Economia

Petróleo volta a cair com escalada da tensão entre EUA e China, que fala em nova Guerra Fria

Foto: Rich Press / Bloomberg via Getty Images

O preço internacional do petróleo voltou a cair com a escalada na guerra de palavras entre os Estados Unidos e a China, aumentando as incertezas sobre as perspectivas de recuperação global da demanda.

O mercado futuro de petróleo em Nova York começa a semana com queda de 1,2% após já ter caído 2% na sexta-feira. O barril do tipo West Texas Intermediate (WTI) para entrega em julho caiu para US$ 32.86 na manhã desta segunda-feira em Cingapura.

O Brent, referência para a produção no Brasil, começou a segunda com queda de 1,5%, com o barril para julho cotado a US$ 34,60 no mercado futuro europeu.

O mercado de petróleo reage ao aumento da tensão retórica entre os dois país. A China alertou que alguns nos EUA estão empurrando os dois países na direção de uma nova Guerra Fria (a tensão entre EUA e União Soviética que perdurou por décadas após a Segunda Guerra Mundial).

As declarações alimentam preocupações de que uma deterioração das relações entre as duas maiores potências econômicas do planeta poderia complicar a recuperação do mercado de petróleo de uma derrocada sem precedentes na demanda por combustíveis provocada pela pandemia de coronavírus.

Na semana passada, Pequim abandonou sua tradição de décadas de estabelecer uma meta anual para o crescimento econômico devido à incerteza provocada pelo coronavírus. A decisão foi anunciada no Congresso Nacional do Povo.

Entretanto, há sinais de que o mercado de petróleo está se posicionando na direção de uma recuperação. Produtores de petróleo não convencional (shale gas) reduziram o número de plataformas em atividade ao nível mais baixo desde 2009, cortando ainda mais a produção.

Isso acontece ao mesmo tempo em que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) empreendem vêm cortando a produção diária em cerca de dez mil barris diários em um esforço para reduzir o excesso de oferta e favorecer a recuperação dos preços.

O petróleo, que chegou a ser cotado a preços negativos nos EUA pela primeira vez na história, já subiu 75% este mês na medida em que China e Índia começam a relaxar restrições de isolamento, e os estoques americanos começam a se reduzir.

Entretanto, a recuperação da commodity é prevista como longa e incerta, com o risco de uma segunda onda de infecções prejudicar essa trajetória.

No principal mercado mundial, os EUA, nem a gasolina mais barata em quase duas décadas animou os americanos a tirar o carro da garagem e pegar a estrada no feriado nacional do Memorial Day, nesta segunda-feira.

— O aumento das tensões entre EUA e China vão continuar a contaminar o cenário — avalia Stephen Innes, estrategista-chefe de mercado da AxiCorp Ltd. However, para quem o impacto geral da atual situação será limitado se não houver o que chamou “retaliação combativa” de Pequim contra os EUA.

No domingo, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, disse que os EUA devem desistir da sua “ideia fixa” de mudar a China. A declaração foi dada durante sua entrevista anual à margem das reuniões do Congresso Nacional do Povo. Ele também advertiu os EUA a não cruzar a “linha vermelha” em Taiwan, cuja independência da China Pequim não reconhece.

Roberto Castello Branco: ‘Estamos preparando a Petrobras para viver com petróleo abaixo de US$ 25’

Assembleias de acionistas anuais das grandes petroleiras do mundo nos Estados Unidos e na Europa esta semana devem dar uma visão mais clara sobre quão fortemente as companhia do setor foram atingidas pela pandemia.

Enquanto isso, a Rússia, um dos maiores produtores mundiais, deu prazo até o dia 15 de junho para seu governo apresentar um plano de suporte à indústria petrolífera do país. No Brasil, o governo voltou a admitir mudanças nas regras de leilões de petróleo, unificando regimes, para torná-los mais atraentes.

