Polícia

Associação dos Delegados da PF defende ação na prisão de Temer, e diz que não houve qualquer espetacularização

Foto: Reuters/Ricardo Moraes/Direitos Reservados

O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), delegado Edvandir Paiva, disse nesta sexta-feira (22), que não houve qualquer espetacularização nas prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco, pela Operação Descontaminação, na manhã de ontem (21). Paiva assegurou que detalhes das ações não foram repassados para jornalistas por agentes da PF.

“Não há como fazer um trabalho público escondido da sociedade. Posso assegurar que a imprensa não foi convidada para participar da deflagração da operação por alguém da PF, e se houve algum tipo de vazamento para a imprensa, tem que apurar e punir”, disse, ao ser perguntado a respeito da cobertura jornalística feita ao longo da manhã, desde a prisão de Temer, a primeira a ser cumprida nesta quinta-feira (21).

A declaração foi dada após um encontro com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em Brasília. Paiva disse que a ação da Polícia Federal não foi tratada na reunião, que durou pouco mais de meia hora. “É uma atuação regular das instituições. O ministério não tem como intervir ou direcionar ações, apenas coordena a Polícia Federal, mas não intervêm tecnicamente”, disse.

Pauta

Segundo o delegado Edvandir Paiva, o principal assunto com Sergio Moro foi o Projeto Anticrime, em tramitação no Congresso Nacional. A ADPF formalizou o apoio ao texto e pediu empenho do Parlamento para que a proposta com medidas de combate à corrupção avance.

“O importante é que tramite. O Congresso Nacional tem toda autonomia para fazer alterações no projeto, mas que ele não fique parado como ficou a proposta de emenda à Constituição (PEC) da autonomia da PF, parada há dez anos”, disse. O projeto sobre a estrutura da entidade está sob análise desde 2009.

Tema interno, a autonomia da Polícia Federal foi defendida por Paiva, assim como problemas de quadro de pessoal. De acordo com o delegado, hoje a Polícia Federal tem mais de 10 mil cargos e outros 4,5 mil estão vagos. Paiva pediu apoio do ministro para que aprovados no último concurso para o órgão sejam chamados até o próximo ano.

“Pedimos apoio junto ao Ministério da Economia. Sabemos que tem um problema fiscal no Brasil, mas é necessário resolver o problema de quadro. Polícia Federal não é gasto. É investimento. É preciso repor os quadros da PF, senão a capacidade investigativa da polícia fica comprometida”, defendeu.

Agência Brasil

 

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  1. Blog do bg já tem dois dias que meus comentários não são publicados. A Laranjada está sentindo falta.

  2. É mais na hora de prender Lula, ficaram fazendo o beija mão e implorando para ele se entregar. Aquele vexame ninguém esquece.

  3. A PF tem muito serviço a ser feito nesse Brasil!
    Nosso nordeste tem bandido de tudo q é jeito.
    O que tem mais aqui no RN é bandidos da máfia lavando dinheiro em turismo, prostituição e imóveis. Será que isso vai mudar?

  4. A PF Não devia responder a quem não tem moral. Esses apoiadores de bandidos são corporativista, defendem seus comparsas.

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Diversos

Delegados da PF classificam pedido do STF como 'mais contundente violência desde redemocratização'

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) emitiram uma nota oficial nesta quarta-feira (21) para repudiar a determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), da última terça-feira (20), para manter sigilo sobre as informações da Operação Ararath, deflagrada pela PF (Polícia Federal) no Mato Grosso.

A ação apura esquema milionário de desvio de recursos e lavagem de dinheiro, com uso de empresas de “factoring”. A recomendação para o STF determinar silêncio quanto aos dados da operação no MT partiu do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. A determinação para a PF não falar foi dada pelo ministro Antonio Dias Toffoli.

Os delegados federais classificaram a atitude do Judiciário como “a mais contundente violência sofrida pela instituição desde a redemocratização do Brasil”. Segundo o comunicado, a medida “causou grande perplexidade e indignação entre os Delegados da Polícia Federal”, porque a operação foi “bem sucedida e dentro da normalidade”.

