Finanças

Fusão entre Pão de Açucar e Carrefour só interessa a poucos. Muito Poucos!!!

– O Estado de S.Paulo

Desprezando o bom senso e todos os sinais de alerta, o governo decidiu investir sua reputação – e não só dinheiro público – na fusão dos Grupos Pão de Açúcar e Carrefour, um negócio polêmico, legalmente arriscado, potencialmente nocivo a consumidores e fornecedores e inteiramente estranho à missão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apesar de seu empenho, nenhuma autoridade conseguiu justificar a participação do Executivo nessa aventura nem dissipar os temores diante da ameaça de maior concentração de poder no mercado de alimentos e de outros bens essenciais. Ao contrário: ao tentar defender o indefensável, as autoridades se arriscam cada vez mais num terreno política e moralmente pantanoso.

Não se usará recurso público nessa operação, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Segundo ela, o dinheiro será investido pelo BNDESPar, numa transação de mercado. Mas todo o recurso usado pelo sistema BNDES – para empréstimo ou para investimento – é público, venha do Tesouro, do Fundo de Amparo ao Trabalhador, de fontes internacionais ou do lucro de suas operações. O BNDES é um banco público, sem acionistas privados, e esse é o status também do BNDESPar. A advogada Gleisi Hoffmann, ex-diretora financeira de Itaipu e especialista em gestão pública, certamente conhece esses dados, mas parece havê-los esquecido.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, presidente do Conselho de Administração do BNDES, foi igualmente infeliz ao defender a fusão e a possível participação do banco. A associação entre o Pão de Açúcar e o Carrefour “abrirá uma porta importantíssima para a colocação de produtos brasileiros industrializados no mundo inteiro”, afirmou. Segundo ele, seria esse o grande interesse estratégico da operação. A alegação é constrangedoramente ridícula.

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Finanças

BNDES vai ajudar o Pão de açúcar a ficar maior e o consumidor a ficar menor

– O Estado de S.Paulo

Mais uma vez o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está pronto para se meter numa aventura perigosa, injustificável sob todos os pontos de vista e claramente estranha – para não dizer contrária – ao interesse público. A instituição poderá aplicar uma soma equivalente a até 2 bilhões no projeto de fusão dos Grupos Pão de Açúcar e Carrefour, anunciado ontem oficialmente em São Paulo e em Paris. Aquele valor apareceu num breve informe divulgado ontem pelo banco. A fusão, segundo a nota do BNDES, abrirá caminho para maior inserção de produtos brasileiros no mercado internacional.

A justificativa é tão frágil e tão ou mais absurda do que as alegações apresentadas para seu envolvimento nas incursões internacionais do Frigorífico JBS e no socorro a outros grandes grupos brasileiros. Mas há várias novidades na operação agora em estudo. Se for concretizada, o maior banco de desenvolvimento do mundo ajudará um grupo estrangeiro a unir-se a um nacional numa fusão potencialmente danosa ao consumidor, sujeita a restrições dos órgãos de defesa da concorrência e passível de contestação pelo grupo francês Casino, atual sócio do Pão de Açúcar.

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Opinião dos leitores

  1. ola, amigos,
    ao ouvir e ler sobre esta noticia do BNDES ajudar o Abilio diniz fiquei indignada!
    Tem alguma forma de protestar pela internet, fazer listas, abaixo assinados, mandar pra Presidente, enfim nos mobilizar contra esta pouca vergonha?

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