Economia

Após tombo recorde, PIB dos EUA cresce 33,1% no terceiro trimestre, maior alta da História

Cliente na fila de uma Apple Store: número de casos de Covid-19 nos EUA cresce Foto: Reuters

A economia dos Estados Unidos cresceu 33,1% no terceiro trimestre, a maior alta desde o início da série histórica, em 1947. O salto, impulsionado por mais de US$ 3 trilhões em estímulos do governo, vem após tombo recorde do PIB americano no segundo trimestre, quando os efeitos da pandemia foram devastadores para empresas e trabalhadores.

Os EUA divulgam suas estatísticas de forma diferente do que é feito no Brasil. Os 33,1% de alta são a taxa anualizada. A expectativa dos economistas ouvidos pela Reuters era de que o PIB americano avançasse 31% entre julho e setembro.

O crescimento da economia no segundo trimestre foi puxado pela forte alta no consumo, que também foi recorde (+40,7% na taxa anualizada). Ainda assim, o PIB está abaixo do pico atingido na pré-pandemia e pode ter seu ritmo de crescimento freado com os novos casos de Covid no país, que bateram recorde nesta semana.

A China também viu sua economia se recuperar no terceiro trimestre. Após implementar uma bem-sucedida estratégia de controle da Covid-19, o PIB chinês cresceu 4,9% de julho a setembro, em relação ao mesmo período do ano anterior, levemente abaixo dos 5,2% estimados por especialistas. EUA e China são as duas maiores economias do mundo.

Segundo especialistas, as cicatrizes profundas da crise podem levar um ano ou mais para serem superadas.

Impacto sobre eleições americanas

A poucos dias da eleição e perdendo na maioria das pesquisas de opinião nacionais, o presidente Donald Trump certamente vai tentar se aproveitar dos números positivos do PIB. Mas seu adversário, o democrata Joe Biden, deve destacar que a economia americana ainda não foi capaz de recuperar empregos perdidos.

— Os números do crescimento do PIB no terceiro trimestre não terão qualquer efeito sobre as eleições — disse Christopher Way, professor associado de governo da Universidade Cornell.

Ele continua:

— É o desempenho econômico no primeiro semestre de um ano eleitoral que importa. Para as pessoas que ainda estão desempregadas ou lutando contra a contração das economias, isso (o PIB do segundo trimestre) terá pouco impacto.

Nesta quinta-feira, o governo americano também divulgou as estatísticas de seguro-desemprego. Na semana encerrada em 24 de outubro, os pedidos caíram para 751 mil, ficando abaixo da expectativa de analistas, de 775 mil.

Apesar da queda, as solicitações ainda estão acima do pico alcançado durante a crise de 2008. E pouco mais da metade dos 22,2 milhões de empregos perdidos durante a pandemia foram recuperados. As demissões persistem.

— Ainda há um longo caminho a percorrer antes de voltarmos ao ponto em que estávamos antes da pandemia, provavelmente no fim de 2021— disse Gus Faucher, economista-chefe da PNC Financial em Pittsburgh, Pensilvânia.

Ele complementa:

— Isso pressupõe que recebamos estímulos adicionais. O crescimento desacelerará até 2021, e a recuperação ficará mais difícil, pois alguns problemas estruturais com a economia persistem.

Impasse em torno do pacote de estímulo

Os estímulos que deram alívio à economia americana no segundo trimestre se esgotaram sem qualquer acordo para outra rodada de incentivos à vista. O impasse em torno dessa questão continua no Congresso e só deve ser destravado após as eleições.

A alta no consumo no terceiro trimestre nos EUA foi impulsionada, em grande parte, pelas transferências do governo, incluindo um subsídio pago a desempregados no valor de US$ 600 por semana e um cheque único de US$ 1.200 para as famílias americanas.

— Não podemos subestimar a importância do apoio do governo para a renda familiar — disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING em Nova York. — Os cheques de US$ 1.200 e a expansão do seguro-desemprego significaram que quase 70% dos beneficiários receberam rendas mais altas do que quando estavam realmente trabalhando.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Infelizmente só Quem não cresce é a economia de Cuba e da Venezuela, qual será a razão? Também infelizmente, lá só cresce, a fortuna dos dirigentes, a fome, miséria, desemprego, fuga de compatriotas e contrabando de drogas.

    1. A do Brasil também não. Nossa moeda desvalorizou mais que a da Venezuela este ano. Pesquise!

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