— A sociedade brasileira merece saber o que tornou tão singular a execução da quinta fase dessa operação com relação a tantas outras operações em tramitação no Supremo Tribunal Federal. Afinal, o que seria capaz de transformar o chefe do Ministério Público da União em um verdadeiro “Censor Geral da República”.

A nota da ADPF também alerta que “é preciso ficar mais claro, os reais motivos que levam um Ministro da mais alta corte brasileira aceitar os argumentos do Ministério Público Federal e impedir que a imprensa, seja devidamente informada sobre o trabalho da Polícia Federal, uma instituição respeitada e admirada por todos os brasileiros”.

— Assim, ao que parece, a “lei da mordaça”, tão combatida pelo próprio Ministério Público, passa a ser defensável quand o a vítima é a Polícia Federal do Brasil, uma instituição republicana, que sempre busca desenvolver suas missões com seriedade, eficiência e transparência, independente de quem esteja envolvido, direta ou indiretamente, com o crime.

R7

Opinião dos leitores

  1. Infelizmente não podemos mais confiar nessa (in)justiça que está toda comprometida com os PTralhas,, pois a maioria foi por eles nomeada. A coisa inicia com suspeição a começar pelo Procurador Geral. Sua atitude é um verdadeiro descalabro, uma afronta a PF, instituição séria que deveria ser respeitada. Salvo honrosas excessões, o judiciário esta totalmente "aparelhado". Que Deus nos acuda!!!!

  2. Observem que o Ministro que deu esta ORDEM, foi o ex-advogado do PT, DIAS TÓFOLI. Será mera coincidência?

  3. A polícia federal TEM que investigar A QUEM interessa este sigilo e PORQUE. Ela não precisa de autorização para investigar crimes. Todos têm que cumprir as leis. TODOS.

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Diversos

Delegados da PF querem ter mesmas ‘prerrogativas’ de juízes e promotores

Os delegados da Polícia Federal estão insatisfeitos com seu status funcional. Desejam usufruir das mesmas prerrogativas que a lei concede a juízes e membros do Ministério Público. Reivindicam também a conversão do atual Departamento de Polícia Federal em órgão independente, dirigido por um delegado eleito pela corporação e com autonomia orçamentária. Querem priorizar suas próprias investigações em detrimento das requisitadas por promotores e procuradores.

Essa super-PF está retratada num documento elaborado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF). Será debatido em assembleias da corporação em 121 cidades de todo país. E norteará as decisões a serem tomadas num Congresso Nacional dos delegados federais. Acontecerá em Vila Velha, no Espírito Santo, entre os dias 2 e 5 de abril. E resultará num movimento de pressão sobre o Executivo e o Legislativo para que as mudanças sejam implementadas.

O documento da ADPF tem 37 páginas. Pode ser lido aqui. Defende que a PF saia do organograma do Ministério da Justiça e passe a ter “status de Secretaria Especial ou órgão independente, garantida sua autonomia orçamentária e financeira, nos moldes da Advocacia-Geral da União (AGU)…”

Nessa nova estrutura, a PF passaria a exercer “o papel de órgão articulador da segurança pública nacional.” Relacionando-se com as polícias civis e militares, combateria os “crimes de repercussão nacional e internacional”. O diretor-geral da PF viraria “delegado-geral”. Seria escolhido em procedimento análogo ao do procurador-geral da República. “O delegado de Polícia Federal tem o direito de eleger seu Delegado-Geral”, anota o documento.

Os “candidatos” inscritos concorrem a uma “lista tríplice, que será encaminhada à Presidência da República para indicação, de preferência, do mais votado.” O salário do delegado-geral seria de R$ 26.533 —o equivalente a 90,25% do contracheque de um ministro do STF.

No modelo idealizado pelos delegados, a atividade de “polícia judiciária” sofreria alterações profundas. Na “nova estrutura, o delegado passaria a ser o próprio órgão da instituição, tal como ocorre na Justiça e no Ministério Público em relação aos juízes e promotores.” Teria “equipe própria” e “autonomia administrativa”.