O Globo

 

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Economia

MUITO IMPORTANTE: EUA e China assinam Fase 1 de acordo que põe fim a guerra comercial de 18 meses

Foto: KEVIN LAMARQUE / REUTERS

China e Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira um acordo comercial inicial que reverterá a aplicação de algumas tarifas e incrementará as compras de produtos e serviços americanos por Pequim. O tratado põe fim a uma guerra comercial que já durava 18 meses entre as duas maiores economias do planeta.

Pequim e Washington retrataram a Fase 1 do acordo como um importante passo após meses de vaivéns em negociações, pontuadas por aplicações de tarifas que atrapalharam cadeias de fornecimento e aumentaram temores de maior desaceleração na economia internacional.

— Juntos, estamos corrigindo os erros do passado e entregando um futuro de justiça econômica e segurança para os trabalhadores e fazendeiros americanos e suas famílias — disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao anunciar a assinatura do acordo na Casa Branca ao lado do vice-premier chinês Liu He e outras autoridades.

A peça central do tratado de 86 páginas é o compromisso da China de comprar mais US$ 200 bilhões em produtos agrícolas e outros bens e serviços dos EUA ao longo de dois anos, ante uma base de US$ 186 bilhões em 2017.

Isso ajudará a reduzir o déficit comercial bilateral dos EUA em bens, que atingiu um pico de US$ 420 bilhões em 2018. Os Estados Unidos tiveram um pequeno superávit comercial de serviços com a China de US$ 40,5 bilhões em 2018.

O acordo inclui US$ 50 bilhões em compras adicionais de produtos agrícolas dos EUA, disse Trump, acrescentando que estava confiante que os fazendeiros do país conseguiriam lidar com a nova demanda. Segundo o tratado, a China vai comprar ainda US$ 52,4 bilhões adicionais em serviços, US$ 77,7 bilhões em produtos industrializados e US$ 37,9 bilhões em suprimentos de energia, como petróleo.

Os produtos industriais a serem adquiridos pelo país asiático incluem maquinário industrial, equipamentos elétricos, produtos farmacêuticos, aviões, automóveis, aço, ferro e instrumentos médicos e ópticos.

No primeiro ano do acordo, de acordo com o texto assinado por Trump e Liu, a China se compromete a comprar US$ 76,7 bilhões em produtos americanos, enquanto outros US$ 123,3 bilhões em aquisições ficam para o ano seguinte.

Autoridades dos dois países saudaram o tratado como o começo de uma nova era nas relações sino-americanas, mas ele ainda não aborda muitas das diferenças estruturais que levaram o governo Trump a iniciar a guerra comercial. Por exemplo, os subsídios chineses a suas empresas estatais, e a prática de inundar mercados internacionais com produtos a preços baixos.

Trump disse que a China prometeu agir para enfrentar o problema da pirataria ou falsificação de produtos, e que o acordo inclui forte proteção a direitos de propriedade intelectual.

Mercados reagem

Com o anúncio do acordo, o índice S&P 500 subiu até quase bater seu recorde histórico. Perto das duas horas da tarde, o índice tinha alta de 6,16 pontos, ou 0,19%, a 3.289,31. Já o índice Dow Jones subia 0,39%, ou 112,69 pontos, a 29.052,36. E o Nasdaq aumentou 17,37 pontos, ou 0,19%, a 9.268,70.

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. Concordo com você Lourdes, se fosse um jovem explorando seus pais idosos a pedirem nos semáforos enquanto eles ficam sentados, iriam chamar a atenção e repercutiria na hora, porem com as crianças que tem inuuumeros casos podendo se visto todos os dias, estranhamente não ganha a repercussão devida para ajudar a solucionar esse problema. Meu comentário não é a titulo de cobrança especificamente desse blog, mas de uma forma geral.

  2. BG, como leitora assídua desse Blog, gostaria de sugerir uma pauta: você questionasse ao ECA, Conselho Tutelar ou o escambau, porque a omissão com relação às crianças de colo que são exploradas nas esquinas de Natal. Os adultos passam o dia inteiro com elas nos braços no sol escaldante com objetivo de sensibilizar os motoristas. Muitas correm no meio dos carros arriscando suas vidas.
    Se fosse um "dimenor" matando, dando tiros, o ECA estaria presente para defender o "bichim".

