como chefe de uma quadrilha que explorava sexualmente meninas de 9 a 15 anos. “Eu tinha 9 anos. E a minha mãe cozinhava no barco. Eu ficava lá brincando, enquanto minha mãe estava trabalhando. Ele me estuprou dentro do barco mesmo, entendeu. Eu fiquei muito apavorada, com vergonha, nunca consegui colocar isso para fora. Hoje em dia, ele quer a minha filha”, contou uma vítima. “Ela tem 11 anos, então ele está destruindo a minha vida inteira, porque aconteceu comigo, aconteceu com o meu sangue e agora ele quer a minha filha. É monstruoso demais”, acrescentou.

Adail sempre negou as acusações.

Congresso em Foco, UOL

 

Opinião dos leitores

  1. Notícias como esta confirmam o fato de que a justiça brasileira é cega, safada e FDP …

  2. Podem ter certeza: Esse perdão não foi concedido graciosamente. Deve ter custado muito caro…Ai levou cada um…Juizes, promotores, desembargadores….políiticos e muitos outros…Foi dado perdão porque se ele abrisse a boca não iria sobrar nunguém, Todo o poder judiciário e ministerio público nas mãos dele.

  3. Não sei o quanto de verdade há nesta informação mais seria importante agora investigar o quanto custou este perdão e levar em consideração que está não pode ser a justiça que julga com igualdade.

  4. Então acho que ele não se importaria se sua filha(se é que ele tem uma) fosse violentada sexualmente por outrens. Caberia por parte dele um perdão.

  5. Enquanto as oligarquias existirem no Brasil,vai ser daí pra pior! Eles se acham acima do bem e do mal! E o povo é para servir a eles!! E eles se servirem do povo!

  6. ESTE PAIS E UM VERDADEIRO PARAÍSO PARA BANDIDOS, ISTO PROVA CADA VEZ MAIS QUE O CRIME DE QUALQUER NATUREZA( ROUBO, ESTRUPO , SEQUESTRO, CORRUPÇÃO,FORMAR QUADRILHA,ESTELIONATO ,TRAFICO, LATROCIONIO…………) COMPENSA NO BRASIL POR TER CERTEZA DA VELHA IMPONIDADE

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Diversos

Justiça da Itália condena capitão do Costa Concordia a 11 anos de prisão

A Justiça da Itália condenou nesta quarta-feira (11) o capitão Francesco Schettino a 16 anos de prisão pelo naufrágio do navio Costa Concordia.

A condenação é inferior à pena de 26 anos solicitada pela promotoria.

A defesa pode recorrer da decisão da corte e, por isso, a prisão de Schettino pode levar tempo.

Schettino foi acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar), provocar um naufrágio e abandonar o navio.

A embarcação naufragou na costa da Itália em janeiro de 2012, deixando 32 mortos.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. Caro Bruno! Deveria constar na manchete 16 ANOS. Você conseguindo diminuir assim a pena do cara em 5 anos, amanhã logo cedo vai chover de ligação mensaleiro pilantra, corrupto, ladrão e safado e ladrão do Petrolão querendo lhe contratar como advogado.

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