Na “nova” PF, os delegados teriam completa autonomia para direcionar os “recursos materiais e humanos” para os inquéritos abertos por decisão deles próprios. Eis o que consta do documento: “As investigações criminais de origem externa devem receber um tratamento comum, enquanto as investigações de origem interna receberão tratamento preferencial”.

Hoje, os inquéritos solicitados por promotores e procuradores têm prioridade. No modelo dos delegados, “o orçamento e os esforços da PF deverão priorizar demandas internas, investigações da própria PF, em detrimento das demandas externas —o MP será apenas mais um órgão entre diversos outros de controle e parceiros.” O texto enfatiza: “A PF deve aumentar as investigações de ofício e priorizá-las em relação às requisições ministeriais…”

Os delegados reivindicam prerrogativas próprias dos juízes. Por baixo, querem ser chamados de “vossa excelência”. Pelo alto, desejam dispor de  “vitaliciedade e imunidade funcional”. Por quê? “O delegado livre das amarras do poder político, econômico ou de criminosos, que investiga de forma idêntica os fracos e os fortes, é uma garantia para a plena cidadania e justiça social”, anota o documento da ADPF. “E o predicamento da vitaliciedade é a dimensão necessária do delegado independente, sem assombros na sua carreira, em razão das suas decisões.”

O texto acrescenta: “Seria um caos social e traria insegurança para a sociedade a possibilidade de o delegado, com base em decisões políticas ou por retaliação em razão do exercício de sua função investigativa, pudesse ser demitido ou afastado. Os delegados, no exercício da sua função, têm peculiaridades que os diferenciam e impedem a perda do cargo por decisão administrativa.”

Nesse figurino hipertrofiado, o delegado “não está obrigado a instaurar inquérito policial se entender que lhe falta justa causa.” Ainda que o pedido venha do MP ou do Ministério da Justiça, ele pode “determinar investigação policial preliminar para subsidiar a sua decisão futura.” E pode “rejeitar” as requisições invocando apenas o seu “livre convencimento”.

Mais: o superdelegado “deve ter o poder de requisitar apoio operacional-técnico-investigativo a outras instituições para o exercício de atividades tipicamente policiais”. Pode também constituir “forças-tarefas”, como são chamados os grupos temporários de investigação criados pelo Ministério Público.

Não é só: os delegados julgam-se no direito de encaminhar petições ao Judiciário sem a intermediação do Ministério Público. Querem requerer diretamente, por exemplo, quebras de sigilo dos investigados, podendo “recorrer às instâncias superiores em caso de denegação judicial dos pedidos.”

Há no miolo do texto, um parágrafo que deixará os políticos de cabelos hirtos: “O delegado de polícia federal tem o poder-dever de instaurar inquérito policial para apurar crimes eleitorais independentemente de autorização judicial ou requisição do Ministério Público.” Noutro trecho, o documento informa que os delegados planejam usar a autonomia funcional e financeira que reivindicam para dar prioridade às investigações contra o roubo de verbas públicas.

“Considerando que os recursos da PF são finitos e limitados, há necessidade de priorizar a sua aplicação, escolhendo as atividades que serão estimuladas e as atividades que serão reduzidas”, anota o documento. “…A atividade de combate ao crime organizado priorizará as investigações sobre desvio de recurso público.”

Sugere-se a criação de uma “Coordenação-Geral” voltada exclusivamente ao combate à corrupção. Controlaria “delegacias especializadas em todas as unidades da Polícia Federal”. Uma das ideias defendidas no documento é a de que pelo menos 30% da verba reservada às investigações criminais sejam aplicadas no esforço anticorrupção.

Josias de Souza – UOL

Opinião dos leitores

  1. O Sultão do Seridó está pensando sobre isso, vamos ver o que podemos decidir no nosso território.. Precisamos cuidar das nossas riquezas

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