    Faça esse povo se pronunciar como fizeram sobre Pitangui.
    Obrigada.

    1. Observou que muitas dessas crianças de colo, quase sempre, estão dormindo ? O que poderia ser? ??

    2. Como é bom ler a postagem de uma pessoa inteligente, coerente, antenada com o que de fato acontece na "justiça" da nossa cidade, estado e país, se preocupando com assuntos relevantes que a população finge que não vê. Poderia incluir no pacote os venezuelas, os venezuelas FAKE, (sim… tem muito esperto daqui se passando) e os suja para-brisas que perturbam nos semáforos. Parabéns Lourdes Siqueira, estou em pleno acordo contigo!

    3. Parabéns…excelente comentário, mas calma ; que logo logo aparece um PTralha para defender esses MALANDROS que se escondem por trás de uma criança, quer ver esses adultos FURIOSOS??? Oferece 50,00 para limpar o seu pátio, ou pintar um muro , sai te chingando

    4. Excelente sugestão de pauta, o caso da vergonhosa é desumana exploração de bebês nos canteiros de Natal, Isso devido à omissão das autoridades.

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Economia

Dólar opera em alta e bate R$ 4 com aversão a risco por impasse comercial entre EUA e China

Foto: Gary Cameron/Reuters

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (13), chegando a bater R$ 4 diante da aversão ao risco no exterior, com uma escalada das tensões entre China e Estados Unidos após Pequim anunciar plano de retaliar o aumento tarifário de Washington.

Às 13h16, a moeda norte-americana subia 0,87%, vendida a R$ 3,9797. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o dólar bateu R$ 4,0047.

A guerra comercial também afetava a Bolsa de São Paulo – a queda chegou a passar de 2%.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,17%, vendida a R$ 3,9452. Na semana passada, no entanto, o dólar teve leve avanço de 0,16%. No ano, acumula alta de 1,83%.

Guerra comercial

A China anunciou por meio de comunicado na manhã desta segunda que planeja elevar de 5% a 25% as tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos importados dos EUA, com a taxa entrando em vigor em 1º de junho.

A medida anunciada pelos chineses nesta segunda-feira endossa o sentimento de que a possibilidade de um acordo comercial pode ter se esvaído, uma vez que nenhuma das duas partes parece disposta a ceder, destaca a Reuters.

Além da elevação das tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, comece a impor tarifas sobre as demais importações chinesas, o que inclui cerca de outros US$ 300 bilhões em produtos.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês havia afirmando mais cedo que a China nunca vai se render à pressão externa.

A leitura de que as tarifas devem durar por um longo período “acaba por penalizar o sentimento de investidores, que acabam – cada vez mais – a optar por posições mais defensivas enquanto busca-se compreender os efeitos de uma guerra comercial dessa magnitude, inclusive com a possibilidade de se tornar a ‘nova normal'”, avaliou a corretora H.Commcor, em nota.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na sexta-feira, com os Estados Unidos elevando as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses depois que Trump disse que Pequim “quebrou o acordo” ao voltar atrás em compromissos anteriores feitos durante meses de negociações.

Cenário local

Do lado doméstico, que fica como pano de fundo neste pregão, participantes do mercado seguem monitorando avanços na tramitação da Previdência, que atualmente se encontra na comissão especial da Câmara dos Deputados, e o noticiário político em geral.

Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro se reúne com o ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo a Reuters. No domingo, o presidente prometeu corrigir a tabela do Imposto de Renda pela inflação neste ano, um dia depois de dizer que é preciso aprovar a reforma da Previdência “sem tantas modificações para que o mercado ganhe a confiança no Brasil”.

O Banco Central vendeu nesta segunda-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em oito operações, o BC já rolou US$ 2,020 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

G1

 

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