Saúde

‘Questão contratual’, diz Queiroga sobre atraso na chegada de insumo da China ao Butantan

Foto: Reprodução/CNN Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atribuiu o atraso na entrega do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) ao Instituto Butantan à “questão contratual”. Nesta sexta-feira (14), o Butantan anunciou a paralisação da produção da Coronavac por falta dos insumos, que aguardam liberação na China.

O país asiático tem dez mil litros do IFA prontos e aguardam liberação para embarque no Brasil. Até lá, o Butantan não tem como continuar a produzir o imunizante. Em evento de imunização de atletas olímpicos, Queiroga afirmou que “a questão do Butantan com a China é uma questão contratual.”

“Eu espero que [a entrega] desse suprimento de IFA ocorra normalmente e a produção se regularize pra que tenhamos também disponível a vacina Coronavac”, disse o ministro.

Mais cedo, em coletiva de imprensa, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que não há problemas com o contrato com a China e reduziu a expectativa de entrega de vacinas para este mês de 12 milhões para “pouco mais de 5 milhões”.

“Tínhamos a previsão de 12 milhões de doses em maio e vamos entregar pouco mais de 5 milhões. E, em junho, temos a previsão de 6 milhões [de doses]. Se o IFA chegar muito rapidamente, vamos cumprir. Vamos recuperar o cronograma de maio e cumprir o de junho. Do ponto de vista da nossa relação contratual, não temos problemas. O problema é com a liberação [dos insumos] que precisa acontecer o mais rápido possível”, disse Dimas em resposta à CNN.

Os dez mil litros de IFA que aguardam a liberação para embargue ao Brasil correspondem a 18 milhões de doses da Coronavac. Nesta semana, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) atribuiu o atraso na chegada dos insumos a “entraves diplomáticos” causados pelo governo federal.

Queiroga voltou a negar que haja “entraves diplomáticos” entre o Brasil e a China. “Nós temos relações muito boas com todos os países, inclusive com a China. É um parceiro comercial importante do Brasil. O Brasil integra um bloco econômico com a China chamado de Brics. Eu me reuni já, pelo menos duas ou três vezes, com o embaixador Yang Wanming [embaixador da China no Brasil] e não há nenhum problema diplomático do Brasil com a China”, disse Queiroga.

Na coletiva de imprensa desta sexta, Doria repetiu as críticas ao governo federal e fez um apelo aos chineses pela liberação de novos insumos. “Temos um entrave diplomático fruto de declarações desastrosas do governo federal e isso gerou um bloqueio no embarque desses insumos. É muito ruim quando um presidente da República agride um país. A má notícia é que a partir de agora o Instituto Butantan não pode processar novas vacinas”, disse Doria.

Procurado pela CNN, o Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, que a pasta mantém tratativas com a China e “acompanha permanentemente o processo de autorização de exportação de IFAs, inclusive por meio da Embaixada do Brasil em Pequim”.

Segundo a pasta, as “autoridades chinesas comprometeram-se a fazer todo o possível para cooperar com o Brasil no combate à pandemia de Covid-19 e reiteraram que eventuais atrasos não são intencionais, dado que a China está exportando IFAs para diversos países”, o que tem gerado sobrecarga tanto na fabricação de vacinas e insumos quanto nos trâmites burocráticos necessários para liberação.

Paralisação momentânea na produção da Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta quinta-feira (13) que interromperá por alguns dias, na próxima semana, a produção da vacina contra Covid-19 até a chegada de uma nova remessa de insumo – prevista para o sábado (22).

A Fiocruz não informou se essa interrupção causará algum impacto nas próximas entregas das doses do imunizante ao PNI, do Ministério da Saúde, mas disse que, à princípio, o cronograma de entregas permanece semanal – sempre às sextas-feiras.

Nesta sexta (14), a Fiocruz entrega mais 4,1 milhões de doses da vacina ao PNI, totalizando 34,3 milhões de doses disponibilizadas ao Ministério da Saúde.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Isso é uma retaliação da China diante das acusações de bolsonaro contra aquele país. Nossa nação, é o único país do mundo que não pode falar da china, haja vista ser o maior comprador do mundo dos nossos produtos, além de único fornecedor de insumos pra tratamento e vacinas no combate ao covid. Logo temos um presidente imbecíl ou abobalhado, pois por mais que esteja claro que a China e a maior culpada por essa pandemia, essa não é a hora de tentar peitar a china, deixe ao menos salvar as vidas com as vacinas. O ômi burro

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