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Cientista brasileira cria xampu com cafeína para tratar a calvície

Foto: (Reprodução/Thinkstock)

A calvície, que é a perda parcial ou total dos cabelos do couro cabeludo, afeta mais de 42 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira do Cabelo. Para trazer uma solução para o problema, a cientista Jackeline Alecrim desenvolveu um xampu com ativo de café que estimula o crescimento de cabelos na região onde for aplicado. Lançado em 2017, o produto recebeu o nome de “Caffeine’s Therapy” e utiliza extrato biotecnológico de café.

Em entrevista a EXAME, a cientista, formada no curso de farmácia pela Faculdade Pitágoras (Ipatinga, MG), comentou que a inspiração inicial para o produto foi o fato de existirem muitos artigos científicos sobre o uso benéfico do café no cabelo.

“A cafeína isolada sempre foi ressaltada como um ativo que beneficia o ciclo capilar. Ao invés de isolar a cafeína, fizemos o dermocosmético utilizando um extrato concentrado de café para aumentar a eficácia”, explicou Jackeline.

Desenvolvido, em maior parte, com recursos próprios, o xampu foi a forma pensada pela facilidade de absorção que proporciona ao couro cabeludo. De acordo com Jackeline, os voluntários que participaram dos testes iniciais observaram melhorias no crescimento logo após o primeiro uso.

A cientista, que estudou o processo do produto por quatro anos, disse que é importante acertar a concentração do café. “Meus estudos demonstraram que, na concentração correta, o extrato que desenvolvemos teria eficácia muito maior do que o que existia no mercado. Por isso fomos o primeiro grupo de pesquisa a obter resultados significativos com a cafeína com ação beneficiada para o tratamento da alopecia [queda capilar]. Durante quatro anos de estudo, mais da metade deste tempo foi tentando encontrar a concentração ideal para estimular o efeito de crescimento capilar e combate a calvície, pois em concentração errada poderia promover a queda em vez do crescimento”, disse a cientista.

O produto foi patenteado em 2017, e é vendido pela empresa criada por Jackeline, chamada Magic Science. A empresária e cientista informou que a empresa está aberta a realizar exportações do xampu, devido ao número crescente de clientes no exterior. O produto teve 100% de eficácia antiqueda nos testes exigidos pela Anvisa com redução da queda, estímulo no surgimento de novos fios e no crescimento capilar, algo único em todo o mundo”, declarou.

Para utilizar o produto, basta usar como um xampu comum e massagear a região de 3 a 5 minutos, enxaguando o local após o tempo determinado. O xampu é vendido no site oficial da empresa de Alecrim, por 124,90 reais, e em demais sites de revenda, com preços variando de 90 até 100 reais.

Exame

 

Opinião dos leitores

  1. Pois, se há alguém interessado como fazer para obter o shampoo? Pois aqui não diz o nome do shampoo e nem o site oficial para adiquiri-lo.

  2. É o presidente corta cada dia mais verba destinada a educação. Sucateando cada dia a educação do país. Ele acha que todos tem que ser igual a ele e filhos, que não sabem se expressar e não tem raciocínio lógico.

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Diversos

Cientista brasileira cria ‘caneta’ que detecta câncer durante cirurgia

Técnica permite maior precisão na retirada dos tumores, fundamental para a cura. Foto: Pixabay

Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.

Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido humano e apontar, no material analisado, a presença de células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já teve resultados promissores ao ser usada na análise de 800 amostras de tecido humano.

A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA, para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil nesta semana para apresentar os achados de sua pesquisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, promovido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na cidade de São Paulo.

Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comunidade científica ao ser uma das personalidades selecionadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fundação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios” e destinada a profissionais com atuação destacada e criativa em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisadora explicou que a caneta, batizada de MacSpec Pen, tem como principal objetivo certificar, durante uma cirurgia oncológica, que todo o tecido tumoral foi removido do corpo do paciente. Isso porque nem sempre é possível visualizar a olho nu o limite entre a lesão cancerosa e o tecido saudável. “Muitas vezes o tecido é retirado e analisado por um patologista ainda durante a cirurgia para confirmar se todo o tumor está sendo retirado, mas esse processo leva de 30 a 40 minutos e, enquanto isso, o paciente fica lá, exposto à anestesia e a outros riscos cirúrgicos”, explica Livia.

A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pesquisadores usa uma técnica de análise química para dar essa mesma resposta que um patologista daria. “A caneta tem um reservatório preenchido com água. Quando a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dissolvem em água e são transportadas para um espectrômetro de massa, equipamento que caracteriza a amostra como cancerosa ou não”, explica a cientista.

Essa caracterização da amostra em maligna ou não pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equipamentos de análise química, técnicas de inteligência artificial para que a máquina “responda” se as células são tumorais.

Para isso, foram usadas, na criação do modelo, centenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio de suas características, “ensinam” a máquina a identificar tecido tumoral.

“Na primeira fase da pesquisa analisamos mais de 200 amostras de tecido humano e verificamos uma precisão de identificação do câncer de 97%”, conta Livia.

Próximos passos

O resultado dessa etapa do estudo foi publicado na prestigiosa revista científica Science Translational Medicine em 2017. Depois, o grupo de pesquisa da brasileira nos EUA ampliou a investigação para 800 amostras de tecido e, mais recentemente, obteve autorização de comitês de ética de instituições americanas para testar a técnica em humanos, durante cirurgias reais.

“Apesar dos bons resultados em amostras de tecido, o modelo ainda precisa ser validado em testes clínicos. Se os resultados forem confirmados, ainda deve demorar de dois a três anos para a caneta ser lançada como produto”, opina Livia. O dispositivo já foi testado para câncer de cérebro, ovário, tireoide, mama e pulmão, e está começando a ser usado também nas pesquisas de tumor de pele.

Caso a técnica se mostre eficaz também para esse tipo de câncer, ela poderia ser usada para identificar se pintas ou outras lesões de pele são malignas sem a necessidade de remoção de uma parte do tecido, o que pode trazer danos estéticos.

Para Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncológica e diretora do Centro de Referência da Mama do A. C. Camargo Cancer Center, caso confirmada a eficácia do método em todas as fases da pesquisa, ele trará ganhos nos tratamentos contra o câncer por permitir maior precisão na retirada dos tumores. “Uma das coisas mais importantes quando a gente fala de tratamento cirúrgico é que o cirurgião consiga retirar completamente o tumor. As taxas de cura vão estar relacionadas a isso, mas temos limitações em garantir que toda a circunferência do tecido retirado esteja livre de células tumorais. Então, uma tecnologia como essa, se validada, tem muito a agregar.”

Ela explica que a técnica seria importante porque nem todos os hospitais contam com um patologista na equipe cirúrgica para analisar o tecido removido ainda durante a operação. “Nesses casos em que não há essa análise das margens durante a cirurgia, a taxa de reoperação é maior”, diz.

Fabiana destaca ainda que a rapidez do novo método pode ter outras vantagens para o paciente. “A redução do tempo cirúrgico seria um benefício agregado da técnica, principalmente em pacientes mais idosos, com doenças crônicas, que têm maiores riscos durante um procedimento cirúrgico”, diz a especialista.

Estadão

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