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ATENTADO: Britânicos, alemães e belgas estão entre vítimas na Tunísia; ao menos 37 mortos

CIbuDlgWgAAPSV0Um ataque terrorista perto de dois hotéis na praia de Sousse, na Tunísia, deixou pelo menos 37 mortos e 36 feridos nesta sexta-feira. Segundo os relatos, homens armados abriram fogo contra turistas. O Ministério da Saúde do país informou que, entre as vítimas fatais, estão britânicos, alemães e belgas. Pelo menos cinco deles são cidadãos do Reino Unido, informou Londres.

Sousse, a cerca de 150 quilômetros de Túnis, é um dos balneários turísticos mais populares da Tunísia e atrai europeus e norte-africanos durante o ano inteiro. O presidente tunisiano, Beji Caid Essebsi, foi ao Hospital Sahloul, em Sousse, para visitar os feridos. O porta-voz do Ministério do Interior, Mohammed Ali Aroui, disse que as forças de segurança reagiram imediatamente e mataram um dos atacantes, enquanto o outro foi preso depois de fugir do local.

O atentado ocorre no mesmo dia em que um corpo foi encontrado decapitado ao lado de uma bandeira islâmica em uma usina na França e em que o EI reivindicou a ação de um homem-bomba em uma mesquita no Kuwait que deixou 13 mortos. Na quinta-feira, o Estado Islâmico havia convocado seus seguidores a aumentarem ataques durante o Ramadã, tendo como alvo cristãos, xiitas e muçulmanos sunitas que lutam com a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo extremista.

O suspeito detido foi identificado como um estudante da cidade de Kantaoui, também conhecida como al-Qayrawan, e não era conhecido das autoridades. Segundo Rafik Chelly, um dos principais agentes de segurança da Tunísia, o homem chegou na praia com uma Kalashnikov escondida sob um guarda-chuva e abriu fogo contra os turistas. De lá, ele entrou no Hotel Imperial Marhaba, da rede espanhola RIU, pela piscina, atirando contra os hóspedes.

Elizabeth O’Brien, uma irlandesa que estava de férias na praia com seus dois filhos, contou que pegou as crianças e correu para salvá-las depois de ouvir os tiros.

— Nós estávamos na praia, meus filhos estavam no mar — disse ela à rádio RTE. — Eu vi duas das pessoas que estavam indo para o hotel voltarem correndo.

Outro turista, John Yeoman, escreveu no Twitter que ficou apavorado ao escutar tiros e ver pessoas correndo no hotel. Em seguida, ele publicou fotos de uma cama encostada na porta de seu quarto, na tentativa de se proteger dos terroristas.

A francesa Marie-Astrid, que estava na praia no momento do ataque, contou em entrevista por telefone ao jornal francês “Le Monde” que os turistas só perceberam o atentado minutos depois dos primeiros tiros:

— Era por volta de meio-dia, eu estava tomando sol na praia, e achamos eram detonações e depois, fogos de artifício. Ninguém reagiu. E, seguida, houve um segundo disparo. Aí, todo mundo entrou em pânico. Fui me esconder no hotel, em um quarto. Colocamos as camas contra a porta. Depois de 30 minutos, nos reunimos na recepção.

Gary Pine, um diretor empresarial de Bristol, estava na praia diante de dois hotéis e disse que ouviu entre 20 e 30 disparos antes de ver os turistas correrem em direção aos hotéis para se proteger.

— Pensávamos que eram fogos de artifício. Quando começamos a ouvir as balas zunindo ao nosso redor, percebemos que era algo mais sério — disse à televisão britânica Sky News por telefone. — Meu filho estava no mar naquele momento e, é claro, minha esposa e eu gritávamos para que ele saísse rapidamente. Enquanto corríamos pela praia, disse: ‘Acabo de ver dispararem em alguém’.

Fotos divulgadas nas redes sociais mostram supostas imagens de turistas mortos depois do ataque. Em uma delas, aparecem os corpos de um homem e uma mulher com roupas de banho próximos a cadeiras de praia. Até agora não há detalhes sobre as nacionalidades dos mortos.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, condenou os ataques e informou que um comitê de emergência do governo vai se reunir nesta sexta-feira para discutir as consequências dos atentados terroristas.

— Esta é uma ameaça que todos nós enfrentamos. Estes acontecimentos ocorreram na Tunísia e na França, mas eles podem ocorrer em qualquer lugar — disse Cameron.

A Tunísia está em estado de alerta elevado desde março, quando homens armados atacaram o Museu Bardo em Túnis, mantando 22 turistas em um dos maiores ataques em um década no país. Depois do atentado, o turismo teve resultados muito ruins em abril, com uma queda de 25,7% do número de visitantes e de 26,3% das rendas em relação ao ano anterior.

As autoridades estimam que há mais tunisianos lutando pelo Estado Islâmico do que combatentes de qualquer outra nacionalidade.

O Globo

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