Economia

Dólar opera em alta e bate R$ 4 com aversão a risco por impasse comercial entre EUA e China

Foto: Gary Cameron/Reuters

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (13), chegando a bater R$ 4 diante da aversão ao risco no exterior, com uma escalada das tensões entre China e Estados Unidos após Pequim anunciar plano de retaliar o aumento tarifário de Washington.

Às 13h16, a moeda norte-americana subia 0,87%, vendida a R$ 3,9797. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o dólar bateu R$ 4,0047.

A guerra comercial também afetava a Bolsa de São Paulo – a queda chegou a passar de 2%.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,17%, vendida a R$ 3,9452. Na semana passada, no entanto, o dólar teve leve avanço de 0,16%. No ano, acumula alta de 1,83%.

Guerra comercial

A China anunciou por meio de comunicado na manhã desta segunda que planeja elevar de 5% a 25% as tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos importados dos EUA, com a taxa entrando em vigor em 1º de junho.

A medida anunciada pelos chineses nesta segunda-feira endossa o sentimento de que a possibilidade de um acordo comercial pode ter se esvaído, uma vez que nenhuma das duas partes parece disposta a ceder, destaca a Reuters.

Além da elevação das tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, comece a impor tarifas sobre as demais importações chinesas, o que inclui cerca de outros US$ 300 bilhões em produtos.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês havia afirmando mais cedo que a China nunca vai se render à pressão externa.

A leitura de que as tarifas devem durar por um longo período “acaba por penalizar o sentimento de investidores, que acabam – cada vez mais – a optar por posições mais defensivas enquanto busca-se compreender os efeitos de uma guerra comercial dessa magnitude, inclusive com a possibilidade de se tornar a ‘nova normal'”, avaliou a corretora H.Commcor, em nota.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na sexta-feira, com os Estados Unidos elevando as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses depois que Trump disse que Pequim “quebrou o acordo” ao voltar atrás em compromissos anteriores feitos durante meses de negociações.

Cenário local

Do lado doméstico, que fica como pano de fundo neste pregão, participantes do mercado seguem monitorando avanços na tramitação da Previdência, que atualmente se encontra na comissão especial da Câmara dos Deputados, e o noticiário político em geral.

Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro se reúne com o ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo a Reuters. No domingo, o presidente prometeu corrigir a tabela do Imposto de Renda pela inflação neste ano, um dia depois de dizer que é preciso aprovar a reforma da Previdência “sem tantas modificações para que o mercado ganhe a confiança no Brasil”.

O Banco Central vendeu nesta segunda-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em oito operações, o BC já rolou US$ 2,020 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

G1

 

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