Polícia

Delcídio: mudanças em Furnas deram início a conflito entre Dilma e Cunha

O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) afirmou, em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), que o início do “enfrentamento” entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a presidente Dilma Rousseff foi motivado por mudanças que a petista promoveu na diretoria da estatal Furnas.

Delcídio firmou acordo de delação premiada com a PGR. O acordo foi homologado nesta terça-feira (15) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

No depoimento, dentro do acordo de delação premiada, Delcídio diz que a diretoria de Furnas anterior à atual era muito ligada a Eduardo Cunha e que, embora não tenha visto, acredita que o peemedebista tenha recebido vantagens ilícitas porque tinha “comando absoluto da empresa”.

Procurado pelo G1, o presidente da Câmara respondeu por mensagem de celular: “Não comento delação”.

Delcídio relata, então, que a presidente Dilma, “há uns quatro anos atrás”, promoveu uma intervenção na empresa para cessar com as práticas ilícitas. Ele afirma que à época havia muitas noticias de negócios suspeitos e ilegalidade na gestao da empresa e que, na impressão dele, “a coisa passou da conta”.

Segundo a delação do senador, a intervenção de Dilma na estatal deu início ao enfrentamento entre Cunha e a presidente “pois este ficou contrariado com a retirada de seus aliados de dentro da companhia.

Entre os aliados de Cunha dentro de Furnas citados por Delcídio estão o ex-prefeito do Rio de Janeiro Luis Paulo Conde, que faleceu no ano passado e presidiu a estatal entre 2007 e 2008; e o também ex-presidente da estatal Carlos Nadalutti Filho, que, em novembro de 2011, admitiu que chegou ao cargo por indicação do PMDB.

“Que atualmente em Furnas praticamente toda a diretoria é de confiança de Dilma Rousseff; que a atual diretoria é absolutamente técnica e vários nem são de Furnas; que questionado até quando durou o esquema de ilegalidades de Furnas, respondeu que até uns quatro anos atrás, quando Dilma mudou a diretoria, ou seja, até a penúltima diretoria”, diz trecho da delação de Delcídio.

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G1

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