Saúde

Grupo de 100 empresários, com Carlos Wizard e Luciano Hang, tenta articular compra de vacinas pela iniciativa privada junto a governo

FOTO | Miguel SCHINCARIOL / AFP

O executivo Carlos Wizard, que chegou a ser cotado para assumir uma secretaria do Ministério da Saúde, tem hoje uma reunião na pasta para defender a compra e a distribuição de vacinas contra Covid-19 por um grupo de 100 empresários. Segundo Wizard, a iniciativa é liderada por ele por Luciano Hang, dono da Havan.

Wizard será o único representante do grupo presente no encontro com o secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco. O objetivo dele é articular a aprovação de medidas para que empresas adquiram, distribuam e apliquem vacinas homologadas pela Anvisa.

– Vamos tratar com o secretário sobre fornecedores e quantidades. A ideia é gerar solução. Enquanto o ministério da Saúde prioriza os grupos selecionados, o resto da população pode ficar refém dessa condição. A sociedade civil organizada pode ser um parceiro do ministério no sentido de fomentar e propagar as vacinas – disse Wizard.

A iniciativa não agrada a maior parte de profissionais de saúde. Para eles, a compra e a distribuição do imunizante pela iniciativa privada podem fazer com que pessoas que não estão na lista de prioridades sejam vacinadas antes daquelas que estão.

Para Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, esse tipo de ação não é adequado.

– Se a iniciativa privada quiser comprar e doar vacinas para o governo, melhor ainda, aumenta nosso pool de vacinas, mas tem que doar 100% para governo, nenhuma a menos do que 100%. Porque, senão, elas vão sair da escala de prioridade que visa salvar vidas e diminuir o contágio. Na hora que as empresas vacinarem seus funcionários, entre eles estarão pessoas que não estão na escala de prioridades, naquele momento. E como é um bem escasso, essa pessoa está tirando a vacina de quem é prioridade. – disse Chapchap.

Wizard chegou a ser anunciado como secretário da pasta da Saúde em junho passado, mas não ocupou o posto após dizer à coluna que o ministério iria recontar mortos porque os dados eram fantasiosos.

Bela Megale – O Globo

Opinião dos leitores

  1. O velhinho da Havan, é o protótipo da alcunha "malandro é malandro, mané é mané" , já começo ver esse programa com um pé atrás.

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