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Passageiros poderão ceder lugar em voos para rins, fígado e coração que serão transplantados

O governo federal assina na noite desta quarta-feira um acordo com as principais companhias aéreas brasileiras para facilitar o deslocamento de órgãos para transplante. Pelo acordo, os assentos desocupados nos voos comerciais regulares serão destinados prioritariamente ao transporte do órgão, que também ocupa um lugar na aeronave, e da equipe responsável. Além disso, caso o avião esteja lotado, a companhia perguntará se algum passageiro aceita voluntariamente ceder o seu lugar e embarcar no próximo voo.

Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é aumentar em 10% o número de órgãos sólidos transportados – como rins, fígados e coração – que são os que precisam de maior rapidez para serem transplantados. O governo espera ter um melhor aproveitamento dos órgãos e tecidos, em especial na Região Norte. Lá, quase 60% dos transplantes necessitam de transporte aéreo, seja comercial ou militar.

Pelo acordo firmado com TAM, Gol, Azul, Oceanair e Passaredo, as companhias se comprometem a priorizar o embarque os órgãos e equipes responsáveis por levá-los até os pacientes. Elas também vão pagar as taxas aeroportuárias de embarque e conexão. Haverá um representante da Central Nacional de Transplante do Ministério da Saúde, 24 horas por dia, no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA). Com isso, ele poderá ter informações sobre os voos e saber a melhor logística de transporte dos órgãos.

Em 2009, o governo já tinha feito um acordo com as companhias aéreas, que se voluntariavam para embarcar os órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, o novo acordo contará com mais empresas participantes e terá o comprometimento formal delas em priorizar o embarque de órgãos. Além do Ministério da Saúde e das companhias aéreas , assinam o acordo o Ministério da Defesa, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Infraero. A cerimônia será às 19h, num hotel em Brasília.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2012 foram transportados 3.514 órgãos e tecidos, ou 14,6% de todos os 23.999 transplantes feito no ano. O ministério informou ainda que, entre 2000 e 2013, o número de voos para transporte de órgãos subiu de 67 para 5.102.

Em 2012, os transplantes com deslocamento aéreo foram mais comuns nos casos de rim e pulmão para o Rio Grande do Sul, coração para o Distrito Federal, fígado para Pernambuco, pâncreas para São Paulo, e córnea para o Maranhão, Pará e Goiás.

De acordo com o ministério, 95% dos transplantes no país são feitos no Sistema Único de Saúde (SUS). A rede pública conta com 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, sendo 11 delas sub-regionais; 11 câmaras técnicas nacionais; 748 serviços distribuídos em 467 centros; 1.047 equipes de transplantes; 71 Organizações de Procura por Órgãos (OPO) em 17 estados.

O Globo

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